Maternidade e psicanálise: algumas lições

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Todas as mulheres e fêmeas de outras espécies têm a capacidade única para criar vida. Embora não sejam reduzidas apenas a esse papel, é notável a relação que quase todas as mulheres nutrem com seus filhos. Nesse contexto, a Psicanálise tem muito a dizer sobre a maternidade, então continue a leitura para entender alguns pontos.

O conceito de maternidade

Segundo o dicionário, maternidade significa “estado de quem é mãe; relação afetiva entre uma mãe e um filho; direito afetivo e jurídico entre uma mãe e filho”. Embora apresente vários argumentos para justificar o que é, todos corroboram na mesma coisa. Nesse contexto, é o vínculo gerado e nutrido por uma mulher com uma criança, sendo biológico ou não.

A maternidade ao longo dos anos passou por transformações quanto à sua percepção e necessidade. Em séculos anteriores, além dos afazeres domésticos, muitas mulheres tinham filhos, dependendo do lugar e tempo, porque eram obrigadas. Assim, além da relação natural que cultivavam, o ato de ser mãe também era visto como símbolo de status pela sociedade.

Mesmo após tanto tempo, o ato de gerar e/ou criar um filho permanece como um gesto quase que altruísta. Uma mãe precisa abdicar de algumas coisas para cuidar do filho e, por vezes, dela mesma. A criação física e mental exige bastante de um genitor, incluindo tempo e dedicação. No entanto, os frutos são colhidos mais à frente.

Separação

Inevitavelmente, uma mãe será “obrigada” a se separar do filho. O mesmo crescerá e sentirá a necessidade de buscar o próprio espaço no mundo e isso pode vir através de um casamento ou do simples desejo de morar só. Aos poucos, a mudança na rotina será percebida e afetará seu cotidiano. É a chamada “Síndrome do ninho vazio”.

De maneira subliminar, se instaura um clima de luto na casa. Não pela perda de um ente querido, mas pela convivência que antes era constante e hoje não mais. Nesse contexto, o crescimento dos filhos é ligado diretamente ao envelhecimento dos pais. Assim é comum desses últimos se sentirem inadequados e desnecessários após a ida dos filhos.

Infelizmente, algumas famílias sentem mais sobre esse distanciamento. É uma dor emocional. Assim, muitos deles não sabem ao que se dedicar e sofrem bastante com o vazio instaurado. Isso abre a porta para doenças como a depressão e essa, por sua vez, pode vir acompanhada de outras.

Dicas

Após se dedicar tanto tempo aos filhos, é preciso entender o seu papel no mundo. Claro que a maternidade foi vital para que o pequeno e você também crescessem, mas a vida não pode se resumir a isso. A síndrome do ninho vazio pode danificar a sua percepção sobre seu papel no mundo.

Para evitar isso, confira algumas dicas que te ajudarão a passar por essa fase de adaptação:

Se dedique a si mesma

Certo, é o mais óbvio, mas ainda assim algumas pessoas têm dificuldade em cuidar de si após o distanciamento dos filhos. É uma fase de adaptação, de renovação de hábitos. A partir de agora, a prioridade é você, então estabeleça vínculos consigo mesma. Nesse contexto, se descubra e dedique-se a um novo propósito: você.

Hobbies

Lembra de quando se ausentou de uma atividade porque não pôde levar ou incluir os filhos? Que tal investir nela agora? Assim, cultive o hábito de manter hobbies e atividades que te causam prazer. Embora possam mexer com o seu corpo, eles irão exercitar sua mente e alma.

Amigos

A maternidade não inibiu que você tivesse contato com amigos, mas talvez tenha distanciado. Por que não resgatar isso? Faça seus amigos serem mais presentes em sua vida e também faça isso por eles. Amizades em qualquer época da vida são altamente recomendadas por qualquer médico.

Passeios

Permita-se sair mais. Encontrar lugares novos e se envolver com eles pode focar a sua atenção em cuidados consigo. Assim, permita-se ir a um restaurante, um bar, um parque, um salão de dança… Nesse contexto, insira algo novo em seus olhos e sua vida.

Viagens

Indo mais além, por que não viajar? A aventura é benéfica a qualquer um, pois renova seu humor, bem-estar e criatividade. Conhecer um lugar novo aguça nosso desejo por descobertas, nos deixando quase que aventureiros. É também por meio delas que podemos achar nosso lugar em nossas próprias vidas e no mundo.

Ambientes coletivos

Você pode usar suas habilidades pessoais para uma causa nobre e talvez o voluntariado seja uma excelente escolha. Assim, mesmo que você não tenha algo em particular que queira mudar hoje, boa vontade pode mudar o dia de outras pessoas.

Nesse contexto, colabore para ser o agente da mudança de alguém, seja humano ou animal. Talvez o que ele precise no momento é de alguém que ofereça atenção e carinho gratuitos.

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    Semelhanças

    Embora o assunto em questão de avaliação seja a maternidade, ela tem alguns aspectos em comum com a psicanálise: seu avaliador. Talvez por isso, seja hábil destrinchar o assunto sob a ótica de uma visão mais clínica que emocional. Nesse contexto, veja alguns pontos e tire suas conclusões:

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    Acolhimento

    Uma mãe sempre está pronta a acolher o filho. Em um mundo tão pouco solidário, as frustrações que o pequeno sentem são decorrentes das divergências que este possui quanto às atitudes dos outros.

    Assim também é com a Psicanálise. Um profissional se dispõe a ouvir o que o seu paciente guarda de mais íntimo. Nesse contexto, o silêncio dele é um alento às angústias gritantes que o visitante carrega e quer exportar.

    Escutar

    Talvez seja um grande desafio para alguém escutar outra pessoa, mas não para uma mãe. Através disso ela sabe das necessidades e vontades dos filhos. Não necessariamente acatando-as, mas entendendo como elas afetam o menor naquele momento.

    O psicanalista também vai em um caminho parecido. Assim, ele aceita sair da praia estável de seus pensamentos e decide mergulhar no mar revolto de palavras do seu paciente.

    Como isso nos muda

    A maternidade é um divisor de águas na vida de qualquer mulher. Assim sendo, é possível traçar os paralelos entre as mudanças ocorridas antes e depois desse grande evento. Se antes você voava sem paraquedas, hoje precisa aterrissar na poltrona do avião com o cinto. Dessa forma, se correr uma maratona, precisa descansar e se hidratar constantemente.

    Você agora também é responsável pela criação de outro ser e por sua educação. Uma responsabilidade imensa.

    A maternidade é um ponto de metamorfose na vida de uma mulher. Nesse contexto, elas são expostas ao seu lado mais sensível e vulnerável, carregando medos e receios quanto à cria. Contudo, o trabalho árduo empenhado por anos dá resultados ao percebe o ótimo desenvolvimento da criança. Você sabe que foi uma excelente mãe por ter cuidado de um jovem que se tornou um adulto justo e ético.

    Embora o artigo aborde sobre a maternidade, em momento algum temos a intenção de relegar o papel da criação unicamente às mães. Assim, os pais têm participação fundamental e necessária na criação dos filhos. Nesse contexto, a figura paterna também é parte essencial nos pequenos e deve ser empenhada no mesmo peso que as das mães.

    Agora é com você. Convido-a a abrir a porta de sua experiência como mãe. De que modo a maternidade mudou a sua vida e perspectiva sobre o mundo? Qual o paralelo que você traça com épocas anteriores e posteriores ao evento? Há várias mães de primeira viagem que precisam de conselhos e o seu relato pode ajudá-las.

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