Monomania

Monomania: definição e exemplos

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Todos nós temos algum tipo de obsessão, seja ela saudável ou bastante prejudicial as nossas vidas. Contudo, um grupo exclusivo de pessoas vivem exclusivamente sobre uma única ideia e se condicionam a vivê-la. Entenda o significado de monomania e alguns exemplos comuns do nosso cotidiano.

O que é monomania?

Monomania se trata de uma paranoia em que o indivíduo acaba se fixando em uma única ideia em sua vida. Com isso, a sua vida se direciona para um canal ideológico e se molda ao redor disso. Assim, se torna refém de um único pensamento e acredita que isso define a sua vida e o seu mundo.

Infelizmente, esse tipo de paranoia acaba restringindo todos os aspectos do cotidiano de alguém. Basicamente, a ideia não se dissolve, corrompe e deturpa a real visão do ambiente em que se insere. Em alguns casos, os relacionamentos com algum portador desse problema se torna algo desgastante a se manter.

É preciso um esforço grandioso para lidar com o problema, pois ele se torna uma verdade absoluta. O tratamento age de maneira gradativa a fim de trabalhar corretamente a recuperação do indivíduo.

A prisão sem muro

Apesar da sua estrutura simplista, a monomania se torna um obstáculo grandioso na rotina de qualquer pessoa. Isso porque acaba afetando a sua capacidade de interagir com o próprio ambiente. Como analogia, podemos resgatar a ideia do indivíduo que acreditava que tudo ao redor era sonho e somente ele era real.

Desse modo, imagine um monomaníaco que precisa trabalhar, estudar e interagir com outras pessoas constantemente. A sua paranoia toma conta quase que integralmente da sua atenção e desfoca todo o restante. Nada mais importa para ele além de confirmar o que acredita ser real e mostrar que está certo a si mesmo.

Consequentemente, esse tipo de percepção acaba o tornando alguém improdutivo e pouco atraente. No trabalho e na educação, principalmente, o seu rendimento vai cair de modo sensível e preocupante. Aqui já se nota alguns dos prejuízos mais sensíveis em seu caminho.

Sinais

Antes de continuarmos, é importante a inclusão de um profissional qualificado para confirmar a existência da monomania. Isso porque é comum termos pensamentos repetitivos que não nos agridam, mas um olhar mais atento fará um avaliação profunda. Nisso, vai observar as características como:

Obsessão única

Ao que parece, existe uma obsessão bastante clara em sua mente e que movimenta o seu modo de vida. De dia ou de noite tal pensamento continua a acompanhá-lo e instruir suas ações e reações ao mundo. Pode ir desde uma ideia simples ou mesmo algo mais sério e que comprometa a sua vida.

Ideia irredutível

A obsessão ganha força incontrolável porque o indivíduo sempre a alimenta e dá mais poder do que deveria. Nada no mundo se mostra tão capaz de reduzir isso e mostra que também pode aumentar em gravidade. Em muitos casos, acaba se tornando comum que isso seja apenas a única razão de sua existência.

Sociabilidade deficiente

Outro ponto bastante marcante é a forma como que lida com as suas relações diariamente. Isso inclui também a inclusão de alguém em sua obsessão, sendo isso bem tóxico aos dois. Aqui se trabalha a monomania emocional, mas trataremos dela mais adiante.

Você contra o mundo

A obsessão do monomaníaco pode acabar batendo em uma preocupação distinta e desenvolvendo um medo persistente. Por exemplo, se a ideia de que pode se afogar surgir e alguém o convidar para nadar, vai repudiar imediatamente esse encontro. Sem contar que, instintivamente, vai descontar no outro a agonia interna que sente.

Essa infeliz coincidência o levará a se afastar dessa pessoa que passa a ser vista como uma ameaça. Pedidos inocentes se tornam uma prova de fogo em que a racionalidade tem pouco espaço para agir. Além de se afastar, muitos acabam enxergando essa pessoa como um inimigo por querer expor ele a algo indesejável.

Muitos creditam a monomania a um excesso aguçado do indivíduo em direção à sua sobrevivência. Não se trata apenas de uma mania, mas, sim, um reflexo incontrolável para evitar qualquer dano. Sua ideia a ser perseguida se torna o seu único refúgio para que assim lide melhor com as suas expectativas.

A monomania de Clarice Falcão

Clarice Falcão é uma cantora bastante conhecida no cenário musical por suas letras simples, poéticas e muito bem estruturadas. Faz seguimento a um estilo mais alternativo, agradando uma grande massa de fãs pela clareza do seu trabalho. Dentre tantos sucessos, a mesma canta a canção Monomania em direção ao amado na música.

Em suma, a música fala da atenção exagerada que o Eu lírico dá à pessoa amada, ainda que não seja equivalente. Nisso, busca constantemente demonstrar o seu amor e receber atenção, mesmo sabendo que o outro não quer isso. Mesmo assim, a voz continua a cantar apaixonada sobre o seu amor a contragosto do outro que quer apenas paz.

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    Mesmo tentando, a voz de Clarice não consegue desapegar da ideia do amado e pensar em qualquer outra coisa. Sem contar que ela exibe consciência de que isso pode atrapalhar o seu desenvolvimento por focar demais no outro. Afinal, “quem vai comprar esse CD sobre uma pessoa só”?

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    Exemplos

    Os exemplos a seguir tratam das variações existentes da monomania em um amplo alcance de pessoas. Como poderá ver, a obsessão em questão pode se encaixar em determinado perfil e se categorizar com a sua natureza. Começaremos pela:

    Monomania instintiva

    Esse tipo se concentra na obsessão que é construída em cima de uma impulsividade descontrolável. Não existe um delírio evidente, mas isso é compensado pelo descontrole de suas ideias pertinentes. A título de exemplo, considere aversão imediata ao escuro por achar que ali reside um grande mal.

    Monomania afetiva

    Aqui se trabalha o apego excessivo a alguém, depositando nele um afeto exagerado na sua parte psicológica. Seus sentimentos por alguém se tornam uma ideia fixa e bastante comprometedora em sua rotina. Com isso, a única coisa que sobra é pensar em alguém que tem interesse ou é dependente em algum nível.

    Monomania emocional

    Neste caso, se concentra em focar a sua atenção sobre uma emoção em específico e viver em função dela.

    Monomania homicida

    Aqui a desordem torna alguém propenso a praticar crimes por se sentir ameaçado por alguém. Basicamente, ele alimenta a ideia de que uma pessoa em específico causará a sua morte. Se não evitá-lo, alimentará ideias para acabar de vez com isso, mesmo que sejam absurdamente graves.

    Tratamento

    O tratamento da monomania consiste em terapia para trabalhar o comportamento nocivo do indivíduo. A proposta é que ele possa gradualmente ser capaz de fazer escolhas quanto à sua postura. Nesse caminho, a terapia vai ajudar a estabelecer novas diretrizes a fim de que mude conscientemente o seu comportamento.

    Quanto à medicação, o psiquiatra vai receitar remédios que diminuam as sensações resultantes desse comportamento. Por exemplo, a ansiedade, sintomas depressivos e até calmantes, se necessário. A combinação gradativamente ameniza os sinais tóxicos e permite uma qualidade de vida com mais liberdade.

    Considerações finais sobre monomania

    A monomania designa uma limitação em que não há muros, mas ainda assim se mostra uma prisão. Focar em uma única ideia é algo comum a todos, mas deixar que ela domine você se torna um problema. A obsessão condensada inibe uma convivência saudável consigo e com os demais.

    É preciso condicionar a própria mente para que ela não se prenda a limitações que se quer existam. Mesmo que algumas metas pareçam saudáveis em alguns pontos, no momento em que noa atrapalha já se torna obstáculo. Compreenda melhor as suas limitações, a realidade em que vive e como ambos afetam seu posicionamento com a vida.

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