Socializar pode ser algo difícil para algumas pessoas, que acabam por criar barreiras, ainda que inconscientemente, prejudicando suas relações interpessoais e progresso pessoal. Então, se você é uma pessoa que sempre diz “não gosto de ninguém“, possivelmente está precisando resolver seus conflitos internos para, assim, poder levar a vida de uma forma mais leve.
Este incômodo que você sente em se relacionar, quando não consegue gostar de ninguém, revela que sua saúde mental está precisando de atenção. Desse modo, primeiro você deverá entender a si mesmo e quais são as barreiras que lhe impedem de gostar das pessoas.
“Não gosto de ninguém”: o que diz a Psicologia?
Se você sempre recusa estar entre as pessoas, evitando sempre se relacionar, primeiro, deve entender a razão disso lhe afetar. Logo após, necessário entender que viver em sociedade é inato ao ser humano e você precisa aprender a equilibrar seus comportamentos e sentimentos neste aspecto.
De fato, a humanidade é complexa, o que faz com que as relações sociais se tornem insustentáveis para alguns. Porém, este é um desafio que devemos enfrentar e aprender a lidar, tendo em vista que o convívio social nos é inato. Assim, os benefícios das relações interpessoais são fundamentais para nosso bem-estar e saúde emocional.
Nesse sentido, separamos ensinamentos da Psicologia para que você consiga conviver melhor em sociedade e deixe de dizer sempre: “Não gosto de ninguém”.
Por que socializar me incomoda?
Antes de tudo, você deve conversar consigo mesmo e buscar entender o que lhe incomoda quando está com outras pessoas. Importante que se aprofunde nos seus sentimentos, sobretudo por questões internas mal resolvidas.
Como, por exemplo, você se incomoda de participar de festas para não ter que “fingir” que está feliz, pois tem medo de conversar sobre sua atual situação. Afinal, mexer nas feridas pode doer, e, assim, tendemos a evitar essas conversas difíceis sobre nossa própria vida.
Ou seja, se você fala “não gosto de ninguém” e por isso não socializo, isso diz mais sobre seus problemas emocionais do que sobre os outros. Conforme a psicologia, todos devem aprender a lidar com conflitos, internos e externos, e, assim, viver em sociedade em harmonia.
Entender suas dores e superar
Logo após você entender o que lhe incomoda quando está com outras pessoas, talvez esbarre em algumas dores emocionais que precisam de atenção. Assim, deverá deixar de resistir e encontrar as respostas que fazem sentido com suas experiências de vida.
Ao encarrar suas barreiras pessoais e responder às suas próprias perguntas, ao final, se responsabilizará sobre o que sente quando está com outras pessoas, que você julga não gostar.
Afinal, como entender minhas dores e superá-las? Primordial que neutralize o que está sente e se permita lidar com o seu estado emocional. De fato, não é fácil falar sobre nós mesmos, mas é necessário, ainda que doa.
E tudo isso sem ter medo, ansiedade, angústias e pré-julgamentos. Agora, não importa entender quem é o culpado pela sua dor ao conviver com as pessoas, mas sim que você pare de resistir e aprenda a lidar com este sentimento.
Separe o que é seu e o que é do outro
O que isso quer dizer? Que é preciso compreender o porquê que os comportamentos das outras pessoas refletem em você. Por exemplo, se você está em uma festa e as pessoas estão se manifestando sobre suas próprias vidas, como isso repercute em você é uma questão unicamente sua, não do outro.
Em outras palavras, o que você sente durante relações sociais é uma questão sua, que você carrega, geradas por seus traumas, medos e angústias. Assim, é importante que separe o que é seu, pois se estivermos bem resolvidos, não nos angustiaremos sobre o que outros dizem, ainda que não concorde.
Feito isso, o outro pode continuar fazendo coisas que você não gosta ou que lhe incomodam que você não será mais afetado. Assim, passará a não dizer mais “não gosto de ninguém“, pois agora aprendeu a socializar, sem qualquer impedimento para vivenciar suas experiências.
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Para visualizar melhor, ao saber a sua dor, entenderá o que está “inflamado” em você. Entenda com um exemplo do seu corpo, se o outro apertou sua mão com força e lhe machucou, você poderá dizer que não gosta desta pessoa, passando a evitá-la. Porém, a sua mão doeu porque está inflamada, ou seja, é sobre você, não sobre o outro.
Você escolhe como e com quem deve se relacionar
Aprender a socializar não quer dizer que você é obrigado a se relacionar pessoalmente com todos. Ao contrário, você pode se relacionar de maneira próxima com algumas pessoas e, com outros, de forma distante. Pois você pode ter mais familiaridade com determinados grupos e, assim, gerir a melhor forma, para você, de se relacionar.
O importante é que você, ainda que esteja com pessoas que não possuem interesses em comum, não radicalize. Ou seja, que não apresente sempre resistência ao convívio social, chegando a ponto de ficar em isolamento. Vale ressaltar que as diferenças devem ser respeitadas, isso é uma questão de sociedade, ainda que cause algum tipo de incômodo. São desafios que precisam ser superados, para que, em contrapartida, você tenha benefícios, principalmente para sua saúde emocional.
No amor, por que não gosto de ninguém?
Quando você diz para si mesmo “não gosto de ninguém” refletirá principalmente em seus relacionamentos amorosos, pois você criou uma barreira, ainda que inconsciente, para conhecer outras pessoas e se relacionar. Ou seja, se começa a questionar, até mesmo, a capacidade de amar.
Mas, como dito anteriormente, que essa é uma questão pessoal, não necessariamente da pessoa que você poderia se relacionar. Importante ressaltar que alguém se apaixona tem relação mais com o que consegue enxergar no outro, ou seja, estando aberto reconhecer qualidades nos outros, sem ter sempre uma visão deturbada de todos.
De qualquer forma, se não consegue gostar de ninguém e está afetando todos os aspectos da sua vida, inclusive amorosamente, deverá identificar o que está desencadeando tudo isso. No amor, pode ser que você tem medo de se machucar, devido a traumas passados, o que está lhe bloqueando para novos relacionamentos.
Como a terapia pode ajudar se você não gosta de ninguém?
Se você está não conseguir superar essa barreira sozinho, importante que procure ajuda de um profissional da saúde mental. Em sessões de terapia, de maneira individualizada, será possível aprofundar em seus sentimentos e comportamentos, que estão lhe impedindo de socializar.
Se você chegou até o final deste artigo para entender os motivos de não conseguir gostar de ninguém, deve se interessar pelo estudo da mente e do comportamento humano. Assim, convidamos você a conhecer nosso curso de formação em Psicanálise Clínica.
Pois, com a experiência da Psicanálise você aprimorará o seu autoconhecimento, adquirindo capacidade de ter visões sobre si mesmo que seria praticamente impossível de obter sozinho. Além disso, melhorará seu relacionamento interpessoal, pois entenderá como funciona a mente e, assim, poderá proporcionar um melhor relacionamento com os membros da família e do trabalho. O curso é uma ferramenta que ajuda o estudante a entender os pensamentos, sentimentos, emoções, dores, desejos e motivações de outras pessoas.
16 thoughts on “Não gosto de ninguém: o que diz a psicologia?”
Percebo, até porque uma das minhas irmãs tem Co-Dependencia e, me parece recorrente ao fato dela não gostar de ninguém porque Não é realizada pessoalmente e profissionalmente! Então o “se doar” parece compensar a frustração! Sentar e trocar vivências é algo “complicado” a ela! Chegou a fazer Terapia e dizia a nossa mãe depois: comentários sobre os outros, ou seja, o Parapsicólogo Não teve como atuar, já que a mudança de paradigmas é algo que minha irmã nunca quis.
Para mim é muito complicado socializar porque tenho uma visão que considero muito perigosa do mundo. Eu sei que tudo na vida é inútil, vamos morrer e tudo é falso, como uma simulação. Daí as pessoas fazem as coisas atrás de emoção para contar aos outros, qual o ponto disso exatamente? Não quero saber da vida de ninguém, pouco importa se estão bem ou mal, o que fizeram ou o que deixaram de fazer. Se precisar de ajuda e eu puder ajudar, com certeza farei, senão, não é da minha conta sua vida. Infelizmente essa atitude me impede de criar laços, o que é importante para uma vida “normal”, estabelecer contatos ou até mesmo me inserir na sociedade. O jeito, já que vivemos num mundo de faz de contas, vai ser fingir igual à todos.
Amei era o que precisava ouvir lendo sua palavras . Me curei gosto das pessoas não gosto de máscaras.
Meus esposo me falou que eu não gosto de ninguém porque eu gosto de ficar sozinha dentro da minha casa e não gosto de está no meio de ninguém.
Gostaria sinceramente que psicologos e similares estudassem Filosofia antes de publicarem textos como esse, ao qual dediquei alguns minutos de minha atencao simplesmente por curiosidade. Nao gostar da propria especie, sem contudo destratar gratuitamente seus semelhantes, nao tem nada de anormal ou indicador de problemas internos a serem resolvidos. Ao contrario, existe muita felicidade em nao se envolver com outrem ou nao se integrar a grupos, ou mesmo em escolher poucos seres humanos para trocar experiências e manter níveis de relacionamento. A sociedade ainda insiste em ditar padrões, se vc nao gosta de pessoas, tem problemas internos, se nao quer casar e ter filhos, tem problemas internos, se nao quer ser igual a todo mundo, tem problemas internos, e assim por diante. Existem pessoas que vivem isoladas em muitas regioes do planeta porque escolheram viver assim e sao felizes com suas escolhas de solitude e nisso a psicologia deveria focar. Acredito que escolher estar sozinho e poder sustentar essa escolha de forma feliz e independente eh um privilegio de poucos, nao ter que se atormentar sentindo que pesa sobre os ombros a obrigacao de socializar eh uma dadiva. Existem algumas caracteristicas do ser humano que sao, de fato, inatas, socializar nao eh uma delas, posto que hoje se traduz em opcao. O senso de sobrevivencia sim, eh inato em nos, e por ele mostramos outras caracteristica nossas nem sempre nobres, basta lermos O Leviata para entendermos de fato essas questoes.
Disse tudo
Concordo plenamente. A ditadura da socialização me irrita.
Por favor… Você não precisa gostar do convívio social, mas não precisa ser tão desconectada da realidade. Acredita mesmo que você entende de filosofia, e quem escreveu o texto é um ignorante que precisa ser humilhado por você? Veja outros artigos do blog sobre o qual falamos de diversos outros assuntos, sob diversas perspectivas, inclusive de autores da filosofia. E não se julgue tão dona da verdade assim…
Disse tudo que eu senti por anos e não achei que ninguém merecesse que eu dissesse. Kk
Isso aí. Concordo.
Você disse tudo que precisava muita Sabedoria. Obrigado, sua resposta era o que procurava, me sinto melhor.
Poxa! Vc falou tudo e um pouco, é isso mesmo que eu penso e me sinto, amo a solitude, pessoas já me trouxeram muitos problemas, quando percebi que sem muitos contatos com elas eu evito problemas, isso foi libertador, parabéns pelo seu comentário me sinto melhor.
Ola, bom dia
Gostaria de partilhar a minha experiência e de certa forma obter um feedback vosso sobre a minha partilha. Desdevquebme lembro de existir de me lembro de ser muito introvertida, de ter imensas dificuldades em socializar. Mas felizmente ou infelizmente Deus não me fez vir ao mundo sozinha, vim para o mundo com uma amiga, a minha irmã gemea. Visto que sempre tive dificuldades em socializar, para mim, a minha irmã era tudo, era a minha unica forma de existir. Vocês estão a ver a carga que não era para ela..sempre fui muito dependente dela, inclusive, os meus pais sempre lhe incutiram a responsabilidade de cuidar das nossas coisas por ela se desenrascar melhor e ser mais focada do que eu. Portanto nós crescemos, ela seguiu a sua vida, e para mim foi muito dificil a separação visto que eu não me interessava por mais ninguém. Hoje em dia continuo sem tee interesse em conhecer outros, mais por ver que as pessoas são muito críticas e nao se interessam pelos sentimentos dos outros. Porque não haveriamos de fazer um esforço para receber bem ou outros ao invés de fazer resistência e implicar com os outros só porque não gostaram da cara dele..acredito que estes artigos me poderam ajudar. Muito obrigada.
Interessante um dos comentários, mas…
“Nao gostar da propria especie, sem contudo destratar gratuitamente seus semelhantes, nao tem nada de anormal ou indicador de problemas internos a serem resolvidos”
Mas aqui repousa uma contradição. Quem de fato não gosta da própria espécie, quem entende de verdade que a solitude é libertadora, quem realmente não tem nos ombros o peso da obrigação de ser aceito, de pertencer, de socializar, não perde o precioso tempo fazendo uma réplica de artigo na internet. Ora, na internet tem zilhões de artigos, e a pessoa se preocupou justamente com esse que trata de algo que ela desmerece ? Contraditório, não ?
E no fundo, é sim até mesmo uma forma de destratar os semelhantes…
“Ao contrario, existe muita felicidade em nao se envolver com outrem ou nao se integrar a grupos, ou mesmo em escolher poucos seres humanos para trocar experiências e manter níveis de relacionamento”.
Ou seja, ninguém é uma ilha. Ao menos temos algumas pessoas do entorno para nos relacionarmos e elas (e nós) merecemos que esse relacionamento seja agradável. Você citou povos e pessoas que vivem isolados por opção, mas como você mesmo citou acima, eles não estão completamente isolados. Tiveram pais, irmãos, vizinhos…o ser humano é tão dependente de relacionamento que o amadurecimento e independência de uma criança é uma das mais lentas do reino animal…
Isso foi a autoverdade o escritor e tá tudo bem. Nem todos vão compreender. Seu arquivo foi excelente. algumas pessoas com o temperamento melancólico realmente não são associáveis ou depende muito da história de vida de cada individuo;
Eu acho que o meu maior problema é não entender o comportamento humano.
As vezes eu tento entender o porquê de algumas pessoas fazerem coisas tão ruins.
Começo a pensar em energias malignas, problemas mentais, erro genético, ou sei lá o que.
Hoje com o fácil acesso a informação por meio da internet, a gente acaba vendo o que quer e o que não quer, né?
Já passei dias sem pegar o celular por ter ficado extremamente mal com algo ruim que tenha visto, como maus tratos com animais, vídeo de atrocidades que caio de para-quedas.
Enfim, passei a enxergar maldade em todo mundo. Não tenho a mínima vontade de sair na rua, fico estressada quando sou obrigada sair na rua para fazer qualquer coisa pois tenho que passar por pessoas. Sinto que qualquer pessoa que passa por mim tem algo ruim em si ou que tá me olhando com outras intenções (essa última muito provavelmente é resultado de um abuso na infância)..
Mas não só com pessoas desconhecidas isso acontece. Em família também. Não que eu enxergue maldade em meus familiares, mas eu tenho “preguiça” de ter que conversar, não tenho vontade também de saber da vida de ninguém, não gosto de ficar ouvindo conversas que não quero ouvir, odeio que perguntem sobre a minha vida e acho que perco o meu tempo quando participo de uma festa de família ou de amigos.
Não gosto de muitas pessoas no meu convívio, quanto menos pessoas para dar satisfação e me preocupar, melhor.
Quando sou obrigada a socializar, trato todos com muito amor, educação e empatia. Mas parece que é uma máscara que estou vestindo só para agradar, sabe?