Na prática da psicanálise, é essencial que haja cooperação entre o psicanalista e o paciente. Assim, muitas vezes, são necessárias técnicas diferentes para que cada cliente consiga alcançar seu objetivo. Além disso, há muitas coisas que só um terapeuta pode te ajudar a elucidar. Você sabe o que é um par terapêutico e como ele funciona? Confira agora em nosso texto criado por nossa aluna!¹
Início das práticas psicanalíticas
Quando um sujeito se encontra em uma situação difícil da vida, com dúvidas emocionais e dificuldades racionais. Ou quando ele está em meio a uma confusão de decisões, que o fazem paralisar diante dos desafios e não conseguir prosseguir com sucesso em sua vida cotidiana. Nesse momento, a maioria das pessoas recorrem à análise.
Ao partir para análise, o cliente se depara com um analista que se propõe a ajudar a solucionar os problemas e vencer as dificuldades. Dificuldasdes estas que até o presente momento o incomodam no dia a dia. Então, a partir desse momento, temos a formação do par terapêutico.
Como funciona o par terapêutico?
O par terapêutico, para um bom funcionamento, depende do compromisso de ambas as partes em se dedicar para que as soluções sejam alcançadas. O cliente deve estar disposto a se abrir e expor as emoções para que o analista. Ademais, o analista também deve estar disposto a fazer o melhor trabalho, para que possa alcançar as questões enraizadas e levá-las à luz. Ou seja, ao conhecimento consciente do cliente.
Há muitas variáveis que podem interferir no bom funcionamento do par analítico, uma delas é o fator de transferência do cliente para o analista. Essa transferência pode ocorrer de forma que possa ser mais facilmente trabalhada pelo terapeuta, em que o cliente faz a transferência de sua energia libidinal, o que o possibilita expor com maior facilidade seus conteúdos conscientes e inconscientes. Logo, o trabalho de análise se constrói de forma efetiva e sem grandes problemas interpelando o processo.
Ou essa transferência pode se realizar de forma agressiva, na qual o analisado transfere para o terapeuta sentimentos hostis, de agressividade e rancor, o que pode, por vezes, fazê-lo se fechar para o processo de terapia, dificultando o acesso ao conteúdo do cliente e tornando as sessões, por vezes, desagradáveis para o analisado.
Tipos de transferência no par terapêutico
No primeiro cenário, o terapeuta pode usar o processo de transferência para acessar no analisado muitas informações valiosas. Assim, para que a terapia seja eficiente e para que o paciente venha ter consciência de suas agonias internas e possa lidar com elas mais rapidamente. Porque uma vez que o vínculo do par analítico foi estabelecido, a confiança já permeia o processo.
No segundo cenário, o par analítico passa por dificuldades de comunicação devido a hostilidade por parte do cliente. Por isso, o analista precisa utilizar de mecanismos para estabelecer um vínculo de confiança para que a terapia se faça efetiva.
Devemos entender, também, que toda manifestação por parte do cliente deve ser levada em consideração e analisada dentro dos princípios psicanalíticos. Isso, pois toda e qualquer manifestação, sendo hostil ou não, demonstra algum tipo de emoção ou trauma.
Ou seja, um evento que talvez esteja no subconsciente do analisado e precisa ser trazido à luz, consciente, com a ajuda do analista. Por esse motivo, é de extrema importância que o terapeuta saiba lidar de forma positiva com essas manifestações. Para, assim, guiá-las da melhor forma possível.
Par terapêutico e a racionalização pelo Ego
Uma das maneiras de lidar com a hostilidade e levar o cliente a ver e entender sua transferência agressiva diante do terapeuta é utilizar o método de racionalização pelo Ego.
Assim, nesse método, o analista irá permear os caminhos das técnicas terapêuticas. Isso, para levar o analisado a racionalizar seu conteúdo de forma que o mesmo tenha consciência de seus atos.
A racionalização pelo Ego é umas das maneiras de tratamento possíveis dentro do par terapêutico. O que ocorre quando essa técnica é empregada é um trabalho no qual o analista irá averiguar os conteúdos conscientes e subconsciente do cliente e, aos poucos, tentará levar as questões a serem resolvidas à luz. Ou seja, o terapeuta irá direcionar os pensamentos do analisado para que ele entenda as questões de maneira racional.
Essa terapia é feita respeitando sempre os sentimentos envolvidos. Isso porque estamos lidando com traumas e lembranças traumáticas que podem ser doloridas para o cliente. Porém, também é feita racionalizando os acontecimentos e pensamentos. Para que o analisado possa lidar de forma mais madura e com mais autoconfiança com os traumas e questões internas.
A partir dessa técnica, de racionalização por meio do ego, o intuito é que o analisado perceba a transferência que está ocorrendo no par terapêutico e possa ver que a agressividade empregada não é uma questão direcionada ao terapeuta, mas sim uma questão interna que está sendo exposta na terapia por meio da hostilidade.
Conclusão
Então, cabe ao papel do analista perceber que a transferência está ocorrendo. Para encontrar a raiz dessa questão que está sendo colocada nas sessões e utilizar isso de maneira positiva a favor do cliente. Pois tudo que é colocado para fora é positivo e deve ser utilizado. Dessa forma, seguir pelo caminho da racionalização com o analisado faz com que ele possa transformar sua hostilidade e transferência. Assim, solucionando o problema que o aflige, trazendo o que está escondido no subconsciente para o consciente, saindo da escuridão.
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Por fim, cabe ao terapeuta saber lidar com as manifestações de seus clientes dentro do consultório. Lidando sempre da melhor forma possível e sempre vendo como positivo tudo que for externado para que possa ser solucionado.
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¹O artigo presente foi escrito pela autora Bianca Marinho Pereira, aluna do nosso curso de Psicanálise Clínica.