pedagogia renovada não diretiva

Pedagogia Diretiva e Não Diretiva: 3 diferenças

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O professor é uma das figuras centrais para a formação do ser humano. Por isso, nesse artigo nós vamos falar sobre a pedagogia diretiva. Ainda, nosso objetivo é traçar três diferenças entre as práticas educativas e suas consequências. Confira!

Uma breve introdução sobre o conceito de pedagogia

Para começar a tratar da pedagogia diretiva, primeiro vamos definir o que seria a pedagogia. Queremos lembrar que o conceito de pedagogia aqui deve ser visto de modo mais amplo. Isto é, considerar a pedagogia não como apenas um curso para a formação de professoras de crianças.

Saiba que a ideia de pedagogia envolve as práticas, as técnicas e as estratégias de ensino e de aprendizado. Por isso, a pedagogia é um elemento que faz parte da função de todo docente. Assim, ela está presente em toda as formas de ensino, independente do assunto e faixa etária dos alunos.

O ideal é que todos os professores saibam sobre as práticas de sala de aula. Não é por acaso que as instituições de educação de base, da educação infantil ao ensino médio, exigem que os professores tenham formação comprovada em pedagogia ou licenciatura

O que é pedagogia diretiva?

Uma vez que a ideia de pedagogia está clara, podemos tratar do que é pedagogia diretiva. Saiba que há diversas práticas educativas, e todas têm como objetivo o ensino. Entretanto, há métodos que de forma consciente ou inconsciente trazem consigo outros efeitos. 

De grosso modo, podemos considerar que a pedagogia diretiva é uma abordagem pedagógica em que o professor fala e o aluno reproduz. Isso significa que o estudante deve seguir todas as instruções que lhe são transmitidas. 

Assim, a relação entre professor e aluno está dentro de uma hierarquia. Isso porque na pedagogia diretiva o professor é o único que tem o saber. Dessa maneira, ele é a figura de autoridade central, cabendo a ele todas as decisões ao longo do processo de ensino e de aprendizagem. 

Os problemas da pedagogia diretiva 

O uso da pedagogia diretiva era muito comum. Na verdade, até hoje podemos encontrar alguns de seus resquícios. Entretanto, essa prática carrega consigo alguns problemas, como veremos a seguir. 

  • O aluno não reflete sobre o conteúdo

Uma vez que o professor é que passa o conteúdo, o aluno se torna apenas um mero repetidor. Ou seja, o aluno não reflete sobre aquilo que está aprendendo. Assim, a formação se preocupa mais em criar alunos repetidores, ou para tornar mais claro, papagaios. 

  • Decorar em vez de entender

A pedagogia diretiva também faz com que os alunos decorem os conteúdos. Nesse sentido, não importa o objetivo da lição e sim encher o aluno de dados. Por exemplo, muitos de nós tivemos que copiar e decorar as várias terminações dos tempos verbais do português. 

Entretanto, são raros os casos em que se compreendia a razão das mudanças. Isso porque na maioria das vezes o único motivo para decorar é se sair bem na prova. Ainda hoje, a mesma coisa acontece com os vestibulares.

  • Conhecimentos do aluno são postos de lado

Uma vez que só o saber do professor é válido, as vivências e os conhecimentos do aluno são postos de lado. Ainda, se mantém a ideia de que o aluno é um livro vazio que precisa ser preenchido. E a escola acaba por se considerar, de forma equivocada, a única forma de educação possível. 

Por isso, muitos alunos têm dificuldades em aprender, já que o conteúdo do professor não dialoga com a sua realidade e com as suas experiências. Não é à toa que muitos alunos questionam o que farão com tal conteúdo.

 O que é pedagogia não diretiva?

Diante desses e outros problemas, as práticas pedagógicas têm sofrido mudanças nas últimas décadas. Por isso, tem-se discutido e estabelecido uma pedagogia não diretiva. Entenda que esta funciona de forma contrária às práticas que vimos até agora. 

Por isso, veja as três principais diferenças entre a pedagogia diretiva e não diretiva. 

  1. Professor atua como um facilitador

A figura de autoridade se perde e o professor tem como função facilitar ou auxiliar as atividades do aluno. Assim, percebe-se que há uma alteração na hierarquia na sala de aula.

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    1. Conhecimento vem do aluno

    Se antes o saber do professor era tido como uma verdade única, agora o conhecimento vem por parte do aluno. Assim, na pedagogia não diretiva, as bagagens e as experiências do aluno são muito valorizadas. Ainda, o aluno pode ser visto como o centro do ensino.

    1. Estudo auto suficiente

    Como o professor é apenas um facilitador, ele não ensina tanto. Assim, com esse processo de aprendizagem, cabe ao aluno buscar por si mesmo mais materiais para o seu aprendizado.

    A antipedagogia ou pedagogia não diretiva

    Por mais que a pedagogia não diretiva valorize as experiências do aluno, ela também têm problemas. Isso porque a figura do professor se perde, ou seja, há uma antipedagogia, já que exime as responsabilidades que são próprias do professor. 

    O professor, como um profissional treinado, é quem tem condições de julgar a relevância e as fontes do conteúdo a ser aprendido. Porém, uma vez que o professor não ensina, ele não pode interferir nas práticas pedagógicas. 

    Levando em consideração que cada um possui sua bagagem de experiência, os conteúdos trabalhados não serão sempre os mesmos. Portanto, parece que os assuntos relevantes podem não chegar a todos os alunos.

    Sobre a pedagogia renovada não diretiva

    Entenda que há uma tendência liberal por trás da pedagogia não diretiva. Isso acontece porque existem mudanças não apenas na educação, mas em todas as esferas da sociedade. Nesse sentido, além da transformação da relação entre o educador e o educando, a instituição escolar também sofre modificações.

    Assim, cabe à escola ser responsável pelas questões psicológicas, em meio a tais mudanças. Portanto, o espaço da educação formal precisa estar pronto para que o aluno desenvolva a valorização do seu “eu” sem considerar a experiência da troca.

    Por isso, os critérios pedagógicos deixam de ter a importância que tinham antes. O mesmo ocorre com as questões voltadas aos aspectos sociais. Desse modo, podemos inferir que esse movimento acaba por criar indivíduos mais centrados em si mesmos, sem a preocupação do coletivo

    Considerações finais sobre pedagogia diretiva

    Nesse artigo, nós traçamos um panorama sobre algumas práticas pedagógicas. Colocamos em contraste duas abordagens, a pedagogia diretiva e a não diretiva. Esperamos então que você, leitor, tenha entendido as diferenças entre as duas. 

    Lembre-se que a educação formal faz parte da experiência de todos nós enquanto sociedade. Portanto, é importante conhecer as implicações por trás das escolhas que os educadores e as instituições escolares fazem nos seus cotidianos. 

    Por fim, a forma como experimentamos os processos educativos estão cada vez mais ligados aos nossos processos psicológicos e emocionais. Assim, para compreender melhor os impactos da pedagogia diretiva e como ela nos influencia, faça nosso curso 100% online de psicanálise. Com ele, você vai aprender as principais correntes psicológicas e sua vida não será mais a mesma. 

    3 thoughts on “Pedagogia Diretiva e Não Diretiva: 3 diferenças

    1. Paulo Noé Antônio Luvualo disse:

      De facto, gostei do conteúdo, pois a abordagem é muito clara e objectiva. Não excessos.

    2. Mizael Carvalho disse:

      Parabéns, muito bom artigo! Precisamos ter mais informações sobre esse tema, pois nossas crianças têm muito a nos ensinar. No futuro teremos novidades de prosperidade! Chega de fabricação em série, na educação escolar.

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