Clarice Lispector deserdada da vida

Por que Clarice Lispector se sentia deserdada da vida?

Posted on Posted in Comportamentos e Relacionamentos, Filosofia e Psicanálise, Psicanálise, Teoria Psicanalítica

Por que Clarice Lispector se sentia deserdada da vida? Se você deseja saber a resposta, confira o nosso post sobre essa importante escritora brasileira (nascida na Ucrânia). Então, leia agora mesmo.

Clarice Lispector: biografia

Clarice Lispector nasceu em 1920 na aldeia de Tchetchelnik, na Ucrânia. Filha de pais com origens judaicas que fugiram de seu país por conta da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa. Então, ao chegarem ao Brasil, foram morar em Maceió (AL).

Aliás, vale ressaltar que a grande escritora se chamava Haya Pinkhasovna Lispector, por conta da imigração a solo brasileiro, passou a se chamar Clarice. Com 12 anos de idade, ela e sua família se mudaram para o Rio de Janeiro.

No ano de 1941, Clarice entrou na Faculdade Nacional de Direito e começou a trabalhar como redatora na “Agência Nacional”. Logo, ela passou para o jornal “A Noite”. Em 1944 Lispector se formou em direito.

Por que Clarice Lispector se sentia deserdada da vida: primeiro livro

Após 3 anos de sua formação, em 1944, Clarice publica seu primeiro romance, chamado “Perto do Coração Selvagem”. A obra retrata uma visão interiorizada do período da adolescência. Aliás, o livro foi muito importante, pois abriu uma nova tendência na literatura brasileira.

Sabe por quê? A narrativa da obra quebra a sequência de começo, meio e fim, além de qualquer tipo de ordem cronológica, fundindo a prosa à poesia. Por conta disso, o livro foi provocante tanto para a crítica quanto para o público da época.

Por fim, o sucesso do romance teve ótimas críticas e recebeu o Prêmio Graça Aranha, no mesmo ano.

Viagens e novas publicações

Após o ano de 1944, Clarice Lispector acompanhou o seu marido, que era diplomata de carreira, em viagens no exterior. Algumas obras foram desenvolvidas por ela, por exemplo:

Jornalismo e literatura infantil

Em 1959, após se separar do seu marido, ela voltou para o Rio de Janeiro, acompanhada de seus dois filhos. Com isso, começou a trabalhar no “Jornal Correio da Manhã” e, em 1960, foi para o “Diário da Noite”. Aliás, nesse momento lançou Laços de Família, um livro de contos que recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.

Além disso, ela publicou outras obras infantis. O primeiro foi “O Mistério do Coelhinho Pensante” de 1967, que recebeu o Prêmio Calunga, da Campanha Nacional da Criança. Em 1976, Clarice conquistou o primeiro prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.

Última publicação em vida

No ano seguinte, em 1977, Clarice escreveu a sua última obra publicada em vida “Hora da Estrela”. Aliás, a versão cinematográfica desse romance, que foi dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou vários prêmios. Tais como o do festival de cinema de Brasília e o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.

Clarice Lispector faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, na cidade do Rio de Janeiro. Ela foi vítima de um câncer de ovário e seu corpo foi sepultado no cemitério Israelita do Caju.

Clarice Lispector deserdada da vida

Uma das perguntas que muitos fãs dessa escritora fazem é: por que Clarice Lispector se sentia deserdada da vida? Então, uma das teorias é que ela sentia que havia falhado na sua primeira missão, que era de curar a sua mãe.

Essa história é referenciada no livro “A Descoberta do Mundo” (1984), segundo o
crítico e tradutor norte-americano Benjamin Moser, autor de “Clarice, uma Biografia”. Na obra ele aborda um tema delicado na vida de Clarice: o estupro de Mania Lispector, sua mãe, em 1919. A figura materna da escritora, além de ser vítima dessa violência, contraiu sífilis.

Saiba mais…

Essa situação afetou a escritora, pois seus pais decidiram ter um filho na esperança de encontrar a cura para este terrível momento. Contudo, o nascimento de Clarice não cessou o sofrimento de sua mãe, que morreu dez anos depois por conta dessa doença.

Para Moser, esse episódio, embora tenha acontecido antes do nascimento de Clarice, foi o mais importante de sua vida. Afinal, quando criança, ela conta historinhas a sua mãe para ajudar no seu sofrimento. Por fim, o crítico explica que essa é a grande explicação da origem da escritora Clarice.

QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    Clarice Lispector: principais obras

    Para finalizarmos o nosso post sobre o “por que Clarice Lispector se sentia deserdada da vida?” trouxemos algumas obras dela que vale a pena a leitura. Então, confira os próximos tópicos.

    Laços de família (1960)

    Essa é a primeira coletânea dela que contém, entre as treze histórias, algumas que são as mais célebres da escritora. Por exemplo, “Amor”, que narra a reflexão sobre a existência que uma dona de casa com marido e filhos tem quando vê um cego mascando um chiclete.

    Além disso, os outros contos do livro também trazem personagens que são surpreendidos por uma perturbação da banalidade do seu dia a dia. Com isso, desconstroem a sua realidade e contemplam uma outra filosofia de vida.

    A paixão segundo G. H. (1964)

    G. H. é as iniciais da protagonista e narradora do romance, que ao despedir a sua empregada doméstica, decide limpar o quarto de serviço. Com esse enredo, que aparenta ser bem banal, surge uma das cenas mais conhecidas da literatura brasileira. É o momento em que G. H. esmaga e coloca na boca a barata que encontra dentro do quarto.

    Então, a partir dessa situação acontece a saída da rotina em direção ao selvagem. Essa selvageria, no entendo, já a habitavam nessa mulher.

    A hora da estrela (1977)

    Como já dito, essa é a última obra de Clarice. “A hora da estrela” tem como protagonista a solitária Macabéa, que trabalha como datilógrafa no Rio de Janeiro. Por não ter atrativos, ela passa bastante tempo escutando e namora o nordestino Olímpico, que acaba a abandonando para ficar com Glória.

    A história começa quando a protagonista acaba visitando uma cartomante. Ela revela toda a inutilidade de sua vida, contudo também prevê que Macabéa casará com um estrangeiro rico.

    Considerações finais sobre por que clarice lispector se sentia deserdada da vida

    Como podemos ver, além de ser uma das principais referências na literatura brasileira, a vida de Clarice Lispector também merece um olhar diferenciado. Toda a situação que ela passou em relação a sua mãe contribui, de certa forma, para a sua formação como escritora.

    Talvez, seja por isso que influenciou no seu estilo, que permeia entre a poesia e a prosa, sempre trazendo detalhes cotidianos de espiritualidade.

    Por fim, como podemos ver no nosso post, por que clarice lispector se sentia deserdada da vida é bastante complexa. Por isso, para você que tem interesse em saber mais, é necessário ter boas orientações. Além disso, apostar numa ferramenta que traga um bom conhecimento mais amplo, então conheça o nosso curso de Psicanálise Clínica 100% online.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *