O tratamento psicanalítico e orientado para crianças e adolescentes baseia-se nos mesmos princípios do tratamento dos adultos. No entanto, é modificado para o nível de desenvolvimento da criança. Assim, a psicanálise infantil se trata de uma versão intensiva da terapia lúdica. Nesse contexto, busca abordar os conflitos e os impedimentos do desenvolvimento para encaminhar a progressão.
Com adolescentes, o tratamento se aproxima da psicanálise de adultos. Contudo, o adolescente não é obrigado a deitar no sofá se achar estranho ou desconfortável.
Uma vez que é senso comum que uma criança ainda não tem muitas responsabilidades além de ir para escola, muitos problemas na infância são negligenciados. Nesse contexto, a psicanálise infantil vem para quebrar essa crença, que tem sido bastante prejudicial para o desenvolvimento das crianças.
É necessário entender que crianças têm problemas sim. Dessa forma, é também papel da psicanálise infantil identificá-los a fim de que a criança se abra com relação aos seus medos, sentimentos, e problemas familiares.
A infância é a fase da vida em que vivenciamos experiências que nos marcam para sempre. Assim, por esta razão, precisa de especial atenção.
O que torna a Psicanálise Infantil relevante para o tratamento de crianças?
Embora não exista um requisito para o sofá, a psicanálise infantil funciona como uma análise de adultos. Isso na medida em que procura abordar não apenas comportamentos problemáticos, mas também sua origem.
A frequência das sessões (4-5 vezes por semana com reuniões regulares com os pais, em muitos casos) promove um aprofundamento do relacionamento terapêutico. Assim, nesse contexto, estimula-se disposição da criança para expor vulnerabilidades, preocupações e sentimentos indesejáveis.
A profundidade do acesso a essas áreas, por sua vez, permitem ao psicanalista trabalhar nas fontes do sofrimento da criança e facilitar a obtenção da adaptação ideal.
Que tipos de doenças mentais infantis são tratadas por esse método?
A psicanálise infantil é indicada para tipos particulares de dificuldades com que a criança possa estar vivendo. Isso significa que nem todas as doenças mentais da infância são ajudadas por este método. Assim, às vezes a terapia é feita em conjunto com alguma medicação ou intervenções comportamentais.
No que diz respeito à psicanálise, as restrições para que uma criança participe de uma sessão não estão necessariamente ligadas ao diagnóstico dela. Assim, nem sempre as crianças analisadas já receberam algum diagnóstico. Contudo, as crianças no espectro autista ou psicóticas geralmente podem ser beneficiadas pela psicanálise infantil principalmente se já foram diagnosticadas por um psiquiatra.
Da mesma forma, vícios exigem um tratamento direto antes de considerar a intervenção da psicanálise. Em geral, a psicanálise é mais adequada para crianças que estão manifestando problemas. Isso considerando que estão causando infelicidade suficiente para que haja preocupação com o impacto em suas vidas.
Porque é um tratamento árduo que envolve um esforço sustentado da família, deve haver uma convicção compartilhada de que o desenvolvimento futuro da criança está em risco.
Confira abaixo alguns exemplos de comportamento que geram preocupação e podem ser mediados por meio da psicanálise infantil.
Comportamentos que podem ser modificados a partir da Psicanálise
· Irritabilidade persistente e/ou tristeza com menor interesse ou prazer na vida diária;
· Inibições marcadas que interferem na socialização e/ ou aprendizagem;
· “Regressões” recorrentes em crianças que, de outra forma, têm alto funcionamento;
· Ansiedades excessivas, como ansiedade de separação, algumas fobias e preocupações crônicas;
· Infelicidade com o papel de gênero e gênero;
· Relações altamente conflituosas com os pais e / ou irmãos, apesar de funcionar adequadamente em outros lugares;
· Medo de envelhecer;
· Resistência a assumir as exigências da próxima fase de desenvolvimento, incluindo o apego a padrões anteriores de comportamento de maneira regressiva;
· Má socialização com grupos;
· Falta de vontade de aceitar críticas e/ou excessiva sensibilidade a lesões à auto-estima, com reações como o derrotismo ou a resistência ao aprendizado;
· Extremo perfeccionismo e/ou rituais que interferem na adaptação social ou escolar;
· Reações não resolvidas, persistentes com relação a traumas de infância, como perda de um dos pais, divórcio ou abuso.
Os comportamentos acima podem fazer parte de uma série de “diagnósticos”. Nesse contexto é que faz sentido que a criança seja acompanhada por outros especialistas em conjunto com o psicanalista. Alguns transtornos que podem estar relacionados a esses comportamentos, por exemplo, são:
· obsessivo-compulsivo;
· o déficit de atenção;
· a ansiedade;
· identidade de gênero;
· e depressão infantil.
Assim, enquanto algumas crianças com esses diagnósticos podem se beneficiar de uma terapia comportamental e/ou medicação, a psicanálise infantil é indicada quando a criança (e a família) ainda está lutando com as consequências da doença. Além disso, é relevante o seu papel no desenvolvimento e adaptação da personalidade, quando a criança ou seus responsáveis querem a oportunidade de explorar o significado de seus sintomas.
Além disso, quando a perturbação residual e o impacto contínuo no desenvolvimento são observados pelos pais, surge o interesse pela terapia.
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Por que a terapia requer tanto tempo e esforço?
Para que o analista se torne uma pessoa significativa na vida da criança, ele ou ela deve se tornar parte dela. Assim, é necessário ter tempo para entender como a família trabalha em profundidade. As crianças não revelam seus pensamentos e sentimentos mais íntimos prontamente.
Por essa razão, as palavras muitas vezes não são suficientes ou não são significativamente usadas para expressar a experiência interior.
A capacidade de usar palavras por conta própria a fim de explorar a mente é uma conquista de desenvolvimento que geralmente só é possível na adolescência. Assim sendo, o relacionamento com o analista é um fator-chave no processo de tratamento. Ele permite que gradualmente a criança expresse sentimentos e conflitos mais íntimos.
Existem outras formas de tratamento baseadas na psicanálise?
Sim, há psicoterapia psicodinâmica infantil e psicoterapia entre pais e filhos. Nestas psicoterapias, o tratamento é se desenvolve a partir dos mesmos princípios, mas a frequência é reduzida para 2-3 vezes por semana. Para algumas crianças e adolescentes, a psicoterapia, embora não seja um tratamento tão profundo, pode ser eficaz. Isso especialmente se o problema parecer situacional e/ou não profundamente arraigado.
A psicoterapia de pais e filhos é uma intervenção informada pela psicanálise. Nesse contexto, aborda as dinâmicas problemáticas mãe-bebê ou pai-mãe-bebê que estão criando risco para o desenvolvimento da criança. Assim, o tratamento é conduzido com a díade ou tríade para ajudar os pais a entenderem seus bebês e facilitar sua sintonia emocional e sensibilidade às necessidades específicas de desenvolvimento.
Considerações finais
Estar preocupado com a saúde psicológica do seu filho, bem como procurar alternativas para que ele se sinta melhor e se torne mais confiante e consciente, vai sem dúvida, promover seu pleno desenvolvimento. Assim, isso o ajudará a se desenvolver e se tornar uma pessoa de sucesso. Assim sendo, essa conquista é feita se expressando bem, propondo soluções, estudando melhor, com autocontrole, a partir de boas relações familiares, sociais.
Nesse contexto, fica óbvio o quanto vale a pena o investimento. Isso porque ajuda a evitar sofrimentos no futuro e situações mal resolvidas, as quais geram peso por toda uma vida.
Assim sendo, você já deve ter notado como a psicanálise é importante para proporcionar o desenvolvimento adequado das crianças, não é mesmo?
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Assim, seja lá qual for o seu objetivo, não deixe de se especializar. De maneira similar ao que se observa para a psicanálise infantil, outras áreas também podem te ajudar. Isso como psicanalista ou indivíduo.