Psicanálise na gravidez: benefícios para mãe e bebê

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Gravidez é transformação e mudança, não somente no sentido físico. Ao longo de nossa vida, qualquer pequena mudança pode causar angústias, dúvidas, incertezas e ansiedades. Assim, com a gravidez, uma das maiores mudanças na vida da mulher, todos esses sentimentos vêm à tona de uma maneira muito mais intensa.

Gerar um filho não é um processo igual, psicologicamente falando, para todas as mulheres. Algumas, não se sentem mães até segurarem seus filhos. Outras, por outro lado, sentem um amor profundo desde que recebem o exame positivo. Até mesmo as mães que se prepararam para a gravidez podem sofrer um turbilhão de emoções que não esperavam. Dessa forma, por essa razão, passam a odiar essa nova mudança.

Nesse contexto, a psicanálise na gravidez é uma forma de ajudar a mãe a lidar com esses sentimentos. Ademais, ajuda-se a compreender melhor a condição de maternidade e a forma como encara todo esse processo. Conheça mais sobre os benefícios!

Características psicológicas da gravidez

Não só durante a gestação que a mulher precisa de apoio psicológico. Assim, o parto, pós-parto e amamentação também levantam questões que podem afetar a saúde mental. Não é a toa que existem tantos casos de depressão pós-parto, quando muitas mulheres relatam que não sentem conexão com o bebê ou não se sentem mães.

Transição

A gravidez é um período de transição. Dessa forma, as mudanças ocorrem no corpo e também socialmente. A mulher deixa de ser filha e passa a ser mãe, assumindo um novo conjunto de responsabilidades. Para muitas, fazer essa transição pode ser motivo de uma ansiedade extrema.

Assim sendo, levanta medos sobre não conseguir assumir esse novo papel de ser mãe.

Conflitos

Segundo Freud, durante a gestação surgem muitos sentimentos de conflitos à sexualidade e identidade sexual. Isso além de angústias e narcisismo. Assim, são muitos os sentimentos que se contrapõem o tempo todo, como extroversão e introversão, amor e ódio, felicidade e tristeza… Dessa forma, a ambivalência é algo comum em qualquer gravidez.

Pode-se dizer também que esses conflitos têm raiz hormonal. No entanto, podem vir a inexperiência da gestante em lidar com emoções e a sua falta de autoconhecimento. Assim, a psicanálise ajuda a mulher a descobrir a raiz desses sentimentos, que muitas vezes não é hormonal. Dessa forma, pode aprender a lidar com eles.

Conflitos com o pai ou com a mãe resulta em uma situação de mal-estar que a Constelação Familiar denomina emaranhado.

A importância para a mãe o bebê

Quando a mãe vai bem, o bebê vai bem. E não somente na questão da nutrição e cuidados básicos: psiquicamente, o estado da mãe influencia no bebê. A criança nasce enxergando o mundo através das mães, até que aos poucos vai se desenvolvendo e desvinculando-se dessa conexão.

A depressão é um tema muito falado hoje em dia, até por ser uma doença que afeta grande parte da população. Na gravidez, a possibilidade de desenvolver depressão é ainda maior: esses sentimentos conflituosos e a ansiedade fazem a mistura perfeita para que ocorra um desequilíbrio emocional.

Depressão pós-parto

A relação entre mãe e filho é o que direciona como a psique do bebê vai se desenvolver. Se o bebê for rejeitado, se não tiver esse primeiro momento de enxergar o mundo através da mãe, ele também terá possibilidades de desenvolver transtornos.

O acompanhamento psicanalítico desde o inicio da gravidez contribuirá para que a futura mãe tenha menos chances de desenvolver a depressão pós-parto. Assim, por consequência, afetar o desenvolvimento do bebê.

Além disso, as mulheres que desenvolvem esse transtorno possivelmente possuem problemas não resolvidos. Quem sofreu abusos na infância e não fez terapia, por exemplo, carrega um trauma que pode vir à tona durante a gravidez.

O bebê

Bebês humanos não são capazes de sobreviver sem ajuda de um humano mais velho. No reino animal, os filhotes nascem e se desenvolvem tão rápido que em poucas horas já sabem andar. Contudo, o bebê humano é dependente de tudo, para se movimentar, alimentar e aprender a viver em sociedade.

Trazer um bebê humano vem com grandes responsabilidades. Por isso, a mãe e o pai precisam estar psicologicamente preparados para tamanha responsabilidade, afinal, uma vida estará em jogo.

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    Toda essa responsabilidade é motivo de grandes angústias. No entanto, deixar-se tomar por essas emoções não trará benefícios para o bebê. Um dos pontos positivos da psicanálise é ajudar a mãe a não ter medo da responsabilidade, além de ter consciência de que errar faz parte.

    Amamentação

    O corpo funciona bem se a mente vai bem, e o contrário também é verdadeiro. Vemos hoje dados que mostram que muitos bebês não são amamentados até os 6 meses de idade, mesmo que suas mães queiram. O motivo: o desconforto causado e a produção insuficiente de leite, que além de afetar o bebê fazem com que a mãe se sinta culpada e ainda mais ansiosa.

    Amamentar é o primeiro jeito que a mãe mostra para o filho os sentimentos que tem por ele. Assim, eles se conectam e a criança começa a se desenvolver em todos os sentidos através de sua mãe. Ela é fundamental para sua saúde e para o seu desenvolvimento emocional.

    O ato de amamentar pode ser afetado por alguns sentimentos inconscientes que a psicanálise ajuda a descobrir e ressignificar. Por exemplo, o seio acabou se tornando um símbolo de sexualidade na sociedade. Então, algumas podem inconscientemente estar se sentindo erradas de amamentar um bebê, sem nem saber o porquê.

    Sexualidade

    Como vimos acima, a gravidez faz com que a mulher levante questões sobre a própria identidade sexual e a sexualidade. Como diz Freud, sexualidade é uma pulsão humana. Ou seja, é algo que acontece sem nosso controle total, como a fome e a morte.

    Para ser capaz de criar um humano saudável, física e mentalmente, é preciso ter uma relação boa com questões ligadas à sexualidade. A nossa sociedade possui regras que, muitas vezes, nos fazem “guardar” pulsões sexuais no inconsciente. Apesar de não nos darmos conta, elas continuam lá, interferindo na nossa vida.

    A psicanálise ajuda a entender que sexualidade não tem relação com o ato de fazer sexo, propriamente dito. A pulsão sexual é uma energia que nos move e que está presente durante todo o nosso dia. Tem a ver com a percepção de si mesmo, autoestima, segurança e confiança. Tem a ver com estar em paz com os próprios sentimentos.

    Lidar com questões relacionadas à sexualidade é importante para a mãe, que sentirá menos angústias e terá menos chances de desenvolver transtornos. E para o bebê, que será criado em um ambiente saudável, sabendo os limites do certo e errado e desenvolvendo-se de forma saudável.

    Saúde mental faz diferença na gravidez

    Nunca é tarde para fazer psicanálise. Seja no final da gestação ou já na amamentação, ainda há tempo de resolver questões e transformar a experiência da maternidade em algo positivo.

    Estar bem consigo mesma é essencial para que o bebê cresça bem de saúde física e mental. É um benefício para a mãe e o bebê. É deixar de perder tempo com pensamentos irrealistas e dar lugar aos realistas.

    Caso você não esteja grávida, mas se interesse pelo tema, confira o nosso curso sobre Psicanálise Clínica EAD. Ele te capacitará para lidar com a gravidez e relacioná-la a vários outros conflitos. Um exemplo é o caso das mães que engravidam na adolescência. Trata-se de uma ocasião extremamente conflituosa, que merece a atenção de alguém.

    Assim sendo, ou procure um psicanalista para ser ajudada, ou transforme a experiência da gravidez ajudando alguém!

    1 thoughts on “Psicanálise na gravidez: benefícios para mãe e bebê

    1. Evangelista Damasceno Santos disse:

      Ótimo texto. muito esclarecedor

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