O estudo que Freud pretendeu operar sobre a dinâmica dos grupos não se enquadra, especificamente, no âmbito da teoria e das técnicas que caracterizam as metodologias analítico-grupais (como ao contrário acontece com a metodologia inaugurada por W. Bion). Mas, sim, demonstra indiscutivelmente um elevado valor metapsicológico e especulativo. Em vista disso, falaremos sobre a “Psicologia das massas e análise do Eu”.
Esse ensaio é uma obra em que Freud se propõe a responder à questão do que era a alma da grupalidade. Assim, ele assume uma importância decisiva para o meio social. Não deixe de acompanhar a leitura e aprender mais sobre esse assunto tão relevante para os psicanalistas.
O que é psicologia social?
De acordo com o psicólogo Gordon Allport, a psicologia social é uma disciplina que usa métodos científicos para “compreender e explicar como os pensamentos, sentimentos e comportamentos dos indivíduos são influenciados pela presença real, imaginada ou implícita de outros seres humanos”.
Essencialmente, a psicologia social trata de compreender como o comportamento individual de cada pessoa é influenciado pelo ambiente social em que esse comportamento ocorre. Você, provavelmente, já percebeu que outras pessoas podem ter uma grande influência em seu comportamento e nas escolhas que você faz.
Faça uma análise de si própria
Pense em como você se comportaria em uma determinada situação se estivesse sozinho. Agora, pense nas decisões que você teria feito na mesma situação se estivesse com outras pessoas na sala.
As decisões que você toma e seu comportamento podem depender não apenas do número de pessoas presentes, mas também das pessoas ao seu redor. Por exemplo, é provável que você se comporte de maneira bem diferente se estiver com um grupo próximo de amigos e se estiver com colegas de trabalho ou supervisores.
A psicologia social cobre uma ampla gama de tópicos sociais:
- comportamento de grupo (percepção social);
- comportamento não verbal (conformidade);
- agressão (ferimentos).
É importante esclarecer que a psicologia social não trata apenas de observar as influências sociais. A percepção social e a interação social também são essenciais para a compreensão dos comportamentos sociais.
A maneira como uma pessoa vê os outros (e como ela acha que os outros a veem) pode desempenhar um papel determinante em uma ampla variedade de ações e decisões.
Como a psicologia social e análise das massas difere de outras disciplinas?
É importante distinguir a psicologia social de alguns tópicos semelhantes e relacionados. Na verdade, a psicologia social é frequentemente confundida com a sabedoria popular, psicologia da personalidade e sociologia.
Então, o que torna esta ciência diferente das outras?
Ao contrário da sabedoria popular, que se baseia em observações anedóticas e interpretações subjetivas, a psicologia social usa métodos científicos e estudo empírico dos fenômenos sociais.
Os pesquisadores não apenas adivinham ou presumem a maneira como as pessoas se comportam, mas também projetam e realizam experimentos que revelam relacionamentos entre diferentes variáveis.
Saiba mais…
Enquanto a psicologia da personalidade se concentra nos traços, características e pensamentos individuais, a psicologia social se concentra nas situações.
E embora existam várias semelhanças entre a sociologia e a psicologia social e análise das massas, os sociólogos estão interessados nas situações e culturas que influenciam o comportamento das pessoas.
A análise do EU
Idealizado por S. FREUD, o tema é o estudo da estrutura mental, em uma teoria dos lugares, o que se torna importantíssimo para refletir sobre a massa e análise do EU.
É a diferenciação de partes do aparelho psíquico em sistemas dotados de características e funções diferentes e dispostos em uma determinada ordem. Na teoria psicanalítica, o tópico revela as relações entre as três instâncias de Id, do Ego e do Superego, bem como todos os fenômenos que aí ocorrem.
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É uma metáfora que permite especializar os lugares psíquicos
1º tópico:
Data da ciência dos sonhos, entre 1900 e 1915. Existem então três sistemas (o Inconsciente, o Pré-Consciente e o Consciente) cada um tendo sua função, seu tipo de processo, sua energia de investimento e seus contornos representativos.
Entre esses três sistemas estão as eclusas de descompressão, censores, cuja função é controlar a passagem de um sistema para outro. A ordem de execução é sempre a mesma.
A direção é “progressiva” (Inconsciente, Pré-consciente, Consciente) ou “regressiva” (Consciente, Pré-consciente, Inconsciente). Uma representação, portanto, nunca pode passar do Consciente para o Inconsciente, nem inversamente do Inconsciente para o Consciente.
Núcleo Patogênico
O “núcleo patogênico ” é um núcleo que pode dar origem à patologia. É formado pela repressão, mas também está lá desde o início, de forma filogenética. Assim, o comportamento de um indivíduo pode surtir efeito na massa social.
Cada sistema é formado em camadas, as memórias sendo dispostas em torno do núcleo patogênico, em ordem cronológica, mas também lógica.
O despertar (ou reintegração da memória do inconsciente no consciente) ocorre de acordo com uma procissão que cruza as censuras (censura entre Inconsciente e Pré-consciente, censura entre Pré-Consciente e Consciente).
2º tópico:
Foi desenvolvido a partir de 1920. Compreende três sistemas, o (pólo motor), o ego (interesse da totalidade da pessoa, razão + narcisismo) e o superego (agente crítico, interiorização das proibições e requisitos).
Para explicar todos os fenômenos mentais, Freud virá adicionar o Ideal do Ego (muito investido narcisicamente).
O segundo tópico envolve conflitos intersistêmicos, mas também intra-sistêmicos. Na ambivalência, por exemplo, existe um conflito gerado pela dualidade pulsional dentro do mesmo sistema, o Id (conflito intra-sistêmico).
O segundo tópico enfatiza, portanto, a dependência entre os sistemas. Torna possível perceber, por exemplo, que a sublimação permite tanto a satisfação do ego quanto a satisfação das demandas pulsionais. O segundo tópico revela melhor a forma como o sujeito é construído e percebido.
Comportamento da massa
Assim, é possível identificar como a massa se comporta: através do comportamento individual que se pode tornar coletivo, dependendo da situação onde se encontram.
A massa é regida por indivíduos que automaticamente, ao se agruparem (grupalidade), formam um comportamento prático igual ou semelhante entre os indivíduos que habitam um mesmo meio social.
Considerações finais sobre Psicologias das Massas e Análise do EU
Freud explica a psicologia das massas como uma fonte de riqueza psíquica, uma vez que a influência de terceiros sobre nossas atitudes e comportamentos refletem o quão importante esta obra é para a psicanálise. Logo, podemos perceber as relações das identidades individuais com o meio social e comportamento.
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8 thoughts on “Psicologia das massas e análise do eu”
Excelente texto. Sucinto, porém com uma clareza de idéia que torna mais fácil compreender a psicologia das massas.
Obrigado pelo artigo, ajuda bastante a entender esse tema tão difícil. Nas massas, em que um líder pode assumir a posição dominante, aspectos de sugestão, alívio pulsional, descarga libidinal, permitem a vivência de desejo ou sentimento reprimidos, pela dissolução da responsabilidade, um afrouxamento do Superego.
Obrigado!
Obrigada pela postagem desse artigo com esse tema tão relevante para a sociedade atual, em meio a tantos conflitos, externos eprincipalmente o conflito interno em busca de si mesmo.
Parabéns!!!
Muito bom e esclarecedor, gostei
Fala-se também em efeito manada, quando um toma uma decisão e os outros até mesmo sem querer tomam a mesma decisão. Legal!
Mais um tópico que leva à questão do livre arbítrio. Abraço.
Excente artigo, esclarecedor com um assunto muito atual e que ainda precisa ser melhor explorarado.
Excelente texto parabéns