psicopatologias

Psicopatologias: Defesas ou doenças?  

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Hoje falaremos sobre as psicopatologias. Sempre buscarei uma tentativa e embasamento na origem “das coisas”, penso que se entendemos melhor o ponto de partida, a formação, o desenrolar daquilo que nos envolve, nos aproximamos de melhores explicações e principalmente das causas e efeitos mais reais e tentando eliminar a subjetividade ou nossa própria parcialidade; penso que caminhamos para um “é o que é”, e pronto.

Entendendo sobre as psicopatologias

O que seria ou será de nossa ciência se a habilidade do saber buscar informações, escavá-las e principalmente interpretá-las da forma mais imparcial possível não for também desenvolvida e evoluída dia a dia?

Entramos aqui na questão das psicopatologias, tudo que as cerca e para um melhor entendimento do que estamos abordando, cabe uma breve explicação.

Falamos (por definição em materiais disponíveis em fontes de pesquisa) da área do conhecimento que estuda estruturas cerebrais como reflexos de doenças mentais. A psicopatologia busca os conhecimentos referentes aos estados psíquicos que estão relacionados a patologias e alterações mentais, portanto, ligada à medicina.

As psicopatologias dividem-se em dois segmentos

  1. A explicativa: onde existem supostas explicações, de acordo com conceitos teóricos. Baseada em modelos teóricos ou achados experimentais que buscam esclarecimentos quanto a origem e causa de transtornos mentais. Pode seguir as orientações da psicodinâmica, ou cognitiva, existencial, biológica ou social, etc.
  2. A descritiva: consiste de duas partes distintas, através da observação do comportamento e a avaliação empática da experiência subjetiva. Ou seja, na psicopatologia descritiva o conceito de empatia é um instrumento clínico que precisa ser utilizado com habilidade para medir o estado subjetivo interno de outra pessoa (fonte: www.educamaisbrasil.com.br); e parece ser aqui que nossa ciência mergulha e busca por mais informações e fundamentação quanto a auxiliarmos as pessoas na solução da vivência de efeitos em sua vida, causados por “coisas desconhecidas”, ou digamos, “soterradas”, escondidas, protegidas por um sistema que talvez sabiamente, nos proteja de nós mesmos.

Um manual sem problemas funcionais

Caminhando com as questões psicopatológicas, adentramos em inúmeras classificações e mapeamentos, observamos uma certa forma de padronização quanto as nossas respostas psíquicas ao meio “em forma de transtornos”, tentam dar padrão as respostas psíquicas de uma espécie que responde de forma diferente muitas vezes à mesmos estímulos. O que chama atenção também é a quantidade de transtornos aos quais não só estamos sujeitos, mas enfrentamos.

São vários transtornos, categorizados inclusive num extenso manual originado em 1952, com uma revisão mais recente em 1994, conhecido como DSM-IV, ou Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais; pois é, ironicamente, perdoem-me pela expressão e corrigindo, cientificamente temos um “manual de problemas funcionais” registrado.

Nossos transtornos apresentam-se das mais variadas formas e classificações; mas o que propriamente quer dizer a palavra em sua essência?

O que é transtorno

TRANSTORNO, do latim TRANS (através), mais TORNARE (fazer dar voltas, arredondar), ou seja, olhando para o funcionamento do nosso sistema, de nossa estrutura psíquica, temos novamente a identificação de que quando nossas causas internas (EU, ID) não encontram SOLUÇÃO, EQUILÍBRIO em detrimento ao melhor alinhamento com o meio externo (Ego/Superego), não direcionamos a simples resolução de sim ou não (executamos ou nos damos por convencidos da não execução) estas causas ganham um fluxo contínuo, um ir e vir dentro do nosso sistema, um looping contínuo e inacabado que gera essa quantidade enorme daquilo que denominamos transtornos.

Parecemos ser uma espécie dotada de uma estrutura dependente de respostas práticas, objetivas e fundamentadas na verdade, somos dependentes simplesmente de sim ou não, e reforço mais uma vez que o TALVEZ acrescentado em nossas vidas, e cada vez mais presente diante da necessidade de inúmeras possibilidades que nós mesmos criamos na tentativa de preenchermos nossas frustrações pela não adoção de sim ou não, nos coloca em desequilíbrio, nos coloca em transtornos.

Cabe aqui uma observação quanto a algo importantíssimo em nossa estrutura funcional e que tem ligação direta e definidora quanto aos nossos traumas, frustrações, transtornos, que é a imensa energia vital, pulsional e motriz e que devido aos talvezes gerados por nós em função da busca por opções que possam nos recompensar de forma mínima quanto aos nossos desejos, vontades, repartimos em inúmeras direções e opções essa energia e não damos pleno direcionamento e funcionamento a nós mesmo e ao que realmente nos interessa e somos capazes de desenvolver, e com isso, nos transtornamos.

Conflitos e traumas

Quando analisamos o contexto exposto até aqui, parece termos um fluxo positivo e objetivo de funcionamento ao qual entendendo que buscarmos por opções para aquilo que queremos (como exemplo: quero, desejo ter um aparelho celular mais moderno e que me gere status devido sua marca, mas como financeiramente não consigo no momento, encontrarei formas possíveis de comprá-lo, seja trabalhando mais, seja me privando de outras coisas, seja adquirindo algo paliativo, seja dividindo no maior número de parcelas possíveis), mas que no fundo só nos abre uma infinidade de talvezes, de possibilidades vazias que incluímos as nossas vidas, incluímos e mesmo impomos ao nosso próprio sistema, irão sugar e tirar o direcionamento da nossa melhor energia, não gerarão satisfação plena e resolução definitiva de nossos desejos e vontades e iniciarão um processo de transtornos, conflitos, traumas, de irrealidades e inverdades próprias, é o eterno conflito entre o IN Consciente (interno, Eu, ID) e o Consciente (Externo, EGO, Superego).

Por que discorrer pensamentos e embasamentos deste tipo, tentando relacionar as psicopatologias?

A proposta é criarmos cada vez mais uma relação de causas e efeitos do nosso funcionamento estrutural psíquico (interno) com o meio (externo), e tentando cada vez mais evidenciar que nosso sistema opera de forma funcional simplificada onde a base de tudo é a verdade e a solução de nossos conflitos resume-se em sim ou não.

O que foge disso e passa a alimentar por outras vias o nosso sistema, como forma de “burlar” o nosso próprio não convencimento “das coisas”, traz os bugs, os transtornos.

Como os transtornos são a pauta desta abordagem, quero destacar aqui um deles que particularmente chama-me atenção, não só por cada vez mais acometer um número expressivo e crescente de pessoas de todas as idades e características, alastrando-se exponencialmente, mas ao que nos remete quando o analisamos mais primitivamente, que é a ansiedade.

As psicopatologias e os mecanismos de defesa

Conforme estudos e textos já divulgados, temos que as raízes da ansiedade estão ligadas às reações de defesa dos animais em face de estímulos que representam perigo/ameaça à sobrevivência, ao bem-estar ou à integridade física das diferentes espécies.

A questão é que em relação a espécie humana, temos transformado este “instinto protetivo” em transtorno; mas o que a nossa evolução e a transformação do meio por nós, bem como nossa adaptação a tudo que nós mesmo criamos, alteramos tem influenciado este mecanismo de defesa, sob a ótica mais primitiva das espécies?

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    Parece que em função das várias adversidades que “o mundo” nos apresenta, as inacabáveis informações trágicas que acessamos cada vez mais remotamente e de forma facilitada frente à interpretação de cada uma das adversidades que identificamos como perigos/ameaças, muitas vezes o simples “perder o emprego”, nos faz manter nosso sentido protetivo ao qual denominamos ansiedade, em constante funcionamento, em constante estado de alerta e para diferentes alertas, e sabemos bem que qualquer mecanismo que trabalhe em excesso, que atue fora de seu funcionamento “normal”, que seja sobrecarregado, certamente sofrerá alterações, terá desgastes, terá desvios, transtornos e trará inclusive, caso não ajustado, outras disfunções.

    Conclusão sobre psicopatologias

    Quando nos colocamos numa condição avaliativa mais primitiva quanto nossa espécie e mesmo em comparação às outras espécies, fica claro que nossos mecanismos de defesa, estrutura psíquica, todo nosso sistema é desenvolvido para nos proporcionar a melhor vivência, preservação e satisfação possíveis, com o mínimo de esforço possível, mas todo o meio e as intempéries nele geradas por nós mesmos, estão nos sobrecarregando dia a dia.

    Pois as preocupações cotidianas parecem acumular-se cada vez mais sem conseguirem boas soluções e assim não geramos respostas conclusivas e definitivas a nós mesmos, deixando várias lacunas de insatisfação, incertezas, ameaças, perigos. Sem a evolução do conhecimento próprio e a aplicação deste, nos colocaremos cada vez mais em condição de bombas relógio, que acumulam energia negativa e ganham em si mesmas um poder muito destrutivo.

    Artigo escrito por Alison C. Marcolongo ([email protected]), paulista, nascido em 1976 na cidade de Araraquara. Sempre motivado a tentar auxiliar de alguma forma o melhor entendimento do ser humano por ele mesmo, tento aprender e ser mais sábio diariamente, bem como trocar esta sabedoria adquirida com o meio constantemente, visando um legado construtivo e colaborativo. Administrador de empresas com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV. Um apaixonado por pessoas.

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