O psiquismo é um termo usado para se referir à mente ou à alma humana. É um conceito complexo que tem sido estudado por filósofos, teólogos e psicólogos há séculos.
Se a clínica em psicopatologia permite estabelecer fatos, a teoria busca dar uma explicação racional. Essa explicação, no campo da psicopatologia e da psicanálise, é sintetizada em um modelo geralmente denominado de psiquismo.
Propor um modelo é entrar em uma abordagem instrumentalista, que rompe com as concepções psicológicas subjetivistas ou metalistas.
Esta forma de conceber o psiquismo está em ruptura com as psicologias da mente ou do espírito que supõem com os pensamentos e as várias representações uma existência substancial para que tivessem uma virtude de verdade e fossem para si próprios a sua explicação.
Estamos em um paradigma completamente diferente. Aqui, a mente é puramente baseada em fatos e a explicação deve ser construída em um nível teórico, uma teoria que se resume em um modelo improvável, o da psique.
Modelo teórico
Este modelo teórico, essa estrutura corresponde a algo no homem? Existem duas respostas possíveis para esta pergunta. Ou não nos preocupamos com isso, e então assumimos uma postura epistemológica denominada “instrumentalista”.
Existem duas abordagens principais para o modelo teórico do psiquismo: a abordagem instrumentalista e a abordagem realista.
Ou assumimos que há algo nisso e adotamos uma postura dita “realista”. Não é fácil escolher entre as duas respostas e vamos ver o porquê:
- A primeira resposta instrumentalista é epistemologicamente perfeitamente aceitável e adequada. O modelo do psiquismo explica de alguma forma os fatos clínicos e nada obriga a dar-lhe uma existência real. No entanto, essa resposta é insatisfatória. Ela deixa em aberto a questão de saber o que gera os comportamentos e sintomas, e é difícil sustentar que “nada” pode produzir fatos verificáveis.
- Quanto a segunda resposta realista, ela requer a definição da natureza, da entidade que supostamente existe, e então nos deparamos com uma grande dificuldade que é muito difícil de definir.
Freud
Freud, com a sua “metapsicologia”, é o primeiro a ter dado um modelo do psiquismo. Mas, sempre permaneceu vago sobre a natureza da psique e isso não é sem razão. A posteriori, podemos dizer que o obstáculo vem do fato de o psiquismo não ser homogêneo.
É uma entidade mista dentro da qual os aspectos biológicos, cognitivo-representacionais e socioculturais estão intimamente misturados, de modo que não pode receber um status ontológico unificado.
Uma definição da psique
A psique pode ser definida como um sistema complexo de processos cognitivos, emocionais e comportamentais que são influenciados por fatores biológicos, sociais e culturais.
A psique é antes de tudo uma entidade teórica, um modelo construído a partir dos comportamentos emocionais e relacionais dos indivíduos humanos para explicá-los. Por modelo entende-se um sistema distraído e simplificado que permite explicações e previsões.
Na psicopatologia, a clínica permite estabelecer os fatos e a teoria busca dar uma explicação racional. Essa explicação, no campo da psicopatologia, é resumida em um modelo da psique muitas vezes denominado estrutura psíquica, porque esse modelo forma um todo estruturado.
Além disso, por meio de componentes cognitivo-representacionais, a psique junta influências sociais e culturais. É dentro da psique que a energia pulsional de origem biológica se transforma em um processo que vai gerar parte do pensamento e do comportamento humano.
Seguindo esta introdução, podemos definir a psique da seguinte forma:
- Existe uma entidade complexa, identificável em cada indivíduo humano e que gera os comportamentos, traços de caráter, tipos de relacionamento, sentimentos, sintomas, etc., descritos pela clínica.
- Esta entidade evolui ao longo da vida individual e adquire conteúdos que dependem de fatores relacionais, educacionais, sociais, biológicos e neurofisiológicos.
- É possível construir um modelo teórico racional e coerente desta entidade a partir dos fatos clínicos. Este modelo tem, em primeiro lugar, um valor operacional, o de explicar a clínica integrando as diferentes influências que atuam sobre o indivíduo humano.
- A entidade inclui aspectos neurobiológicos e cognitivo-representacionais que nem sempre são separáveis. Integra influências relacionais, culturais e sociais e, finalmente, fatores biológicos individuais.
- A partir daí, entendemos que o termo “realidade psíquica” é inadequado. A realidade empírica é baseada em fatos e a psique, que é uma entidade assumida a partir dos fatos clínicos, não se funde com eles.
Qual o significado do psiquismo?
Quando falamos sobre o funcionamento psíquico do ser humano, devemos distinguir os elementos que constituem a mente, os níveis de funcionamento da mente e o processo evolutivo através do qual a mente se desenvolve.
O psiquismo é essencial para o funcionamento humano. Ele nos permite compreender o mundo ao nosso redor, nos relacionar com os outros e expressar nossas emoções.
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Processos de maturação estruturam o organismo, e o meio social e físico facilita, inibe ou distorce esses processos.
O psiquismo se constrói nas relações constantes entre a criança e os adultos que dela cuidam as interações humanas consistem em pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Emoções da psique
Nos primeiros meses de vida, o bebê se engaja principalmente em emoções, sensações, movimentos motores e vocalizações. Ele opera no nível de funcionamento mental conhecido como processo primário, ou conhecimento implícito.
Com o amadurecimento do sistema nervoso e o surgimento da linguagem, a criança terá cada vez mais acesso ao funcionamento mental consciente e racional. Funcionamento que amadurece plenamente por volta dos 10-12 anos, também denominado “pensamento hipotético-dedutivo”.
Os ingredientes da psique são pensamentos, emoções e comportamentos, embora haja dois níveis de funcionamento: o nível consciente e o nível inconsciente. O processo evolutivo é aquele conjunto de processos maturacionais do organismo, em interação com o meio ambiente.
Como isso ajuda a moldar nossa mente?
Assim que a criança nasce, ela passa a interagir com o meio ambiente, com os pais e com movimentos automáticos. Aos poucos, graças à interação com os adultos, ele começará a finalizar suas ações para viver no mundo.
O que a criança aprenderá no início de sua vida é o clima determinado pelas pessoas ao seu redor. A criança usa os primeiros ingredientes de que dispõe, emoções e movimentos musculares (comportamento).
As emoções básicas são: raiva, medo, dor, alegria, nojo.
Nível afetivo-emocional
O nível de funcionamento será predominantemente o nível afetivo-emocional, portanto o nível inconsciente-não verbal. A criança não entende as palavras dos adultos, mas entende suas experiências emocionais. Seu corpo pode entender se outras pessoas estão experimentando emoções agradáveis ou desagradáveis.
Se ele sente perigo, ele se enrijece, se ele se sentir seguro, pode relaxar. É intuitivo entender que o medo nos leva a contrair, a segurança a relaxar.
Se a criança pode confiar, então relaxar na maior parte do tempo, então ela pode desenvolver suas predisposições naturais, experimentar, e assim entender o que gosta de fazer e o que faz de melhor. Em suma, ele pode começar a construir sua maneira de existir no mundo.
Se, por outro lado, ele tiver que se defender na maior parte do tempo, porque se sente ameaçado, então terá que ativar suas habilidades nesse sentido e haverá pouco espaço para experimentar.
Considerações finais sobre psiquismo
O psiquismo tem uma origem diretamente ligada aos fatores sociais e culturais que estão presentes no dia-a-dia para moldar a mente de um indivíduo. Este processo ocorre desde os primeiros meses de vida e se estabelece ao longo de toda ela.
A psique, com o poder de distinção do ID, ego e SuperEgo, apresenta uma interpretação do que realmente é o psiquismo, variando entre os comportamentos comuns e as neuroses.
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One thought on “Psiquismo: o que é, qual significado”
sim foi muito esclarecedor gostei muito