filosofia de Santo Agostinho

Santo Agostinho: biografia e filosofia patrística

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Santo Agostinho, também chamado de Aurelius Agostines ou Agostinho de Hipona, foi um dos maiores filósofos da era patrística, considerado doutor da Igreja Católica. Nesse sentido, criou bases teóricas com doutrinas sobre o cristianismo, que, embora já existisse, não possuía uma doutrina para fundamentá-las.

Portanto, Santo Agostinho foi o precursor na criação do embasamento doutrinário para o cristianismo. Com um pensamento amplo, seus escritos tem relação com fé e razão, bem e mal e livre-arbítrio.

Biografia de Santo Agostinho

Nascido em 354 d.C., nasceu na cidade de Tageste, então sob o domínio do Império Romano, hoje faz parte do território da Argélia, chamada Souk Ahras. Seu pai era pagão, o que era comum naquela época, tendo em vista ser o cristianismo recente e, ainda, diante dos conflitos com o império acerca da imagem de Jesus Cristo. Ao passo que sua mãe era uma cristã devota, mais tarde canonizada como Santa Mônica.

Aos 18 anos Agostinho se envolve amorosamente com uma mulher e teve um filho, Adeodato. O relacionamento perdurou por 13 anos, porém, era considerado pecaminoso pela Igreja. Além disso, após sua separação, Agostinho se envolve em casos com outras mulheres.

Com cerca de 30 anos passou a se interessar pelas pregações do Bispo Ambrósio, clérigo importante, que pregava questões eloquentes. Fato este que lhe ajudou em um período conturbado em sua vida, pois Agostinho se sentia desemparado espiritualmente por todas as doutrinas que procurou, como hedonismo, ceticismo e maniqueísmo.

Ainda, a história conta que Santo Agostinho, em um dia de extrema angústia, foi visitado por um ser iluminado que, possivelmente, era um anjo. Que, então, lhe entregou um livro, ordenando que o lesse: “Toma e lê!”. Agostinho obedeceu, lendo a então Bíblia Sagrada e se restaurou, cedendo ao cristianismo como sua religião. Logo após, ele com seu filho Adeodato foram batizados pelo Bispo Ambrósio.

Em pouco tempo, Agostinho teve duas dolorosas perdas, com o falecimento de seu filho Adeodato e sua mãe Mônica. A partir disso, sua dedicação foi exclusiva à Igreja Católica, fundando uma nova ordem religiosa. E, logo após a morte do Bispo de Hipona, foi consagrado bispo da cidade, cargo que ficou até sua morte, em 430 d.C.

Formação de Santo Agostinho

Agostinho, em sua infância, foi educado em latim, e, aos 11 anos, levado a uma escola há 30 km de distância, onde aprendeu literatura e a cultura da civilização romana. Dentre os estudos, conheceu a filosofia através das obras de Marco Tulo Cícero (106 a.C – 43 a.C), destacando, após, que este foi o seu despertar para estudos filosóficos.

Logo, aos 17 anos, para estudar retórica, se mudou para Cartago, hoje Tunísia. Embora criado pela mãe segundo os princípios do cristianismo, aqui passou a ter posições contraditórias à sua fé. Quando então, adotou o maniqueísmo como doutrina, diz a história que, a partir de então, passou a viver prazeres mundanos.

Em razão de sua formação intelectual, voltou para sua cidade Tagaste e passou a dar aula como professor de gramática, aos 19 anos e, em seguida, também em Cartago. Após 10 anos, fundou uma escola em Roma, que não acabou dando certo. Neste tempo, já havia se distanciado do maniqueísmo, adotando as ideais do ceticismo.

Contudo, com seus estudos sobre lógica, retórica e filosofia, tornou-se um reconhecido professor de retórica do Império Romano. Nesse ínterim, em seus estudos, Agostinho buscava formas de encontrar um conforto espiritual. Aos 30 anos já tinha uma carreira intelectual notória, sobretudo quando passou a trabalhar como professor de retórica em Mediolano, hoje Milão.

Santo Agostinho Filosofia Resumido

Conversão de Santo Agostinho

Até então, ainda não teria aderido à fé cristão, ainda que sua mãe Mônica o pressionava para que se convertesse ao cristianismo. Isso somente ocorreu em 368 d.C., conforme citamos anteriormente, pela aparição de um ser iluminado.

A história conta que nesta ocasião, ao abrir a Bíblica, caiu no trecho da carta de São Paulo aos Romanos, onde o apóstolo falava sobre como as poderosas escrituras conseguiam transformar o comportamento humano. Sendo ela:

Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidades sexuais e depravações, não em desavenças e inveja. Ao contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne.

Logo após, na Páscoa de 387 foi batizado pelo bispo de Mediolano, Aurélio Ambrósio (340-397). Quando, no ano seguinte, voltou para a África na companhia do filho e da mãe. Porém, estes morreram logo após. Diante da decepção, Santo Agostinho doou todo seu dinheiro aos pobres, ficando somente com sua casa, a qual se tornou um mosteiro.

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    Quando ordenado sacerdote em Hipona, em 391, utilizou do seu vasto conhecimento em favor do cristianismo. Assim, se tornou um teórico das bases cristãs.

    O que é Filosofia patrística?

    Na filosofia patrística surgiu um período de mudança de pensamentos, que ocorre entre a Antiguidade e a Idade Média. Recebeu este nome por abrigar os primeiros padres, classificados como “pais” da Igreja Católica, e, de início, serviu como uma forma da apologia ao cristianismo, pois não era ainda difundido na Europa, ainda no século III d.C.

    Então, Santo Agostinho se insere nesta filosofia patrística, que lutava para estabelecer bases doutrinárias para o pensamento cristão. De tal fora que convencesse os fiéis, e, inclusive, servir como base para compreensão do cristianismo. Nesse ínterim, Santo Agostinho tornou-se um dos mais importantes “pais” da Igreja.

    Filosofia de Santo Agostinho

    A filosofia de Santo Agostinho envolve diversas áreas do conhecimento, trazendo inúmeras temáticas para difundir e debater as bases teológicas do cristianismo. Dentre seus principais ensinamentos estão:

    • o tempo, dizendo que, embora saiba o que é, não consegue responder sobre ele. Isso traz o conceito do conhecimento intuitivo;
    • bem e mal, onde Deus seria o bem e a distância Dele o mal;
    • responsável pela primeira síntese do cristianismo, defendendo uma filosofia catequética
    • defendeu que o ser humano é a junção de duas substâncias, o corpo e a alma.
    • por Igreja se deve entender sob duas realidades: 1) Instituição hierarquizada e sacramentos; 2) as almas de seus praticantes;
    • capacidade humana de amar.

    Obras de Santo Agostinho

    Santo Agostinho Oração

    Em suma, Santo Agostinho foi um dos maiores autores em termos de obras, que somam mais de 100 títulos. São obrigas apologéticas, doutrina cristã, maniqueísmo, heresias dos arianos, dentre outras. Abaixo, uma lista com suas obras de maior destaque.

    • Confissões;
    • Cidade de Deus;
    • Sobre o Livre-Arbítrio;
    • Sermão do Senhor na Montanha;
    • Potencialidade Humana;
    • Sobre a Música;
    • Vida Feliz;
    • Mentira;
    • Contra os Acadêmicos;
    • de Magistro;
    • A Graça;
    • A Doutrina Cristã;
    • A Trindade;
    • Tratado sobre o Batismo;
    • Comentários ao Gênesis;
    • Retratações;
    • Comentários aos Salmos;
    • Dos Bens do Matrimônio;
    • A Santa Virgindade;
    • Dos Bens da Viuvez;
    • A Verdadeira Religião;
    • O Cuidado Devido aos Mortos;
    • A Fé e o Símbolo;
    • Primeira Catequese aos não Cristãs, dentre outras.

    Para aprender mais sobre filosofia e comportamento humano

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    Além disso, se você quer saber mais sobre o tema deste artigo, tire suas dúvidas inserindo seus comentários logo abaixo. Teremos o maior prazer de conversar com você sobre o assunto

    One thought on “Santo Agostinho: biografia e filosofia patrística

    1. Mizael Carvalho disse:

      Muito obrigado pelo compartilhamento de seus conhecimentos!

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