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Diferenças entre Sexo, orientação sexual e identidade de gênero

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Vários conceitos trazem consigo as ideias vigentes de uma determinada época. Saiba por que saber o que é de identidade de gênero e orientação sexual pode fazer a sociedade a ter um novo olhar sobre esses termos tão utilizados atualmente de maneira errônea.

A imagem que um ser humano faz de si mesmo

Com a ruptura com os conceitos postulados por séculos pela Igreja Cristã Medieval, acerca da concepção de homem, o advento das ideias renascentista-humanista, emerge uma nova concepção no que tange definir o homem e sua constituição.

Esta constituição antológica passou a ser mais contemplada e o homem, tornou-se objeto da ciência e suas pesquisa, no intuito do autoconhecimento, em detrimento da concepção cristã de que o homem é a imagem de Deus.

Portanto, seu corpo não poderia ser violado, neste sentido, sexo, gênero e orientação sexual ganharam outros contornos, novo cenário de identidade cultural e na compreensão ontológica do ser humano.

O surgimento de novas formas de expressão

Com os emergentes movimentos de liberdade sexual, nos meados do século XX, em que as mulheres passaram a obter a “posse do seu próprio corpo”, e na reivindicações de seus direitos sobre seus físicos e da mentalmente moral e de escolhas. Novas formas de expressão sexual passaram a ser focos de discussão nos meios e academias.

Como exemplo podemos citar a homossexualidade, a bissexualidade e a transexualidade. Não basta existir um movimento pela aceitação, em pleno século XXI, é preciso muitas aberturas para diálogos de cunho social e esclarecimentos acerca da temática.

Sexo é diferente de identidade de gênero, que contrapõem-se da noção de orientação sexual. É preciso esclarecer que não são sinônimos e se faz necessário ser concebidos em sua complexidade e peculiaridade na formação de cada ser humano.

Definindo identidade de gênero e orientação especial

Por essa razão, é preciso distinguir os conceitos das expressões sexuais, no tocante a identidade de gênero e orientação sexual:

1. Conceito de Sexo

Definindo e conceituando de forma compreensível, o sexo biológico de um ser humano é a combinação dos seus cromossomos com a genitália. Em primeira instância, isto é inferido se sujeito nasceu homem, mulher ou intersexual.

Nos intersexuais, a mudança é caracterizada por indeterminação do sexo biológico, se pensado de forma dual: “homem” e “mulher”.

A intersexualidade, manifesta-se de maneiras diferentes, seja razão de as gônadas apresentarem características intermediárias entre os dois sexos, ou o aparelho genital não condizer com o tipo cromossômico.

2. Conceito de Identidade de gênero

Nos últimos debates no congresso nacional, suplantaram as referências ao gênero nas escolas, trazendo a tona, a falta de domínio de conhecimentos acerca desta matéria. Ficou evidente que os políticos em questão, não sabiam distinguir e diferenciar suas concepções de identidade sexual, orientação sexual e gênero.

Normalmente, não concebiam a existência de classificação categorizada de gênero.

As identidades de gênero abarcam a complexidade humana, devendo distanciar-se do dualismo “homem” e “mulher”. O que se compreende à luz de estudos nas mais diversas áreas, é que existem pessoas com mais de um gênero, as transgêneros, as com gênero fluído, abrindo, portanto, a perspectivas para novas formas e tendências, em detrimento de um binário obsoleto de se conceber o ser humano: “homem e mulher”.

3. Conceito de Orientação sexual

A orientação sexual, e não opção sexual, compreende é sobre a inclinação do ser humano, no plano dos afetos, amorosidade e expressão sexual. Ou seja, ela abarca a identificação por qual gênero/sexo?

  • Homossexuais: é a preferência e atratividade afetiva e sexual por pessoas do mesmo gênero/sexo. No que se refere às mulheres, defini-se como lésbicas, que são mulheres que gostam de outras mulheres, e os gays são homens que gostam de homens.
  • Heterossexuais: é a relação afetiva e física por pessoas do gênero/sexo oposto.
  • Bissexuais: seria a atração afetiva e sexual por qualquer pessoa desta dualidade de gênero: “homens” ou “mulheres”.
  • Assexuais: a assexualidade diz respeito às pessoas que não sentem atração por nenhum gênero, sendo bom esclarecer que ainda é uma “sexualidade” em processo de constructo.
  • Pansexuais: é a atração afetiva ou sexual que não depende de gênero ou sexo.

Neste sentido, as múltiplas expressões da sexualidade humana, traz luz à novas concepções sobre sexo, sexualidade e gênero. Segundo a autora do artigo: “Orientação Sexual, Identidades Sexuais e Identidade de Gênero”- Cristiane Gonçalves da Silva e citando a filósofa Judith Butler, que assim argumenta e seu artigo: “As normas que regulam o sexo dos sujeitos precisam de repetição e reiteração para que se materialize nos corpos”.

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    Com isto, a teórica aponta para o caráter performativo implicado no gênero, para a importância da linguagem que não apenas nomeia corpos e sexos, mas constrói, produz, faz corpos e sujeitos (…)

    Estas compreensões de expressões multifacetadas da sexualidade humana poderão, aos poucos, ir ganhando novas aberturas, com as novas gerações.

    Essas gerações não mais serão detentoras de paradigmas obsoletos e discriminatórios, quiçá, patriarcal e hegemonicamente, masculinizados, nos moldes das religiões que perpetuaram a figura do masculino como o centro e medida de todas as coisas.

    Conclusão

    É necessário abrirmos sempre esta temática de definição e diferenças entre sexo, orientação sexual e identidade de gênero. É uma discussão pertinente em quaisquer círculos sociais, quer de caráter formal-acadêmico, quer em âmbito do direito civil e nos simples círculos informais com familiares e amigos.

    Essa interação nos coloca acima quaisquer preconceitos históricos e paradigmas que resultam num olhar cada vez mais excludente diante das diferenças.

    Autor: Samuel Targino, exclusivamente para o Curso EAD de Formação em Psicanálise (matrículas abertas).

     

    5 thoughts on “Diferenças entre Sexo, orientação sexual e identidade de gênero

    1. Muito esclarecedor. Parabéns pela explanação.

    2. Na minha juventude Não era muito comum a questão da complementariedade; nesse milênio percebo que a paquera entre homens já vem como implicita essa questão! Me lembro que vinha almoçando toda semana em restaurante japonês e um dos funcionários (“japa”) sempre me flertava, as vezes, se adiantava ao banheiro ou circulava pela praça de alimentação! Num dia, aguardou eu ir ao banheiro e, pediu licença e entrou no box comigo e me abraçou por tras! Eu disse que ia urinar, mas desci mais a calça e cueca, logo começou a me penetrar e, com carinho disse sei que almoçasse, mas que ele desejava ao menos me sentir um pouco!

    3. Victor Hugo Pinheiro Santos disse:

      Comentário do autor ““As normas que regulam o sexo dos sujeitos precisam de repetição e reiteração para que se materialize nos corpos”. A materialização nos corpos deve ser o reflexo da mente, mas quando esta for tolhida, a repressão não deverá constar como regra mas como potencialidade emergente e/ou talvez recalcada. Respeitosamente este é o meu parecer.

      1. Victo Hugo, poderia falar mais sobre seu ponto. Me pareceu interessante e inclusive não entendi muito bem a citação do autor do texto.
        Grata

    4. CHARLES MATIAS disse:

      As influências sociais agem sob as influências genéticas e não sobre elas.

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