Cada um de nós carrega os seus momentos de comportamentos extremos, indo de 0 a 100 km/h em pouco tempo. A pré-disposição a esse tipo de comportamento em determinados grupos indica falhas em seu comportamento e até a presença de um distúrbio bastante popular e nocivo. A partir daqui falaremos melhor sobre a Síndrome de Borderline, suas causas e tratamentos possíveis.
O que é a síndrome de Borderline?
A síndrome de Borderline se trata de um transtorno em que a personalidade do indivíduo é completamente instável. Com isso, o seu humor se altera com frequência, de modo a influenciar rapidamente o seu comportamento. Suas atitudes mudam subitamente e pode agir de maneira impulsiva em qualquer ambiente.
Esse problema do transtorno de personalidade Borderline, literalmente, leva o paciente ao limite com bastante frequência. Como pode imaginar, manter um relacionamento com o paciente é uma tarefa complicada e desgastante às vezes. Isso porque nunca se sabe ao certo como tal pessoa está se sentindo em relação a si mesma e ao mundo.
É como pisar em ovos, já que pode ter episódios de ansiedade, depressão e raiva com facilidade e que pode durar dias. Nos casos mais graves, quem possui o transtorno Borderline pode cometer suicídio. Por causa disso que o diagnóstico é difícil, mas também importante para implementar o tratamento necessário.
Causas
Até o momento não foram encontradas as causas específicas para o desencadeamento da síndrome de Borderline. Entretanto, pesquisadores e especialistas na área possuem algum indício das origens do transtorno de personalidade limítrofe. Aqui se aponta:
Genética
Estudos apontam que desenvolver o transtorno de Borderline é cinco vezes fácil quando se tem um parente próximo com o problema.
Traumas e ambiente externo
Indivíduos com traumas infantis, como abuso, negligência, doenças ou qualquer evento de impacto emocional estão expostos ao problema. Isso inclui também a exposição de conflitos ao longo da vida, bem como relacionamentos instáveis afetivos e amorosos.
Mudanças nas estruturas cerebrais
Foram constatadas alterações tanto na estrutura quanto nas funções cerebrais de quem possui Borderline. Mais ainda nas partes responsáveis pela emoções e impulsividade, mas isso não indica 100% de certeza. Nem todo mundo com mudanças parecidas apresentam o transtorno.
Sintomas da síndrome Borderline
Embora sejam bem visíveis, os sintomas da síndrome de Borderline necessitam de um diagnóstico bem aplicado para confirmar o transtorno. os mais comuns são:
Alterações no humor
Mudanças repentinas no humor, fazendo com que seus próprios valores mudem e causem incertezas sobre quem são.
Relacionamentos intensos
Familiares, amigos e amantes sentem com vigor os efeitos desse problema na postura do indivíduo. Isso porque pode ir de um amor e proximidade muito grandes para uma fúria, desvalorizando a relação. Sem contar na impulsividade por idealizar pessoas, se apaixonarem imediatamente e se desencantar na mesma velocidade.
Medo do abandono
Buscam não ficarem só com mais esforço do que o normal por temerem a solidão.
Postura compulsiva
Podem fazer ações inconsequentes sem ao menos ponderar, como sexo sem proteção, gastos descontrolados, uso e abuso de drogas, direção imprudente…
Baixa autoestima
Sua auto-imagem é instável e distorcida, fazendo com que tenha uma impressão errada de si mesmo.
Postura destrutiva
É recorrente os casos em que se mutilam de alguma forma, com cortes, queimadura ou furos. Tais comportamentos autodestrutivos podem evoluir para comportamentos suicidas, onde “a dor física é melhor que a dor emocional”.
Sensação de solidão
Sendo sensíveis à rejeição, criam sentimentos recorrentes de vazio e solidão. Para quem precisa viajar e possui um parceiro nessa condição, seu afastamento temporário é visto como abandono e egoísmo.
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- Pensamentos paranoicos ligados ao estresse;
- Dificuldade em controlar sua raiva intensa.
Borderline no cotidiano
O cotidiano poe ser uma armadilha a quem possui síndrome de Borderline, pois estímulos externos desencadeiam os sintomas. Continuando o que foi dito acima, pessoas próximas que precisam viajar são vistas negativamente, pois isso é configurado como abandono. Sem contar que não reage bem a palavras que carregam um significado negativo.
Ainda assim, possuem um receio muito grande de que suas emoções acabem saindo do controle. Isso porque demonstrarão maior facilidade em se tornarem irracionais quando o estresse circunstancial surgir. Consequentemente, isso acaba alimentando uma dependência das outras pessoas para que possam acalmar quem carrega a Borderline.
Contudo, é importante ressaltar que alguns desses mecanismos podem existir em pessoas que não carregam esse distúrbio. Por causa disso que o diagnóstico adequado com o psicólogo traz uma avaliação adequada sobre o estado de saúde. Apenas ele e o psiquiatra possuem aval para prescrever um tratamento clínico em primeira linha.
Tratamentos da Borderline
Infelizmente, a síndrome de Borderline é difícil de ser trabalhada, mas é possível resgatar a qualidade de vida. Diversos fatores podem influenciar no resultado, porém o mais importante é começar a se tratar. Tanto o indivíduo quanto à família precisam ser pacientes enquanto o tratamento está sendo aplicado.
Através da psicoterapia, o indivíduo pode remodelar o seu comportamento, de modo a ter autonomia sobre suas ações. Isso vai permitir que possa interagir mais saudavelmente com outras pessoas e se expressar adequadamente. Sua postura pode ser remodelada pela Terapia Cognitivo Comportamental, Terapia do esquema ou pela Dialética Comportamental.
Quanto aos remédios, se necessário, o psiquiatra vai utilizá-lo para lidar com alguns dos sintomas, como depressão e mudança de humor. É preciso ter cuidado nessa aplicação para que a superdosagem não acabe trazendo mais mal ao paciente. Por conta disso que a ideia sobre os medicamentos deve ser conversada com mais de um profissional.
Exemplos de Borderline
Pessoas famosas não estão imunes de desenvolver a síndrome de Borderline e possuem o agravante da mídia em suas ações. Muitos acabam cometendo excessos, em parte, por não lidarem bem com o status e facilidade que possuem. Sem contar o assédio da mídia em cada passo que dão.
Britney Spears, Amy Winehouse, Kurt Cobain, Winona Rider, Hugh Laurie, Woody Allen, Jim Carrey, Lady Di… Em dado momento de suas vidas boa parte desses nomes levaram suas existências aos limites. Alguns cometeram pequenos delitos enquanto outros se envolveram em confusões envolvendo bebida, drogas e uma rotina desregrada.
Como se ajudar se tiver o problema ou ajudar alguém?
As dicas abaixo servem para que contribua ao seu tratamento ou ajude alguém nesse momento decisivo. Mesmo que demore, acredite, a intervenção traz benefícios bem claros quanto aos resultados. Nisso:
Se tiver a síndrome:
- Mantenha-se em contato com o seu médico, seguindo suas orientações;
- Faça atividades físicas ou relaxantes que diminuam o seu estresse;
- Tenha metas realistas na vida;
- Cuide do seu sono e alimentação, tornando eles mais sadios;
- Em vez de metas grandes, divida elas em tarefas menores e atinja cada uma individualmente;
- Converse com quem está próximo, confiando ele sobre as situações que podem prejudicar seu desenvolvimento;
- Trabalhe a confiança em pessoas próximas para que se relacionem mais produtivamente;
- Seja paciente, aguardando para que os sinais melhorem com o passar do tempo;
- Evite ceder à tentação de bebidas e outras drogas, pois isso te influencia negativamente;
- Eduque-se sobre o problema, permitindo uma compreensão refinada de si mesmo e seus limites.
Porém, caso conheça alguém que está nessa situação:
- Busque entender mais sobre a síndrome, de modo a se colocar na posição do seu ente querido ou amigo;
- Dê apoio emocional, compreendendo a situação e sendo paciente, encorajando a sua reconstrução;
- Se ele autorizar, converse com um psicólogo, de maneira a aprender sobre terapia familiar como incentivo de recuperação e inclusão;
- Nunca ignore comentários que façam alusão dele se colocar em risco. Esse tipo de palavra denuncia suas intenções para se colocar em risco e o terapeuta precisa ser avisado;
- É recomendável que você busque um terapeuta diferente do paciente para entender como ajudar. Assim tem uma visão externa do problema, mas que em nada prejudica seu envolvimento com a causa.
Considerações finais sobre síndrome de Borderline
Conviver com a síndrome de Borderline é como não ter freios para se colocar um bloqueio. Em outras palavras, vive constantemente sob extremos, não sentindo a responsabilidade de suas ações, pensamentos e postura com a vida.
Além do próprio indivíduo buscar ajuda, a família deve entrar no mesmo caminho de reconstrução interna na terapia. A rotina com esse distúrbio costuma ser estressante e o tratamento pode aliviar essa carga negativa. Não apenas a pessoa com o problema se reabilita, mas os seus companheiros e familiares também.
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