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O que são Sombras: significado em Psicologia

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Você conhece sua “sombra”? Sabe o significado de sombra do ponto de vista da psicologia e da psicanálise?

Entendendo sobre as sombras

É fato que o inconsciente – nosso recinto que guarda sentimentos, memórias e percepções – é um elemento de estudo vasto e misterioso no campo psicanalítico.

Nele se constroem processos desconhecidos, os quais, por meio de profunda investigação, podem ser resgatados e ressignificados para se obter maior qualidade de vida, pois tudo isso se reflete no lado consciente do indivíduo em algum momento, podendo trazer consequências desagradáveis, como arrependimentos e rompimentos circunstanciais.

  • Quantas experiências um ser humano vive desde seu nascimento?
  • Quantas pessoas conhece?
  • Quantos lugares frequenta?

É uma jornada pela qual todos passam, entretanto, a maneira como cada situação é experimentada por cada um é completamente distinta. Nesse âmbito, para entender o que é o inconsciente segundo a psicologia e psicanálise, podemos pensar que é carregado por emoções e sensações que o portador nem mesmo reconhece. Mas tudo isso começa a ser notado inclusive por desdobramentos em suas relações pessoais.

As sombras e experiências

Partindo do pressuposto de que nem toda experiência é positiva, indo desde a perda de um emprego, um luto por alguém que faleceu ou um término de relacionamento amoroso, observam-se, advindas dessas situações, muitas frustrações, mágoas, raiva entre outras sensações as quais geram sofrimento ao indivíduo, que, sem perceber, são reprimidas.

Nesse contexto, conforme a coordenadora do Setor de Gerenciamento de Qualidade de Vida da Unifesp, Denise Diniz, “Nosso organismo não foi feito para guardar mágoas e sentimentos ruins. Tanto o corpo quanto a mente vão pesando na medida em que eles se acumulam e uma hora a panela de pressão transborda na tentativa de aliviar o sofrimento”.

Por isso, é comum que a repressão ou recalque da sombra se manifeste em doenças psíquicas ou físicas, tais quais a ansiedade, a depressão ou dores pelo corpo. Ademais, há uma dificuldade humana em sentir-se vulnerável, julgado ou excluído pelos outros devido a algo que for expresso, evitando a comunicação sobre o que se pensa ou se sente de fato. Dessa maneira, como modo de proteção, a psique cria diversos mecanismos de defesa para não precisar lidar com aquilo que gera dor e poderia afetar conceitos já cristalizados no ego.

Ego e mecanismos de defesa

Um dos mecanismos de defesa conhecidos pela teoria psicanalítica é a projeção, um processo no qual enxergamos no mundo externo tanto nossas potencialidades quanto nossas dificuldades. Isso ocorre de maneira contínua e inconsciente, ou seja, não é percebido por quem o vive. Nesse contexto, ao identificarmos quando estamos projetando algo negativo em outra pessoa, deparamo-nos com as nossas “sombras”, aqueles conteúdos dolorosos que tentamos negar em nosso íntimo, os quais estão recalcados.

Por exemplo, imagine um indivíduo que possui o hábito de agir de maneira ríspida com colegas de trabalho, sempre dando ordens de modo autoritário, atingindo as pessoas com palavras grosseiras sem perceber o mal que causa nem pedir desculpas.

Provavelmente, esse indivíduo se sentirá extremamente injustiçado e indignado quando agirem do mesmo modo com ele e considerará isso inaceitável, visto que, inconscientemente, há uma autopunição pelo próprio comportamento, este que já está calcificado no inconsciente dele.

O inconsciente e as sombras

Muitos casos referentes a esse aspecto da psique são analisados no documentário “Efeito Sombra”, no qual é possível ver a importância de mergulhar no próprio inconsciente e se acolher nesse processo.

Na obra, discute-se também como todos somos afetados pela “sombra coletiva”, manifestada tanto nas guerras quanto na desigualdade social, fatos que muitas vezes negamos ou ignoramos, não queremos nos envolver, sendo que, na verdade, somos todos responsáveis por ela. Essa sombra é alimentada por um inconsciente coletivo permeado por arquétipos ancestrais manifestados em toda a população.

À luz da psicanálise junguiana, “ninguém se ilumina imaginando figuras de luz, mas se conscientizando da escuridão”. Nessas palavras, o estudioso demonstra que o bem-estar é possível a partir da conscientização sobre as próprias sombras, que podem ser integradas em nós por meio do autoconhecimento, a fim de que sejamos inteiros verdadeiramente, não apenas fragmentados devido à desorganização mental e às “máscaras” que criamos para sermos aceitos socialmente.

O ambiente laboral

Nesse processo, nota-se fulcral fazer uma investigação interna profunda desses aspectos “soltos” em nosso inconsciente, buscando identificar o motivo pelo qual cada gatilho ocorre (o que desencadeia uma reação, por exemplo), visto que, em algum momento, sintomas se manifestam, principalmente, por meio de reações – carregadas de emoções as quais podem ser extremamente danosas ao indivíduo e àqueles que o cercam, como pais, filhos, parceiros afetivos ou colegas do ambiente laboral.

Por fim, a clareza levada a cada sombra permite uma libertação de padrões ao ser humano, proporcionando a ele maior autenticidade, maturidade e consistência em suas ações, pautadas no consciente, e ascender em vários âmbitos na vida, livrando-se de receios e bloqueios que antes o impediam de ter relações mais saudáveis.

Logo, a luz enviada à sombra é com certeza a melhor escolha que alguém pode fazer visando ao próprio bem-estar físico, emocional e social, recordando-se também que projetamos no outro o que há de melhor em nós. Por que não tomar conhecimento e se apropriar desse benefício?

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    Este artigo sobre o significado de sombras em psicologia e psicanálise foi escrito por Natalí de Lima Sorrentino, concluinte do Curso de Formação em Psicanálise.

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