Teoria junguiana: 10 características

Posted on Posted in Formação em Psicanálise, Psicanálise

Criador do método psíquico analítico, Carl Jung proporcionou diversas reflexões a respeito da mente humana. Graças a ele, diversos estudiosos, incluindo Freud, abordaram as mais diversas teorias que envolvem a psique do ser humano. Sobre Jung, descubra 10 características da Teoria junguiana e veja a diferença dela e de outros caminhos.

A Teoria junguiana e as funções cognitivas

Carl Jung mostrou que cada um de nós pensa, experimenta e sente o mundo de forma individual. As funções cognitivas por ele abordadas se manifestavam em indivíduos extrovertidos e introvertidos, fazendo parte da sua composição. Além disso, existe uma espécie de função que domina, onde as outras, menos trabalhadas, acabam guardadas no inconsciente. São elas:

1. Quem pode ser terapeuta junguiano?

Há duas formas de atuação como terapeuta junguiano:

  • O profissional pode ser formado em psicologia, após concluir curso presencial de graduação, de 4 a 5 anos) e adotar a teoria junguiana como método principal.
  • Ou o profissional pode ser formado em psicanálise, concluindo um curso de formação em psicanálise que pode ser totalmente online. Normalmente, os cursos de psicanálise iniciam com Freud. Depois, o profissional pode seguir uma psicanálise com as propostas de diferenciação que Jung fez em relação a Freud.

2. Como funciona o Pensamento segundo Jung?

São as ideias que a gente formula em nossa mente consciente antes de tomarmos qualquer ação. Ou seja, são projeções psíquicas da realidade, sendo esta real ou não. Assim, é a partir dai que passamos a compreender melhor o mundo. Nada mais é do que uma reação a um estímulo feito de forma externa ou interna. Graças a essa percepção, adquirimos um conhecimento intuitivo sobre determinado objeto.

3. O valor da Sensação e da Auto-percepção

Sendo projeções, o importante na perspectiva junguiana é a representação e o simbólico. Isso afeta a relação do analista com o analisando, na terapia. O foco da terapia deve ser o que o analisando sente ao se referir a um mal-estar, como é para ele ter este mal-estar. E não o mal-estar propriamente dito, já que diferentes pessoas perceberam um mesmo incômodo de maneiras diferentes.

4. A importância da Intuição na Psicanálise Junguiana

É uma percepção imediata sobre a realidade, ajudando a pressentir ou diferenciar coisas. Dessa forma, a intuição possui função independente de análise ou raciocínio. Há quem aborde por um lado místico este aspecto da intuição. Mas, de uma maneira mais simples, trata de colocar o sentimento e as impressões primeiro que a razão. Assim, a nossa mente seria capaz de captar micro-detalhes que ainda não foram racionalizados, e isso já poderia ser expresso por meio de uma intuição.

5. O Sentimento na Psicanálise Junguiana

Essa se mostra como uma forma disposta de sentir algo emocionalmente. Dessa forma, percebemos e apreciamos algo de forma interna, em nosso íntimo.

Introvertido X Extrovertido

Carl Jung analisa em Tipos Psicológicos, uma de suas melhores obras, padrões de personalidade e comportamento humano. Na obra, somos expostos às singularidades inerentes a cada indivíduo. A percepção junguiana concluiu que isso depende diretamente de cada pessoa. Isso porque a forma como se utiliza de suas capacidades mentais influencia nesses aspectos.

Para Jung, o ser humano funciona como um ímã emocional, possuindo dois lados. Assim, cada um de nós reparte a energia e direciona entre o mundo interno e externo, oscilando em tamanho. A partir daí, ele formulou o conceito de diferenciação entre os perfis introvertido e extrovertido, que se resume em:

1. Perfil Introvertido

É a pessoa que direciona tudo para o lado de dentro. Isso porque uma pessoa introvertida se sente mais acomodado em ficar nos próprios pensamentos e sensações que possui. Dessa forma, o mundo de fora não interessa tanto para ele, visto que o tira da zona de conforto.

2. Perfil Extrovertido

Ao contrário do introvertido, o extrovertido não vê problemas em se projetar. O mundo externo é a sua casa e é onde ele pertence. As relações com pessoas e o impacto que causa no mundo o faz se sentir bem e acolhido no meio.

Nove conceitos-chave na Teoria Junguiana

Vamos listar conceitos chave da Teoria de Jung: resumo. Esses conceitos são portas de entrada para este verdadeiro universo, que é a obra deste psicanalista. Vamos juntos?!

1. O ego centraliza o consciente

O ego é visto como um dos principais elementos do inconsciente na nossa personalidade, se tornando o seu centro. É por meio dele que direcionamos nossa vida mais consciente e nos aconselha a sempre analisar e planejar as experiências. Nesse ponto, Jung se assemelha a Sigmund Freud, onde ambos afirmam o conceito de ego como catalisador de experiências.

2. Somos criaturas conectadas

A Teoria junguiana defendeu a existência de um inconsciente coletivo, pertencente à toda humanidade. Ela afirma que a humanidade possui uma herança psicológica que é dividida entre todos os membros da espécie. Por conta dela, temos acesso a um material psíquico que não é oriundo de experiências pessoais.

Por exemplo, a percepção sobre uma cidade desconhecida que nunca visitamos, mas imaginamos como é.

QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    3. Jogo de Máscaras Sociais na teoria de Jung

    A vertente junguiana afirma que assumimos determinada identidade no inconsciente coletivo para entrar nele. É uma forma de nos incluirmos naquele meio e nos adaptarmos a ele, mesmo que seja algo desagradável às vezes. Ela ainda afirma que muitos se deixam levar por essa máscara e passam a acreditar nessa imagem ilusória.

    4. A Dualidade da Vida

    Em meados de 1960, Jung afirmou que a palavra “felicidade” estaria incompleta se não fosse a “tristeza” para equilibrá-la. Segundo ele, a dualidade é uma parte fundamental desses sentimentos. Ademais, afirmou que é normal fugimos de momentos mais cinzas quando estamos felizes.

    Para finalizar, concluiu que a razão nos compele que isso não é prudente. A melhor forma de enfrentar tudo seria usar a paciência e tranquilidade e lidar com isso conforme surge.

    5. Os Arquétipos em Jung

    Esse conceito criado à Teoria junguiana representa o protótipo de algo ou uma impressão. Os arquétipos para Jung são as primeiras imagens de algo que justificam o sentido de histórias ocorridas no passado. É por meio daí que criamos o conhecimento e imaginação sobre o inconsciente coletivo. Em pacientes, se mostrava como fantasias que não tinham uma origem rastreável.

    6. A formação dos Complexos

    Ainda que a palavra tenha sido propagada por outros psicanalistas, incluindo Freud, foi Jung quem cunhou o termo. Para ele, a palavra carregava a ideia de conceitos e imagens exacerbadamente emocionais que se mostravam como sua personalidade alquebrada. Cada complexo individual carregava seu próprio arquétipo e se ligavam diretamente à ideia de alma.

    7. O papel central da Libido

    A Teoria junguiana possuía um conceito particular sobre a teoria da libido em psicologia e psicanálise. Para ela, libido se mostrava como uma energia adaptativa. A depender do que era mais importante para a evolução do indivíduo no momento, era usada na comida, morte e sexo. Freud, por sua vez, afirmava que essa energia só tinha cunho sexual.

    8. Transferência

    Carl Jung defendia que a transferência continuava sendo um problema durante a análise do paciente. Entretanto, o mesmo discordava das ideias formais apresentadas por Sigmund Freud.

    Para viabilizar o entendimento, ele usou da metáfora de substâncias químicas diferentes em composição. Segundo Carl Jung, elas mudavam quando se encontravam. Ou seja, assim como duas substâncias químicas reagem de forma única ao se encontrarem, assim também é o encontro entre analista e analisando.

    Assim também era o fenômeno da transferência. Ao invés de apenas o psicanalista receber do paciente, segundo Jung, ambos mudavam. A relação entre paciente e médico era feita por mão dupla, sendo um tráfego colaborativo.

    É uma marca da terapia junguiana a forma de conceber a relação analista e paciente. Nesta relação, não deve existir uma verdade absoluta e não pode haver um controle autoritário por parte do psicanalista.

    9. Psicologia Analítica de Jung

    A Teoria junguiana enfrentou diversas barreiras quando foi desgarrada da vertente de Freud. Carl Jung se mostrou um eterno preocupado em desvendar as trancas da mente humana. Assim, graças a isso, iniciou um dos maiores movimentos psicanalíticos da história. Seu trabalho mantém a mesma relevância nos dias de hoje, influenciando a nova geração.

    É diante de tudo isso, que tanto atrai estudiosos é a sua maneira única de abordar tudo o que foi apresentado até então. Seu trabalho ficou marcado pela sua própria personalidade e profundidade impregnadas nele. Assim, por conta disso, se difere de tantos outros caminhos. Asim, vale a pena se aprofundar e chegar mais perto de sua visão.

    Você, agora, já sabe quem foi Carl Gustav Jung. Sua contribuição é costumeiramente chamada de Psicanálise de Jung, Psicanálise Junguiana ou Psicologia Analítica Junguiana.

    Formas de escrever Jung, junguiano, junguiana

    As formas corretas de grafar são:

    • Jung: nome próprio do psicanalista Carl Gustav Jung.
    • Junguiano ou Junguiana: pessoa ou corrente de pensamento que seguem ensinamentos da teoria de Jung.

    São formas incorretas de escrever, embora bastante usadas: Young, Iung, jungiano, jungiana, Yung, iunguiano, iunguiana.

    Teoria junguiana e curso de Psicanálise online

    Como recomendado acima, por que não observa você mesmo os passos dele e inicia o nosso curso online de Psicanálise? Nosso curso aborda as teorias mais fundamentalistas da Psicanálise, expondo diversos pontos sobre as mecânicas de tratamento. Isso inclui o foco no trabalho de Freud, com contrapontos sobre ideias do psicanalista Carl Jung.

    São aulas online, ministradas pelos melhores professores na área. Com o uso do rico material das apostilas, vídeos, Lives e materiais complementares, você facilmente engata nas aulas dentro do seu próprio ritmo. Ademais, ao fim do curso, você vai receber um certificado que comprova a sua excelente formação na área.

     

    5 thoughts on “Teoria junguiana: 10 características

    1. Mariana Freire disse:

      Olá. Pra trabalhar com a teoria junguiana somente o curso é necessário assim como na teoria de Freud, ou eu necessito ser formada em psicologia? Qual diferença dessa junguiana e a psicologia analítica?

    2. Parabéns pelo conteúdo. Estou fazendo o curso no IBPC e me aproximo muito da teoria junguiana. Cada pensador traz importantes conhecimentos para atuarmos com a psique.

    3. Manuel Isidório de O. Filho (Midof) disse:

      Olá!
      Eu descobri o Jung, lendo o Moderníssimo Dicionário Brasileiro Ilustrado, procurando a definição da palavra “psiquê”, que significa princípio da vida mental e emocional. Depois, pesquisei no Google e encontrei o Carl Gustav Jung.
      Gostei do que li sobre ele. Tenho só a sexta série do primeiro grau e, pelo menos por enquanto, não quero fazer o Curso de Psicanálise Clínica.

    4. Estou fazendo o curso no Instituto eu gostei muito da tese é muito próximo do que realmente vivemos e que algumas pessoas passam
      Bem interessante

    5. Alexandre Francisco de Queiroz disse:

      A tempo tenho recebido informes desta conceituada instituição; até o momento não pode fazer o curso, mas pretendo…estou passando por uma transição um pouco difícil, pois estou desempregado . Tenho feito cursos gratuitos de outras instituição, mas quero mesmo fazer da clinica…

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *