significado de libido

Significado de Libido na Psicanálise

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Freud foi caracterizado por “sexualizar” tudo. Pelo menos é assim que muitos o rotularam. Se ainda nos dias atuais muitos repreendem sua teoria sem conhecê-la integralmente, podemos imaginar como deve ter sido difícil para Freud expor suas ideias em uma época extremamente conservadora como o final do século XIX e início do século XX. Veja a seguir o significado de libido.

Significado da libido no século XX

Nessa época sexo era um assunto muito mais tabu que hoje. Havia um grande domínio do cristianismo no ocidente que pregava que o sexo era permitido apenas para fins de reprodução e perpetuação da espécie. A hipocrisia era imensa, já que sempre houve sexo fora do casamento, adultérios, gravidez indesejada, abortos, estupros e pedofilia. Mas não podia se falar disso.

Eram temas proibidos. Tinha que virar recalque. E assim o ser humano ia recalcando e jogando para o inconsciente tudo o que sentia em relação ao sexo. Criava-se a ideia de que o desejo era algo errado e que o ser humano devia ser punido por isso.

O conflito psíquico e a libido

O conflito psíquico era imenso principalmente entre as mulheres, sob as quais o sentimento de culpa sempre foi e ainda parece ser mais forte. Não é por acaso que a histeria era algo que acometia muito mais o sexo feminino.

A própria denominação “histeria” provém da ideia que acreditava-se ser causada por perturbações no útero (do grego hystera). Fico imaginando Freud, nessa época, expondo a teoria do desenvolvimento psicossexual. Revelando que a sexualidade em si permeia toda a nossa vida iniciando-se desde os primeiros dias e não somente na puberdade como acreditava-se até então.

Afirmando que o bebê possui a boca como zona erógena e que a utiliza não somente para alimentar-se tendo a sucção como instinto humano, mas também para seu prazer. Traz o conceito de libido.

Freud e o significado de libido

Conforme vamos nos aprofundando em sua obra conseguimos entender a essência do que ele quis transmitir. Ele fala da libido não somente com conotação sexual, mas também como uma energia que nos move a realizar algo e que direciona nosso comportamento.

Sabe aquela vontade louca de escrever, desenhar, pintar, cozinhar, trabalhar em algo, etc? Sem a libido nada disso seria possível!

Em resumo, podemos afirmar que sem essa energia que provém da pulsão de vida a humanidade não teria se desenvolvido. Dessa forma, desde a infância a libido está presente em todas as experiências sensoriais vividas e vai construir nosso psiquismo.

O amadurecimento da libido

Portanto, ao nos tornarmos adultos teremos modos de enfrentamento e mecanismos de defesa que foram construídos ao longo do nosso desenvolvimento. De acordo com a teoria da sexualidade e do desenvolvimento libidinal, essa energia manifesta-se de forma diferente em cada estágio da vida.

Sendo assim, do nascimento até por volta dos dois anos de idade, a libido teria como zona erógena a boca; dos dois aos três anos as zonas erógenas seriam os esfíncteres de micção e evacuação (fase em que normalmente ocorre o “desfraldamento”) e dos três até os cinco/seis anos a zona erógena estaria concentrada no próprio órgão genital (fase em que ocorre a curiosidade da criança pelo seu órgão genital e também pelo genital dos seus pais e pessoas próximas). Inicia-se a fase dos “porquês”.

Após os seis anos não haveria uma zona erógena específica, então teria início um período de latência que duraria até a puberdade, quando então, a zona erógena voltaria a ser o órgão genital.

A importância de conhecer o significado de libido

Durante a fase de latência a libido seria direcionada para outras áreas da vida como os estudos, os esportes, as brincadeiras, permitindo um desenvolvimento saudável da criança.

Mas e quando essas fases não são vivenciadas de forma tão saudável? O que acontece quando ocorrem traumas e experiências desagradáveis que influenciarão na formação do psiquismo?

Pontos de fixação

De acordo com a teoria freudiana, haveria o surgimento dos chamados “pontos de fixação” na fase afetada o que seria responsável pela regressão do indivíduo à essa fase movida pela lembrança de uma sensação de amparo e gratificação vivida na época. Dessa forma, ao vivenciar uma experiência angustiante e desagradável o indivíduo regressaria a algo que lhe deu prazer no passado.

Pode-se citar como exemplo, o hábito de fumar, roer unhas ou chupar o dedo como comportamentos comuns ao indivíduo que possui um ponto de fixação na fase oral, por exemplo. Ou de reter as fezes em momentos de ansiedade em um indivíduo com fixação na fase anal.

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    Os pontos de fixação também estão relacionados com o surgimento das neuroses, psicoses e perversões, assuntos tão bem esmiuçados pelo pai da psicanálise. Mas isso é assunto para, talvez, um próximo texto.

    Considerações finais

    Podemos concluir então que o significado da libido é algo inerente ao ser humano, uma força que nos move ao processo de criação, sem a qual não conseguiríamos realizar nada com perfeição.

    Já reparou que quando você faz algo que realmente gosta o resultado é sempre melhor? E que não há cansaço, nem procrastinação? Realmente não há limites para uma mente libidinosa!

    O presente artigo foi escrito pela autora Letícia Almeida([email protected]) Letícia é
    mãe, enfermeira, apaixonada pela psicanálise e pelos enigmas da vida e da mente humana.

    4 thoughts on “Significado de Libido na Psicanálise

    1. Lorena Veras disse:

      Excelente artigo, muito didático para quem não conhece o assunto! Parabéns Letícia!

    2. cintia figueiredo de andrade disse:

      Eu amei esse resumo ,super claro!

      1. Letícia Almeida disse:

        Que bom que gostou, Cintia! Fico feliz em saber!

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