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Somos tantos! A divisão id, ego e superego

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O que significa que somos tantos? Quando nos tornamos maduros? Será que a definição de maturidade é atingida, em sua plenitude? Existem algumas definições, nos dicionários, que merecem destaque:

  • “coerência interna”;
  • “desenvolvimento pleno da inteligência e dos processos emocionais”;
  • “compilado de competências sociais e emocionais desenvolvidas em seu nível máximo”.

Por que somos tantos?

Somos uma obra que nunca acaba, daquele tipo que, quando tudo parece perfeito, algo acontece…Temos um aparelho psíquico complexo, dinâmico. Somos ID, EGO e SUPEREGO: SOMOS TANTOS!

Convido você a dar uma “volta” nessas 3 definições parciais da palavra “maturidade”, com a intenção de pensarmos um pouco sobre como temos chance de nos conhecermos melhor. Vamos lá?

Coerência interna

Começamos sendo puro instinto de sobrevivência, desejos, ou seja, sendo primitivamente o “EU QUERO”. Me refiro ao ID. Supostamente podemos pensar e explicar que somos crianças. Sendo crianças estamos a mercê de nossos cuidadores, com todas as suas próprias experiencias, boas e/ou ruins, e que podem nos afetar ao longo de toda a nossa existência, além de nossas próprias.

Recalcamos o que não nos é prazeroso, ou o que nos causa dor, a ponto de não conseguirmos lidar. Somos, “eternamente” o que fruto do que vivenciamos. A palavra eternamente foi usada, porque não temos como ser uma “coisa” completamente nova, como se nunca tivéssemos existido.

Uma borboleta a exemplo, um dia foi lagarta. Mesmo hoje, sendo transformada ela foi um dia uma lagarta e esse é o fato que jamais poderemos negar. Assim somos nós. Quando falamos de coerência, definitivamente não estamos nesse momento. A coerência é algo que aqui, não tem vez, por assim dizer.

Somos tantos e a regressão da infância

Como podemos garantir que, biologicamente somos adultos e que, diante de uma situação não vamos regredir a nossa infância, porque apenas nesse momento se apresentou algo que subitamente “emergiu”? Quando é garantido que essa coerência sempre esteja presente?

A resposta é nunca. Não existe garantia. Somos diferentes, com histórias e experiências diversas e nem sempre “damos conta”. Desta maneira, o que o dicionário define como coerência interna, pertence em sua totalidade, exclusivamente a ele quando o olhar for de regra e lei, que as coisas acontecem sempre dessa forma. A realidade é outra.

Desenvolvimento pleno da inteligência e dos processos emocionais

Em um segundo momento começamos a nos desenvolver e nos olhar, nos identificar, nos encaixar e nos firmar como ser individualizado. Passamos a ser o “EU SOU”. No caso, me refiro ao EGO. Ora, inteligência é algo extremamente subjetivo e igualmente complexo.

Arrisco dizer que, conhecer a si mesmo (enquanto decisão e escolha) pode ser um sinal de inteligência mas também, extremamente conectado com a necessidade de tirar algo, ja identificado (ou apontado por outro) de nossa lista de dificuldades ao longo de nossa caminhada pessoal e profissional.

Nossos processos emocionais, estão cercados de coisas! Nossas questões conhecidas e não conhecidas, influência dos nossos cuidadores, a sociedade e quaisquer outros fatores. O desafio de trazer um senso de realidade e lidar da melhor forma possível com o “eu quero” e o “como posso satisfazer”, é o grande termômetro de podemos sim, estar no caminho de um equilíbrio de tais processos.

Somos tantos e os relacionamentos

Sabemos que não conseguimos lidar com tudo e sempre, de forma perfeita. Podemos ter cientistas, matemáticos, que colocam a prova até nossa própria inteligência se nos compararmos, mas repletos de dores, angustias que não os permite vivenciar seus processos emocionais de forma plena, acarretando sérios problemas de relacionamentos.

Será que direcionaram, por exemplo, essa frustração a algo tangível, como forma de suplantar o contato com essa (s) dor(es)? Tudo é possível. A exemplo, sugiro assistirem ao filme “O jogo da imitação”, que retrata muito bem o que mencionei.

Compilado de competências sociais e emocionais desenvolvidas em seu nível máximo

O terceiro momento é o mais intrigante, dentro destas poucas definições, que pincei e aqui trouxe. Menciona-se “competências sociais” e “nível máximo”. Observando essa definição fui levada a pensar imediatamente no nosso “NÃO POSSO”, ou seja: o SUPEREGO.

Veja que os pontos que eu destaquei tem a ver com o mundo externo, com todas as suas cobranças, preceitos, regras, leis e sim, expectativas de “quem” querem que sejamos. “Nivel máximo”? De quem? Nosso ou do outro? E se eu não conseguir? Serei incompetente, menos inteligente? Serei apartado, rechaçado? Como lidar com isso?

Divagando me peguei a pensar a algumas gerações atras onde, os sonhos dos pais (e diante do status de uma sociedade ligada a isso) era que os filhos fossem: padres, advogados e médicos. Era isso que eles “deveriam” ser, para ter “sucesso e respeito”.

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    Somos tantos: Quantos filhos não se perderam no meio do caminho, tiraram suas vidas ou foram “apenas” infelizes?

    O senso de “não posso” decepcionar, “não posso” quebrar essas regras, se torna minimamente, opressor. É impressionante o numero de casos que já vi de pessoas que fazem o curso superior que os pais querem e, após a formatura simplesmente entregam o diploma e vão fazer coisas completamente diferente.

    Quebrar isso é algo realmente libertador e grande. Seguir regras sim, nos ajuda a nos nortear e nos levam ao respeito de espaços e coisas absurdas que, socialmente é inaceitável. Uma das coisas que pode vir de forma linda e possível é a empatia. O início dela e daí cada um a desenvolve dentro de sua vida.

    Conclusão

    O equilíbrio está, cada um a seu tempo, em conseguir unir de forma saudável, nossas 3 partes. É algo extremamente desafiador, mas não sejamos nossos próprios carrascos. Sejamos nosso acolhedor.

    Se cobrar é algo natural e saudável, mas existem meios para isso, através de disciplina, compromissos e atitudes.

    Se encontre, se ame, se permita, siga o mínimo razoável e a felicidade (que não é um lugar e sim o caminho) vai estar sempre presente em sua vida.

    Este artigo foi escrito por Poliana B. Falcão([email protected]), mulher feliz, assumindo que sempre quis: conhecer e evoluir sempre, para ser o melhor possível para si e para o outro; estudante de Psicanálise (com muito amor e honra).

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