Aparelho psíquico segundo Freud

O Aparelho Psíquico Segundo Freud

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Na psicanálise, o Aparelho psíquico segundo Freud é uma representação da estrutura elementar e fundamental que formaliza o lugar em que ocorrem os processos inconscientes.

Entendendo o Aparelho psíquico segundo Freud

O próprio termo “aparelho” corre o risco de provocar mal-entendidos porque a apresentação inicial de Sigmund Freud toma como modelo uma configuração neurofisiológica. Essa visão põe em jogo a natureza fundamentalmente inadequada do organismo para endossar o desejo e o prazer sexual, sem perturbar seu funcionamento.

Assim, o caráter aparentemente cientificista desse modelo deve ser tanto mais descartado quanto Freud define essa construção como um lugar psíquico, designando, a rigor, o próprio campo analítico. Quando se estuda e a analisa um pouco a história do aparelho psíquico e as publicações Freudianas acerca desse tema, é na Interpretação dos Sonhos, publicado em 1900, em que Freud apresenta um aparato psíquico capaz de dar conta da inscrição, entre a percepção e a consciência, de vestígios de memória inconsciente.

A interpretação dos sonhos está inteiramente voltada para a descoberta das regras que regem o inconsciente. Mas antes, partir de setembro de 1895, Freud produziu uma elaboração teórica que lança luz sobre o relato resumido da Interpretação dos Sonhos e mostra as condições teóricas e clínicas dessa construção. Mais tarde, Freud voltou ao aparelho psíquico em sua Nota sobre o bloco mágico.

Aparelho psíquico segundo Freud e o princípio do prazer

Mas está realmente além do princípio do prazer que os processos inconscientes se desenvolvem em sua função simbólica, pois a construção do aparelho psíquico responde sobretudo ao necessário estabelecimento dessa função. Então, em 1923, outro dispositivo foi produzido no ego e no id. Isso reinsere o sistema percepção-consciência em sua correlação com o ego, ou seja, o superego, mas não acrescenta nada de novo quanto ao processo inconsciente.

Em Jacques Lacan podemos encontrar outros dispositivos de análise interessantes. Embora tenham sido designados pelo termo diagramas, fazem parte dessa mesma perspectiva. Esses diagramas explicam dois fatos fundamentais: O primeiro, pelo diagrama óptico, localiza a função libidinal do ego em sua forma imaginária original. Além disso, centra o impulso libidinal amplamente nessa função imaginária.

O segundo fato demonstra a junção do simbólico e do imaginário em sua relação com o real, articulada pelo discurso do inconsciente, vinculando o recalque à função do significante.

Aparelho psíquico segundo Freud e a repressão

Analisando o significado do aparelho psíquico, percebemos que esses dispositivos foram desenvolvidos a partir de dois fatos essenciais de observação na histeria e, de maneira mais geral, nas neuroses. Esses dois fatos implicam um primeiro esboço das noções de defesa e repressão conforme atuam no sintoma: Se o histérico sofre de reminiscências, estas são constituídas por experiências sexuais de caráter traumático vinculadas ao prematuro.

Essa observação explica o aspecto inassimilável de qualquer primeira experiência sexual em sua correlação com o desejo. Este inassimilável é um fato estrutural. Na operação de defesa resultante, a representação é separada do afeto. Essa desvinculação leva a um destino diferente para esses dois elementos. Trata-se da possibilidade de a representação se inscrever como traço de memória e, portanto, poder ser reprimida, ao passo que o afeto não o pode em nenhum caso.

No entanto, estando o afeto livre, ele se vinculará a outras representações ou traços de memória e produzirá efeitos erráticos do sintoma. Tudo isso percebendo-se dentro do apartamento terapêutico, que caracteriza-se, portanto, como uma estrutura intermediária, disponibilizada ao doente mental, entre a alta hospitalar e a reinserção social.

O “Esboço de Psicanálise”

Estes apartamentos são uma alternativa à hospitalização prolongada. Geralmente fazem parte do equipamento de um setor psiquiátrico e oferecem tanto alojamento quanto acompanhamento terapêutico. Os apartamentos terapêuticos são geridos por centros de acolhimento para toxicodependentes, coletivos ou individuais.

Permitem que as pessoas desmamadas ou em tratamento substitutivo recuperem a autonomia e restabeleçam os laços afetivos, sociais e profissionais. No entanto, esta descrição não explica a causa de tal processo. Em seu livro Esboço de Psicanálise, publicado em meados de 1938, Sigmund Freud observa que o aparelho psíquico está sob o domínio do princípio do prazer, que é definido por uma diminuição da excitação.

O desejo, ao contrário, causa um aumento na excitação. Essa antinomia estrutural do desejo e do prazer revela a função de defesa, ou seja, de garantir a durabilidade de menos excitação e, portanto, de prazer. Os sistemas evocados em Esboço de Psicanálise e na Interpretação dos Sonhos garantir a inscrição de vestígios de memória, obedecendo à instância prazer-desprazer.

Conclusão

Esses sistemas em rede estariam ameaçados em sua função por um aumento excessivo da excitação, despertado pelo desejo, se não pertencesse a eles um sistema de regulação que possibilitasse moderar, ou mesmo reprimir, os desejos.

Na verdade, não ser capaz de assumir plenamente as excitações recebido, o sistema é em grande parte se voltou contra o desejo, definindo assim a função controlada pela defesa. Isso inibe a excitação e garante que o investimento de uma imagem de memória desagradável, ou muito agradável ou não, conforme seja inibido.

O presente artigo foi escrito por Michael Sousa([email protected]). Formou-se em Psicanálise no Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, e procura diariamente especializar-se cada vez mais no assunto e na clínica.

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