Teoria da libido

Teoria da Libido por Freud, Lacan e Jung

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A teoria da libido, em essência, designa a energia psíquica dos impulsos sexuais que encontram seu regime em termos de desejo, de aspirações amorosas.

Teoria da libido para Freud e Jung

Para Sigmund Freud, a libido é responsável pela presença e manifestação do sexual na vida psíquica. Por outro lado, Carl Jung, concebe a libido como uma energia psíquica não especificada, manifestando-se em todas as tendências, sexuais ou não, que Freud refuta. Na verdade, ele mantém a referência ao sexual. Além disso, ao reunir suas concepções de libido, como a energia de tudo o que pode ser incluído sob o nome de amor, do Eros de Platão, Freud passa a chamar de libido a energia de Eros.

Por sua vez, Jacques Lacan se propõe a conceber a libido não tanto como um campo de energia, mas como um órgão irreal, que tem a ver com a parte de si mesma que a pessoa perde. Além disso, é bastante difícil extrair uma definição de libido em Freud, em particular porque recebe diferentes insights de acordo com os momentos de conceituação da teoria das pulsões, os avanços relativos à vida sexual, normal ou patológica, o questionamento reiterado das o problema das neuroses, perversões, psicoses.

O termo latino para libido, que significa desejo, inveja, aspiração, como Freud o usa, designa “a manifestação dinâmica na vida psíquica da pulsão sexual“. É a energia “daqueles impulsos que dizem respeito a tudo o que se pode compreender em nome do amor”. Além disso, ao afirmar a referência ao sexual da libido, Freud contesta o ponto de vista de Jung, que estende, generaliza e despreza a libido ao vê-la em ação em todas as formas de tendências.

Teoria da libido na sexualidade

Analisando a Libido na sexualidade, percebemos que o conceito da economia de energia e a dinâmica libidinal, segundo a conceituação freudiana, pressupõem uma concepção de sexualidade muito mais ampla do que a que vigorava em sua época e ainda hoje. É por meio do estudo da sexualidade infantil e das perversões que ele encontra seus argumentos para distinguir a sexualidade de uma finalidade da procriação, para refutar a identidade entre sexual e genital e, portanto, para conceber a existência de um sexual que não é genital e que tem nada a ver com a reprodução, mas com a obtenção de satisfação.

Freud então passa a qualificar como sexual um conjunto de atividades ou tendências em adultos, mas também em crianças, até mesmo bebês. Por exemplo, ele se qualifica como, a sucção na criança e a satisfação que ela obtém disso. Assim, por meio dessa concepção ampliada da sexualidade, Freud traz à tona a compreensão de um desenvolvimento sexual (ou libidinal) em diferentes estágios.

Na verdade, ele pressupõe que a vida sexual (ou vida libidinal), que a função da sexualidade, longe de estar imediatamente implantada, está sujeita ao desenvolvimento e passa por uma série de fases. Assim, em sua Introdução à Psicanálise, ele escreve que “o ponto de inflexão neste desenvolvimento é constituído pela subordinação de todas as tendências sexuais parciais ao primado dos genitais, portanto, pela submissão da sexualidade à função de procriação”.

Teoria da libido e o desenvolvimento sexual

Freud também aborda a questão da relação com o objeto. Este é outro aspecto do desenvolvimento sexual, que envolve a economia libidinal e sua dinâmica energética. Na verdade, a libido pode investir e tomar por objeto também a própria pessoa (é então chamada de libido do ego) como um objeto externo (é então chamada de libido objetal). Além disso, ele usa o termo narcisismo para designar o deslocamento da libido sobre o ego.

Do mesmo modo, está envolvida a questão da finalidade da pulsão, ou seja, da satisfação, que Freud questiona em particular com o problema do devir libidinal na sublimação. A mesma energia psíquica, da qual ele mantém o caráter sexual inicial, a mesma energia libidinal, da qual o ego é, diz ele, “o grande reservatório”, é, portanto, para Freud operante nos impulsos sexuais e suas modificações, quaisquer que sejam. O objeto a que se dirigem, seja qual for o objetivo que alcancem, diretamente sexual ou sublimado. Através do conceito do Impulso de Vida, a concepção ampliada de sexualidade que Freud promove o leva a referir-se repetidamente ao Eros platônico.

Ele vê uma concepção muito próxima do que entende por pulsão sexual: a divisão entre duas partes do ser humano que aspirará constantemente a encontrar sua metade perdida para se unir a ela, para ser finalmente apaziguado e satisfeito. Assim, com a teoria do amor de Platão e sua concepção de desejo, Freud concorda plenamente, mas ao mesmo tempo se recusa a abandonar o termo psicanalítico da libido por aquele, filosófico e poético, de Eros porque, mesmo que sinalize seu fim proximidade, ele se recusa a arriscar perder o que quer reconhecer: sua concepção de sexualidade.

Conclusão

Primeiro em Além do Princípio do Prazer, publicado em 1920, Freud usa o termo Eros para conotar as pulsões de vida, que opõe às pulsões de morte. Desse modo, ele transforma a oposição entre pulsões libidinais e pulsões de destruição. Eros, que Freud portanto dá como o equivalente das pulsões de vida (que reúnem as pulsões sexuais e as pulsões de autopreservação), é a própria energia dessas pulsões que tendem à conexão, união e manutenção neste estado.

O presente artigo foi escrito por Michael Sousa([email protected]). Possui MBA em Gestão Estratégica pela FEA-RP USP, é graduado em Ciência da Computação e especialista em Gestão por Processos e Six Sigma. Possui extensão em Estatística Aplicada pelo Ibmec e em Gestão de Custos pela PUC-RS. Entretanto, rendendo-se aos interesses pelas teorias freudianas, foi formar-se em Psicanálise no Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, e procura diariamente especializar-se cada vez mais no assunto e na clínica.

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