Neste artigo de opinião sobre o terrorismo psicopata, vamos abordar sob o prisma da Psicanálise, um tema muito delicado, o denominado terrorismo psicopata. Este termo nasceu após as reformas do DSM-5/TR (Texto Revisado), da APA (Associação de Psiquiatria Americana), dos EUA e do CID-10 (Código Internacional de Doenças) que está migrando para o CID 11, da OMS (Organização Mundial da Saúde) /ONU.
É uma das formas de psicopatia mais grave bem conhecida onde o terror que é uma prática criminal tem uma justaposição com uma patologia complexa antes conhecida como sociopatia do terror. O tema gera convergências e divergências sob a ótica de várias áreas do saber.
Existem os que entendem que é um mero ato político legitimado. O assunto tem, portanto, seus prós e contras. No fecho, em conclusão, vamos ofertar uma resposta possível à indagação que foi formulada e proposta.
O terrorismo psicopata
O objetivo deste ‘artigo de opinião’ será de realizar uma abordagem do terrorismo psicopata sobre o prisma da Psicanálise com base em algumas fontes que foram compulsadas à luz de dois guias, em vigor, o DSM-5/TR, (Texto Revisado) da APA, Associação de Psiquiatria Americana, dos EUA, que o Brasil adota; e no CID 11,Código Internacional das Doenças, da OMS/ONU, que vem substituindo o CID-10, paulatinamente, em vários países.
Vamos abordar algumas questões-problemas selecionadas para um exame, que serão as seguintes.
O que é o terrorismo?
Uma tentativa de conceito global ainda não consensual; as formas de terrorismo, uma classificação ainda precária; o transtorno de personalidade antissocial; a psicopatia e a sociopatia; o terrorismo psicopata; a posição dúbia da ONU e tese dos defensores do terrorismo e o futuro do terrorismo.
No fecho, em conclusão, vamos ofertar uma resposta a problematização que foi proposta nos seguintes termos: “É possível um processo de remissão (cura) de indivíduos, sejam eles masculinos ou femininos, que tenham aderido à prática de atos de terrorismo psicopático?”
O tema não é pacífico, pois, se revela complexo e ao mesmo tempo, desafiador. Nosso primeiro passo será tentar entender o conceito global de terrorismo.
O que é o terrorismo e terrorismo psicopata?
Uma tentativa de conceito global ainda não consensual Não existe ainda no planeta um conceito consensual do que seja realmente o terrorismo. Existem vários registros na Antiguidade e Idade Média de atos que se encaixam no termo, porém, todas as tentativas de se formar um conceito global e institucional sobre o terrorismo ainda são infrutíferas.
Os antecedentes históricos não foram suficientes para construção de um conceito forte e sério. O que temos são tentativas de definições precárias e não aceitas por muitas nações, por um elenco de várias razões. Um deles, são os Estados nacionais que lançaram mão de atos assimétricos assemelhados a terrorismo. Durante a Guerra Fria (1947-1991) houve um recrudescimento e proliferação muito grande de atos de terror.
O terror foi considerado um flagelo social. Ficou bem claro que existe dificuldade de uma conceituação de consenso. A primeira tentativa foi na Conferência Internacional para a Prevenção e Repressão do Terror, em 1937, Genebra, Suíça, mas, sobreveio a 2ª grande guerra mundial (1939-1945).
Um alvo preferencial
Em 1960, retomaram tentativas de conceituar face a aviação civil se tornar alvo preferencial. Não prosperou. Nos anos 1970, reiniciaram as tentativas de conceito, e o tema ganhou tração com o ‘Setembro Negro’, quando em 05 de setembro de 1972, os 11 atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique, Alemanha, foram vítimas.
Surgiram alguns enfoques da ONU, prós e contras, com notas e resoluções, mas, sem tocar no conceito e sem sucesso. Somente em 08 de outubro de 2004, a ONU finalmente sob pressão mundial e via Conselho de Segurança da ONU, embora contrariada, firmou uma Resolução nº. 1566, mas, publicada em 2005, trazendo à luz um ‘conceito oficial’ institucional de peso, ainda não bem aceito por vários países, que enfrenta resistências, nos seguintes termos:
“Considera-se terrorismo atos criminosos, inclusive contra civis, cometidos com a intensão de causar a morte ou lesões corporais graves ou de tomar reféns, com o propósito de provocar um estado de terror na população em geral , em um grupo de pessoas ou em determina pessoa, intimidar uma população ou obrigar a um governo ou a uma organização internacional a realizar um ato ou se abster de realiza-lo. (ONU,2004).
O terrorismo psicopata e críticas sociais
Esta é uma definição oficial que foi publicada e difundida no mundo todo. Não faltaram várias propostas de conceito que foram remetidas à ONU, não só pela academia, mas por expoentes sociais, muitas ignoradas. Muitas obras literárias até de cunho jurídico produziram definições laterais, porém, todas descartadas.
A tentativa de fazer um caminho agregando Direitos Humanos e conceito de Terrorismo, também, não atingiu resultados. O terrorismo foi apontando como uma grave violação dos direitos humanos, mas a ONU ficou em silêncio.
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Entretanto, face muitas prevenções e as críticas sociais na América e Europa Ocidental, a Comissão de Direitos Humanos da ONU, em seu relatório preliminar de 07 de junho de 1999, emitiu um juízo nos seguintes termos: “(…) o terrorismo põe sob ameaça valores sociais e políticos, direta ou indiretamente,(…) a saber: vida, liberdade e dignidade do indivíduo; sociedade democrática e paz social e ordem pública (…)” O mais curioso que causa espécie e perplexidade foi o fato da ONU, em face de todos os documentos de direitos humanos firmados, dos quais existe conhecimento e são publicados, se calar diante de atos terroristas contra Israel.
Violações da soberania
Não só os atos, mas as violações da soberania de Israel, atingido por foguetes caseiros, misseis e mais recentemente, por drones incendiários, esfaqueamentos de soldados nas fronteiras. Outro fato, a postura da Cruz Vermelha Internacional diante dos reféns que foram vítimas no ataque de 7 de outubro de 2023, promovido contra Israel, a partir de Gaza, que teve sua soberania violada num ataque muito cruel.
E o único documento oficial sobre um conceito de terrorismo foi de fato a Resolução n. 1566/2004. As resoluções intermediárias condenando foram sempre feitas para tentar acalmar ânimos, mentes e corações e se abster de fato de tomar medidas mais relevante. Não existe até presente momento um real conceito consensual de terrorismo em esfera global bem firmado pela ONU.
Entretanto, existem enfoques intelectuais brilhantes e construções jurídicas de notórios saberes esparsos que foram lidos e arquivados ou descartados. E os Estados nacionais tem suas legislações. A ONU nunca teve um real interesse em agregar legislações e realizar um evento forte, sério e convergente, para conseguir um conceito global consensual.
O terrorismo psicopata e a falta de cooperação
A única iniciativa que deu um certo destaque foi a Resolução nº.1373, de 2001, que criou o CAT (Comitê Antiterrorismo) onde ficou na retórica, muita hipocrisia e em ressalvas com falta de cooperação.
Vale salientar que o Brasil resolveu fazer uma lei própria, sobre n. 13.206, de 16 de março de 2016, emitindo o seu conceito doméstico de terrorismo e responsabilização porém, focado de forma endógena, em atos territoriais internos e algo muito ideológico e político.
Dito isto, vamos examinar as formas de terrorismo.
As formas de terrorismo, uma classificação ainda precária
Esta é outra questão-problema ainda sem uma classificação das formas que venha a abarcar com uma dimensão mais integral e ampla. Incialmente, com a escalada a partir da Guerra Fria (1947-1991) classificaram o terrorismo como sendo terrorismo de cunho religioso (cristão, protestante e islâmico); o terrorismo nacionalista; o narcoterrorismo; o terrorismo de Estado (político); o Bioterrorismo e o terrorismo psicológico.
A partir de 11 de setembro de 2001, esta classificação foi incrementada em razão de um velho e surrado argumento ideológico ousado, que irritou autoridades americanas do Norte, face as Torres Gêmeas atingidas, e que vinham peitando a opinião pública do planeta, mas, que muitos ainda comungam, e que explica a resistência para a formação de um conceito oficial global abrangente, ou seja, a famigerada premissa de que o terrorismo seria um ato politicamente legitimado.
Uma face contemporânea
E o terrorismo mostrou sua face contemporânea de ser uma atividade articulada, descentralizada e que usa a surpresa onde é menos esperado com a busca da ‘publicidade grátis’ para seus objetivos e planos. Novas formas surgiram, como o ciberterrorismo, o ecoterrorismo ou ambiental, o terrorismo do tipo lobo solitário; o terrorismo separatista e a ameaça do terrorismo nuclear.
Com o advento da chamada pós-modernidade dos tempos líquidos, outras formas foram aparecendo, como terrorismo econômico, o terrorismo étnico focado (negros e estrangeiros), o terrorismo sexual, que são contra minorias, como terrorismo contra gays e lésbicas e o terrorismo mediático que usa televisão, rádio, redes sociais, livros e jornais, que causa ameaça e pânico.
Sub formas em menor escala, também foram aparecendo, mais regionalizados e localizados, como o terrorismo de desapropriação de terras e áreas, o terrorismo de pânico praticado por facções, este o Brasil tem experimentado com queima de ónibus, e carros, fogo em tuneis, em prédios públicos, parada de trens; o terrorismo de mobilidade, praticado em muitos países, com destruição de pontes, estradas, linhas férreas; terrorismo náutico ou fluvial como explosão de represas.
Práticas planejadas
E o mais grave de todos, que é foco do presente artigo, o terrorismo psicopata. Para uma compreensão do que seja o terrorismo psicopata precisamos entender o que é o transtorno de personalidade antissocial que vem crescendo de forma exponencial.
A grande sacada desta forma de terrorismo foi o domínio e doutrinação dos protagonistas (atores) que vão deflagrar as práticas planejadas, que são recrutados de forma até global e por ser mais flexível e por ter as pessoas inclinações e indicadores de que são portadoras de transtornos de personalidade antissocial sendo preferencial os psicopatas.
O transtorno de personalidade antissocial
Este tema tem gerado muitos debates, inicialmente dentro da esfera das ‘ciências Psi’ (Psiquiatria, Psicologia e Psicanálise) e, depois, foram se expandindo. Com o surgimento do conceito ‘homo demens e a era dos transtornos mentais’, o assunto foi levado para novas esferas e a APA, Associação de Psiquiatria Americana, que edita o DSM (Manual Diagnósticos e Estatístico de Transtornos Mentais), um guia adotado em vários países do planeta, assim como o CID, Código Internacional de Doenças, este realizado pela OMS/ONU buscaram tentar aperfeiçoar, embora com muitas resistências.
Surgiu um embate forte porque antes das reformas existia uma linha divisória entre psicopatas, sociopatas e dissociais. Com as futuras reformas houve intensão de supressão das duas categorias, o sociopata e dissocial. Outra polêmica foi criada em torno das definições síndrome, disordem, disfunção, transtorno, doença e demência além dos diagnósticos diferenciais.
Buscavam firmar uma posição, afinal, o que seria ser psicopata e/ou sociopata. O termo traço de transtorno dissocial foi sendo suprimido. Por fim, firmaram um entendimento de que sob o grande guarda-chuva TPA, Transtorno de Personalidade Antissocial estavam a PP (Psicopatia) e a SP(Sociopatia). A tentativa era suprimir a SP, a sociopatia e dissolver ela dentro do conceito PP(Psicopatia).
Deduções clínicas
Apresentaram deduções clínicas empíricas para tentar fazer esse caminho o que gerou desconfianças e resistências. E para agravar mais, alguns grupos tentaram criar a tese de que velhice é doença, estado de demência crescente rumo a psicopatia e sociopatia. Até tentaram colocar no CID-11 e voltaram atrás.
Porque a sociopata era entendida como um transtorno e não síndrome, que era causado por fatores sociais desfavoráveis e negativos. E a psicopatia, acreditam muitos ainda, que tem causa em fatores genéticos, biológicos e psicológicos.
E que, os psicopatas não chegavam a cometer nenhum homicídio, mas causavam estragos na vida das pessoas o que muitos discordaram. E apresentaram a contratese de que a psicopatia tinha três níveis ou graus de periculosidade: grau leve, moderado e grave.
O terrorismo psicopata e os traços de personalidade
Por fim, estava claro que a psicopatia não tem cura, pois, não é uma doença e sim, um traço de personalidade, o jeito de ser do indivíduo. Ou seja, vem de berço. Foi então firmada a posição de que o TPAS (Transtorno de Personalidade Antissocial) tem os seguintes critérios: a pessoa tem conduta agressiva, com ameaças ou danos físicos a outras pessoas e contra animais e flora (ambiente).
Pratica danos a propriedades patrimoniais de outrem; defraudações ou furto, roubo, induz suicídios, cria grupos e facções; gera violações de regras, provoca dor física e psicológica e óbitos e que ao menos, três desses comportamentos ocorrerem nos últimos 12 meses e um deles, menos de 6 meses.
Entretanto, o impasse sobre a linha divisória entre psicopatia e sociopatia continuava, o que vamos examinar a seguir.
A psicopatia e a sociopatia
Este tópico é desafiador porque necessário ter um entendimento bem claro da linha divisória entre as duas categorias nosológicas clínicas e como elas estão posicionadas na literatura psíquica. Existe consenso clínico de que a psicopatia e a sociopatia estão dentro ou fazem parte do TPAS (Transtorno de Personalidade Antisocial).
E existe uma compreensão de que a psicopatia e a sociopatia diferem no quesito fator social e ambiental versus fator hereditário, genético, fisiológico-biológico. E ainda, a psicopatia não tem cura porque é um traço psíquico da pessoa. As duas condições clínicas são antissociais.
As diferenças apontadas seriam a seguintes: a psicopatia tem o lado genético e traumas de infância, a hereditariedade e são pessoas que tentam fingir aparência de normais, muitas são educadas, inteligentes, com boas posições ou carreiras, mas, são manipuladores, frios, perversos, carismáticos, normalmente sedutores, se vestem bem, buscam um comportamento planejado, calculista, não querem que seja descoberto, fingem muito, não sentem culpa e nem remorso, nem qualquer outro sentimento, são zero emoções, tem um comportamento premeditado, escondem evidências, crimes em série, tentam enganar as autoridade e estimam que 1% da população do planeta são psicopatas.
Desenvolvimento da vida existencial
Já o sociopata tem uma origem no desenvolvimento da vida existencial, vem de vulnerabilidades, seus contatos com outras pessoas são principal fonte do problema. Criam laços e sentem culpados por contra certas pessoas. São também pessoas agressivas e violentas, com dificuldade de se relacionar e permanecer em locais que tenham muitas regras, são violentos e impulsivos, mas possuem uma certa empatia, se importam com as pessoas.
Muitos deixam evidências de suas práticas perversas. Costumam lesionar patrimônios, são explosivos de impulso. São vingativos. Estimam que 4% da população global tem variados graus de sociopatia. Estes seriam os critérios em que pese, não é algo linear e estanque.
Precisam de muita ‘anamnese’, entrevistas, testes e monitoramento para se firmar o diagnóstico. Os ‘achados’ clínicos são prospectados e observados aos poucos. O sociopata consegue fingir muito e simular atos e fatos, para escapar do diagnóstico.
Equívovo clínico: terrorismo psicopata
A tentativa de fundir a sociopatia na psicopatia foi um equívoco clínico. O tema não está ainda esgotado e se discute no meio acadêmico os estudos e pesquisas sobre essas duas categorias nosológicas justamente a partir do terrorismo. E ficou claro que o terrorismo psicopata passou a ser o grande desafio atual.
Vamos examinar este tipo de terrorismo.
O terrorismo psicopata e a prisão
Os estudos sobre o ‘terrorismo psicopata’ começaram nos EUA, a partir da prisão de muitos autores levados para Guantánamo, uma base e prisão americana que aloja os protagonistas (autores) de atos de envergadura e que são de alto grau de periculosidade, que foram observados e monitorados, entre outros pontos de encarceramento.
A conclusão é que todos são psicopatas natos. Foram estudados sob o ângulo etiológico, das relações sociais, empatia e culpa, comportamento criminal percentagem em suas origens e como foram recrutados e os métodos e técnicas que usaram para praticar o terrorismo.
Como características comportamentais e interpessoais, se constatou que não se importam com as vítimas, mostram-se de coração frio, são calculistas, não enfrentam angústias, não tem remorso, tem relacionamentos falsos e superficiais, mantém uma vida de cobertura de aparência normal, são perversos, não amam as pessoas, não dão importância aos filhos.
Características
O que mais ressaltou foi a facilidade para mentir e inventar histórias, para manipular, são cruéis com as palavras, ausência total de empatia, não tem remorso, tem dificuldades de pedir desculpas, não tem relações estáveis, estão anos na mesma linha de atuação, gostam de praticar óbitos, gostam ferir as pessoas. Possuem prazer em relatar suas práticas, gostam de torturar, treinam matando animais.
Este perfil é o preferido para recrutamento de pessoas para missões de terrorismo psicopata. Muitos usam drogas, cocaína, heroína, haxixe, cannabis. Usam também álcool. Alguns fumam em excesso. Ainda, nos estudos, ressalte-se que desprezam as leis, assediam pessoas, enganam e exploram terceiros, trocam de empregos, casas e relações com frequência, são imprudentes, propensos a abusos, são financeiramente irresponsáveis, não permanecem monogâmicos são indiferentes aos sentimentos, direitos e sofrimentos dos outros Possuem opinião elevada de si.
São teimosos e arrogantes, volúveis e muitos ligados a frustração e vingança. Cabe salientar que tanto o sociopata como o psicopata são perfls ideais para serem recrutados, porém, a preferência sempre é pelos psicopatas porque o sociopata tem uma chance pequena de mitigação, passo que antecede a remissão. Quanto a carga de narcisismo tende a ser similar em ambas categorias clínicas. Por fim, existem vários tipos de psicopatas que vamos examinar.
Os tipos psicopatas
Esta é uma questão-problema delicada porque os psicopatas ainda são alvo de muitas pesquisas principalmente, os ligados ao terrorismo psicopata. Existe uma tipologia dos perfis. Muitos operadores das’ ‘ciências Psi’ e estudiosos da área similar conseguiram chegar a uma classificação ainda pendente de incremento, porém, bem observada em estudos. Foi uma classificação considerada ideal para o momento atual do terrorismo psicopata.
Para os estudiosos existe o psicopata hipertímico; o psicopata depressivo; o psicopata anancástico; o psicopata o fanático; o psicopata lábil, o psicopata explosivo (impulsivo) e o psicopata abúlico. Cada tipo psicopático com seu perfil e estilo ligado ao terrorismo psicopata. Vale frisar que muitos relatam que usam drogas, cheiram e injetam psicotrópicos antes de ações dolorosas que faz parte do quadro clínico psicopático.
O psicopata hipertímico é que sempre está alegre, despreocupado e tem otimismo forte em fazer o ato. O depressivo é mais melancólico, esta sempre descontente, se consideram inferiores aos outros, não conseguem ter algo na vida, sem perspectivas e podem aproveitar para praticar atos contra si próprios. Os anancásticos são inseguros, e podem por exemplo, matar até os próprios filhos.
Elemento expansivo e criativo
Os fanáticos são dominados pelo elemento expansivo e criativo, se aproximam de paranoicos, fazem exageros, tem ideais fortes, vivem no irreal e na fantasia, mas buscam ser pacíficos no grupo de interação. Os psicopatas necessitados de valorização são os querem parecer mais afetivos do que são, criam exaltação de fantasias e tendem a mentir muito. São mais mitomaníacos ou seja, mentirosos contumazes.
Difíceis de serem interrogados e entrevistados. Os lábeis, também considerados psicopata de estado de ânimo, são os que se irritam com facilidade e demostram ‘borrascas depressivas. Os psicopatas explosivos são coléricos, agem de maneira violenta podendo cometer homicídios e lesões corporais de forma presencial instântanea (execuções sumárias), enforcam pessoas e animais e gostam de esfaquear e decepar, cortar partes do corpo humano.
Os abúlicos são facilmente influenciados pelas outras pessoas, absorvendo todos os exemplos, independente se são bons ou maus. Esses perfis foram observados, catalogados e avaliados. Existem estudos de novos tipos de perfis. Geralmente, relatam que no terrorismo psicopata vamos encontrar esses perfis em interação.
A posição dúbia da ONU e a tese dos defensores do terrorismo
Esse questão-problema foi arrolada para exame, porque as críticas contra a ONU com relação a sua postura contra o terrorismo são geometricamente crescentes. Existe a preconcepção de que a ONU tem resistência em não deixar instrumentos serem construídos e erguidos para desarticular o terrorismo, porque ela mesma não seja colocada na parede e sofrer pressões da OPM, Opinião Pública Mundial.
Por isso, ainda não existe um conceito global consensual oficial e firme do que seja realmente o terrorismo. Muitos negam que o terrorismo seja psicopata. A posição da ONU tem sido muito fraca com relação ao terrorismo psicopata, principalmente, quando está ligado a Israel. Essa prevenção existe, embora seja negada.
O que em teoria, dizem geoanalistas, reforça a percepção sobre a ONU estar ligada a premissa de que o terrorismo é entendido por muitos com um ato político legitimado usando a teoria dos polos hiper versus hipossuficientes. Que o polo hipossuficiente teria o direito a recorrer ao terrorismo assim como o preso teria o direito de fugir.
Raízes ideológicas
Este postulado tem raízes ideológicas e é comungado por muitos integrantes da ONU. Portanto, nesse viés, para a ONU, Gaza teria o direito de recorrer a atos de terror. Uma situação muito delicada frente ao que aconteceu no dia 7 de outubro de 2023 na fronteira israelita e nos reféns que foram levados com violência e truculência para cativeiro, alguns executados, colocados em buracos insalubres, escuros, passando fome e sede, mal nutridos.
O futuro do terrorismo
O terrorismo tem o perfil psicopata, isso é ponto pacífico e inegável. Estudos são conclusivos e apontam que os que deflagram atos e fatos ligados ao terror são personalidade antissociais portadores, proeminentemente, de psicopatia que são recrutados, doutrinados e treinados. E muitos terminam perdendo a vida.
O futuro do terrorismo psicopata só terá sucesso se não houver um esforço conjunto de apoiar ações repressivas e ofensivas para que seja efetivamente debelado. Infelizmente, isso implica em uso de força que por mais moderada e pontual que seja, sempre atingirá terceiros.
O futuro do terrorismo, também, está ligado a renúncia da concepção da premissa de que seja um ato politicamente legitimado, uma reação do polo hipossuficiente contra o polo hiperssuficiente em face de um estado de opressão e dominação autoritária e despótica, como argumentam os seus defensores. E ainda, pela reação conjunta com ações econômicas que não permitam aquisição de apetrechos e equipamentos tecnológicos para aplicação nos objetivos.
O terrorismo psicopata e o cérebro-mente
Não existe outro caminho, porque desprogramar um cérebro-mente fechada tem sido considerado um fracasso. Muitos métodos e técnicas não deram certo, como terapia da fala, individual ou em grupo; a terapia cognitiva comportamental (TCC), o uso de comunidade terapêuticas, grupos de apoios, dinâmica de grupo, o aconselhamento, medicamentos psicofármacos, nada surte um efeito de remissão.
Em se tratando de sociopatas recrutados existem relatos de que a mitigação (alívio, o lenitivo), que é uma fase que antecede a remissão (cura) tem sido atingida. Entretanto, os que tem perfil abúlico geralmente retornam à atividade. Aplicação de laudos e contensões em prisões tem sido um caminho com tratamento psicofarmacológico, mas isso implica gastos governamentais.
Aqui vale destacar que o terrorismo praticado nas esferas islâmicas é de difícil trato, do que praticado em esferas cristãs. Esferas islâmicas muitas deles sequer tem as ciências psicológicas estruturadas ou são proibidas. A Psicanálise se desenvolveu muito nas democracias.
Conclusão sobre o terrorismo psicopata
Diante e face ao todo acima exposto, no exame das questões-problemas pré- selecionadas, tópico a tópico, por etapas, de forma concatenada; e, com base e respaldo, em estudos de meta análise, de artigos e literatura, em manuais, recomendações e com relação ao desafio da indagação proposta, qual seja: “É possível um processo de remissão (cura) de indivíduos, sejam eles masculinos ou femininos, que tenham aderido à prática de atos de terrorismo psicopático? ”
Entendemos, a priori e em tese, que diante dos estudos realizados que não existe remissão (cura) de autor de terrorismo psicopático, porque é inerente a pessoa, não tem componente do fator social e ambiental, como tem na sociopatia.
E a pessoa que adere ao terrorismo o fez por opção e porque foi recrutado e é portador de transtorno de conduta antissocial. Não existem casos positivos de remissão, mas existem mitigações em que pese, geralmente, retornam a prática ainda mais sofisticados. Porque o psicopata tem todo aquele perfil já supra referido, uma pessoa fria, cruel, sem emoções e empatia, perverso, dedicado a matar.
O confinamento
Um dos caminhos é o confinamento, com uso de psicofarmacologia preliminar e medida de segurança, prisão perpétua, quando a reincidência for forte. O terrorismo psicopata é sem sobras de dúvidas a maior mazela social. Um flagelo e chaga que implica na concepção de que tentar recuperar um terrorista psicopata é uma batalha perdida.
Tem que ficar bem claro, psicopatia é genética, hereditária, fisiológica e biológica, um traço da personalidade da pessoa, não é doença, ao passo que a sociopatia é ligada a fatores sociais e ambientais, interação, uma patologia.
Artigo escrito por Edson Fernando Lima Oliveira – PG em Psicanálise e realizou curso especialização em Filosofia Clínica. E-mail: [email protected]