trabalho de tutoria

O trabalho de Tutoria: ouvindo necessidades

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Hoje falaremos sobre o trabalho de tutoria. A educação é certamente uma ferramenta poderosa para mudar os destinos de uma sociedade.

Entendendo sobre o trabalho de tutoria

Somos seres sociáveis e graças à educação essa possibilidade faz com que tenhamos um processo interacional com as outras pessoas, independente de quem seja a pessoa, todos somos seres que vive de forma agregada e consequentemente precisamos de uma vida em sociedade, a educação se faz presente nesse trajeto como um farol que vai orientando os educando em suas diversas necessidades ou até mesmo fragilidades e com isso melhoria na sua vida estudantil.

A tutoria surge em um quesito religioso, no sentido de ouvir jovens em suas mais profundas necessidades humanas e até espirituais, e certamente esse propósito continua aceso em nossos tempos, pois muitos grupos religiosos utilizam desse meio, talvez com outras nomenclaturas para difundir a ideia de auxílio a outras ou outras pessoas em suas realidades mais comuns e urgentes.

No ano de 2012 no estado de São Paulo surgiram as Escolas de Ensino Integral, e dentro de suas normativas a ideia de Tutoria; é sobre os efeitos da Tutoria, na vida dos estudantes que quero mencionar nesse artigo, onde venho difundir a ideia de auxilio, de grande valia, vale ressaltar, o ato de escutar os alunos e propor modos de ele (aluno) saber lidar com um problema e claro, buscar uma solução que seja viável e muito contundente.

O trabalho de tutoria e a psicanálise

Importante frisar que neste artigo, muitas das realidades podem ir de encontro com o trabalho desenvolvido na psicanálise que parte da premissa de saber escutar o paciente nas suas diversas situações ou bloqueios na sua vida. Uma vez por semana, desde que fui trabalhar em uma escola de Ensino Integral, passe a desenvolver esse trabalho, que relativamente se compara ao trabalho que um psicanalista vai desenvolver no seu consultório e a sua demanda de pacientes.

O trabalho de tutoria no que diz respeito a educação tem um fundo de aprendizagens e etc., o trabalho da psicanálise leva em conta uma série de tensões da vida do paciente, sua história e o que isso pode de fato acarretar na sua postura atual como pessoa diante de todo o contexto social em que vive.

Fazendo as devidas proporções pode-se chegar ao seguinte dinamismo que o processo de escutar esse estudante nas aulas pode de fato gerar toda uma diferença em sua vida, não apenas no que diz respeito ao papel de um tutor no seu dia a dia, mas de nortear os mesmos que há uma capacidade para mudar ou até sinalizar diversas situações que podem estar escondidas, prejudicando seu potencial como pessoa e como estudante.

O trabalho do tutor

No trabalho como tutor, sempre busco trabalhar temáticas que podem ser de grande auxílio para esse estudante, talvez não que ele vá se abrir em um momento e ali relatar todas suas situações de vida. Mas pode ser um gatilho positivo para que haja de fato uma construção de um atendimento, que muitas das vezes é uma partilha afetiva, das lutas ou conflitos que este estudante pode estar enfrentando, seja em âmbito de escola, de família ou pessoal.

Logo se pode criar um vínculo, assim também na psicanálise, há essa vinculação, o que de fato proporciona um atendimento mais humano, mais voltado para uma resolução de problemas. Posso dizer que nesses atendimentos como tutor, noto quantas realidades podem estar presentes naquele aluno que muitas das vezes pode não estar se concentrando em sala de aula, justamente pode haver uma forte sobrecarga emocional no mesmo que o barra de estar de fato naquele espaço da sala de aula, verificando-se com isso da grande necessidade que temos de sermos escutados nas nossas necessidades, nas nossas dificuldades.

Devido ao tipo de mundo em que estamos mergulhados atualmente essa escuta acabou por ser deixada de lado, ou as pessoas acreditarem que se trata de algo de momento e que de fato escutar outra pessoa, pode ser prejudicial, demorado e desgastante.

A escuta

Ao desenvolver o trabalho de escuta, levo em consideração algumas perguntas mais básicas com a situação do aluno em sala de aula, para a partir disto tentar saber, daquilo que ele for me falando de realidades extra escolares, pois com isso ele mesmo vai iniciar o tal ou tais percursos no qual esteja vivenciando fora da escola.

No trabalho da psicanálise, não terá tantas diferenças no que se relaciona a escuta, processo no qual não tem como desenvolver de fato o papel e fatores de um psicanalista, o saber ouvir é imprescindível para que haja de fato um auxílio convincente para o paciente.

Por isso essa ferramenta da tutoria nas escolas do estado de São Paulo, pode sim de fato desenvolver um papel de futuras soluções não apenas dentro das salas de aula, mas pode desenvolver uma melhoria gradativa na vida tanto dos professores, quanto dos alunos, o que de fato fará um bem enorme para todo processo educacional.

Conclusão sobre o trabalho de tutoria

Chega-se então a uma parte fundamental nesse trabalho, saber além de escutar, dar um direcionamento, muito mais que conselho, é saber pontuar aquilo que esse estudante está e naquilo que ele precisa chegar, sendo o tutor um apoio que possibilite e facilite a vida do mesmo dentro do ambiente de escola e até mesmo fora dele.

E o saber do trabalho da psicanálise deve ter esse repertório, saber escutar o paciente e lhe possibilitar dar direcionamentos para suas mais urgentes necessidades, fazendo com isso que haja um alívio para aquele sofrimento que essa pessoa esteja passando na sua vida. Com isso posso concluir que desenvolver tais tutorias, sejam elas coletivas ou até as individuais é preciso sempre ganhar a confiança do estudante, saber que estou ali para o auxiliar na sua jornada estudantil.

Ao mesmo tempo, no trabalho da psicanálise, é fundamental saber potencializar cada atendimento de tal sorte que o paciente se sinta desafiado a querer mudar sua vida por objetivos maiores que o curem e o faça perceber seu lugar no mundo e na sociedade.

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    Este artigo sobre o trabalho de tutoria foi escrito por Anderson Oliveira([email protected]). Professor da Rede Pública Estadual, formado em Filosofia e Ciências Sociais, também realiza palestras e é escritor.

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