Transtorno de Ansiedade: o que é segundo a psicanálise

Entenda o que é transtorno de ansiedade. Através da perspectiva psicanalítica, o transtorno de ansiedade (TA) é vista como um retorno ao questionamento e a subjetividade, uma vez que sempre desafiou a compreensão teórica por se tratar de uma comorbidade comum, o que leva a necessidade de se buscar ideias abstratas na aplicação psicanalítica.

Entendendo o que é transtorno de ansiedade

O termo ansiedade refere-se a um estado tensional ou apreensivo motivado por uma expectativa real ou emocional, o que é perfeitamente comum e normal.

Porém, quando provoca sofrimento para a pessoa, provocando distúrbios, é tido como patológica, sendo que o nível de sua intensidade pode ser considerada um fator de risco, afetando o bem-estar, desencadeando sofrimento, tristeza, entre outros sentimentos negativos. Assim, “indivíduos ansiosos são capazes de selecionar certos objetos em seu ambiente e ignorar outros, na tentativa de provar que estão certo ao considerar a situação, muitas vezes inofensiva, amedrontadora […]” (PERES, 2018, p. 11).

Em suma, antecipar uma situação gera uma grande desestabilização psíquica, gerando ansiedade; levando a uma condição de alta tensão mediante a uma expectativa, gerando sofrimento, podendo acarretar situação patológica se causar algum distúrbio na pessoa.

O que é transtorno de ansiedade na Psicanálise

Freud dissociou a ansiedade em categorias:

• Neurótica (medo de algo que pode ou não existir),

• Moral (sentimento de punição ou culpa por algo),

• Realista (medo de uma coisa que existe, que está no meio no qual está inserida).

Já os transtornos de ansiedade são dissociados em cinco categorias:

• TP – Transtorno de Pânico

• TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo

• TEPT – Transtorno de Estresse Pós-traumático

• TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada

• Fobias

Uma defesa psicológica

Ela existe e se manifesta como um indicador orgânico de defesa psicológica, correspondendo a uma incumbência matriz para o funcionamento psíquico.

Freud afirmou ainda, que a ansiedade é um distúrbio oriundo de traumas de infância que foram repelidos pelo EGO, como defesa psíquica evitando assim a dor no momento.

Logo, é necessário ter a percepção que o transtorno de ansiedade vai muito além de um transtorno neurológico químico-científico apenas.

Explicação de Freud

Freud explicava que a ansiedade poderia também ser uma consequência de libido contida, ou por experiências que acarretavam traumas ou desejos que não eram realizados e refletiam na fase adulta da vida, onde o sujeito tenta buscar soluções precipitadas para seus embates psíquicos, fazendo com que evitem situações que causem insegurança, medo e culpa.

O que é transtorno de ansiedade, suas causas e sinais

Conclui-se, portanto, que, observar a ansiedade sob um prisma psicanalítico mostra que o corpo é abalizado também por questões psíquicas e não só biológicas, uma vez que estão relacionadas a uma série de reações disseminadas pelo corpo frente a certas situações ou estímulos.

Vale frisar que a ansiedade é uma reação normal diante de certas situações de perigo, contudo tende a se tornar patológica quando sua reação é descabida e anormal à situação provocada, sendo então definidas como persistentes ou episódicas, físicas ou psicológicas e associadas ou não a transtornos comportamentais ou mentais e traumáticos.

Sujeitos que possuem transtorno de ansiedade (T.A.), têm elementos pré-existentes que ajudam no desenvolvimento de sintomas de vulnerabilidade, a criar regras impróprias, fobias, entre outros, prejudicando assim o convívio e ações.

O distúrbio de imagem

Pode-se citar como exemplo nos casos de TA em que o distúrbio de imagem apresenta muitas situações de risco, onde deixa o sujeito fora de controle e incapaz de lidar com as situações, onde a pessoa se priva da alimentação ou desconta sua ansiedade comendo mais do que deve, levando a bulimia e anorexia entre outras situações.

Temos também situações em que:

• os sujeitos se afastam de “possíveis” situações que lhe causem futuros problemas, riscos ou situações de rotina que possam paralisá-los, sem reação,
• desenvolvendo fobias, medos excessivos, ideias catastróficas, oriundos de traumas e medos de infância que transformam os adultos em sujeitos disfuncionais,
• levando-os a um sofrimento profundo, fazendo com que se acostumem a conviver naquela situação de ansiedade constante.

Tudo isso pode ser provocado por gatilhos sociais, neurose de ansiedade, por situações em que o sujeito se sinta desamparado, com medo, inseguro, ou tendo a necessidade constante de ser aprovado, de pertencer a um grupo específico ou a alguma classe social, que dispare insegurança, ansiedade, medo ou culpa de maneira forte e excessiva, gerando um impulso incômodo causando mal-estar.

Mecanismos de defesa estão na base para entender o que é transtorno de ansiedade

Os mecanismos de defesa, segundo Freud, ocorrem devido aos estímulos externos, do cometimento do EGO de sanar impulsos que foram provocados uma vez que foram expostos ao fator desencadeante, servindo como reação protetiva, o que leva a pessoa a ter medidas drásticas e exageradas, afetando assim o comportamento, a convivência com os outros e a própria vida.

Através da psicanálise descreve-se os mecanismos de defesas psíquicas, fundamentais para compreender o que é transtorno de ansiedade, tais como:

• Regressão – processo que leva a atividade psíquica a uma forma de atuação evolutiva e primitiva;

• Recalque – método de intervenção na qual a pessoa busca afastar no inconsciente associações a pulsão;

• Isolamento – método em que se considera separado aquilo que na realidade permanece junto;

• Formação Reativa – proteção através da manipulação da percepção interna, o que faz com a pessoa entenda de forma errônea um sentimento diferente ao seu;

Outros mecanismos de defesa

• Identificação – o sujeito transfere representações do objeto para o EU de maneira parcial ou total;

• Projeção – onde o indivíduo retira de si e localiza no próximo o que é seu, como por exemplo sentimentos de recusa, onde a pessoa atribui suas más qualidades a um objeto externo, de forma que seja uma característica do objeto, quando na verdade é sua, como por exemplo uma transferência de culpa;

• Sublimação – adaptação lógica dos impulsos.

Conclui-se, portanto que tanto os transtornos de ansiedade quanto os mecanismos de defesa afetam a vida da pessoa, o comportamento diante de situações e o convívio social.

Este artigo sobre o que é transtorno de ansiedade foi escrito por Patty Tena ([email protected], tel. 11 98485-8002), Neuropsicopedagoga, Psicomotricista, Psicopedagoga, Mestranda em Ciências da Educação e formanda Psicanalista. Especialista em Terapia, em ABA e em Transtorno Global do Desenvolvimento.