Todos nós carregamos algum tipo de ritual ou mania, sendo isso algo comum a qualquer pessoa. Entretanto, nossa capacidade de seguir rituais e repetições se mostra um problema quando saímos do controle e tal coisa atrapalha a nossa vida. Veja do que se trata o transtorno obsessivo compulsivo, alguns dos seus sinais e tratamentos para lidar com ele.
O que é transtorno obsessivo compulsivo?
O transtorno obsessivo compulsivo se trata de um conjunto de obsessões fora de controle. Trata-se de algo crônico, duradouro e impulsivo no qual o indivíduo se vê refém de suas manias. Por mais absurdas que sejam, esse tipo de comportamento costuma ser bastante conflitante e prejudicial à rotina de quem possui.
Buscando o significado de toc, o mesmo alude para pensamentos obsessivos, imagens recorrentes e impulsos persistentes vividos sem desejo. Esses atos mentais e comportamentos prendem o indivíduo em um ciclo de repetição extremamente danosa. Se não existir um conjunto de regras a ser seguida, a obsessão o forçará a reviver um mesmo momento.
Infelizmente, o TOC, ou transtorno obsessivo compulsivo é visto como uma doença de estado grave. De acordo com a OMS, ela se encontra entre as 10 maiores causas incapacitantes do cotidiano. Apenas no Brasil 4 milhões de pessoas sofrem com a doença, carregando limitações quanto à própria vida.
Causas do transtorno obsessivo compulsivo
Sabendo melhor o que é toc, quanto as causa, ainda não se sabe muito a respeito delas. Muitos especialistas apontam que o transtorno obsessivo compulsivo resulte de uma falha genética influenciada pelo ambiente. Com isso, caso alguém possua uma pré-disposição, o meio onde ela vive pode ajudar a isso a se desenvolver mais facilmente.
Indo além, traumas durante o parto contribuem para causar danos e surgimento desse problema. Sem contar infecções, já que deixam sequelas tanto físicas, quanto mentais, emocionais e comportamentais. Abusos durante os primeiros anos da vida conseguem ser capazes de mudar a postura de alguém quanto a isso.
Durante a infância e adolescência existe um período em que os sintomas do problema se tornam comuns de aparecerem. Na fase adulta, o nascimento de um filho também pode comprometer a psique de pais que possuem a pré-disposição. Aqui, por exemplo, pode abrir as portas para surgir uma preocupação excessiva com os seus filhos.
Sintomas de transtorno obsessivo compulsivo
Os sinais do transtorno obsessivo compulsivo são perceptíveis a alguns indivíduos com a doença, mas também por quem está ao lado. De toda forma, é preciso se consultar com um psicólogo para que se tenha um diagnóstico adequado do problema. Os sintomas mais comuns são:
Comportamento compulsivo
Por mais que tente, é quase que impossível resistir à sua compulsão, seja ela qual for. E caso faça isso, será tomado por um desconforto gigantesco que aumentará ainda mais a sua fixação.
Gestos repetitivos
Como que por reflexo, quem possui o toc executa gestos repetitivos mesmo sem se dar conta disso. Em muitos casos é comum repetir a mesma ação como forma de constatar que algo está no lugar ou fora.
Ansiedade
Esse sintoma surge tanto de forma independente, quanto como uma sequela de outro sintoma. Com isso, o paciente vai pode antecipar psiquicamente situações que não possuem qualquer chance de acontecer. Infelizmente, isso serve apenas para aumentar o seu sofrimento e intensificar sua angústia.
Pensamentos incessantes
Outro dos sintomas de transtorno obsessivo compulsivo envolve a persistência de pensamentos específicos que são, geralmente, negativos. A sua mente trabalha a todo vapor enquanto também fixa uma única ideia na sua visão. Imagine ter um pensamento mórbido sobre algo e viver com ele durante todo o seu dia.
O preconceito
Algo bastante frustrante a quem possui o transtorno obsessivo compulsivo são os relatos a respeito de preconceito com isso. Isso porque muitas pessoas brincam com a situação criando piadas a respeito do problema. Além disso, outros afirmam que a doença é frescura e fácil de ser curada, o que não é verdade.
Em muitos pacientes as características do toc se tornam uma prisão individual construída em cima da infinidade. Muitos descrevem o quanto isso as desconcentra, como os relacionamentos ficam difíceis e a mente só fixa em um ponto. Com isso, se sentem quebrados e presos a um único momento em suas vidas, como fantasmas.
Para quem não possui o problema, empatia e sensibilidade devem conduzir a sua percepção quanto à necessidade do outro. E se não termos nada para acrescentarmos, devemos ficar em silêncio para tentar em entender alguém. A solidariedade com essa situação pode ensinar sobre respeito e dificuldades de quem possui toc passa.
Como saber se é TOC ou não?
Para alguns é difícil desassociar quem tem transtorno obsessivo compulsivo de quem apenas gosta das coisas arrumadas. No caso do toc, os rituais tomam muito tempo, de modo a atrapalhar o andamento normal da vida. Além da angústia e solidão alcançadas, atrasos e até desistências de compromissos em prol desse hábito surgem.
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Nesse ponto surge um problema: quando a doença começa e a demora no diagnóstico. De acordo com estudiosos, a média fica entre 10 a 14 anos para que se procure um especialista.
Em parte, a área da saúde não possui um preparo adequado para lidar com o problema logo de cara. Sem contar que o próprio paciente sente receio do preconceito desrespeitoso entregue pela sociedade. Mesmo sabendo do absurdo envolvendo a sua postura e o que isso causa, é difícil parar de seguir isso.
Exemplos
O problema envolvendo o transtorno obsessivo compulsivo acaba atingindo ações comuns do nosso cotidiano. Tanto que é comum que situações extremamente simplistas se tornem um grande problema na vida dessas pessoas. Por exemplo:
- Algumas pessoas checam os próprios pertences várias vezes para ter certeza de que não foram engolidos. A escova de dente é um exemplo;
- Fazer determinado trajeto por muito tempo, mas sem conseguir chegar a um destino. Há relatos de um jovem indo e voltando na ponte Marginal Tietê em São Paulo por 3 horas sem chegar ao destino;
- Muitos sentem aversão a uma louça suja na pia, chegando a chorar por conta disso;
- Não abrir a maçaneta da porta, já que o medo irracional sobre bactérias está sempre ativo;
- Lavar as mãos compulsivamente para evitar qualquer contaminação.
Tratamentos para transtorno obsessivo compulsivo
O tratamento para o transtorno obsessivo compulsivo, após diagnóstico, é começar pela psicoeducação. Em seguida, a Terapia Cognitivo Comportamental ajuda a recondicionar o indivíduo a ter uma vida mais saudável externamente. Quanto aos remédios, esses ajudam no alívio dos sintomas e sinais mentais causados pelo problema.
Esse tratamento também envolve uma observação a respeito das doenças que se conectam, como bipolaridade e fobia social. Por conta disso que a escolha correta dos medicamentos influencia diretamente no resultado final. Quando feita da maneira correta e com longa duração aumenta em 60% a chance de controle.
Ademais, a própria família do paciente deve participar do tratamento e não ceder as exigências maníacas. Mesmo isso ficando causando agressividade, isso dura pouco e obedecer as exigências é realmente danoso. Sua família é orientada a como agir com o psicólogo e ajudar o indivíduo a questionar sua postura e mudá-la.
Considerações finais sobre transtorno obsessivo compulsivo
O transtorno obsessivo compulsivo acaba prendendo o doente numa rotina em que suas ações se repetem infinitamente. Pode parecer algo “inofensivo” e “ridículo”, mas existe uma angústia grandiosa por aqui. Se não fizer o que a sua mania manda pode acabar entrando em crise consigo.
Para o indivíduo que sofre com o problema, a terapia combinada pode dar uma liberdade que até então não tinha. A quem convive com ele, se informar e compreender a sua realidade é de suma importância ao apoio. Quanto ao restante da população, ter ferramentas de amparo a esse público torna seu recondicionamento possível e de fácil acesso.
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