Você já ouviu falar sobre o transtorno de personalidade limítrofe? Caso nunca tenha ouvido esse termo, provavelmente já conhece o problema pelo seu nome mais popular: Transtorno de Personalidade Borderline.
Com frequência razoável, na televisão encontramos casos de personalidades que lutam para lidar com o problema, como a ex-Fazendeira Raissa Barbosa e o comediante norte-americano Pete Davidson.
Neste artigo, exploramos o mundo das pessoas com borderline com o intuito de conscientizar sobre a importância de entender a fundo como o problema ataca a saúde física de quem lida com o problema. Ademais, buscamos falar um pouco mais sobre as possibilidades de tratamento. Confira!
O que é transtorno de personalidade limítrofe?
O transtorno de personalidade limítrofe ou borderline se define principalmente a partir de observações a respeito do comportamento das pessoas. Isso se deve ao fato de o problema ter a natureza de um transtorno.
Explicamos melhor: dá-se o nome de transtorno a uma variedade de condições que afetam o humor, o raciocínio e o comportamento de alguém. Logo, é a junção de sintomas observados que leva ao diagnóstico de um indivíduo com borderline.
Nesse contexto, o diagnóstico do transtorno se dá a uma pessoa que:
- é hipersensível à rejeição e ao abandono,
- não quer ser deixada sozinha,
- possui uma relação instável com sua autoimagem,
- apresenta comportamentos suicidas,
- possui humor e relacionamentos instáveis.
Em linhas gerais, estamos falando de uma pessoa que não gosta de ficar sozinha de maneira alguma. Além disso, na ausência de outros indivíduos, para lidar com a própria solidão ou evitá-la, recorre a ações autodestrutivas.
Um exemplo comum é o da pessoa que tenta o suicídio para chamar a atenção de familiares, amigos e parceiros românticos. Dessa forma, a atenção desses indivíduos se volta para a solução da angústia de quem está sofrendo.
A importância do respeito e da conscientização sobre os transtornos e distúrbios que afetam a saúde mental
Nesse contexto em que passamos um panorama geral sobre o que é o transtorno borderline, é importante destacar a importância da conscientização de como esses distúrbios afetam a saúde mental de alguém.
Olhando os sintomas e a descrição do problema sem a sensibilidade necessária, parece que estamos diante de uma pessoa mimada que quer chamar a atenção. Porém, essa não é a leitura correta da realidade.
A pessoa que convive com o transtorno em questão está doente. Logo, precisa de um bom tratamento, compreensão e o apoio de quem convive com ela.
E o significado de personalidade limítrofe, qual é?
Borderline e limítrofe são palavras que fazem referência à mesma coisa, porém em línguas diferentes. O termo limítrofe, no português, diz respeito ao que está sempre “no limite” ou “na fronteira” de algo. Borderline é o nome em inglês para o mesmo conceito.
Nesse contexto, estamos falando de uma pessoa que sofre com um transtorno que sempre a deixa no limite das emoções, sempre correndo o risco de lidar com o que está sentindo de maneira trágica e prejudicial a si mesma.
Assim sendo, temos que um indivíduo com o transtorno de personalidade limítrofe é um indivíduo com uma disfunção de lidar com as próprias emoções e controlar o comportamento.
Quais são os sintomas de transtorno de personalidade limítrofe?
Mais acima citamos brevemente alguns dos sintomas de quem apresenta o transtorno de personalidade limítrofe.
Agora, falamos mais detalhadamente sobre os sintomas mais importantes, o que é importante não para chegar a um diagnóstico por conta própria, mas para suspeitar de que alguém ou você mesmo precisa de ajuda.
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Instabilidade
A instabilidade emocional é um dos sintomas mais notáveis em quem tem o transtorno. Ademais, esse é um sintoma que leva a uma confusão frequente entre borderline e bipolaridade, que é um problema completamente distinto.
Dado que pessoas com o problema são extremamente sensíveis a qualquer sinal de rejeição em seus relacionamentos, a mudança de humor é um problema que acontece com frequência.
Assim, por essa razão, pais, irmãos e cônjuges sofrem tanto com a idealização e a criação de expectativas sobre o relacionamento quanto com os momentos de desilusão da pessoa com o transtorno.
Medo de abandono
Um outro sintoma muito frequente em quem tem o transtorno de personalidade limítrofe é o medo do abandono.
Esse medo não diz respeito somente aos términos de relacionamento. Na verdade, ele aparece quando um parente ou amigo chega atrasado para um compromisso, quando a pessoa doente passa muito tempo sozinha ou quando um encontro é cancelado.
Nesse contexto, tudo é levado para o lado pessoal. Assim sendo, qualquer atraso, cancelamento ou aparente falta de interesse leva o indivíduo com borderline achar que está sofrendo uma rejeição ou que é uma pessoa ruim.
Raiva
A dificuldade para controlar a raiva também é um sintoma que ajuda no diagnóstico do transtorno borderline. Portanto, as pessoas com o problema apresentam comportamentos explosivos.
Ademais, essa raiva pode aparecer na forma de comentários extremamente sarcásticos e amargos, principalmente nos momentos em que a impressão de negligência e abandono predominam.
Automutilação
Nos momentos em que a pessoa com borderline está se sentindo sozinha e sem amparo, é comum que ela aja compulsivamente e busque lidar com sua dor por meio da automutilação.
De modo geral, a automutilação é mais conhecida pelos atos em que o indivíduo se machuca com objetos perfurocortantes ou queima a própria pele. Contudo, essa não é a única maneira de se machucar.
Aqui vão alguns exemplos menos famosos, mas que apresentam consequências semelhantes:
- compulsão alimentar,
- sexo inseguro (seja pela falta de proteção, seja pela pessoa com quem se pratica),
- direção imprudente,
- apostas em jogos de azar,
- gastos excessivos,
- abuso de substâncias químicas.
Como funciona o diagnóstico e o tratamento para esse tipo de transtorno?
Diagnóstico
Para diagnosticar o transtorno de personalidade limítrofe, é importante fazer uma análise completa do quadro clínico de um indivíduo.
Dado que a avaliação do problema considera uma série de comportamentos e o histórico da pessoa, não é trivial determinar se o problema é o borderline ou uma bipolaridade, depressão, entre vários outros problemas físicos e mentais.
Via de regra, quem dá o diagnóstico é o médico psiquiatra ou o psicólogo, mediante uma análise extensa do caso (que pode durar meses). Ademais, toma-se por base os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
Tratamento
Por outro lado, há uma gama de possibilidades de tratamento para o transtorno de personalidade limítrofe.
Primeiramente, o problema recebe um tratamento medicamentoso por indicação do médico psiquiatra. Porém, além disso, é preferível e indicado que a pessoa com borderline faça pelo menos um tipo de psicoterapia para ter uma vida com mais bem-estar.
Entre elas, destacamos a psicanálise, pois ela busca entender o paciente em sua individualidade, fugindo dos padrões e rótulos impostos pela sociedade. Dessa forma, a prática traz para uma pessoa confusa e com medo dos próprios comportamentos, mais compreensão, ajuda e possibilidades.
Considerações finais sobre o transtorno de personalidade limítrofe
Esperamos que este artigo sobre o transtorno de personalidade limítrofe tenha ajudado você a compreender a complexidade do fenômeno.
Ademais, ressaltamos a importância de ver o indivíduo com o problema como uma pessoa doente que precisa de compreensão tanto quanto precisa de um tratamento para viver bem.
Além disso, destacamos a importância da psicanálise no tratamento do transtorno de personalidade limítrofe. Portanto, se aprender como ajudar pessoas com esse ou outros problemas é sua missão de vida, te convidamos a fazer sua matrícula em nosso curso 100% completo e online de Psicanálise Clínica. Seja um profissional que compreende e ajuda verdadeiramente as pessoas que precisam!
2 thoughts on “Transtorno de personalidade limítrofe: definição e sintomas”
Muito bom artigo! Infelizmente são pessoas que reconhece que têm um problema, mas não recorrem a uma especialista. Preferem resolver da pior forma possível, expondo os seus traumas.
Estou com una sobrinha com esse diagnóstico além de Autismo e TDAH. Gostaria de sugestões de materiais adaptados para ajudá-la. Sou professora e me interesso muito por inclusão.