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Vamos conversar com crianças? Diálogo entre pais e filhos

Posted on Posted in Comportamentos e Relacionamentos, Psicanálise

Um ato tão simples, porém fundamental à relação entre pais e filhos. Dialogar é a ponte que liga os jovens a um futuro de comportamento sadio, porém isso pode balançar em algumas lombadas imprevistas. Continue a leitura e vamos conversar sobre o assunto.

A importância do diálogo

Dialogar segundo o dicionário significa “Conversar; escrever ou se expressar por meio de uma conversa interativa; da troca de opiniões e ideias”. O diálogo é um elemento de conexão entre pais e filhos, visto que, por meio dele, temos acesso ao infinito mundo das crianças. Nosso papel como pai e mãe é essencial nessa parte. A criança precisa ser vista e ouvida, pois precisa ser guiada.

O diálogo que mantém com os pais servirá para definir sua identidade, visto que, como um benefício, torna-se um adulto mais aberto a conversar e entender as diferenças. Um exemplo da falta desse exercício são os inúmeros casos de intolerância propagados ultimamente. Uma conversa quando jovem, ainda em processo de formação da identidade, com certeza ajudaria a mudar esse ponto de vista tóxico.

Outro aspecto bastante interessante é na construção social através dessa troca. Expostas às ideias de tristeza, felicidade ou angústia, as crianças têm uma chance maior de serem empáticas quando adultas. Portanto, serão mais sensíveis à realidade do outro. Vamos conversar mais a respeito ao longo do texto.

Cada faixa etária

À medida em que cresce, a criança se mostra instigada com as engrenagens do mundo e nesse momento os pais entram. Eles serão os primeiros degraus quando as dúvidas surgirem. Entretanto, todas as crianças são diferentes em personalidade e idade, então você precisa saber como chegar nelas.

Os menores, por exemplo. Carregam uma disposição natural em levantar os “por quês”. A curiosidade inerente é uma porta aos pais se manterem anexados às descobertas dos filhos, visto que serão responsáveis por concepções e ideias no futuro dos pequenos. Quem nunca ouviu o humorado “leite com manga faz mal” proferido pelas nossas avós na infância?

A medida em que ela cresce, naturalmente, ela tende a se afastar um pouco, principalmente na adolescência. Nessa época, a criança sente que precisa de mais espaço para avaliar as mudanças que está passando. Desse modo, se ela não perguntar, procure. Talvez ela carregue alguma questão e esteja receosa em perguntar, então lembre-se de ser cuidadoso e não invada o espaço dela.

Consequências da falta de diálogo

A conversa é uma peça fundamental na educação da criança. É através dela que o jovem conseguirá administrar o conhecimento que recebe e gerenciar os pensamentos que carrega. A falta desse contato pode gerar consequências graves na estrutura psíquica e comportamental da criança. Preste atenção a alguns dos problemas mais comuns causados por essa ausência:

Sentimento de rejeição

Uma criança cujo os pais não tiveram uma participação significativa na conversa facilmente se sente rejeitada. Ainda que não processem o mundo de maneira complexa como os adultos, elas observam como os seus amigos são tratados pelos pais e comparam a situação com a dela. Isso abre a porta para outros problemas.

Desobediência

Sem o contato constante dos pais, ela passa a questionar a autoridade dos mesmos. A “pirraça” é uma forma de testar os próprios limites diante da imagem opaca que ela tem dos pais ausentes. Infelizmente, manter esse hábito pode ajudar a desenvolver outros comportamentos mais nocivos quando adulto, como o questionamento de superiores.

Retração

Uma criança que não consegue falar porque não é ouvida tende a se excluir de círculos sociais. Isso é bastante prejudicial, visto que o contato com outras pessoas também ajuda na sua formação intelectual.

Vulnerabilidade

O “vamos conversar” tem um poder estruturador na identidade da criança. Entretanto, a ausência dele deixa uma lacuna no caráter da mesma. Imagine uma porta sem tranca alguma. Com o tempo, e sem resiliência, o adulto que não cresceu em um meio familiar estruturado à conversa fica mais suscetível à dependência química, por exemplo.

O que causa essa ausência?

Os pais passam por atribulações comuns à vida adulta. Trabalho, estudos, afazeres domésticos… Há uma lista do que pode comprometer o hábito de conversar com os filhos. O cansaço causado pelo trabalho, por exemplo. Muitos pais chegam exaustos no fim do dia e evitam atividades mais complexas, como dialogar.

O estresse provocado pela rotina pode fazer com que passemos dos limites, utilizando de gritos para que a criança não nos incomode com nada. Isso afasta o pequeno e o ajuda a formar uma imagem deformada de nós, causando medo e até ansiedade ao retornamos para casa.

Outro ponto que afasta os pais dos filhos é o uso abusivo da internet. Deixar a criança ocupando-se com entretenimento virtual a fim de que você tenha descanso é uma falta grave como pais. Dessa forma, a responsabilidade da criação ficará a cargo de desconhecidos para ela, como os influenciadores digitais. Para que isso não aconteça, vamos conversar com nossos filhos.

Vamos conversar: dicas

Apesar dos contratempos a que somos expostos, é possível se manter perto dos filhos e fazer parte de suas vidas. Para tanto, é necessário esforço, visto que somos essenciais às crianças quanto na formação delas. Veja abaixo algumas dicas que vão te ajudar a alimentar esse laço:

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    Mostre interesse

    Ainda que cansado, pergunte à criança como foi o dia dela. Permita-se um “vamos conversar”. Deixe que ela conte a imensidão captada por sua fértil imaginação. Desse modo, ao procurá-la e ouvi-la, a criança se sentirá importante e ficará mais à vontade a dividir o seu dia.

    Mostre-se também

    Conte suas experiências, de modo que seja algo atrativo ao pequeno. Fale sobre algo que a encante, como uma brincadeira que viu no caminho para o trabalho. Você também pode mostrar a sua infância, pois isso também ajuda a montar uma conexão com os filhos.

    Limites

    Enquanto cresce, a criança mostra que quer ficar mais reservada, principalmente quando adolescente. Respeite isso. Ela está passando por mudanças físicas e comportamentais e saber que os pais podem dar um momento à ela gera confiança entre as partes.

    Escute sem julgar

    Muitas crianças se mostram apegadas aos pais pela capacidade de alguns ouvirem sem julgar. Para criança, isso é maravilhoso. O crescimento é permeado por tentativas e erros e receber um julgamento pode quebrar a autoconfiança. Mesmo que não concorde, disponha-se a ouvir e deixe-a se abrir no tempo dela.

    Nutrir um ótimo vínculo com os filhos deve ser prioridade quando se trata da educação dos mesmos. Isso vai garantir que eles se tornem adultos física e mentalmente saudáveis, dando o melhor de si e contribuindo à sociedade da melhor maneira que puderem. Não é fácil, mas os resultados são prazerosos.

    Mostre ao pequeno que você quer saber as aventuras dele, os receios, as alegrias… A figura presente dos pais na sua formação vai reverberar no seu caráter e nas futuras gerações, visto que um bom exemplo sempre será lembrado.

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    3 thoughts on “Vamos conversar com crianças? Diálogo entre pais e filhos

    1. Seria possível reaver o tempo perdido por falta de dialogo?

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Olá, Eduardo, tudo bem? Reaver o tempo seria impossível, tendo em vista sua seta ser unidirecional. Não podemos voltar, mas podemos identificar o problema e pensar como criar uma situação mais adequada. No caso deste artigo, isso pode ser feito tanto por iniciativa dos pais quanto por iniciativa dos filhos. Gratidão. Equipe Psicanálise Clínica

    2. Evangelista Damasceno Santos disse:

      Muito significativo e orientador

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