Você já se perguntou se existe mesmo o vício em açúcar? Neste artigo, responderemos a essa pergunta!
Além disso, explicaremos como a psicologia e a psicanálise explicam e tratam esse problema.
O que é o vício em açúcar?
O vício em açúcar é um transtorno alimentar que se manifesta no hábito repetitivo e degenerativo de abusar de alimentos doces, assim como um viciado abusa de substâncias químicas.
Ele tanto é um vício que é possível defini-lo a partir de três características que definem a dependência química. São elas:
- compulsão: o cérebro começa a pedir por mais açúcar;
- abstinência: na ausência de doces, sintomas como irritação, falta de concentração e cansaço são comuns;
- obsessão: os pensamentos em doces são frequentes e incontroláveis.
Se você consegue observar essas características na sua vida com relação aos doces ou qualquer tipo de abuso de substância, é importante procurar ajuda.
Açúcar é viciante mesmo?
Tendo em vista as informações acima, é sim possível afirmar que o açúcar é viciante. Contudo, precisamos esclarecer o porquê. Ou seja, precisamos indicar o porque é fácil para o nosso corpo desejar doces mais e mais.
Se você gosta de alimentos doces, sabe que, ao ingeri-los, o seu corpo recebe uma injeção de boas sensações. Bem-estar, prazer e energia são as mais comuns.
Isso acontece porque o consumo de glicose (açúcar) estimula a liberação de endorfinas, isto é, as substâncias produzidas pelo cérebro e que trazem a sensação de prazer.
Essa compensação de prazer no corpo acontece muito rapidamente. Assim sendo, as pessoas logo aprendem a usar os doces como um recurso para se sentirem bem.
Trata-se de algo que observamos em menor escala nas mulheres quando estão passando pela famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual). É natural sentir um grande desejo por doces logo antes de menstruarem, principalmente chocolate. No entanto, esse simples desejo pode se tornar um vício gravíssimo quando perde-se o controle das próprias ações.
Ciclo vicioso
Falando mais especificamente sobre esse momento de perda de controle, quem adquire um vício em açúcar acaba vítima de um ciclo vicioso.
Não é apenas uma questão psicológica, mas física. O consumo de doces em excesso traz desequilíbrio para o sistema endócrino. Trata-se do sistema responsável por regular a secreção de hormônios, substâncias químicas que afetam o corpo e as nossas emoções.
Nesse caso, especificamente, é importante entender que quem regula a quantidade de açúcar no sangue de uma pessoa é a insulina, um hormônio produzido no pâncreas.
Quando você consome muito açúcar, o pâncreas começa a produzir insulina em excesso e, com isso, o desejo de comer doces aumenta. Além disso, esse desejo se torna cada vez mais constante.
Como a psicologia explica o vício em açúcar?
Em linhas gerais, o vício pode surgir tanto do hábito de ingerir alimentos mais adocicados quanto de um momento traumático ou difícil de processar, como a morte de um ente querido.
Nesse contexto, a pessoa sofrendo usa os doces como muleta para enfrentar seu luto ou outros momentos difíceis, como crises de ansiedade e depressão.
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Além disso, vale lembrar que o vício em açúcar não tem nome específico.
Na verdade, para a psicologia, trata-se de um transtorno alimentar que se encaixa no termo guarda-chuva da compulsão alimentar.
Ou seja, quem tem esse vício consome grandes quantidades de comida com frequência – nesse caso, doces. Ademais, a pessoa sente que esse comportamento alimentar não tem controle.
Por essa razão, o viciado em açúcar tem muita dificuldade para fazer dietas, seja cortando ou apenas reduzindo o consumo de doces.
Tratamentos para o vício em açúcar
O tratamento para o vício não trabalha em apenas uma frente.
Para explicar como ele costuma ser desenvolvido, separamos as ações necessárias nos tópicos que você lerá em seguida.
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Como você já viu, o vício em doces não afeta apenas o psicológico do viciado. O físico também sofre, sendo a obesidade e a diabetes bons exemplos de consequências nesse sentido.
Portanto, para tratar o vício, além de um psicólogo responsável pelo tratamento das questões internas do indivíduo, o processo requer pelo menos o suporte de um nutricionista na prescrição de planos alimentares.
Ademais, a depender dos danos ao corpo, é possível que a pessoa tentando superar o vício precise também do suporte de um endocrinologista.
Reeducação da ingestão de açúcar
É evidente que o tratamento do vício em doces requer uma transformação da relação que a pessoa tem com o açúcar. Aqui o papel do nutricionista é fundamental, mas sem a ajuda do psicólogo uma mudança eficaz é difícil de conseguir.
É preciso processar como essa relação surgiu e encontrar mecanismos que façam o processo de “desmame” dessa substância parecer e ser menos inalcançável.
Iniciar a prática de exercícios físicos
Um outro ponto que faz a diferença no tratamento do vício em açúcar é a prática de exercícios físicos.
Aqui, o personal trainer é uma adição interessante para o processo, pois pode elaborar rotinas que substituem gradativamente os doces na liberação de endorfina.
Explicamos melhor: após atividades físicas mais intensas, o cérebro também libera endorfina. Quanto mais agradável a atividade for para o praticante, maior é a sensação de bem-estar.
Isso é importante na medida em que tanto comendo doces quanto praticando uma atividade física você obtém a mesma recompensa: prazer. Só há benefícios na substituição de uma compulsão por um hábito saudável.
Como um psicanalista lidaria com um viciado em açúcar?
Falando especificamente sobre o tratamento do vício em açúcar da perspectiva da psicanálise, parte-se do pressuposto de que a relação de dependência com o açúcar é uma compulsão ligada à formação do indivíduo.
Um acontecimento em sua vida deixa a pessoa presa à obtenção de prazer instantâneo.
Assim sendo, para entender o que aconteceu, o psicanalista propõe um mergulho na história. É a partir das descobertas a respeito da origem da compulsão que vão surgindo as estratégias para superá-la.
Considerações finais sobre o vício em açúcar
Neste artigo sobre o vício em açúcar, você aprendeu o que é esse vício e entendeu que ele é tão prejudicial quanto um vício em substâncias químicas. Trata-se de um transtorno alimentar grave que requer um tratamento multidisciplinar para que o indivíduo volte a ter qualidade de vida.
Também abordamos como a psicanálise é central para rastrear a origem do vício. Dessa forma, é possível elaborar estratégias para tratar o problema de forma eficaz.
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