alma

O que é alma: significado em psicologia e psicanálise

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Evidenciaremos neste texto, o conceito de alma e sua relação com as estruturas tópicas do ser humano, atribuídas por Freud. Ou seja, vamos refletir sobre o que é alma, significado de alma em psicologia, Freud e psicanálise.

Tudo estará condicionado ao estado em que se encontrem as instâncias psíquicas, em determinados momentos da vida do homem, seja sua condição física ou mental, seja um ego fortalecido, ou enfraquecido, e os conflitos em que eles possam estabelecer com o id e o superego para conciliar as exigências de ambos, mantendo sua autonomia, prevalecendo o princípio da realidade, mediante as circunstâncias pelo indivíduo assim vividos.

Entendendo sobre a alma

A alma, assim como o corpo, tem seus anseios e instintos e a vitalidade mútua vai depender do seu bem estar consciente. Pois como o corpo, a alma também adoece, desencadeando um misto e complexo de sentimentos e emoções que por vezes, fogem ao controle humano e se convertem em sintomas ou doenças que lhes são relacionadas. Um ego fragilizado torna as pessoas suscetíveis a diversas patologias.

Uma porta de entrada para maus pensamentos, visões embaraçadas da realidade, ansiedade, cansaço, estresse, concomitante à falta de interesse ou entusiasmo pelo mundo em sua volta. Essas são as causas e motivações, entre outras, do mal-estar psíquico, pois as emoções modificam as substâncias no organismo e depois que a doença se instala no corpo, transfere-se para alma. É no corpo que ocorrerá o que chamamos de transtornos somatoformes, que são múltiplos sintomas somáticos sem nenhuma explicação orgânica ou causa, que não são diagnosticadas por exames, nem especialistas.

Apenas simulações do inconsciente que causam desconforto ao paciente, pois os sentimentos quando não expressos são direcionados para o corpo. E através da psicanálise, entre outras ciências e suas contribuições, que juntas auxiliarão para que se restabeleça a condição saudável, mais precisamente dessa mente e, consequentemente, desse corpo. Ainda que se faça necessário o princípio da neutralidade e abstinência, até os mais céticos precisam de algo para acreditar.

O que dizem sobre a alma

Cientistas tentam desvendar o que ocorre com o corpo e a mente das pessoas que creem. Pois pessoas que oram, que exercitam sua fé, ou algum tipo de espiritualidade, vivem melhor. Através de pesquisas e estudos realizados, acreditam que Deus é parte na consciência do ser humano e acaba por mover os circuitos neurais.

Com isso, a fé irá corroborar com a ciência em seu objeto de estudo, sendo passível de observação, investigação e mensuração científica.

A alma e a fé, substâncias anímicas e invisíveis

Nosso cérebro, involuntariamente, procura elementos para se apoiar, reforçar suas convicções ou seus interesses, o que o leve a um estilo de vida individualizado, próprio. Não importa o que você utiliza para fortalecer ou motivar seus desejos, suas esperanças, todas as variadas formas são válidas. Pessoas que não acreditam em nada tendem a ser pessimistas e negativas, pois para elas, nada poderá ocorrer para que haja mudança nas suas vidas. Pois o domínio da razão, prende o homem ao que é terreno. A genética explicar a origem da fé.

O cientista e geneticista americano Dean Hamer, numa entrevista concedida a Claudio Angelo, da Folha De São Paulo, em 26/12/2005, defendeu a tese do gene divino. Relatou sobre a descoberta dos genes de Deus. Batizando sua teoria de vmat2, que trata de um conjunto de genes que ativam substâncias químicas que dão significados às nossas experiências com Deus, uma predisposição à crença, que ele chamou de espiritualidade. Além da contribuição dos fatores culturais, as crenças e os dogmas com os quais nos familiarizamos desde quando nascemos que possuem impactos intensos em nossa formação, nas nossas mentes e concepções de vida.

Dentro de uma convicção espiritual, porém, não religiosa, explicitaremos ser a fé um diferencial, motivador, que será benéfico em todos os campos da vida do homem. Todavia, em especial, junto à terapia analítica irá proporcionar ao paciente êxito, efeito que irá contribuir, para o sucesso no tratamento psicanalítico. No capítulo 11, versículo 1 da Carta aos Hebreus na Bíblia, o autor se refere à fé como “a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”.

Mais afundo sobre a fé

A fé pode ser vista como um sentimento que se internaliza dentro do homem, da existência de alguma coisa. Trata-se de uma substância abstrata, assim como a alma. É com esses princípios anímicos e imateriais que pautaremos nosso contexto. Afinal, a Psicanálise é uma ciência voltada para o estudo do inconsciente, que também possui o mesmo viés, de princípio anímico e imaterial.

Logo, alma é o altero das estruturas tópicas da mente e o processo terapêutico dará apoio ao indivíduo no seu caminho de autoconhecimento, pautado nessa abordagem de trabalho e desenvolvimento do estar ou não consciente, de sua condição psíquica, onde o passado é a fonte de conhecimento para compreensão do presente e planejamento para futuro. Sendo possível para o analista, interpretar as mais diversas formas de manifestações do comportamento humano.

Atualmente, o mundo está em convulsão, vive o que podemos chamar de entropia. O planeta está envelhecendo em completa desordem e, consequentemente, o homem, que é parte fundamental nesse ambiente, está em aflição, subsistindo em meio às catástrofes, guerras, violência, pestes, desigualdades sociais, degradação do meio ambiente e, principalmente, à falta de amor entre os homens, são motivos para esse quadro caótico.

A transformação

Nesse panorama, podemos definir a humanidade como uma geração ansiosa, imediatista, egoísta e emocionalmente abalada diante das inúmeras adversidades em que se encontram. Onde fogem as respostas, a solução não chega, e o futuro cada vez mais incerto, mediante uma série de calamidades e de miséria humana.

Impossível que com todos esses flagelos, não surjam as dores da alma e, por conseguinte, o sofrimento humano, que fazem com que o homem, se sinta inseguro ou se preocupe excessivamente com as incertezas de um amanhã que talvez nem chegue e passe a refletir sobre o sentido da vida.

Buscar transformar-se diante desse cenário complexo, buscar viver em consonância consigo e com o outro será de extrema importância para seu bem estar físico, mental e social. Uma vez que não podemos mudar o mundo, que possamos refletir, para que a mudança possa ocorrer dentro de cada um de nós.

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    O medo da morte e a plenitude da vida

    Há um questionamento em todo tempo da existência humana, mas parece cada vez mais se intensificar. Uma busca sem fim por algo que ainda não foi encontrado, a imortalidade. O medo da morte, o prolongar da vida, entre outros anseios e desejos é inerente ao homem. Recusar acreditar que há um fim para todas as coisas e sua busca incessante contra o tempo e a esperança por essa imortalidade, por si só, são fatores que torna o homem um ser com suas neuroses e psicoses.

    A mente humana recebe todo tipo de informação que vem de fora, tornando o homem um ser doente, pois o homem é um ser complexo e inacabado e está em constante mutação. A depender da realidade que o cerca, negando muitas vezes o que não consegue suportar, em outras, fantasiando uma vida que não é a sua ou quando dentro de si não há mais capacidade de compreender a realidade à sua volta. É inegável dizer que o corpo, que é matéria, vai passar por essa morte, pois dentro de suas estruturas biológicas e fisiológicas há em cada DNA um tempo determinado para cada ser.

    Podemos dizer, como se fosse um prazo de validade individualizado, que nos é dado ao nascer. Mas dentro de um ensejo espiritual existe um escape para a alma, que segundo a Bíblia, assim como de Deus veio, a alma, terá retorno, para seu Criador e para uma vida plena e imortal. Contudo, para acreditar nisso é preciso exercitar a fé que possa existir dentro de cada um. O homem é obstinado por prolongar seus dias de vida, e a cada dia busca proporcionar um estado de bem estar para seu corpo e sua mente.

    A satisfação da mente humana

    Viver bem consigo e com o outro, em harmonia com a natureza, ou aguardando por esse retorno, onde nesse reencontro se acharão todas as respostas para os anseios e questionamentos humanos? Ou levando uma vida intensa, prazerosamente satisfatória nessa vida aqui, puramente terrena, sem esperar nada mais além disso? Enquanto não se encontram explicações que satisfaçam a mente humana, seja pela plenitude da vida ou o reencontro com o seu Criador, o homem vai buscando respostas nele mesmo, em recursos científicos, na religiosidade, na filosofia entre outros.

    Porém, alguns, cansados de intermitentes discursos ideológicos, políticos e eclesiásticos, que deixam o homem, sem esperança, pois nada encontra que justifique ou satisfaça seus questionamentos em busca de uma verdade absoluta, ou que cicatrize as feridas mais intensas em suas entranhas, perfazem por mergulhar, muitas vezes, numa depressão profunda, desesperançados, até mesmo, culminando por tirarem suas próprias vidas. A plenitude da alma não está naquilo que é material, temporal, visível, no que é humano, mas tem suas raízes no espiritual, no sublime, no que transcende. Esse é o anseio da alma.

    O segredo da vida, está na alma, que é a via régia para que o homem conheça mais de si mesmo, com todos seus flagelos e vicissitudes, que o norteia nesse paradoxo ciclo da vida. Encontraremos a palavra alma com diferentes aspectos e conceitos, ao longo da história filosófica humana. Platão discorria sobre a imortalidade da alma, como “uma substância que procedia do interior humano”. No grego, a origem da palavra psykhé, (psique), muito usada na Antiguidade, seria uma definição de alma ou espírito.

    A psique

    Entretanto, foram a partir de convicções sobrenaturais, espiritualizadas, que o significado de alma foi assumindo um papel primordial, para se pensar no homem como ser dotado de um corpo concreto, efêmero, passageiro e de uma alma, substância, abstrata, mas que seria permanente, imortal. Também a psique, uma palavra relacionada à psicologia, tendo uma conotação de mente ou ego, para se contrapor às ligações com a religião ou espiritualidade. Quanto ao significado grego, haveria a necessidade de adentrar pelo campo da fé.

    Entender-se-ia, assim, que a morte não limitaria o homem, e que sua busca incansável pela imortalidade teria sentido, pois alma seria o essencial, visto que faria parte de uma estrutura que anseia respostas no sobrenatural. É impossível falar de alma sem que o contexto da fé seja mencionado. Chamaremos atenção para a fé num complexo mais dinâmico, não somente, como força de vontade, ou pensamento positivo, ou autoconfiança, ou determinação. Fé como um princípio anímico, uma parte intrínseca, que moveria essa alma em busca de sua totalidade.

    Para Aristóteles, a alma e o corpo não sobrevivem sem o outro, formando uma unidade substancial, que é o espírito inteligente, que há dentro do ser, e que moveria essa alma, que é a parte imaterial do homem, que juntos ao corpo protagonizariam essa viagem pela vida.

    A fé intrínseca e a fé extrínseca

    Elencaremos aqui, não apenas uma fé puramente religiosa, justificada por razões humanas, ou que motivem ou que excitem ideais, que aceitem fanatismos, dogmas, superstições e misticismos. Firmadas numa crença ou em uma representação de objetos vivos ou inanimados, ou uma fé materializada através de valores, ou até mesmo intelectualizada, meramente filosófica ou teológica, sem essência, mas principalmente, enfatizaria a fé como algo puramente sobrenatural, com sentido na espiritualidade, e que daria, de fato, esperança ao ser humano e que conduziria o pensamento a acreditar que tudo irá acontecer e contribuir para seu bem estar.

    • A fé intrínseca

    A fé intrínseca, que é um agente imaterial, existente no âmago do homem e que precisa ser exercitado para se tornar um princípio existente e ativo. Seria como uma força interior, e que essa força, desse o ânimo ao espírito pensante, ou seja, a própria alma.

    • A fé extrínseca

    É a fé extrínseca, algo que vem de fora, de uma consciência coletiva, de palavras persuasivas, de liturgias, de repetições e de convencimento. Está mais voltada para animar e convencer do que para mover ou dar sentido à alma, como frívolos discursos, que não contribuem para o interior humano, para as dores da alma e para o crescimento como ser, espiritualizado ou intelectual, algo que seria essencial para vida do homem.

    Mas que com o tempo, só trariam frustrações, decepções e profundas amarguras. Essa fé está materializada em palavras de persuasão ou valores materiais. Seria apenas como nuvens passageiras, estrelas errantes, que uma vez despertados e manifestados o desejo pelo que é desconhecido, seriam estimulados por movimentos ou manifestações, só direcionariam o homem a uma crença sem consistência, inconstante, e que não preencheria o vazio do coração, as profundezas da alma, e não extinguiria seus sofrimentos.

    Uma crença sem consistência

    Não contribuiria com resultados algum, muito menos curariam feridas mais profundas, pois algumas realidades são quase que impossíveis de serem suportadas, necessidades que seriam supridas apenas momentaneamente, mas que tornariam a levar o homem às suas angústias e decepções. Mesmo que se exercitasse esse tipo de fé, continuariam sendo dirigidos os questionamentos ao inconsciente, quer seja se alienando, se revoltando, se deprimindo e levando muitas vezes o homem a baixo estima, pensamentos suicidas ou viver demasiadamente angustiado, oprimido, mergulhado em sua melancolia ou, por outro lado, vivendo como louco, com sede de justiça ou buscando culpados para sua desgraça, dissociando-se de sua realidade sem encontrar respostas que realmente o faça compreender que circunstância o levou àquele fim.

    Na maioria das vezes, se vitimizando, atribuindo culpa ao outro, racionalizando os conflitos, negando suas mazelas ou condição que se encontre, pois será muito mais fácil assim fazer, do que assumir seu estado debilitado, ou enfrentar os problemas por se sentir impotente, para sair de seu mais profundo abismo, por achar que está num beco sem saída, ou um túnel escuro que não levará a lugar nenhum.

    Esse tipo de fé limitaria o homem ou o condicionaria a constantes repetições, que não agregariam valor algum ao seu ser, que passado o entusiasmo gerado por ela, ficaria desapontado e seu estado seria pior que o apresentado primeiro. Seria como o retorno do recalcado.

    A psicanálise entre a ciência e a fé

    Segundo o médico cardiologista e professor do Centro de Cardiopneumologia da USP, Álvaro Avezum Júnior, “A espiritualidade é um estado mental e emocional que norteia atitudes, pensamentos, ações e reações nas circunstâncias da vida de relacionamento, sendo passível de observação e mensuração científica” Todo sentimento que não é expresso, se materializa em dor e sofrimento. Tornar consciente o que está inconsciente não é tarefa fácil, alguns conteúdos trazem muitas angústias, tristezas e acabam manifestando dores e doenças que se somatizam no corpo.

    Um conflito de emoções, não é algo banal, universalizado ou comum. Ninguém consegue sentir a dor do outro verdadeiramente, por mais envolvido que esteja na situação ou no conflito. A Psicanálise é como a via motora dessa força que vem do interior. Essa força é a fé intrínseca, que fará com que a alma, quer consciente ou inconsciente, se apoie em um princípio que a mova, a anime, a esforce para minimizar sua angústia.

    Por meio de análise, da escuta do sujeito que sofre, de suas palavras, ações, sonhos, e assim interpretados, são encontradas a origens dos problemas da psique, sendo possível contribuir para o alívio do sofrimento ou transtorno psíquico, ajudando o indivíduo a conviver ou enfrentar seus traumas, utilizando-se do viés psicanalítico para se conectar entre os mundos interno e externo de si. Essa interação ajuda a explorar as emoções e também no que tange a comunicação, estreitando laços, criando vínculos e facilitando as diversas manifestações, que se darão através de expressões verbais, não-verbais, artísticas, sonhos, chistes, escritas, símbolos.

    A compreensão dos sentimentos

    Isso induzirá a uma melhor compreensão dos sentimentos e comportamentos humanos, sendo inúmeros os benefícios advindos da interação entre a fé intrínseca e a Psicanálise, visando aumentar a autoestima, minimizar o estresse, trabalhar experiências, desenvolver habilidades motoras, cognitivas, podendo inclusive, melhorar os sintomas somáticos.

    A fé intrínseca seria como fio condutor para o tratamento terapêutico dessa alma, algo que emergisse do interior do homem, dos lugares mais profundos do ser e que o ajudasse a sair da razão e o fizesse transcender, buscando o que parecia inacessível, o sobrenatural, levando-o a descobrir sua força oculta e encontrar-se consigo, e assim extraísse de si o que lhe fosse de melhor, para essa odisseia de sua plenitude, que ultrapassando os campos da ciência e do saber humano o satisfizesse em sua totalidade.

    Um grupo de cientistas liderado por Andrew Newberg, professor da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, e autor do Livro How God Changes Your Brain (“Como Deus muda seu cérebro”, sem edição no Brasil), demonstrou que Deus é parte da nossa consciência: quanto mais pensamos nele, mais nossos circuitos neurais são alterados. Chegando a um consenso que pessoas que oram, que exercitam algum tipo de espiritualidade, vivem mais, têm menos depressão, e sofrem menos estresse, pois há nessas pessoas uma fé que os move, como um princípio ativo e de força.

    Espiritualidade e fé

    No Brasil, algumas instituições, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o Instituto de Psiquiatria da USP (IPq), por meio do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser) e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), têm investigado o quanto a espiritualidade (não necessariamente a religiosa) do paciente auxilia na cura de doenças físicas e psíquicas que podem ser agravadas a partir de sentimentos ruins e pensamentos destrutivos.

    Nos Estados Unidos, grandes instituições de ensino como a Escola de Medicina de Stanford, as Universidades Duke, a da Flórida, a do Texas e Colúmbia mantêm centros de estudos exclusivos, incluem em seus currículos cursos com interações entre a espiritualidade, a saúde física e mental, por serem grandes os benefícios alcançados. Relatam e comprovam que além de curas completas, há recuperações aceleradas daqueles que recebem orações e exercitam a fé.

    A alma e as estruturas tópicas do ser humano

    A alma é o princípio vital das estruturas e instâncias relacionadas por Freud, seja tópica ou emocional, pois se referem aos mecanismos de atividades da mente de cada pessoa, independente do estar consciente ou inconsciente. Para Freud, a alma estaria ligada ao inconsciente, um lugar onde ficam armazenadas informações, para ele seria “a caixa-preta de cada pessoa”, que apresentaria variadas ações do inconsciente, memórias que em algum momento esqueceríamos e em outros acharíamos guardado, como se pudéssemos acessar essas lembranças quando necessário, como um coletor de dados, ou seja, o registro da voz que ecoasse nos lugares mais remotos do ser e que em algum momento pudesse vir à tona.

    Mas que para Freud, esses ditos “esquecimentos”, atos falhos da memória, não seriam tão inocentes assim, poderiam esconder segredos ou recordações traumáticas. Geralmente, as experiências pessoais que nos ferem são as que recalcamos. Por outro lado, que sentido haveria, se, para nos livrar disso, estaríamos sempre lembrando do que nos fez sofrer? Isso é o que ocorre com o inconsciente. Desvendar os segredos de uma caixa preta, só seria possível depois dos transtornos causados pelos acontecimentos traumáticos?

    A psicanálise entra com o papel de suma importância, que é desvendar esses segredos ocultos antes de um trágico final. Poderíamos ir um pouco além, corroborando a esse significado dado às estruturas tópicas por próprio Freud, quer consciente, quer inconsciente, não somente como se fosse uma caixa preta, que seria acessada somente no caso de um transtorno ou uma fatalidade, mas atribuiria também, como se fosse a caixa de Pandora, pois nela estariam guardados, todos os mistérios de um ser, que a qualquer momento poderia ser acessados e estabelecidas as conexões.

    O lugar da alma

    A alma é o lugar dos mais profundos sentimentos, emoções, palco das dores, das angústias, das alegrias, tristezas, de recônditos escondidos, contendo todos os enigmas. A alma é como um “chip das emoções e dos sentimentos vivenciados pelo ser”. Tudo está contido neste chip e nele podem ser encontradas as origens das angústias, as raízes da trajetória do indivíduo, capazes de liberar todos os pensamentos, encontrando uma justificativa para suas indisposições, mas nunca perdendo a esperança de uma vida feliz, completadas em seu ser.

    A caixa preta ou a comparação com a caixa de Pandora não seriam apenas a parte mais profunda da consciência, o inconsciente, nem a que possui um significante, ou mais ou menos coerência, mas uma outra estrutura que se distinguiria a depender do estado físico ou emocional que se encontrasse o homem num determinado momento de sua existência. Podemos compreender a alma como a identidade de cada indivíduo. Seria o registro geral espiritual dado pelo Criador para cada indivíduo, o tornando um ser ímpar no meio de milhares no Universo.

    Compreendendo que seja a alma a realidade psíquica do indivíduo e sua relação com as estruturas tópicas da mente, ela estará fortalecida ou enfraquecida, dado as circunstâncias, cada momento e sentimentos vividos pelo homem. A luta da mente entre o que eu quero, o que eu posso e o que eu devo fazer, o equilíbrio de suas pulsões, recairá sobre o ego conciliar os desejos, as proibições internas com a realidade e responsabilidade de sua autonomia, considerando-se capaz de tomar suas decisões, fazer suas escolhas e, com isso, não trazer para si conflitos, sofrimentos e consequências.

    A observação do terapeuta

    Para Carl Gustav Jung, “o inconsciente é onde se encontram todos aqueles pensamentos, memórias ou conhecimentos que foram, um dia, conscientes, mas sobre os quais a gente não pensa no momento”. Está também no consciente aquelas concepções que começam a se formar dentro de nós, mas que apenas no futuro vão ser percebidas de forma consciente, pela razão. Nesse processo, o terapeuta observa em silêncio, com muita cautela e atenção, e vai convidando e conduzindo seu analisando a uma viagem por suas profundezas em direção ao seu eu.

    Fazendo com que o mesmo faça uma rememoração de diferentes fases de sua vida e óticas em diversos campos do seu ser pessoal, profissional, sentimental, etc. É extremamente gratificante ajudar o outro em sua jornada rumo ao inconsciente, para seu autoconhecimento e aperfeiçoamento. O que caracteriza a alma humana é o princípio inteligente, a racionalidade e o pensamento. Isso norteará as estruturas tópicas do homem. Assim, a alma é o estado de consciência ou inconsciência entre o corpo e o espírito, ou seja, é o elo para o funcionamento dos mesmos.

    Existe uma perfeita ligação entre a parte biológica da vida, que é o corpo, a matéria que denominamos como elemento da ciência e a parte que não é física, formada pelo espírito, que é o fôlego de vida, elemento que vem (do Criador). Para algumas pessoas, discernir entre alma e espírito é demasiadamente complicado. Mas, através do quadro relacionado abaixo, evidenciaremos os elementos corpo, alma e espírito em suas distintas características, fazendo-nos compreender as diferenças entre eles.

    A ciência do corpo e da alma

    O corpo é a parte de elementos que chamamos de ciência, ou que ela possa explicar. Tal princípio terá fim. Uma vez limitado, admite substâncias físicas e fenômenos que envolvem a matéria, incluindo elementos da metafísica, baseados em objetos vivos ou não. Assim é o ciclo da vida do homem: nasce, cresce, reproduz e morre. São eventos naturais na vida de qualquer organismo. No estágio de vida do ser humano há um movimento desse corpo que passará por transformações físicas ao longo da sua vida.

    Dizemos que o corpo humano nasce com alma e espírito, ainda que o corpo físico e o espírito expirem, a alma permanecerá, dentro da concepção de imortalidade. O espírito é a parte que tem comunhão com o seu Criador, e para isso é necessário ter a fé intrínseca, que é a substância invisível que define esse movimento da vida. Não é matéria, não faz parte da ciência, ainda que a mesma faça parte dos mistérios contidos na criação do universo por Deus.

    O espírito é o princípio ativo, que dá vida ao corpo, como se fosse uma bateria, que tem seu tempo de uso determinado e assim se esgotaria. Um componente geneticamente humano com princípio e fim estabelecidos. Logo, o espírito é responsável pela vida, o corpo pela estrutura orgânica, enquanto alma pelas emoções e sentimentos. Enquanto o corpo e o espírito são efêmeros, a alma, é a parte divina e imortal do ser humano. Corpo – Espírito – Alma CORPO ESPÍRITO ALMA Matéria Fôlego ou sopro de Vida Princípio Inteligente do Homem (Elemento da Ciência) (Elemento de Deus) (Elemento da Psiquê) Sendo a alma o princípio inteligente humano representado pelas emoções, sentimentos e expressões quando associada ao corpo estará sujeita à relação com o mesmo.

    Se o corpo adoece, a alma também

    Assim, quando esse corpo adoece a alma também pode adoecer, refletindo no corpo a soma desses sintomas, ou vice-versa, tornando um estado psicossomático. Porém, ao adoecer, a alma perderá seu estado de consciência pleno, onde imperará aquilo que está reprimido ou escondido no inconsciente. Isso resultaria num esgotamento e impotência dessa alma por deixar-se levar por algum acontecimento, situação desagradável evento traumático ou por suas memórias que foram reprimidas.

    Assim acontece com o ego enfraquecido de uma pessoa, tornando-a suscetível a diversos estados e estágios mentais, que poderão ser somatizados no corpo, tornando-se assim, em uma conversão orgânica desse sofrimento. Ou seja, é a transição do sentimento reprimido descarregado no corpo, acarretando em efeitos patológicos. Fatores como a baixa estima, o sentimento de culpa, a incapacidade de controlar desejos, o não realizar deles, o sentimento de desesperança e de perda, entre outros, deixarão esse ego fragilizado e impossibilitado de solucionar ou minimizar a situação que o levou àquele fim.

    Cuidar do nosso ego é como cuidar de nossa alma. Ambos precisam ser alimentados de forças anímicas e imateriais, como fé, auto estima, confiança, e motivação. Além disso, uma palavra de esperança e de ânimo, são importantes para que essa alma revigore seus princípios vitais, seu animus. Na Bíblia Sagrada, no capítulo 42 e versículo 2 do livro dos Salmos, o salmista vai arrazoar sobre a necessidade da alma: “A minha alma tem sede de Deus […]”. De acordo com esta passagem, a alma tem seus anseios, é sedenta. Por um lado, o homem precisa saciar impulsos e desejos do seu corpo físico.

    O livro dos salmos

    Por outro lado, a parte que é essência, onde residem as emoções e os sentimentos, isto é, a alma, também precisa ser saciada. O salmista Davi era um homem sujeito às angústias e aflições da vida como todo homem. Mas ele entendia que havia um socorro e um escape para a sua vida, que era o de orar ao em que confiava. O fato de se dirigir ao seu Criador e poder se expressar era algo que refrigerava a sua alma e acalmava seu ser. Em outros salmos é possível verificar a figura de Deus representando a escuta das dores sofridas por Davi. Isso bastava para ter um consolo, um conforto espiritual, um alento para sua alma.

    No Salmos 86:1, Davi faz a seguinte oração: “Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque estou necessitado e aflito”. De acordo como os relatos bíblicos, Davi conversava com Deus, que ouvia suas orações e as respondia. Isso fazia um bem enorme à sua alma, pois ele se sentia importante e, de alguma forma, estimado. O livro dos Salmos deixa claro que o que dessedentava a alma de Davi era o ato de falar com Deus e saber que Ele o ouvia. Isso nos remete ao método analítico da Psicanálise Clínica.

    Cada pessoa é diferenciada, um ser único em todo universo, e o que pode dessedentar um, pode não saciar o outro. Por isso, o princípio fundamental dentro da Psicanálise de dar fala ao outro, de ouvi-lo, de sentir suas dores e proporcionar a ele uma esperança, um olhar diferente, uma expectativa, uma confiança nova em si e no outro, porque não, uma vez que precisamos do outro. Compreender que o outro não é você, não pensa como você e não agiria como você. Por isso, dar lugar para que ele fale, constitui algo de extrema importância e que o fará sentir-se importante.

    A necessidade de alimentar sua alma

    Alimente a sua alma com o que te faz realizado e feliz. Nosso corpo se alimenta com cereais, legumes, proteínas, frutas entre outros nutrientes. Precisamos nos alimentar todos os dias, especialistas relatam que de três a cinco vezes ao dia. Uma vez alimentado o corpo, o aspecto físico se torna mais aparente e se obtém força e energia. E sua alma? De que forma você a está alimentando? Alimentos para a alma devem ser alimentos que a deixam leve e tranquila.

    Com isso, as funções do ego são fortalecidas, favorecendo o fluxo da energia psíquica. Corpo, alma e espírito precisam, juntos, estarem fortalecidos para a condição de uma vida saudável. Não podemos deixar de alimentar nossa alma. Cada um, individualmente, deve descobrir quais são os alimentos que são suficientes para manter sua alma plena. Assim, será preenchido qualquer vazio que possa existir dentro do seu ser e assim, bem fadado, possa viver.

    Na base desses alimentos estão a música, a poesia, a arte, a espiritualidade e a fé, como a unidade interior que vai gerar toda motivação e força para que tudo possa contribuir para obtenção do êxito. Assim, cultivar o bem-estar da alma é manter-se com energia para enfrentar qualquer desafio, seja intelectual, espiritual ou físico. Uma alma plena e tranquila garantirá o sucesso dos próximos passos, das tomadas de decisões e da convicção de se fazer acontecer.

    O silêncio de uma alma que grita

    “A Voz do Inconsciente é Sutil, mas não descansa até ser ouvida” Sigmund Freud Foi através de uma súplica que o salmista Davi se expressou a Deus. “Por que estás abatida ó minha alma e por que te perturbas dentro de mim?” (Salmos 42:5). Essa dor profunda na alma inquieta a muitos. Assim, emergem sensações que fazem parte da vida do homem, como angústia, tristeza e medo. Todos esses sentimentos proporcionam o abatimento da alma, e todos são provenientes de situações difíceis e circunstâncias da vida.

    Podemos ilustrar e dar forma à luta da alma quando a comparamos com uma forte tempestade, que vem arrastando tudo que encontra pela frente; com um sol causticante no deserto em meio a um percurso interminável; ou com um filme de terror, onde a suposta vítima foge sem parar e nunca chega a um lugar seguro. Percebemos o quanto é difícil enfrentar esse tipo de situação. É comum ouvirmos frases como: minha vida acabou; ninguém me compreende; nada faz mais sentido pra mim; não vou suportar mais.

    São representações que fazem parte de uma alma abatida e aflita. Passamos por momentos em que falamos tudo que vem à mente. Colocamos para fora dores, frustrações e angústias como forma de desabafar o que sentimos ou o que nos causa sofrimento. Dizer o que se pensa, desatar o nó que está preso na garganta e externar nossa ira em certos momentos são ações que nos deixam aliviados de alguma maneira e, como diz uma expressão popular, “de alma lavada”.

    Quando não achamos uma saída

    Mas há outros momentos em que nos calamos, desanimamos, nos abatemos, nos deprimimos e não conseguimos achar uma saída que nos tire de determinado sofrimento ou aquela armadilha que nos promoveu solidão e tristeza. Uma alma aflita poderá ser capaz de desatinos para obter um alívio imediato, seja no grito ou no silêncio, quando a desesperança invade sua vida. Aprender a lidar com nossa alma, é aprender a lidar com nossas emoções. O ideal é que controlemos nossas emoções e não que elas nos controlem.

    Há um silêncio que não para de gritar, quando não conseguimos expor nossos sentimentos de maneira que possamos sentir aliviados ou esvaziados daquela dor. O silêncio que grita dentro de nós, é sufocante, é como um amargo que fica na boca, como um estômago comprimido, um aperto no coração que parece, a qualquer momento, desintegrar. O perigo é quando os sentimentos não são expressos, colocando o indivíduo numa situação emocionalmente debilitada, podendo acarretar problemas patológicos ou terríveis danos.

    A paz interior é algo que todos almejamos. Mesmo que em certos momentos da vida nossa alma grite, precisamos encontrar aquilo que a fará sossegar. Uma busca incessante, que o salmista Davi falava consigo, com sua alma, a procura de uma solução, uma resposta que acalmasse o seu ser e o livrasse dos momentos de aflições. Há respostas que são difíceis de serem encontradas. Isso requer resiliência, esforço e ajuda mútua.

    Conclusão

    O campo das ciências humanas define o homem como um ser incompleto, principalmente porque seu tempo é limitado, onde a única certeza que se tem no final chama-se morte. A morte física da matéria é explicada pela ciência. Mas a perda de energia psíquica, esgotamento mental, aniquilamento de si, que ameaçam a integridade do homem, é explicada pela Psicanálise. O papel da Psicanálise como ciência interpretativa não está restrito a teorias ou comprovações científicas ou fatos e evidências.

    É algo que ultrapassa os limites da razão humana. Tratar de tornar aparente o que está oculto, tornar consciente, o que está inconsciente, é uma tarefa árdua, na qual será preciso a Psicanálise menear nos campos dos saberes psíquicos, científicos e do sobrenatural. Psicanálise é um campo clínico, teórico e de investigação que se baseia num estudo investigativo e interpretativo (Hermenêutica). É uma ciência de práticas e estudos independentes e autônomos que se utilizam do principal objeto de estudo, que é o inconsciente.

    A base do seu tratamento é a escuta do sujeito que sofre, fazendo com que ele se cure através da sua própria palavra. Em seu principal método aplica-se a livre associação de ideias, que é a essência da técnica Psicanalítica. Assim sendo, o analista dará lugar à fala de seu analisando e de todo seu sofrimento, sugerindo que ele fale sobre qualquer assunto que lhe vier naquele momento como ponto de partida, sem preconceitos, nem julgamentos antecipados, nem compreensões rápidas e curiosidades suficientes, para essa jornada trilhada entre analista e paciente pelo conhecimento mais profundo dessa alma que está em angústia.

    A Psicanálise não promove cura

    O tratamento proporciona o encontro entre o analisando, suas emoções e a realidade, com o intuito de aliviar suas tensões e desconfortos psíquicos. Além disso, viabiliza ao analisando seu autoconhecimento, no sentido de compreender seus desacertos, proporcionando seu bem estar ao longo do tratamento analítico. A Psicanálise Clínica procura adentrar no inconsciente do analisando, buscando pontos ocultos, recalcados, muitas vezes não percebidos por ele, que estão causando angústias ou transtornos.

    Esses conteúdos, uma vez aprisionados no inconsciente, precisam vir à tona, após, trazidos para enfim, serem tratados no consciente. Essa transferência é trabalhada através do setting analítico, formando analista e analisando, um par, onde o vínculo analítico, a empatia, será essencial para corroborar com o tratamento do sujeito que sofre. O tratamento é diferenciado de cada um. Não há uma regra estabelecida, todavia, é conduzida conforme cada analisando, a cada caso. Não há uma fórmula, mas devendo ser o acolhimento, a escuta, e a atenção, por parte do psicanalista em saber que há ali, acima de tudo, uma alma necessitada, que precisa de ajuda.

    Entendemos ser o sofrimento o agente que reprime algum sentimento. Nossa mente visa sempre a guardar experiências boas ou ruins, marcas, lembranças, que uma vez superados ou não, perdoadas talvez, mas nunca serão esquecidas, principalmente aquilo que faz sofrer, ficará silenciado no inconsciente, até que haja um escape para essas emoções que foram aprisionadas. Pois é o medo de sofrer, que irá afastar do consciente qualquer conteúdo que leve a uma dor profunda, que o coloque em risco, ou faça sentir-se ameaçado.

    Dores do inconsciente

    É nessa lacuna, é nesse vazio da alma, ou nas dores do inconsciente, que irão se contrapor ao espírito, que é a vida desse corpo, perdendo a força psíquica, por isso ela irá perecer. É nessa hora que se fará necessário a fé intrínseca, como força motora, que irá contribuir com o processo terapêutico. Como seres, somos incapazes de gerar uma fé verdadeira, a não ser, quando acreditamos uma força maior de um Ser Supremo, cujo poder não terá limites e assim acreditamos, inexplicavelmente, nos movendo por essa força, de toda nossa alma e tendo esperança.

    Com isso, tudo irá contribuir para o progresso terapêutico e o restabelecimento da saúde, seja no corpo ou na mente. O mundo passa por dias terríveis, momentos de dores. O homem vive o que chamamos de crise existencial, são tempos de aflições, angústias, de incertezas, e instabilidades emocionais que podem ocorrer em qualquer momento da vida e a qualquer um. São vulnerabilidades que se caracterizam, principalmente, por conflitos internos carregados de dúvidas, melancolia e solidão.

    Essa tristeza de alma pode ser explicada pela psicanálise como algum acontecimento impactante e traumático, ou algo reprimido, ou recalcado vivido na infância, que será transferido à pessoa do analista durante o processo analítico. Porém, o sentir e o agir de cada pessoa é distinto diante de cada situação, e por isso os sintomas, as conversões, em neuroses e psicoses podem variar bastante de acordo com as experiências de cada um, e em diferentes momentos da vida.

    Os traumas são as feridas na alma

    E essas, são as mais difíceis de serem curadas, mas isso não é impossível, quando acessadas e trabalhadas durante o tratamento. Por outro lado, quando não tratadas, podem acarretar distúrbios ou transtornos graves ou irreversíveis na mente humana. É necessário entender que tanto a mente quanto o corpo podem ficar doentes, e ambos precisam de serem cuidados e fortalecidos. Precisamos, antes de mais nada, acabar com o estigma existente, quanto a ciência e a fé, a espiritualidade, e os transtornos mentais, e o preconceito daquilo que é desconhecido. Freud era judeu, herético, e mais controverso que possa ser isso, seu trabalho também se baseava no sobrenatural.

    Como poderia ser, a julgar que como ateísta, poderia se apoiar na espiritualidade, na crença das pessoas, em seus rituais e achar respostas para o comportamento humano? Sim, como cientista, manifestou profundo interesse pelos fenômenos religiosos, sua natureza e origem. Se utilizando do princípio da neutralidade, para que não restassem dúvidas em sua investigação, e assim obtivesse o êxito. Assim, a Psicanálise, foi esse método desenvolvido por esse médico neurologista alemão, que a frente do seu tempo, se utilizou do termo, para nomear uma forma particular e peculiar de análise “da alma humana”, através do tratamento, que chamamos de cura pela fala, tendo como foco tratar os distúrbios psíquicos a partir da investigação do inconsciente.

    Por conseguinte, com o intuito de apresentar a mesma como a ciência da alma, em sua forma mais simples, desmistificando que esteja ligada alguma “espiritualidade” ou por uma fé puramente religiosa, esclarecer e despertar o interesse de conhecimentos mais profundos que levam o leitor a descobrir, sob uma nova ótica que possibilite relacionar sintomas, padrões, comportamentos, dando sentido ao entendimento da vida humana, que influenciado em particular pelo inconsciente, protagonizam todo esse estudo, proporcionado pela Psicanálise.

    Referências bibliográficas

    ALMEIDA, João Ferreira, Versão Revista e Corrigida, da tradução da BÍBLIA Sagrada. Revisão de Luiz Sayão /2006. Copyright King’ Cross Publicações. GUEIROS, Gedelti Victalino Teixeira. Fé: sua manifestação histórica e profética/ Vila Velha, ES: Ed. Do Autor 50 anos da ICM, 2018. HAMER, Dean, Fé em Deus está nos genes. Cientista e geneticista, norte-americano em entrevista de Claudio Angelo a Folha de São Paulo em 26/12/2005. Disponível em https://www1.folha.vol.com.br. Último acesso em 15/04/2022. MADUREIRA, Daniele, Cientistas investigam como a espiritualidade pode ajudar a saúde do corpo. De São Paulo para o BBC News Brasil em 9/05/2021. Disponível em < https://www.bbc.com>. Último acesso em 15/04/2022. MARTINS, Paula Patrícia Santos Oliveira Martins. Da alma à Psicanálise. Publicado em 21/05/2021. Disponível em < https://.webartigos.com>. Último acesso em 15/04/2022.

    Este artigo sobre o que é alma, significado de alma na psicologia, para Freud e em psicanálise foi escrito por ANDREIA MARIA S. SOUZA.

    5 thoughts on “O que é alma: significado em psicologia e psicanálise

    1. Excelente artigo. Parabéns Andréia

    2. Cláudia Coura disse:

      Parabéns, Andréia! Excelente artigo! Muito esclarecedor!

    3. Mizael Carvalho disse:

      Belíssimo artigo. Que Deus continue dando- lhe sabedoria para criação de novos artigos com essa riqueza. Parabéns!

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