Ah, o amor! O amor é sempre motivo de discussão. Seja ela uma discussão filosófica ou em um relacionamento. Assim, perguntamos: você já ouviu falar em amor líquido? Já parou para pensar na fragilidade dos nossos relacionamentos nos dias de hoje?
Assim, apresentado por Bauman, a ideia é que o amor líquido é um tipo de relacionamento que é caracterizado pela falta de compromisso, pela fragilidade e pela busca constante de algo melhor.
Pois, as transformações constantes da sociedade nos colocam numa posição de ignorância a esse respeito. Ou seja, ignoramos que algo não está indo bem e nos acomodamos.
Logo, com as vidas muito aceleradas e em constante mudança, as pessoas estão menos dispostas a se comprometer com relacionamentos. Isso é demonstrado pelo fato de que o número de casamentos e de famílias está diminuindo, e que as pessoas estão se divorciando com mais frequência.
Então, saiba mais neste artigo!
O que é amor líquido?
Nesse sentido, o amor líquido representa o momento em que nossas relações não conseguem acompanhar a rapidez com que o mundo evolui. Ou seja, não podemos consertar tudo. Desse modo, corresponde ao esforço real que fazemos para manter o amor em nossos relacionamentos.
Logo, o amor líquido é aquele amor descartável, que pode ser trocado a qualquer momento. Isto é, não há compromisso e a relação é frágil. Pois, os parceiros são trocados a todo momento, visando sempre “algo melhor”.
Assim, esse é um amor que escorre por entre as mãos. Não assume forma, se dispersa não tem firmeza.
Quem foi Bauman?
Zygmunt Bauman foi um sociólogo que acreditava que a solidão produz a insegurança, mas que relacionamentos também o faziam. Isso porque podemos nos sentir inseguros mesmo estando em um relacionamento.
Assim, as ideias de Bauman chamam a atenção para um dos problemas que mais crescem com a transformação das relações humanas: a fragilização que leva à ansiedade. E, essa fragilização é oriunda da exigência do mundo moderno.
Amor líquido de Bauman
Zygmunt Bauman apontou que o amor líquido se assemelha às relações de consumo. Assim como as pessoas trocam de produtos quando ficam insatisfeitas com eles, elas também trocam de parceiros quando não estão satisfeitas com seus relacionamentos.
Logo, a ideia de Bauman é a seguinte: o amor, nossos relacionamentos, tornam-se cada vez mais descartáveis conforme a vida exige mais praticidade.
Sendo assim, Bauman indica que ao mesmo tempo em que queremos nos relacionar, não queremos. É como se quiséssemos estar em um relacionamento e ao mesmo tempo não estar.
Ou seja, queremos o compromisso, mas não a cobrança. Queremos estar com alguém, mas não a responsabilidade que uma relação implica.
Desse modo, a ideia de Bauman sobre o amor líquido não está errada. Na verdade, ela reflete uma tendência cada vez mais forte e comum de relacionamentos. Porém, sim, é possível não fazer parte disso e se dedicar e receber amor que não seja descartável.
Amores líquidos
Como falamos anteriormente, o amor líquido é aquele amor descartável. Mas as redes sociais também contribuem para o amor líquido. Isso ocorre porque as pessoas estão constantemente expostas a imagens de outras pessoas que parecem perfeitas, o que pode levar à insatisfação com seus próprios relacionamentos.
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Assim, o amor torna-se descartável, reciclável e os relacionamentos não duram.
Para ganhar curtidas, sair da rotina ou estar sempre em movimento, muitas pessoas trocam de relacionamento. E fazem isso como se estivessem trocando o celular ou renovando o guarda-roupa. Ou seja, relacionamentos são tratados sem nenhuma importância.
E, nisso, nossos sentimentos ficam contidos. Não à toa, aumenta cada vez mais os casos de depressão. Pois as pessoas se sentem vazias e descartáveis.
Não há mais calor humano nas relações e nem a vontade de manter o amor e a paixão. É tudo descartável, reciclável.
Entenda mais sobre o amor descartável
As redes sociais e a necessidade de ter relacionamentos mais práticos faz com que os parceiros amorosos sejam escolhidos pela aparência. Assim, é mais prático se relacionar com alguém que corresponde às tais expectativas.
Por isso, os relacionamentos não duram mais. Porque as pessoas não se conectam, ou porque não querem se envolver ou porque dizem não ter tempo para se dedicar a alguém. E vemos, cada vez mais, pessoas reclamando do vazio dos relacionamentos.
Contudo, a maior parte das pessoas que reclamam são as que não querem se envolver ou não batalham para manter o amor. E são aquelas que mais vivem de aparências e querem praticidade para a vida.
Amores líquidos, vidas vazias
O amor líquido pode levar à solidão, à depressão e a outros problemas psicológicos. Isso ocorre porque os relacionamentos descartáveis não proporcionam às pessoas a sensação de segurança e de conexão que são essenciais para a saúde mental.
E, assim, nos tornamos pessoas vazias.
Assim, abrimos um buraco dentro de nós que nunca será preenchido. Ao nos relacionarmos por aparências deixamos o afeto e o amor de lado. E, por isso, sempre estaremos trocando nossos relacionamentos.
Então, como mudar?
Cultivar o amor pode ajudar a combater o amor líquido. Isso pode ser feito por meio de atitudes simples, como prestar atenção ao outro, ser sincero e estar presente.
Pensando nisso, pequenas atitudes podem transformar relacionamentos. Logo, temos que mostrar ao outro o quanto o amamos. E o quanto a pessoa é importante na nossa vida. E lembre-se, não são curtidas em foto de casal que determinam a durabilidade de um relacionamento.
É o quanto vocês estão dispostos em fazer acontecer de verdade! Por isso, telefone, faça surpresas, deixe pequenos bilhetes. Ou seja, seja criativo e planeje aventuras! Esteja presente, escute, converse e seja sincero.
Por que cultivar o amor é tão importante?
Ter o amor nas nossas vidas faz parte das relações humanas. Pois, o homem é um ser sociável por natureza. Faz parte de nós vivermos em grupo e sermos aceitos. Logo, temos dentro de nós um desejo inconsciente de estar em grupo, de estar com alguém.
Contudo, o amor é importante e não apenas o amor romântico. Amor entre irmãos, amor familiar, amor de amigos. O amor é um sentimento frágil e cada dia que passa é como se o destruíssemos ainda mais. E tudo porque desenvolvemos vidas descartáveis e desnecessariamente práticas.
O amor perdeu espaço e sem amor, não somos completos. Inclusive, sem o amor-próprio! Se já está difícil manter um relacionamento com outra pessoa, o que dirá com nós mesmos? Pois, a fragilidade do amor encontra-se também dentro de nós.
Conclusão sobre amor líquido
Em tempos muito tecnológicos e que exigem rapidez e constante transformação, os relacionamentos vão ficando para trás. Assim, a impressão que se tem é que lidar com as pessoas fica cada vez mais difícil. Mas, na verdade, ninguém quer mais lidar com ninguém.
Então, parece que as pessoas querem relacionamentos fáceis, práticos e que não exijam esforço. Mas lidar com pessoas não é assim. Se a gente gosta de alguém, ou ama, temos que nos esforçar. É um erro deixar a superficialidade pregada pela modernidade interferir no amor.
E lembre-se, as pessoas não são brinquedos e nem objetos que podem ser trocados e descartados a qualquer momento. E nem o amor deve ser assim!
Se você gostou desse assunto e quer saber mais sobre amor líquido, faça o nosso curso online de Psicanálise! Assim, com as nossas aulas, você aprenderá mais sobre a mente humana. Ademais, como ressignificar os seus relacionamentos. É possível consertar o amor, então venha saber como!
6 thoughts on “O que é Amor Líquido segundo Bauman”
Fiz uma leitura diferente de Bauman. A liquidez do amor está na liberdade da fluidez dos relacionamentos, possibilitando preencher todos os cantos dos seres que amamos.
as pessoas tem medo de amar, e não são livres, mas escravos de seus medos.
Muito bom artigo! Realmente está muito difícil viver um relacionamento, que se tem uma visão de vida; onde os dois desejam está junto sem um prazo de validade!
Inclusive profissionais que são sazonais…mudam de emprego e não há mais construção de carreira
Aprendendo
Concordo muito com todo o texto. Eu já vinha fazendo essa observação sobre as relações, principalmente as atuais, e como as redes sociais tem interferido nelas.