A título de curiosidade, o Ano Novo também é chamado de réveillon; a palavra veio do francês e significa despertar ou acordar. É uma referência ao novo período que se inicia. Ano-novo é tempo de, digamos assim, elaborar listas cheias de objetivos apontados para o futuro.
O Ano Novo
É mais ou menos assim: fazer exercícios físicos, ler mais, fazer dieta, estudar mais, visitar mais os pais, ser altruísta e outros. São as chamadas promessas: pequenos contratos internos que a pessoa faz com si própria.
Os contratos visam aliviar o sujeito das exigências que ele provoca para si: no ano passado não deu, mas agora vai dar. É fazer as pazes consigo mesmo, visando diminuir a angústia.
Ano Novo: A promessa está no campo da fantasia, do ansiar, do pensar
Fantasiar faz parte da condição psíquica do ser humano. A promessa está intimamente ligada com o desejo, ela é uma intensidade momentânea, uma potência motivada pela necessidade de mudança. Modificar indica que a pessoa cogita por algo novo.
De acordo com algumas pesquisas, 90% a 95% das promessas não são realizadas. A promessa carrega um grande ímpeto, uma vez que a pessoa crê que o destino do prometimento já está traçado, no entanto, a tendência do ânimo é reduzir com o passar dos dias.
Isso ocorre porque prometer algo já demonstra que não será tão fácil de realizar o que está prometido. Sendo assim, é muito comum as pessoas ficarem permanecendo em ciclos fantasiosos, ou seja, sempre voltando para o campo da promessa, repetindo incessantemente. Promessa é aspirar por algo melhor para o futuro, entretanto, a dificuldade não está no porvir, mas está no presente. Se existe vontade pelo novo, então algo na vida atual não está bem.
Ano Novo: é tempo de encurtar promessas
A vida humana acontece por meio de ações. Portanto, não é necessário esperar pelo futuro, mas a solução está no presente. O que eu vou escrever nas próximas linhas, não é uma receita fixa e infalível sobre realizações, mas são dicas sobre proatividade: o primeiro passo, creio que é um dos mais importantes, é saber o que impede a realização do desejo? Qual seria o gatilho do bloqueio?
Segundo passo: não é preciso esperar, invista no momento atual, faça acontecer; terceiro passo: definição das metas, estratégias de alcance e tempo de execução. Quarto passo: dividir o objetivo em pequenas metas, isto é, separar o projeto em reduzidos propósitos é ter uma noção maior do progresso.
Último passo: mude o objetivo quando é preciso, em outras palavras, imprevistos acontecem e o alvo pode não ser atingido. Assim sendo, é importante mudar o objetivo para não sucumbir o plano maior. Enfim, leitor, são algumas ideias que visam evitar os ciclos viciosos.
Conclusão
Podemos lembrar da definição de réveillon: despertar, todavia, despertar das amarras dos ciclos e enredos tecidos pela ansiedade contemporânea. Que os seus desejos, leitor, no ano de 2023, não fiquem no campo da promessa, entretanto, que os mesmos despertem.
Este artigo sobre ano novo, promessas de ano novo e ansiedade foi escrito por Artur Charczuk([email protected]), Pastor e psicanalista no Rio Grande do Sul.
1 thoughts on “Ano Novo: é tempo de fazer promessas?”
O problema das pessoas, não é fazer promessas. Mas sim cumpri-las! Parabéns pelo texto!