defesas do ego

As Defesas do Ego

Posted on Posted in Teoria Psicanalítica

Entenda sobre as defesas do ego. A mente humana, como sabemos, é extremamente complexa em seu constructo e, em alguns momentos, o ego, para evitar entrar em contato com os aspectos da nossa personalidade que são reprovados pelo superego, acaba criando estratégias as quais levam o nome de mecanismos de defesa.

Entendendo sobre as defesas do ego

Quando aquilo que nos amedronta faz parte da realidade em que vivemos, ou seja, é algo externo, existem uma série de mecanismos que a nossa mente pode usar para tentar blindar esses aspectos ruins. Dentre esses mecanismos podemos citar, primeiramente, a projeção, o qual talvez seja o mais comum e se baseia na situação em que uma determinada pessoa aponta nas outras as inclinações ou aspectos que fazem parte da sua própria personalidade e que o superego considera como sendo reprováveis.

Como exemplo podemos colocar uma situação hipotética onde uma pessoa mentirosa pode acreditar que está sendo enganada por um vendedor por achar que esse, no momento da venda de algum produto, esteja mentindo para ela.

Os preconceitos também podem ser incluídos nessa ideia de projeção, já que há um entendimento, por parte dos estudiosos da mente humana, de que quando alguém é homofóbico ou racista, por exemplo, esse alguém está projetando em outros grupos de pessoas todas aquelas características e impulsos inaceitáveis e que pertencem a ela mesma. Nesse caso, podemos dizer que as inclinações internas e que são consideradas ruins, são projetadas para fora e vistas como sendo de âmbito externo.

A racionalização e as defesas do ego

Outro mecanismo que pode ser abordado é o que se refere à racionalização, onde a prática de uma atitude inaceitável é reconhecida, mas toda a intenção por trás dela acaba sofrendo uma maquiagem argumentativa, na tentativa de tirar a culpa sobre tal prática.

Como exemplo, existe aquela pessoa que desvia dinheiro destinado para fazer algo, porém justifica o desvio dizendo que foi coagido a tomar essa atitude. Ele reconhece o que fez, mas nega a intenção, fazendo com que esse comportamento seja aceito pelo superego por conta do caráter inevitável o qual foi atribuído à essa atitude.

A negação também é uma ferramenta utilizada pelo ego como forma de defesa e essa se caracteriza por dois tipos: negação da realidade e negação de pensamento ou desejo. No primeiro tipo, um acontecimento que nos tenha causado muita frustração ou dor acaba por ser negado como forma de se proteger dessas sensações ruins.

Negação de pensamento

No segundo tipo, a pessoa não admite seus sentimentos ou desejos mesmo que esses sejam perceptíveis por outros. Como exemplo podemos dizer que não estamos chateados com alguma coisa, sendo que é notório esse sentimento pelas pessoas que estão à nossa volta. Outro caso nesse sentido, diz respeito ao fato de desejarmos algo e, por mais claro que possa parecer para todos que realmente queremos aquilo, acabamos dizendo o contrário.

O isolamento também é um outro exemplo de mecanismo de defesa e se caracteriza pela separação entre pensamento e emoção. Dessa forma, tudo aquilo que fizer parte do conteúdo emocional de um determinado desejo pode ser separado desse mesmo desejo.

Como exemplo, podemos dizer que quando alguém deseja matar outra pessoa, essa mesma, não necessariamente, precisará acompanhar o real conteúdo emocional dessa prática violenta. Outro exemplo bem interessante se refere ao complexo de madonna-prostituta, onde homens, portadores do que Sigmund Freud chamou de impotência psíquica, acabam separando ou isolando as mulheres em duas categorias distintas:

  • umas fazem parte daquele grupo de mulheres que merecem ser amadas, mas não se pode ter relações sexuais;
  • o outro diz respeito as mulheres que só se pode fazer sexo e não devem ser amadas.

Freud  o deslocamento

Ainda de acordo com Sigmund Freud, homens assim são incapazes de se sentir excitados em uma relação onde exista compromisso afetivo. Outro exemplo de mecanismo de defesa é o deslocamento. Esse se caracteriza no momento em que nós deslocamos toda nossa agressividade para um objeto ou ação que não nos causará danos.

Um exemplo clássico disso é quando ficamos com raiva por conta de uma bronca que levamos e depois de um tempo, redirecionamos essa raiva acumulada para um saco de pancadas na aula de boxe. A regressão também pode ser citada nesse contexto e ela fica evidente quando alguém volta a ter um tipo de comportamento primitivo ou infantil como forma de evitar a ansiedade.

Um outro exemplo nesse sentido pode ser apresentado quando uma pessoa passa por uma grande decepção e, logo após, consome uma grande quantidade de comida, demonstrando sua regressão para a fase oral do desenvolvimento, onde se sentia mais protegida e feliz.

Conclusão

A sublimação também é uma outra defesa do ego e acontece quando uma pulsão é direcionada para algo diferente do original, em geral pode ser um objeto ou ações culturalmente superiores.

Como exemplo disso, podemos citar pessoas que possuem pulsões agressivas e destruidores, porém estas, quando bem orientadas, passam a canalizar toda essa energia para atividades socialmente aceitáveis e se tornam grandes lutadores, cirurgiões, entre outros.

Existem outros mecanismos que não foram citados neste texto, mas que também ajudam a compor toda complexidade que é a mente humana. Isso mostra o quão é importante o trabalho que o psicanalista exerce na busca do autoconhecimento e consequentemente da evolução humana.

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    Este artigo sobre as defesas do ego foi escrito por Humberto Santos de Andrade, psicanalista clínico pelo IBPC (Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica), especialista em grafologia e neuroescrita. Contato: [email protected]; instagram: @psicanalistah; linkedin: https://www.linkedin.com/in/humberto-santos-de-andrade-8a509728a/

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