Sigmund Schlomo Freud(1856-1939) era seu nome. Nasceu em Freiberg, Império Austro-Húngaro, mas era considerado um judeu alemão. Neste artigo, vamos mostrar como os conhecimento de Freud ajudaram a decifrar a mente humana e mudar a forma como entendemos os sujeitos.
Um contestador dos valores consolidados de sua época
Freud propôs-se a ser alguém instigante e sem medo de perseguir respostas incômodas diante de temas tabus para uma sociedade ultraconservadora, tornando-se assim, um contestador de valores estabelecidos e consolidados.
Alguém disse que são as perguntas e não as respostas que fazem o mundo caminhar.
A busca para problemas nervosos sem solução
A princípio, Freud, médico neurologista, deparou-se com pacientes, cujos problemas nervosos não encontravam solução em tratamentos convencionais, o que levou o médico a buscar respostas a determinados questionamentos.
Freud e o primeiro contato com Hipnose
Freud, já como profissional da área, vai a Paris no final do século XIX, conhecer o neurologista Jean Martin Charcot, que utilizava um método não-convencional, a Hipnose, alcançando resultados positivos nos seus pacientes.
Foi esse francês que lhe abriu os olhos para uma possível origem na psique de certas pessoas sem explicação fisiológica.
O surgimento da Psicanálise
Freud, então, ponderou a existência de uma segunda mente – a qual, em suas ponderações posteriores viria a ser chamada de Inconsciente. Quase que como “sem querer” Freud inventou a Psicanálise.
Em seguida Freud tornou-se insatisfeito com as limitações do método hipnótico (desejava seus pacientes conscientes do que eles mesmos diziam).
O uso da cocaína como tratamento medicinal
A esse tempo de novas descobertas alternativas, é bom que se mencione que até a cocaína era utilizada como colírio, a fim de evitar dores em pacientes.
Esse fato é relatado pela historiadora Maria Ester Cacchi, e tanto Freud como seu pai chegaram a utilizar a cocaína como anestésico para aliviar dores numa cirurgia de glaucoma.
A constatação dos malefícios da cocaína
Por incrível que pareça, pastilhas com cocaína eram vendidas em farmácias como remédio para dores de dente.
Com o passar do tempo e com a ampliação de pesquisas, Freud e seus colegas se deram conta de que o uso da cocaína causava dependência e morte. O método foi abandonado.
As doenças tratadas com o uso da cocaína
O laboratório Merck lucrava com o uso abusivo da cocaína, como uma substância que combatia o vício em morfina. A cocaína, nessa época, foi de igual modo utilizada em pacientes com quadros de:
- Depressão
- Histeria
- Hipocondria
- Sinusite
- Enxaqueca e etc.
A contribuição da cocaína para o surgimento da Psicanálise
Um autor de nome David Cohen em seu livro “Freud e a Cocaína”, da Editora Record, registra que ainda existem estudos remanescentes, que só serão divulgados em 2025, de que Freud fez sobre o uso dessa droga.
Cohen acredita que se não fosse a nefasta participação da cocaína na vida de Freud, a própria Psicanálise não teria surgido.
A necessidade de um tratamento sem o uso de medicamentos ou drogas
Os efeitos nocivos da cocaína sobre os seus pacientes, abriram seus olhos para a necessidade de se inventar um novo método, que dispensasse qualquer tipo de remédio ou droga para se chegar ao âmago dos problemas da humanidade.
No dizer do referido autor, a Psicanálise surgiu através de uma descoberta tortuosa.
Uma nova forma de interpretar o ser humano: decifrando a mente
Na realidade, Freud criou uma nova forma de se interpretar o ser humano, decifrando a mente, e até os que dele discordam, se submetem ao seu método. A vida dele, repleta de reviravoltas e descobertas, extrapolou os limites de sua área de pesquisa e reflexão teórica.
Suas concepções sobre o inconsciente e o processo civilizador foram (e são até hoje) alvo de críticas e elogios dos principais nomes da Filosofia e das Ciências Sociais do século XX, e ultrapassa seu tempo e avança pelo século XXI.
Decifrando a mente humana, do detalhe para o todo
Por isso, na Psicanálise Freudiana, o inconsciente é colocado como um valor atemporal, que procura o abstrato e vai do detalhe para o todo e, assim, decifrando a mente humana. Afinal, não estamos parados no tempo.
Freud foi inovador decifrando a mente humana, e apresentou suas ideias para a sociedade vienense, que vivia um período de fascinação por temas como: problemas sexuais, doenças mentais, etc.
O fundador de uma forma inédita de produzir ciência e conhecimento
A Psicanálise estabeleceu-se como ciência e foi considerada um dos progressos intelectuais dentro da sociedade, em uma época de intensa experimentação, de declínio político, que vai culminar com o início da Primeira Grande Mundial (1914-1918).
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Finalizando a primeira parte desta pesquisa, em relação ao seu mundo, sua alma inquieta, seu contexto, convivência, ele não é apenas o Pai da Psicanálise, mas o fundador de uma forma particular de produzir ciência e conhecimento.
A influência dos estudos de Freud sobre as várias áreas do saber
Os estudos realizados ao longo de sua vasta obra são referência obrigatória para a ciência e para a filosofia contemporâneas.
A sua influência no pensamento ocidental é inconteste e não cessa de ampliar seu alcance, dialogando com e influenciando as mais variadas áreas do saber como, a Literatura, as Artes, a Filosofia, a Teoria Política, e as ciências como um todo.
Freud era alheio aos valores repassados pelo seu pai
Fazendo um pequeno resgate em sua história de vida e as influências que recebeu, Paulo César Endo, doutor em psicologia escolar – USP, cita que embora o pai de Freud tenha lhe transmitido valores do judaísmo, ele nunca seguiu as tradições e os costumes religiosos.
Freud também nunca deixou de ser considerado judeu
Em algumas ocasiões atribuiu a sua origem judaica ao fato de resistir aos inúmeros ataques que a Psicanálise sofreu desde o seu início.
“Freud aproximava a hostilidade sofrida pelo povo judeu, ao longo da história, às críticas virulentas e repetidas que a clínica e a teoria psicanalítica receberam”.
Conclui-se que a Psicanálise surgiu afirmando que o inconsciente e a sexualidade se constituíam em campos inexploráveis da alma humana, na qual repousava um potencial para o desenvolvimento de uma ciência ainda adormecida. Freud assumia, assim, o seu propósito de remar contra a maré.
Autora: Carmen Nunes (exclusivamente para nosso blog)