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Características de uma pessoa neurótica

Posted on Posted in Comportamentos e Relacionamentos, Psicanálise

A neurose é conhecida como um distúrbio neurótico. E refere-se aos desequilíbrios mentais de angústia e ansiedade, mas que não afetam o pensamento racional. Ademais, ela pode afetar as emoções e a autoconfiança, causando instabilidade emocional, desordens no sentido e ação. Neste artigo, vamos refletir sobre a neurose e as características de comportamento de uma pessoa neurótica. Ficou curioso? Então confira agora!

As características de uma pessoa neurótica

Assim, são três importantes características de uma pessoa neurótica são:

  • Compulsão: A pessoas substitui o gozo inconsciente por um sofrimento consciente suportável, o que gera um sentimento de compulsão.
  • Obsessão: O paciente  faz com que o objeto inconsciente, se separa da situação do pensamento original. Com isso, substituindo o original por coisas imaginárias.
  • Fobia: O indivíduo projeta o prazer para fora do seu eu, em que o objeto ameaçado representa a angústia.

Todos temos traços de uma pessoa neurótica

Todos somos um pouco neuróticos, segundo Freud. Ademais, o próprio Freud se definia como um neurótico. Os filmes de Woody Allen (como o clássico Noivo Neurótico, Noiva Nervosa) são ricos em focalizar as neuroses mais ou menos cotidianas de personagens arquetípicos.

Outrossim, o problema da patologia começa quando há exagero, o que incomoda os outros e, principalmente, a própria pessoa.

A seguir, vamos desenvolver um pouco mais sobre as origens das características da pessoa neurótica e falar um pouco sobre como a Psicanálise considerou esta temática. Especialmente pelas contribuições de Freud.

Origem da Neurose: manifestação logo na infância

A neurose é um conflito que pode atingir o indivíduo logo no começo da infância. Assim, provocando dificuldade de adaptação, muito embora, nesse estado, a criança ainda não seja capaz de estabelecer os vínculos emocionais.

Nesse estágio, a criança tem capacidade de estudar e se envolver com a família. Porém, sempre entrando em conflito com a realidade, sem ter conhecimento real dos sintomas que não permite viver prazerosamente.

A neurose é uma doença ligada a vários quadros

Nos dias atuais, é muito comum ver pessoas falando em alterações de comportamento, mudanças de humor, pessoas bipolar, pessoas esquizofrênicas. Isso, sem necessariamente saber que se trata de neuroses e que precisam de tratamento

Além disso, a neurose como doença está ligada ao quadro de angústia emocional, conflitos inconscientes, perturbações mentais e ansiedade.

Pessoa neurótica e pessoa psicótica: diferenças

Podemos citar a neurose de caráter, de compensação, depressiva, psicótica, as quais levam o indivíduo a situações de transtorno de comportamentos. Por exemplo, como descontentamento social, estresse ligado ao fim de um casamento e a vários outros transtornos.

O indivíduo acometido de uma neurose não deverá ser confundido com uma pessoa psicótica. Nas psicoses, geralmente se perde a noção da realidade e, na neurose, ele continua ligado à realidade.

Ademais, nas crises neuróticas o organismo libera suas formas de defesa que na maioria dos casos entra em conflito com os traumas e recalques, colocando o indivíduo num sofrimento excedente as situações vivenciadas.

Os 5 principais tipos de neuroses

Existem vários tipos de neuroses. Assim, os tipos mais comentados no meio clínico e leigo são:

1. Obsessiva: pensamento fixo em ideias e atos, como a obsessão por pensamentos trágicos.

2. Compulsiva: comportamento repetitivo exagerado, como a compulsão alimentar.

3. Ansiosa: pensamentos de insegurança e inquietação sobre o que pode ocorrer no futuro.

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    4. Fóbica: medo ou pavor, dos mais diversos tipos, como a agorafobia, que é o medo de estar em público.

    5. Histérica: ações corporais involuntárias, paralisias transitórias ou picos comportamentais explosivos.

    Características de cada tipo de neurose

    A histeria, a compulsão e a fobia têm o objetivo substituir o gozo inconsciente por um sofrimento consciente suportável. Por exemplo, se o indivíduo tem um desejo recalcado para o inconsciente, manter esse recalque tem o seu preço. Nesse exemplo, podem surgir a histeria, a fobia ou a compulsão como formas de barrar ou distrair a mente, para que ela não tenha acesso ao desejo inconsciente.

    Já na obsessão, o objeto se separa da situação do pensamento original, substituindo o original por coisas imaginárias. Por exemplo, a pessoa pode ter uma pensamento obsessivo de toda noite alinhar seus chinelos para um lado da casa, com receio de que a ausência deste ato trará consequências prejudiciais.

    Na fobia, o prazer é projetado fora do sujeito, em que o objeto ameaçado representa a angústia. O desejo inconsciente é incorporado na representação de um medo. Por exemplo, o medo de altura poderia ser um substituto daquilo que foi desejado. Ao temer a altura, mantém-se isolado o objeto de desejo.

    A histeria se dá com o sofrimento do corpo, em que o prazer inconsciente é transformado em sofrimento corporal.  Assim, podendo comprometer todos os movimentos do corpo e causar  uma paralisia geral.

    Efeitos da neurose

    Na maioria das vezes, a neurose é a reação psíquica desproporcional que leva a pessoa a comportamentos inadequados em relação ao tamanho do problema. Ou seja, mesmo tendo consciência, o indivíduo sente-se impotente para modificá-lo.

    As neuroses, se não tratadas, poderão causar vários transtornos. Por exemplo, prisão de ventre, visões espantosas, cefaleias, diarreias, congestões, distúrbios sexuais, distúrbios respiratórios e cardíacos.

    O significado de Neurose sob diferentes concepções

    Para Freud, os distúrbios sexuais têm grande relevância nas crises neuróticas, sendo responsáveis por grande parte dos transtornos.

    Para Laplanche e Pontalis, a neurose pode ser afecção (doença) psicogênica, com sintomas expressivos causando conflitos psíquicos que tem origem na história infantil e constitui compromissos entre o desejo e a defesa.

    Não há fuga da realidade

    A neurose é conhecida como doença da personalidade e atinge diretamente a mente. Haja visto que toda crise vem acompanhada de grande ansiedade, os sintomas variam de pessoa para pessoa.

    Mesmo apresentando delírios, as pessoas acometidas de transtornos obsessivos compulsivos nos momentos de crises não fogem da realidade.

    A necessidade de um diagnóstico precoce no tratamento das neuroses

    A pessoa que sofre de qualquer tipo de neurose sofre constantemente de alterações de comportamento, de humor, provocando limitações no cotidiano.

    Os sintomas neuróticos aparecem rapidamente e precisam ser identificados e tratados na mesma velocidade. Se não tratados, poderão atrapalhar a vida pessoal, profissional e afetiva.

    Portanto, faz-se necessário um diagnóstico das funções do sistema nervoso para se fazer um acompanhamento por um especialista de acordo com cada caso.

    As neuroses podem resultar em problemas na vida pessoal

    Entretanto, a neurose é uma doença emocional, afetiva e da personalidade. Então, não é falta de pensamento positivo, falta de vontade, influência espiritual, problemas familiares, é uma doença mental que causa grandes sofrimentos da vida do ser.

    Assim, as neuroses interferem diretamente nos problemas familiares, nas crises conjugais, na aprendizagem, na personalidade, causando conflitos entre o desejo e a moral, provocando transtornos na defesa do ego.

    Como prevenir as neuroses?

    Para prevenção das doenças neuróticas, é necessário um controle de comportamentos, evitando agir na hora dos impulsos. Ou seja, pensar antes de agir, respirar bem, ter bons relacionamentos, praticar exercícios físicos, evitar ambientes agitados, uso de bebidas alcoólicas e bom convívio familiar.

    Conclusão: Todos somos neuróticos

    Por fim, na pós modernidade, os tratamentos das neuroses são feitos por especialistas como psicanalistas e psiquiatras. Dependendo da evolução de cada caso, poderá ser recomendado o uso de ansiolíticos e/ou antidepressivos, que são receitados por psiquiatras.

    Freud já entendia que todos somos um pouco neuróticos. O pensamento mágico e aquilo que chamamos de “manias” são exemplos da neurose diária presente em nossa sociedade. Agora, quando é algo excessivo que incomoda o indivíduo ou coloca este indivíduo ou pessoas próximas sob risco, entendemos ser o caso de buscar ajuda profissional.

    Atualmente, existem tratamentos para qualquer tipo de neurose , em que o paciente poderá ter uma recuperação rápida e levar uma vida normal, sendo considerada uma enfermidade como outra qualquer.

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    Este artigo sobre Neurose, neurótico ou pessoa neurótica foi escrito pela nossa redação, em conjunto com Maria Andrade, especialmente para nosso blog.

    10 thoughts on “Características de uma pessoa neurótica

    1. Antonio Rodrigues Nunes disse:

      Excelente artigo sobre “A Neurose”. Em linguagem simples e de forma didática nos leva à compreensão de suas diversas formas de manifestações. Desmistificando e quebrando crenças até então inculcadas que além da neurose nos traz mais sofrimento (o desconhecido, o Iceberg). Sou estudante de psicanálise neste portal e me degusto com os excelentes artigos. Obrigado e Parabéns!

    2. Adriana Rossetti. disse:

      Muito bom esse artigo. Bem claro e organizado. Obrigado

    3. Anna Karlla Rodrigues disse:

      Gostei muito do conteúdo, só não entendi pq quando se referem a tratamentos, indicam psicólogos, e psiquiatras e deixam de fora o psicanalista, visto que a neurose é uma descoberta do pai da psicanalise.
      Vamos incluir mais esse profissional da saúde mental, tão necessário e requisitado hj em dia, já que a função da educação e da saúde é também a inclusão.

      1. carlos silva disse:

        Percebi essa falta e concordo com você!

      2. Ana Caldeira disse:

        Leia novamente o parágrafo: ” Por fim, na pós modernidade, os tratamentos das neuroses são feitos por especialistas como psicanalistas e psiquiatras. Dependendo da evolução de cada caso, poderá ser recomendado o uso de ansiolíticos e/ou antidepressivos, que são receitados por psiquiatras.”

    4. Heli Assunção disse:

      Olá,

      Somente uma dúvida. Nos, futuros psicanalistas não podemos tratar das neuroses? Segundo o artigos somente psicólogos e psiquiatras…

      Grato.

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Boa tarde, Heli. Pode sim! As neuroses e incômodos associados são exatamente os transtornos que os analistas tratam.

    5. José Renato Soares Mendes disse:

      Pelo que entende até agora da psicanálise, deixa claro que faz parte sim também deste tratamento, pois estuda todas as área deste tipo de comportamento ou doença.

    6. Simone Ramos disse:

      Como psicanalista em formação lacaniana agradeço demais pela partilha de conhecimento. O artigo foi muito didático e facilitou a compreensão de um tema complexo. Lacan apresenta, para além do que já foi dito por Freud, a linguagem como um importante componente no tratamento. Não existimos fora dela e através das diversas formas de linguagem nos curamos.

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