avaliação social qualificada

Avaliação social qualificada e psicanálise

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Este artigo sobre a avaliação social qualificada tem como escopo analisar qual é a avaliação social mais qualificada sobre a Psicanálise para que possa fazer uma autocrítica e compreender melhor no que deveria avançar e mudar para conquistar mais mentes e corações.

Introdução sobre a avaliação social qualificada

Você já ouviu pelo menos alguma vez, as críticas no tecido social mais qualificado que ocorrem em relação à Psicanálise. Muitos se perguntam, num processo de autocrítica: “A Psicanálise precisa melhorar para conquistar mais mentes e corações? Onde precisa melhorar?”.

Sempre que tais questionamentos são colocados na ordem do dia, para mhttps://www.psicanaliseclinica.com/resistencia-e-transferencia-diferencas/uitos analistas em vários segmentos, algo saudável, existe um silêncio obsequioso sepulcral. Alguns preferem deixar o tema lado por ser considerado muito sensível.

Nesse artigo vamos enfrentar o desafio de entender melhor essa questão, vamos examinar a necessidade de interfaces, compreender algumas negações e até resistências e prevenções, ter uma melhor visão do inconsciente nesse processo todo. E checar alguns desafios para Psicanálise, como o estado mental e na conclusão, vamos responder essa questão complicada supracitada. Vamos ter como ponto de partida a necessidade de interfaces.

Necessidades de interface e avaliação social qualificada

A Psicanálise como qualquer outro campo do saber humano ou subparte de uma determinada ciência, método e técnica como linha de conhecimento estruturado ou semiestruturado está se deparando como uma nova realidade, a necessidade de interfaces. Comum tornou-se afirmar que o campo do saber que não tiver interfaces e parcerias está fadado à falência e ser absorvido por outros campos que crescem, que são mais atilados e dinâmicos.

Existem atualmente as seguintes interfaces: inter, pluri, multi, trans, poli, meta e ecodisciplinariedade. A ‘eco’ é mais recente e envolve o meio ambiente sustentável como determinante. A chamada pega ambiental. O conhecimento que não se engajar na ecologia ambiental está indo a passos de gigante para o fracasso, comentam geoanalistas.

Não saber como sobreviver a chamada pós-modernidades dos tempos líquidos é dar um tiro no próprio pé como analisam críticos sociais, ou seja, se não estiver em interfaces e criar parcerias. Uma das crises da Psicanálise, foi justamente insistir em ficar ‘leiga’ e não se expandir para academia. Resultado: avanço das academias em direção a Psicanálise.

A neuropsicanálise

Ora, comentam operadores do saber sistematizado e formal, “se Maomé não vai a montanha, os acadêmicos dizem, a montanha vai a Maomé.” Velho ditado social e nisso resultou em graduações, pós, mestrados e até doutorados. Melhorou? Sim, melhorou.

Crítica de operações da psicanálise: ‘perigo da academia capturar a Psicanálise e enquadrar ela em leis formais’. Esse processo de resistência terminou prejudicando a Psicanálise em muitas boas parcerias. A Neuropsicanálise, por exemplo, foi algo que precisava de taxa de atenção por parte de psicanalistas. Psiquiatria e Psicologia fizeram parcerias fortes nessa proa, rumo e direção comentam. E colheram ótimos resultados.

Fruto do quê? Das interfaces

Então, a Psicanálise precisa de interfaces e parcerias. Não pode ficar empacada como uma mula paralisada. Tem que reagir e fazer interfaces. A Psicanalise não pode ficar inativa, ou meramente passiva e ser reativa, tem que ser ativa, proativa e dinâmica.

Entender negações e resistências

Existe uma mentalidade entrincheirada que resiste às mudanças e apelaram para negações. Um dos pontos, por exemplo, negar fazer análise dos fatos bíblicos ou ter preconceito contra tais fatos, que em última análise se constitui uma ofensiva ao paradigma haja luz e houve luz.

Poucos psicanalistas se atreveram a avaliar, por exemplo, Jesus, Maria Madalena, Judas Iscariotes, Moisés, rei Davi, profetas, apóstolos, Noé, Enoque, Maria mãe de Jesus e tantos outros personagens e temas. Houve um preconceito ou prevenção contra o paradigma haja luz e houve luz. Alguns queriam a TCL em tudo, Teoria da Luta de Classes, como motor da História ou uma fenomenologia precária ou só o existencialismo.

O processo de negação foi grande e argumentavam que a Psicanálise nasceu para nobreza e foi para burguesia e só com Lacan, teria ido para pequena burguesia, entenda-se classe média. Com a antiga URSS, e seus satélites, alguns já desejavam forjar uma Psicanálise ‘socialista’ proletária, em plena época da vergonha do atrelamento da Psiquiatria como instrumento de Estado para internar os críticos do regime como esquizofrênicos e paranoicos ou estressados.

A avaliação social qualificada e medicalizações forçadas

Foi uma época forte de medicalização forçada. Na verdade para alguns era um ‘boa-noite Cinderela’ na calada da madrugada visando impedir o avanço das ciências investigativas do inconsciente, emoções e sentimentos. Dopavam as criaturas como dizem. A questão não era fazer uma psicanálise socialista, mas sim, capilarizar a psicanálise, o que Lacan efetivamente tentou fazer. Os processos de resistência foram grandes de ambos os lados, como a mercantilização da Psicanálise no reino liberal como comentavam.

Outro ponto grave, a tentativa de inscrever a Psicanálise na linha da hierarquia do saber. Psicólogos tentavam colocar coleira e correntes na Psicanálise como um mero braço ‘longa manus’ psicoterápico, linha auxiliar. A visão leiga nesse ponto se rebelou e lutou para ter outro status e agora teme a academia formal. Recuou de analisar atos e fatos políticos. Esse foi outro equívoco. Políticos precisam sim do divã.

O medo de avançar em certos segmentos deixou a Psicanálise muito isolada. Isso foi mudando aos poucos. A Psicanálise passou a entender que tem um papel maior de até ajudar analisar Estados, governos, processos de gestão, cenários, conjunturas, pessoas, porque tem seu foco no inconsciente, que é o seu objeto primordial mas não é só seu. O inconsciente não é propriedade privada da Psicanálise.

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    O Inconsciente

    Uma crítica muito forte foi desencadeada contra Psicanálise: ‘da tentativa de colocar o inconsciente como seu objeto exclusivo e ter sobre essa categoria monopólio.’ Isso foi um sofisma bem estruturado que não deu em nada, se dissolveu automaticamente.

    Porque a Psicanálise como as demais ‘Ciência P’ (Psiquiatria, Psicologia, Psicoterapias) além de outros ramos do saber, bebe no grande lago das dores humanas. E o inconsciente não é exclusivo da Psicanálise, porém, é seu objeto. O objeto da Psicanálise é o inconsciente.

    O objeto da Psiquiatria é mais amplo, é o cérebro, a mente, o sistema nervoso. Ela divide com Neurologia funções e papéis, mas também age no inconsciente. O objeto da Psicologia é o comportamento humano e os processos mentais. Também, labora muitas vezes no inconsciente. Outros ramos do saber operam no acesso ao inconsciente muitas vezes lançando mãos das categorias psicanalíticas freudianas e não freudianas.

    A hipnose

    Exemplo, acesso pela hipnose. O inconsciente esta nesse lago das grandes dores da humanidade e outros ramos também precisam acessar a ele.

    Muitos operadores da Psicanálise esqueceram de que ela é um ramos do saber que sujeito, objeto, ferramentas e bebe no grande lago das dores da humanidade, que é seu campo de aplicação. Também, precisamos entender que existe um novo normal florescendo, e uma pós-verdade que é considerada perigosa.

    Estamos numa transição de uma modernidade declinando para uma pós-modernidade florescendo tanto no mundo ocidental como oriental, conectados por uma globalização tecnológica. A convergência digital, ou seja, tudo na palma da mão vem se tornando uma realidade. E isso implicou na mudança do estado mental humano.

    Um novo estado mental emergente e a avaliação social qualificada

    Este é outro ponto desafiador para Psicanálise. O estado mental não estaria associado a questões meramente patológicas. Seria um processo mental social que engloba naturalmente os singulares, incluindo muitos qualificativos ou categorias, como percepções, sentimentos, emoções, crenças, dores, desejos, intenções, atitudes, memórias, num novo padrão, até então inadmissível culturalmente que possui em si reações até extremadas.

    Isso ainda carece de profundos estudos, mas podemos perceber muitas situações dolorosas no tecido social de embates dialéticos que bem no fundo seria uma luta intestina entre o padrão da modernidade em declínio com o da pós-modernidade florescendo numa efervescência com um filtro invisível instalado que vem defenestrando coisas e chancelando outras.

    Alguns analistas denominam tais processos por ora, como o novo normal com a pós-verdade. O estado mental passa então a ser o fator determinante da História, algo muito acima de luta de classes, de geração de produção, demandas e riquezas, do liberalismo ou socialismo ou mesmo social democracia como alguns querem e até do dinheiro, a nova ideologia pós-moderna.

    O estado mental

    Para os teólogos, a nova idolatria dominante que afetou o estado mental. O estado mental não envolve só consciência, atenção e senso de percepção, mas orientação, memória, inteligência, raciocínio, afetos, pensamento, juízos críticos, condutas, linguagem, desejo, modo de vestir, status, enfim, é um todo.

    Estaríamos, então, questionam alguns, com um estado mental universal, de todos nós, passando por um novo normal. A Psicanálise criticava muito o DSM da APA, Associação de Psiquiatria Americana e o CID da OMS/ONU, com relação às psicopatologias (CID-10 que foi substituindo recentemente pelo CID-11).

    Psicanálise não criou seu manual. Mas, vejam, esses documentos são um repositório do nosso estágio do estado mental. Tanto a OMS via ONU com seu CID-11, como a APA através do DSM-5 e agora o DSM-6, vem sempre estudando e tentando harmonizar as concepções ligados no estado mental emergente que sofre mudanças.

    O autismo

    Por exemplo, o ‘disorder gaming’ e o ‘autismo’ foram objetos de estudos fortes tanto da Psiquiatria como Psicologia com apoio da neuroimagem. Psicanalise ficou meio que à margem, a reboque. A Psicanálise não pode aceitar jamais ser um mero braço auxiliar da Psicologia.

    A Psicanálise tem objeto, sujeito, ferramental e campo de aplicação. Psicanálise também, não pode aceitar ser enquadrada como uma mera psicoterapia. Pensando assim os analistas vão bem no fundo dando aval para irem solapando o papel e importância da Psicanálise.

    Todos sabemos que sentimentos e emoções são fatos psicanalíticos. O ódio, a raiva, a vingança, o amor, a traição, a morte, luto, as ofensas e impropérios são atos e fatos psicanalíticos. O assassinato de Abel por Caim foi puramente psicanalítico.

    Os atos e fatos bíblicos

    Para muitos analistas bem atilados, talvez essa resistência de avaliar atos e fatos bíblicos, dentro do paradigma haja luz e houve luz seja uma falha e um equívoco muito forte na Psicanálise. Outros ramos estão examinando, ou seja, estão fazendo interfaces com o campo Teologia que tem farto material. Esse foi mais um dos processos de resistência da Psicanálise que enfrenta na autocrítica.

    A tendência é mudar aos poucos a mentalidade. Existem vários livros escritos por psicanalistas que resolveram enfrentar o desafio e entrar em campos inexplorados para promover a Psicanálise. Daí vem a expressão, entrar mato adentro.

    E conseguiram excelentes resultado, em que pese a zombaria e desprezo além da ironia e a crítica ácida de alguns censurando e patrulhando ideologicamente tentando colocar a Psicanálise numa forma e levar ao forno e cozinhar ao fogo brando. Lamentável. Ora, era a Psicanalise em interface nessas iniciativas. Matar as interfaces é algo deplorável. A interface seja qual for, é ótima para Psicanálise, porque vai entrar em todos os campos possíveis com seu ferramental e analisar.

    É isso que ajuda a conquistar mais mentes e corações.

    Conclusão sobre a avaliação social qualificada

    Diante de tudo o que acima foi exposto além de muitos outros argumentos, para análise, reflexões e considerações vamos ofertar uma resposta a pergunta: “Onde a Psicanálise precisa melhorar para conquistar mais mentes e corações?”

    Entendemos que a Psicanálise precisa encarar o desafio de fazer interfaces e parcerias. Fazer a inter, pluri, multi, trans, poli, meta e ecodisciplinaridade, Ser mais dinâmica, ativa e pro ativa. Deixar de ser passiva e reativa em que pese não tenha sido cordata em muitos temas.

    Entender que tem objeto, o inconsciente; tem sujeito, o analisando em ato social, que tem amplo ferramental com ótimos conceitos e categorias e tem campo de aplicação, ou seja, acessa também o grande lago das dores humanas.

    Uma visão de hierarquia

    Abandonar uma visão de hierarquia do saber hermético encapsulado, quebrar casca do ovo e sair para fora, na busca de novos horizontes. Redimensionar seu papel. Existe um universo imenso de coisas aguardando a posição da Psicanálise.

    Entrar mais dentro da Bíblia também sem medo, idem outros campos como da mitologia. Existe uma psicanalistas fazendo um belíssimo trabalho com a mitologia afro na Psicanálise sem medo. Isso é saudável e chama-se em ato de interfaces. Toda interface possível é um processo aberto e em construção.

    E por fim, não temer a academia formal. Têm psicanalistas que se acovardaram e preferiram se isolar e se deletar, que equivale a um suicídio digital, do que enfrentar os desafios porque uma Universidade lançou um curso de graduação em Psicanálise. Ora, os pós sejam lato senso ou strito senso já vem sendo feito muito tempo e isso não matou a Psicanálise.

    Um novo normal

    A mera tese do ah, vão roubar nosso pão, não cabe. Ou vão nos capturar e nos enquadrar, idem. O medo é uma categoria da Psicanálise que não pode abalar os psicanalistas. Existem mais pontos a serem debatidos, mas a Psicanálise permanece firme.

    Concordo com a premissa, a psicanálise é um clássico ainda tremendamente atual e está passando tranquilo pelo filtro da pós-modernidade rumo ao novo normal e a pós-verdade, entretanto, deve fazer esse percurso sem medo.

    Este artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira ([email protected]). Licenciado em História e Filosofia. PG em Psicanálise. PG em Filosofia Clínica. PG em Neuropsicanálise.

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