o que é batofobia

Batofobia: medo de altura ou de ficar fechado em prédios altos

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Você já ouviu falar de batofobia? Imagine que você tem uma consulta médica e quando você chega ao endereço, se trata de um prédito super alto. No início, tudo parece normal, mas à medida que sobe, uma sensação estranha começa a se instalar.

No elevador mesmo, você já sente seu coração acelerar. Quando chega ao topo e se aproxima da janela, o medo só se intensifica. Olhar para baixo causa tontura, e você percebe que está suando frio, não por causa do calor, mas pelo pavor de estar tão alto.

E o pior: essa sensação não desaparece mesmo quando você se afasta da janela. Então, você decide que é melhor descer, pois a ideia de ficar ali por mais tempo é insuportável.

Bem, se você se identifica com essa situação, talvez esteja experienciando a batofobia, um medo intenso de alturas ou de estar confinado em locais altos.

Neste artigo, vamos mergulhar no mundo da batofobia, explicando o que é, quais são os sintomas, as causas possíveis e como é possível tratar esse medo, para que momentos como esses se tornem menos assustadores. Vamos lá?

O que é a batofobia?

Batofobia pode soar como um termo complexo, mas vamos simplificá-lo. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, 5ª Edição (DSM-V), ela é classificada como uma fobia específica.

Isso significa que é um medo ou ansiedade intensos desencadeados por um objeto ou situação particular. Mas, o que isso realmente implica?

A palavra “batofobia” vem do grego, unindo “bathos” (profundidade) e “phobos” (medo). Portanto, a batofobia não se refere apenas ao medo do mar profundo, mas também inclui o temor de estruturas altas ou qualquer espaço que faça a pessoa se sentir desconfortável ou amedrontada pela grande profundidade ou altura.

Na internet, você encontrará duas interpretações principais da batofobia:

  1. Medo de profundidade: Muitos sites focam no significado etimológico, associando a batofobia ao medo do vazio, semelhante ao que é descrito em dicionários de língua italiana como um medo irracional do vazio.
  2. Medo de construções altas: Esta vertente relaciona a batofobia com a ansiedade sentida perto de estruturas altas, onde há o medo de que elas possam desabar.

Além disso, a batofobia é frequentemente associada a outros medos, como a fobia de águas escuras (onde o fundo não é visível), fobia de águas profundas, medo do mar e temor do fundo do mar.

batofobia resumo

Sintomas da batofobia

Como podemos identificar se alguém tem batofobia? Essa pergunta é importante, e os sintomas são a chave para a resposta.

A batofobia, assim como muitas outras fobias, apresenta sinais claros que ajudam a reconhecê-la:

  1. Desconforto ao não conseguir enxergar o interior de um local, resultando em comentários e sentimentos negativos sobre essas situações.
  2. A pessoa tende a evitar e fugir dessas situações que desencadeiam o medo, mostrando uma aversão excessiva.
  3. Sintomas físicos como hiperventilação e palpitações cardíacas são comuns.
  4. A ansiedade se intensifica diante da percepção exagerada de ameaça, influenciada pelos significados atribuídos ao estímulo e pela resposta ao medo.
  5. Outros transtornos podem surgir como consequência da batofobia.

Os sintomas variam, podendo ir de uma ansiedade leve até um ataque de pânico completo, incluindo suor nervoso, fadiga visual e tonturas.

Se você se deparar com essas situações e não souber como lidar com uma crise de ansiedade, é aconselhável buscar informações e ajuda, como pode ser visto neste artigo recomendado.

Causas da batofobia

Para entender as causas da batofobia, é importante olhar além de uma única experiência ou estressor. Na verdade, essa condição surge da interação entre genética e ambiente.

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    Uma pessoa com batofobia geralmente tem uma vulnerabilidade biológica inata, que, combinada com experiências estressantes, resulta em uma espécie de “alarme falso”.

    Com o tempo, esse alarme falso se transforma em um alarme “aprendido”, aumentando a vulnerabilidade psicológica do indivíduo.

    Essa vulnerabilidade é moldada por experiências de aprendizagem, que podem ser diretas ou indiretas, através da observação de alarmes reais em outras pessoas.

    Esse processo acaba por levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade e fobias, como a batofobia. Portanto, é uma combinação de fatores biológicos e experiências de vida que contribui para o surgimento dessa fobia específica.

    batofobia mapa mental

    Tratamento para a batofobia

    O caminho para superar a batofobia envolve, em grande parte, enfrentar gradualmente aquilo que se teme. Isso pode significar, por exemplo, se expor a situações como navegar em mar aberto, nadar com snorkel, ou mergulhar.

    Essa exposição repetida ajuda a criar um novo entendimento em que o medo se transforma em algo sem poder sobre você.

    Antes de iniciar esse processo, é crucial aprender a controlar a ansiedade e a praticar técnicas de relaxamento. Criar um ambiente seguro e de confiança é também uma parte essencial desse tratamento.

    Com isso estabelecido, pode-se então começar a terapia de exposição ou dessensibilização sistemática, que é considerada o método mais eficaz para tratar fobias como a batofobia.

    Este tratamento envolve enfrentar o medo de maneira controlada e progressiva, ajudando a diminuir gradualmente a resposta de medo.

    Terapia de exposição

    A terapia de exposição, uma técnica eficaz no tratamento da batofobia, funciona de um jeito interessante. Segundo o psicólogo Joseph Wolpe, o segredo está em substituir o medo e a ansiedade por uma resposta oposta, como o relaxamento.

    A ideia é evitar que a pessoa continue a ver a evitação como uma forma de segurança.

    Existem diferentes maneiras de aplicar essa terapia:

    1. Exposição ao vivo: Isso pode ser gradual ou intensivo, onde a pessoa se confronta diretamente com a situação que causa o medo. Pode ser estar em locais altos ou perto de grandes profundidades.
    2. Exposição simbólica: Aqui, usam-se estímulos visuais ou auditivos, ou até realidade virtual, para simular a experiência temida.
    3. Terapia em grupo: Participar de sessões em grupo pode aumentar o suporte social, motivando a pessoa a continuar com a terapia.
    4. Exposição interoceptiva: Esta técnica envolve provocar as sensações físicas que normalmente surgem durante um momento de medo, como o aumento da frequência cardíaca ou a sensação de tontura.

    Cada uma dessas formas tem o objetivo de ajudar a pessoa a enfrentar e superar o medo, reduzindo gradualmente sua resposta de ansiedade.

    Outros tipos de terapia cognitivo-comportamental (TCC)

    Além da terapia de exposição, existem outras técnicas de terapia cognitivo-comportamental que podem ajudar no tratamento de fobias como a batofobia. Duas delas são bastante eficazes:

    1. Terapia Narrativa: Esta técnica envolve recontar e reestruturar a história pessoal do paciente, ajudando a mudar a forma como ele vê e lida com seu medo.
    2. EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares): Uma abordagem que utiliza movimentos oculares específicos para ajudar a processar e reduzir o impacto emocional de memórias traumáticas associadas à fobia.

    É importante lembrar que a escolha do tratamento mais adequado depende de vários fatores, incluindo características pessoais, sociais e ambientais. Independentemente do tipo de tratamento escolhido, algumas coisas são fundamentais para o sucesso:

    • O terapeuta deve ter um entendimento profundo do método que está aplicando.
    • É essencial estabelecer uma boa relação terapêutica entre paciente e terapeuta.
    • O tratamento precisa ser lógico e consistente.
    • As técnicas de exposição devem ser aplicadas de maneira eficaz.

    Se você acha que pode estar sofrendo de batofobia e isso está afetando seu dia a dia, procurar um psicólogo é um passo importante. Um profissional pode avaliar sua situação e determinar o tratamento mais adequado para você!

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