compulsão alimentar

Compulsão alimentar: tipos, causas e tratamentos

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Para alguns, o relacionamento com os alimentos pode assumir uma escala extremamente sensível e desagradável. O descontrole sobre a alimentação afeta gravemente a vida de muitos, colocando pessoas em risco severo. Assim, tendo esse problema em vista, vamos entender o que é compulsão alimentar, as causas e seu tratamento.

O que é a compulsão alimentar?

Compulsão alimentar se trata de uma doença que envolve o impulso de comer, mesmo sem ter fome. O indivíduo busca a todo momento saciar uma fome sem fim, se mantendo próximo da comida sempre. Nisso, quando não está fazendo uma refeição em ambiente propício, carrega lanches na bolsa ou recursos para comer sempre.

Esse tipo de comportamento costuma ser bastante destrutivo, já que não há uma válvula que regule a ação. Mesmo quando não há fome, a pessoa não vai deixar de se alimentar, mesmo satisfeita.

Os compulsivos costumam comer muita quantidade de comida em um curto espaço de tempo, algo até espantoso. Uma dieta recomendada de 2 000 calorias pode chegar a 15 000 sem qualquer dificuldade. Infelizmente, a única companheira presente nessas horas é a perda de controle insistente.

Causas

Pessoas com compulsão alimentar estão expostas a todos os tipos de estímulos para que percam o controle. E graças ao descontrole, a comida se torna um consolo de fácil acesso ao seu mal-estar. Dentre as causas mais comuns, podemos citar:

Conforto emocional

As mudanças emocionais de uma pessoa podem influenciar diretamente no ato compulsivo de comer. Pessoas mais sensíveis a conflitos, com términos de relação, angústia ou momentos de aflição podem recorrer à comida como anestésico. Por outro lado, a euforia e empolgação podem desencadear a compulsão.

Problemas emocionais mais graves

Os traumas exercem uma forte influência sobre as pessoas que descontam sua força na comida. Negligência emocional, abusos ou momentos de tristeza e desespero forçam que o indivíduo busque consolo na comida. Além disso, a compulsão pode vir ligada com outros problemas, comer vomitar após as refeições ou o uso de laxantes.

Estresse

O estresse pode causar tamanho incômodo que o prazer em se alimentar pode se mostrar como a única solução aparente. Alimentar-se bloqueia quase que totalmente os efeitos da ansiedade, depressão e estresse. O problema é que a válvula de escape se mostra como um vício de fácil acesso ao dependente.

O poder da baixa autoestima

Indivíduos com baixa autoestima tendem a sofrer ainda mais com a compulsão alimentar. O descontrole com a comida alimenta diretamente a pouca confiança que qualquer pessoa pode ter de si mesma. Graças a isso, a forma como enxerga a sua imagem corporal se torna degradante e cada vez mais nociva.

Há uma dor maior em relação a esse público quando pensam na fase que enfrentam. Isso porque eles tem plena consciência de que deveriam comer menos do que realmente ingerem. Entretanto, eles não conseguem fazer nada quanto a isso porque o controle escapa de suas mãos.

Sentindo-se e até ganhando mais peso, o medo acaba empurrando a enfrentar dietas duvidosas e até perigosas. Enquanto alguns se privam da comida e passam fome, outros recorrem a remédios para tal meta. De todo modo, isso abre portas a outros problemas e agravamento da situação.

Sintomas

Os sintomas de compulsão alimentar denunciam um problema que, por vezes, permanece oculto para as outras pessoas. Por isso, se atentar a alguns sinais pode ser vital na ajuda de alguém. Observe se alguém:

Come quando não tem fome

É comum a esse grupo comer mesmo quando não há fome ou continuar a fazer quando está saciado. A raiz da compulsão é criar um mecanismo que gere um impulso automático de buscar a comida. Sem contar que o indivíduo pode comer muito rápido, o que causa desconforto ao corpo.

Comer em segredo

Quando alguém passa a comer em segredo, é porque alguém já tem chamado a sua atenção ou depreciado seu comportamento. Além de comer bastante à mesa, o mesmo acaba fazendo isso quando não há ninguém por perto. Dessa forma, a pessoa culpada passa a comer de madrugada, no quarto ou até em reuniões, se afastando do grupo para degustar algo em segredo.

Sentir mal-estar ou culpa após comer

Quando a consciência fala mais alto, o compulsivo demonstra uma grande culpa e mal-estar. O mesmo se arrepende de sua fraqueza, se condenando por não ter qualquer tipo de controle. Isso pode acentuar casos de depressão ou melancolia.

A fala denuncia

Tratando-se de compulsão alimentar, teste é algo muito simples a se fazer quando estamos desconfiados do dependente alimentar. O principal deles é prestar atenção em sua fala, já que a pessoa denuncia o que carrega por dentro. Por meio dos seus comentários é possível traçar um perfil a fim de confirmar as suas suspeitas.

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    As mais comuns são “Já sou gordo e não vai fazer diferença”, “a comida me controla” ou “eu não consigo me controlar”. “Como bem na frente dos outros, mas em casa, sozinho, como muito quando ninguém me olha”. E até “quando sei que minha família vai sair, tento ficar em casa para comer sozinho”.

    Ainda que isso pareça comum, a fala inconsciente desse indivíduo mostra sua dura relação com a comida. Mesmo que isso seja difícil, é preciso convidá-lo a se abrir e expor voluntariamente o que passa para ser ajudado.

    O meio externo e os comentários maldosos

    Para quem está acima do peso, o mundo pode ser um lugar bastante desagradável de interagir. Ao longo dos séculos se alimentou um padrão de beleza nocivo e que não comporta esse público. Caso não seja magro, alto, cabelo liso e rosto perfeito, você não se encaixa.

    Pessoas com transtorno da compulsão alimentar periódica desenvolvem rapidamente um biotipo físico que foge ao padrão. E, claro, ficam expostas a comentários maldosos na rua ou estruturas públicas padronizadas. Quem nunca soube de alguém que ficou preso em uma catraca de ônibus ou sofreu discriminação pela imagem?

    Os comentários ou vexames aqui impactam de maneira cavalar no comportamento do indivíduo. Mais uma vez, a pressão e violência externa vão empurrar o compulsivo aos braços da comida.

    Tratamento

    Não é difícil saber como controlar a compulsão alimentar, ficando o maior desafio na execução. Entender como vencer a compulsão alimentar depende de uma série de esforços que não merecem desleixo. Tudo começa pela:

    Saúde mental

    Com a ajuda de um psiquiatra, o paciente vai trabalhar suas questões emocionais em relação à comida. Ele vai lidar melhor com seus sentimentos, controlar a sua autoestima e como comer de maneira saudável. Consequentemente isso ajudará:

    • A nutrir bons relacionamentos pessoais, buscando boas referências e suportes;
    • Saber dizer “não” à comida quando for preciso;
    • Como lidar com épocas festivas, como o Natal.

    Saúde física

    Alguns dos medicamentos podem ser utilizados para o controle de ansiedade ou mesmo para inibir o apetite. Uma dieta equilibrada feita com auxílio de nutricionista vai recondicionar o indivíduo a se alimentar adequadamente. A compulsão por doces, por exemplo, vai ser muito bem atendida.

    Considerações finais sobre compulsão alimentar

    É difícil mensurar os estragos que a compulsão alimentar pode acarretar na vida de alguém. Sendo um meio de aliviar seus problemas internos, a comida se mostra essencial à sua sobrevivência ao mesmo tempo em que arrisca ela.

    Mesmo que isso não seja aberto a alguém próximo, é preciso ter consciência do problema para que se alcance uma ajuda especializada. É possível, sim, comer bem, satisfatoriamente sem que isso vire um espaço de declínio em sua vida. Aposte em si mesmo, no seu bem-estar e reveja a sua postura quanto ao que e quanto come.

    Para ajudar nesse desafio com a compulsão alimentar, se inscreva em nosso curso online de Psicanálise Clínica. Através dele, você poderá entender as motivações desse desejo contínuo e como estruturar os pilares de controle. Em conjunto com profissionais, recuperará rapidamente o prazer de comer bem e da maneira adequada a você.

    One thought on “Compulsão alimentar: tipos, causas e tratamentos

    1. Mitchell Monegro disse:

      Olá. Estou a seguir todo o seu conteúdo há algum tempo. Está sempre bem fundamentado.

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