Hoje entenderemos sobre o conhecimento da psique. Penso o quão difícil foi para Freud ser um dos primeiros a perceber e buscar expor a psique na sua mais sombria e complexa realidade. Neste texto, vamos entender a importância do conhecimento da Psique em nossos dias.
Entendendo o conhecimento da psique
Não é à toa que ele é considerado o pai da Psicanálise. Mas apesar de, em parte, hoje a psique já ser conhecida e compreendida, será que de fato as pessoas sabem a importância do cuidado e o que representa ter o entendimento do “eu”?
Quando começamos a estudar sobre a Psicanálise, não demora muito para perceber a autenticidade de Freud nas suas linhas de estudo, para além do agradável, ele buscava a verdade, os fatos. Isso fica bem notável nos estudos apresentando as fases do desenvolvimento psicossexual.
É bem mais comum vermos uma inclinação para os cuidados da mente, apenas quando há algo em desordem aparente, como se o que a psique pode produzir fosse isolado, um mal momentâneo, que se esquecido estará solucionado.
O conhecimento da psique e o inconsciente
Sabe aquela conhecida frase “O tempo cura tudo”, sinto em lhe dizer que dela não parte nem mesmo uma gota de verdade, pois, para o inconsciente não existe a ideia de tempo, um evento traumático que ocorreu num indivíduo há dez anos pode assolar-lhe sem que ele saiba de onde vem.
Dito isto, pergunto a você, será que em toda a nossa vida não haverá nada que nos causará dores, receios ou aversões? Posso imaginar você respondendo a isso com facilidade, pois é inevitável que em algum momento não nos ocorra tais coisas. Pois bem, a quais dessas dores, receios, aversões devemos dar mais importância e cuidar?
Será o luto, ou a dor do abandono, ou mesmo um sentimento de tristeza repentina. Será que devemos nos importar apenas com o que gera grande impacto na nossa vida? Não! Ou pelo menos não deveria ser assim. Até as mínimas coisas, quase imperceptíveis, com aparentemente pouca relevância, influenciam profundamente a vida de um indivíduo.
O caso de Anna O.
Note o caso de Anna O. chamada de Cecily no filme Freud além da alma. Ela foi paciente de Dr, Breuer entre os anos de 1881 à 1883. Em um dos seus atendimentos, utilizando a hipnose como técnica, o Dr. Breuer ajuda Anna O. a resgatar do seu inconsciente a lembrança do seu cachorro bebendo água em seu copo, esse nojo inconsciente a havia levado a ter aversão a beber água.
Após a hipnose e a liberação da memória, ela conseguiu tornar a beber água normalmente. Mas quem diria que algo relativamente simples causaria tamanho alvoroço na vida de uma pessoa. Com esse exemplo, podemos perceber que até as memórias mais simples, podem se esconder no inconsciente e causar sintomas inimagináveis.
Sendo assim, todos, sem exceção e sem restrições de idade, devem buscar acompanhamento para cuidar de si. O indivíduo para viver a plenitude do autoconhecimento precisa de alguém que o guie para fora do labirinto da sua própria mente.
O conhecimento da psique e o Psicanalista
Vamos falar sobre esse guia, o Psicanalista, analista da psique. O termo Psicanálise refere-se a ideia de uma construção mental, criada a partir de elementos mais simples para ser parte de uma teoria, teoria essa baseada nos preceitos da hermenêutica.
Podemos dizer que para a psicanálise há muita importância em ter um perfil investigativo, pois, a investigação será a base de todo atendimento.
Diferente da Psicologia, a Psicanálise torna-se bem mais objetiva e voltada para uma área específica, no caso o inconsciente, a pesquisa e a investigação de todas as particularidades do mesmo, a psicanálise tem suas próprias técnicas e ela obtém uma área independente no saber.
Psicopatologia
Do olhar de Laplanche e Pontalis, dois psicanalistas franceses, podemos separar a psicanálise em três pontos:Investigação, abordagem terapêutica e uma ciência com um campo próprio(Psicopatologia). Através da psicanálise pode-se promover a cura através da fala, por conta disso torna-se indispensável ao psicanalista o ouvir, o investigar (analisar) e o guiar do analisado para revisitar de modo claro aquilo que se esconde no seu inconsciente.
Hoje, ter ao nosso dispor a riqueza do conhecimento e entendimento dos funcionamentos da mente humana, poder dar nome aos fantasmas, como eu costumo sempre chamar aquilo que perturba o indivíduo, é simplesmente espetacular, essa é a melhor palavra para descrever. Tente imaginar como era para, por exemplo, as mulheres do século XIX, terem as suas vivências, dores e desejosos, todos reprimidos em decorrência cultural e estrutural da sociedade naquela época.
Era basicamente inevitável ver manifesto muito mais entre as mulheres casos de histeria, tendo em vista que eram elas que mais tinham que esconder as suas reais intenções e seus desejos mais autênticos, já que a sociedade exigia delas a modéstia, e a total inclinação para o cuidado do lar e dos filhos.
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A autenticidade
Na atualidade, onde já podemos perceber a autenticidade das mulheres em comparação com o século passado, a sua tão pregada liberdade sexual de certo modo alcançada, e um poder de escolha mais presente, como, por exemplo, poder decidir não se casar e dedicar-se à carreira. Ou casar-se e não ser exclusiva do lar, ou mesmo optar por nunca se tornar mãe. São decisões bem mais comuns hoje e menos burocráticas, basta querer e realizar.
Claro que do mesmo modo que as mulheres do século XIX tinham suas dores e pesares por conta do que eram subjugadas, assim também é para as mulheres de hoje, que apesar da autenticidade, tem que assumir com isso as dores e pesares que suas escolhas as subjugam.
Note que mesmo em épocas diferentes e realidades polarizadas, ainda há questões que permeiam a mente humana. Não há, e não haverá nunca, um cenário ideal que trará de forma fluida (sem intervenções externas) o funcionamento pleno da psique sem que não haja riscos.
Freud e o conhecimento da psique
Pois, enquanto passamos pela vida, vivenciamos as dores, as tristezas, indecisões, solidão entre outros sentimentos e seus opostos. Isso tudo nos torna seres vulneráveis, ficamos à mercê da nossa mente, do nosso consciente e do nosso subconsciente, não podemos viver à parte deles, por isso a importância de ter um olhar especial para eles.
O Psicanalista é o que traz a intervenção. Graças a Freud e seus contemporâneos, podemos hoje dar nomes, tratamento e espaço para as estruturas psíquicas e cada uma das suas atribuições.
Não há problema algum em ser vulnerável, na verdade, o problema está em parar de sentir, parar de entender e ficar à parte da sua própria história. Ser e se perceber vulnerável só demonstra o quanto estamos vivendo e de fato sentindo a vida.
Este texto sobre o conhecimento da psique foi escrito por Zana Hitzschky ([email protected]). Espero que aprecie o texto e consiga aproximar o que foi escrito trazendo para a sua realidade. Dica da autora para você: cuide de si hoje, não espere o amanhã.