Estágios do Desenvolvimento Psicossexual

Estágios do Desenvolvimento Psicossexual segundo a Psicanálise

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Neste artigo entenderemos juntos sobre os estágios do Desenvolvimento Psicossexual.

Entendendo os estágios do Desenvolvimento Psicossexual

Desde os tempos mais remotos, o sexo é basilar para os seres humanos e interpretado com importância e significados, completamente diferentes para cada comunidade. De acordo com cada época, foram acontecendo mudanças que transformaram o ato sexual de um simples reflexo e necessidade (como comer e dormir) para algo divino e posteriormente como sinônimo de procriação. Alguns grupos viram o sexo como algo natural, sem tabus, inclusive quanto a homossexualidade, enquanto outros passaram a reprimir impulsos sexuais de todas as formas e tipos.

A Igreja Católica e outras entidades religiosas, passaram a perseguir pessoas e a recriminar o sexo que não fosse feito após o casamento e com o intuito de procriar, ou de cunho homossexual. Originando uma repressão, perseguição, culpa, extremismos, mas também a continuidade das ações de maneira escondida e polida. Abalando toda uma estruturação do que é correto, punível e reprimindo a pulsão sexual existente em todos os seres humanos e animais, podendo inclusive ser reconhecido como algo instintivo.

Diante dessas repressões, o ser humano através do seu Inconsciente passou a subverter parte do impulso sexual em atividades aceitas pela sociedade, tais como literatura, artes, religião, esportes, o que Freud definiu bem como o processo de sublimação. Numa tentativa infrutífera da sociedade e do eu social em reprimir toda uma sexualidade pulsante. Destarte, Freud que era um grande estudioso da mente humana, precursor de teorias de grande significado para a humanidade e criador da Psicanálise, ao elaborar suas teorias, transgrediu todo um pensamento da sociedade de sua época e foi alvo de muitas críticas e preconceito.

A repressão e os estágios do Desenvolvimento Psicossexual

Posto que, como dito acima era uma sociedade que tinha os ideais alicerçados em repressão, religiosidade exacerbada, machismo e falta de reconhecimento e respeito pelas necessidades das pessoas e naturalidade da libido, bem como do desenvolvimento das crianças. Dentre os construtos teóricos de Freud está a Teoria do Desenvolvimento Psicossexual, que lista e classifica as fases do desenvolvimento da criança, que são as seguintes fases: oral, anal, fálica, período de latência e genital.

Sabendo-se que essa teoria não se caracteriza por categorizar apenas o caráter do ato sexual, mas quando Freud fala em psicossexual está se referindo ás pulsões que são os disparos da libido em um determinado objeto, libido que é a energia motora que transforma a angustia da frustração em satisfação, ligação da criança com os pais, Complexo de Édipo, castração.

Noutro passo, o que tal teoria vem categorizar e explanar é a análise e fundamentação de toda uma personalidade de um indivíduo, é um estudo que auxilia na compreensão dos problemas e origem de toda uma formação da personalidade, bem como através das fixações em algumas dessas fases há apossibilidade de se identificar uma neurose, psicose, compulsão, ou seja, uma série de comportamentos podem ser compreendidos e com o apoio da análise serem superados.

Estágios do Desenvolvimento Psicossexual e a fase oral

No tocante a fase oral, que é a primeira fase, essa se inicia desde o nascimento até aproximadamente dois anos de idade, na qual a boca é a zona erógena e se caracteriza por um autoerotismo e um desejo de volta aos cuidados acalentos intrauterinos. São experiências corpóreas que ficam armazenadas subjetivamente e são responsáveis pela formação da psique. A caracterização de um adulto que teve essa fase oral como fixação, sempre terá a participação de comportamentos que envolvam a boca como zona erógena, exemplos: dependência emocional, baixa tolerância a frustração, precisando reviver algo daquela época.

Quanto a fase anal, que é a segunda fase, que vai de 1 a 3 anos de idade, se caracteriza por ser o momento em que a criança compreende que controla e manipula os conteúdos excretores (urina e fezes). Diante disso, passa a entender que existe uma diferença entre ele e o mundo externo o que origina uma independência maior e controle sobre seu corpo pela primeira vez. Pessoas que são fixadas nessa fase são competitivos, necessidade de controle, neuróticos obsessivos compulsivos.

No que tange a fase fálica, a terceira fase, que vai dos 3 aos 6 anos de idade, tem como zona erógena os órgãos genitais, havendo uma enorme curiosidade por parte das crianças, inclusive havendo masturbação, movimento sem maldade que só vem posteriormente na puberdade e nos adultos. Nessa fase acontece o Complexo de Édipo que vem para organizar a personalidade e fazer a criança compreender que os pais são figuras à parte, com autonomia. Com isso, a criança ao identificar que está fora da relação pai/mãe sente culpa, se sente traída, abandonada, oportunizando a angústia de castração.

Complexo de Édipo resolvido

Ao passar por essa fase, a criança faz as suas identificações e consequentemente forma a sua identidade, possibilitando a inserção na fase genital adulta. Sabe-se que tudo isso ocorrendo é fruto de um complexo de Édipo resolvido, mas pode acontecer de não haver esse processo bem elaborado e então ocorre uma fixação nas fases anteriores, o que origina distúrbios psicológicos.

A quarta fase é o Período de Latência, que ocorre entre os 6 e 10 anos de idade, há um apagamento da sexualidade e a criança reprime o que apareceu de sexualidade anteriormente e ocorre uma espécie de amnésia relativa, onde a libido fica voltada para o aspecto social, das amizades, vínculos, escola, esporte, atividades artísticas. A quinta e última fase é denominada Genital, ocorre na puberdade até a fase adulta, a partir dos 11 anos de idade, podendo acontecer antes ou depois, não é taxativo, mas ocorre de acordo com as experiências de cada um individualmente.

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Nesta fase há uma afirmação da pessoa, da sua personalidade, individualidade tanto socialmente quanto emocionalmente e isso é vivenciado na formação de grupos que se identificam. Novamente há um retorno ao complexo de Édipo que faz os jovens ficarem confusos e com um misto de sentimentos contra os pais, tudo no intuito de se identificar e se posicionar quanto a sua personalidade para o mundo.

Conclusão

Com a identificação dessas fases, e da enorme influência que a passagem por elas de acordo com as experiências de cada um tem na vida dos indivíduos, possui uma importância gigantesca ao passo que possibilita o auxilio e compreensão da infância, adolescência e problemas mentais da fase adulta.

Passa a ser percebida a grande importância dos pais e sua responsabilidade na formação de indivíduos saudáveis mentalmente, o que de certa forma interfere diretamente nas relações sociais.

Ao passo que, uma infância percebida e estudada através de análise proporciona a pessoa uma compreensão salutar e uma visão de si e do mundo mais perceptiva, o que de certa forma para a sociedade possibilita uma convivência mais saudável e com uma diminuição dos problemas e com um maior entendimento e respeito do que é vivido na infância originando adultos mais resolvidos e para mundo, num ciclo de compreensão, entendimento e respeito.

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    O presente artigo foi escrito por Priscila Wanderley Saraiva. Advogada, psicanalista em formação, com foco no social. (71)99171-2339.

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