sobre a verdade

Sobre a Verdade: breves notas sobre sua (im)possibilidade

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O presente ensaio Sobre a Verdade e a possibilidade ou não de ser alcançada é um recorte teórico da pesquisa promovida pelx presente autorx dentro das áreas da Filosofia e da Linguística.

Aqui, proponho um chamado à reflexão acerca do que é a Verdade. Desejo tratar, em artigo futuro, mais profundamente semelhante tema. Também reafirmo minha proposição onde afirmo que meu intuito aqui é, acima de tudo, convocar o leitor ao questionamento para a reflexão não desejando de modo algum posicionar-me como umx emissorx de uma suposta “verdade absoluta”.

Entendendo sobre a verdade

A elaboração mais comum acercado que é verdade é feita a partir de um parâmetro enunciativo de predicado de um sujeito. Isto é, delimita-se determinado enunciado como X ou Y, sendo X verdadeiro e Y, falso. Todavia, tal segmento de pensar é insuficiente para elaborarmos propriamente o que vem a ser o sujeito do enunciado: a própria Verdade. Nesse sentido, se proporciona uma cisão entre o ente predicativo e a essência, o sujeito.

Verdadeiro, pois, é o que deriva de Verdade. O grande senão, todavia é o problema de se definir a partir de uma identidade algo que seja meramente perceptivo e, por isso mesmo, subjetivo. O mesmo problema é encontrado no pensar teológico: a dificuldade de se conceber a Deus como um sujeito observável e não um produto de determinadas percepções individuais e de emoções vivenciadas por cada vivente de sua fé.

Sobre a verdade como ente ontológico

Assim como a luz é passível de mensura lógica, a Verdade também o é, pois absolutamente possível estudar a natureza da luz, mas não a da escuridão. Assim, do mesmo modo, se pode conceber a verdade como uma essência cuja falta gera a mentira.

Dessa maneira, há a Verdade e seu negativo, sua ausência: a mentira. Naturalmente, isso é uma proposta de observação maneira de pensar que, de modo algum, pode representar a integralidade observável dos fatos como são.

No entanto, perceber essa articulação não como um ponto de chegada, mas como uma proposta linguístico-cultural de concepção do que é Verdade é substancial para chegarmos a uma compreensão mais ampla acerca do que é propriamente a maneira como articulamos o pensamento lógico-racional em nossa língua: o Português Brasileiro.

A multiplicidade do verdadeiro

Em igual medida, a percepção da verdade como inerente ao enunciado e, por conseguinte, ao enunciador, é necessária para que se concebam certas diferenciações entre o que se estabelece como Verdade e Mentira. Ou seja, um enunciado somente pode ser dito verdadeiro ou falso se se levam em conta as condições de observação do enunciante.

Por exemplo, se alguém afirma: “Amanhã vai chover.” Tal enunciante evidencia sua crença de que choverá (cuja existência per se representa já uma verdade: é verdade, pois, que essa pessoa crê que choverá). Todavia, se choverá ou não é também um determinante da veracidade do enunciado.

Dessa maneira, olhando o enunciado sem considerarmos o enunciante, há duas possibilidades: § Se chove, é verdade. §Se não chove, é mentira. Tal construção propaga uma lógica binária de operação que muito bem funcionaria para um contexto mecânico e técnico. Contudo, em sua aplicação em uma lógica discursiva, é profundamente falho.

Conclusão

Na presente reflexão, concluímos algumas notas preliminares, cujo estudo objetivamos aprofundar em pesquisas já operantes. Alguns deles, enumero aqui: A Verdade tem múltiplas naturezas, podendo ser compreendida como ente e sujeito. Em perspectivas linguísticas, poderíamos dizer que trata-se de uma pluralidade possível de identidade como Sujeito ou Predicado e, mais especificamente, como um Substantivo e um Adjetivo.

A Verdade como Sujeito é um objeto ontológico, cuja presença e ausência delimitam determinadas posições de pensamento. Isto é, pode-se compreender a Verdade como “aquilo que torna um enunciado verdadeiro” e, desse modo, ela atua como uma essência que preenche seus entes.  Linguisticamente a Verdade funciona como uma perspectiva de observação.

Isto é, para se determinar se o discurso promovido pelo sujeito é verdadeiro ou falso, é mister ponderar qual a posição enunciativa daquele que promove o discurso. Nota: emprego aqui propositadamente a variante neutra do pronome, pois x presente pesquisadorx é uma pessoa trans não-binárie.

Este artigo Sobre a Verdade foi escrito por Ariel Von Ocker([email protected]). Escritorx, psicanalista, poliglota e acadêmicx de Letras e História. Também já trabalhou no teatro como dramaturgx e ator. Atualmente se dedica à formação acadêmica e à divulgação da arte e do conhecimento através da iniciativa Projeto Simbiose, no qual atua no núcleo de direção em parceria com Michelle Diehl e Cristina Soares e da Revista Ikebana, onde atua como editorx chefe. Também é autorx do livro Canções da Tarde, disponível para compra através do link: https://www.amazon.com.br/dp/B09NTYWQ6Z.

One thought on “Sobre a Verdade: breves notas sobre sua (im)possibilidade

  1. Mizael Carvalho disse:

    A verdade é subjetiva, que pertencie a um sujeito pensante. É uma questão de crença (FÉ).

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