desespero humano

O desespero humano existencial

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O desespero humano é um tema que tem sido recorrente e você já deve ter ouvido falar em algum momento, em debates ou possivelmente, em entrevistas, cujo foco é o desespero humano existencial.

Entendendo sobre o desespero humano

Este conceito emergiu no tecido social com força a partir de meados de 2010, mas já era um conceito fustigante desde meados de 3.000 AC, que, por exemplo, preocupava e perturbava os faraós, no Egito. O conceito foi se alastrando pelo planeta todo e a crise de desespero humano existencial ou crise aguda psicossocial tomou corpo e vem causando muitas patologias físicas e psicológicas pela ‘somatização’ de diversos sintomas ou gatilhos. Depressão, angústia e ansiedade, com pânico viraram lugar comum na modernidade. Mas, vale destacar que já existia na antiguidade, porém, se aprimorou com o passar do tempo.

Atualmente, o consumo de psicofármacos que necessitam de receitas especializadas como requisito central e obrigatório para consumo (compra em farmácias) e que possuem um controle estatal de fiscalização mais apurado estão atingindo o pico. E muitos precisam do remédio onde correm riscos até de infarto ou AVC. A lista de remédios alopáticos psiquiátricos é imensa. E o que é mais sintomático e vem crescendo de forma assustadora são os ataques de pânico que tem sido o ápice do desespero humano existencial junto com outros problemas fisiológicos e estruturais.

Mas, afinal o que é essa síndrome do desespero humano existencial e porque ela se manifesta?! Esta é a pergunta chave que não quer calar. A pessoa que sofre um ataque de pânico repentino muitas vezes demora em compreender que foi pânico e entender que é resultado do seu desespero num processo de angústia existencial que esta camuflada no seu inconsciente. Ora, quando se fala em inconsciente sabemos que é o objeto por excelência da Psicanálise. Entretanto, outras áreas das ciências P, (Psicologia. Psiquiatria e Psicoterapias) abordam o tema buscando soluções plausíveis.

O desespero humano nas sociedades

O desespero humano existencial nas sociedades e comunidades mais ocidentais, em que pese nas orientais também esta ficando grave, se avolumou em face das seguintes condições de contorno: maior consciência do tempo fluindo, cronologicamente face tecnologias avançadas; passou ser comum ouvir, o tempo passa rápido e não para: o processo de velhice que vai alterar aparência da pessoa numa sociedade estética exigente, e a consciência da morte aliado aos processos sintomatológicos mais mortais que ativam óbitos acelerados, modernos e pós-modernos, como câncer, acidentes aéreos, de veículos, crimes, enfim.

Esses processos estão desencadeando cada vez mais pânico em jovens, adultos, idosos e pasmem-se em crianças pós-modernas. E como afetam os processos mentais e alteram a percepção, emoções e comportamentos muitos recorrem à clínica ou análise o que de certa forma é bom para tentar se desligar dos sintomas ou combatê-los. Muitas crianças estão introjetando em suas mentes e corações, os modelos emocionais e existenciais das preocupações dos pais e da constelação familiar.

O desespero existencial que acomete uma pessoa é algo inconsciente que não quer ser ele próprio, mas desencadeia um pânico forte. O desespero humano procura nos examinar como um todo, pois possuímos uma luta interna onde queremos tentar entender Deus e o mundo diante de sua imensidão. E lutamos também para eliminar as angústias quanto à imortalidade tentando preencher um vazio existencial e espiritual que possuímos. E quanto mais a pessoa for cognitivamente esclarecida mais grave tem sido o processo de pânico. A pessoa começa a refletir sobre o que é o planeta, o universo, a vida.

O desespero humano coloca em dúvida Deus

Quando existe um processo de frustração de objetivos existenciais e metas não atingidas e havendo falta de serenidade o pânico se agrava cada vez mais. O ataque de pânico em razão da crise de desespero humano não tem lugar e hora para ocorrer. Pode ocorrer num hospital, dentro de um elevador, na rua, em casa, num quarto, numa viagem, num cinema, num parque, enfim. O ataque de pânico é atemporal. As crianças pós-modernas, a partir dos 3 anos de idades já podem começar a ter ataques de pânico incompreendido por certos pais.

Não existe mais uma faixa etária exclusiva. Muitos idosos que eram pessoas afirmativas, aposentados, experientes, vividos e mais maduros, estão tendo ataques de pânico em face do processo de desespero humano existencial e o gatilho tem sido a reflexão mais profunda. Geralmente, quando um amigo(a) já de anos a fio, baixa hospital e esta quase entrando em óbito, tem sido um dos gatilhos forte nos seus pares. Muitas pessoas não conseguem mais lidar com sua existência e estão tendo pânico constante.

O pânico em razão do desespero humano pode ter como origem situações de estresse associados como, por exemplo, crises financeiras, brigas, separações ou mortes na família, experiências traumáticas na infância ou depois de assaltos e sequestros ou cujos pais têm transtornos são mais suscetíveis diante de um desespero humano existencial entrar em processo de pânico.

A sensação de instabilidade

Em muitos casos existe um quadro de dor ou desconforto no tórax; uma sensação de instabilidade, até desmaios; um medo repentino de falecer, ou enlouquecer, ouvindo vozes, sensação de estranhamento ou distanciamentos, agitação, náuseas, dormência ou formigamento, palpitações ou frequência cardíaca acelerada, (taquicardia) falta de ar ou uma sensação de falta de ar, suor nas mãos. Muitas pessoas relatam que estão tendo esses pânicos em razão justamente de um processo de desespero humano existencial.

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Muito comum pessoa comprar jornal e ao abrir o obituário e ler, ter um pânico ao começar a fazer uma matemática existencial e comparar a idade. É comum pessoa referir que ao ler o jornal, viu que outra pessoa morreu aos 65 anos, mas entrou em pânico porque tem 63 e falta dois anos para chegar aos 65 anos! Este é o típico case de pânico por desespero humano existencial.

A velhice agrava porque ela passa a ser entendida como um encurtamento, ou morte cada vez mais próxima com a chegada de limitações, evitações, passa ser deixado de lado, com agressões psicológicas. A crise do desespero humano existencial tem sido algo muito importante, pois precisa ser bem interpretado. Por derradeiro devemos lembrar que um dos gatilhos forte que deflagra desespero humano existencial tem sido a preocupação com morte e doenças.

Considerações finais

Muitos processos dolorosos de pânico pode ser auto-induzido quando, por exemplo, pessoa compra um telescópio e passa a olhar o universo. Entra em crise por desespero e acaba desencadeando um quadro grave de pânico. Os gatilhos podem ser variados. Por fim, não existe cura ou remissão para processos de pânico por crise de desespero humano existencial.

A pessoa só poderá superar e debelar o quadro pela serenidade. Em crianças e jovens é delicado o processo. Buscar a saída pela ingestão de alopatia passa a ser um processo semelhante ao alcoolismo e uso de drogas. Porque o motivo é oculto e não vem a tona tão fácil. E desta forma a causa não vai ser removida tão facilmente.

Sem remover ou extirpar a causa não cessam os efeitos ou sintomas. A crise de desespero humano existencial passou a ser um dos maiores desafios da pós-modernidade dos tempos líquidos.

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    O presente artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira. Formado em História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacológica; acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica. Contato via e-mail: [email protected]

    3 thoughts on “O desespero humano existencial

    1. Como eu tive o flagelo da Fobia Social por 30 anos, me preocupa, digamos assim, como as pessoas se permitem formatarem ou “aderem” ao Inconsciente Coletivo! Abraçam aplicativos como Redes Sociais, PIX, Delivery, Auto Atendimento, em especial, de caixa de supermercado, sendo “gratuitamente” caixa e embalador dos produtos! Ai entra nos Tempos Modernos do Chaplin: a pessoa como ser operacional e por conseguinte pouco usando o intelecto. A atividade de caixa, enquanto funcionário, interage com a clientela, sociabilizando, mas no Auto Atendimento, não! Entrevistado, outrora, José Angelo Gaiarsa, teve uma visão futurista, pelo tempo decorrido: preocupava ele, os lares com menos crianças e mais animais de estimação, como que o Ser Humano deixando de se interagir. Por volta, de 1996, uma colega da Faculdade e Policial, quando cogitado o cenário atual, disse: “Como assim, se comunicar pela Internet? E o presencial, o abraço e aperto de mão?” Não tive oportunidade de reencontra-la, para saber como ela está! Ontem, num jornal, focaram numa máquina telex que deve continuar existindo para as mensagens cifradas! As novas gerações, dos aplicativos, dependendo da atividade, nem deve imaginar existir tal (veterana) tecnologia, precursora do email! O câmera, com certeza, deve ter ficado surpreso, de “reencontra-la” e a filmou!

    2. Emilio Mansur disse:

      A causa para o desespero humano é antropológica. Por milhares de anos vivemos escondidos na caverna, correndo dos predadores( uma criança poucas vezes caminha , corre na maioria das vezes) , isso está no nosso inconsciente . Não tem solução, entender é a saída.

    3. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom o texto, parabéns. O cuidado com o desespero precisa ser intensificado, afinal, tudo está muito rápido.

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