Especial dia da música: 4 músicas relacionadas à psicanálise

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A música é a linguagem universal da alma. E nesse Dia da Música, 01 de Outubro de 2019, vamos explorar sua relação com a psicanálise aqui em São Paulo, Brasil!

Nós, brasileiros, adoramos ouvir música. Cantarolar, dançar, ouvir como fundo para nossos pensamentos, tudo isso nos agrada. Hoje é o dia da música!

Para celebrar, trago para vocês a relação de Freud com a música e, junto disso, músicas relacionadas à psicanálise. 

Ficou interessado? Então acompanhe a leitura ao som daquela música que mexe com seu coração!

O que é o Dia da Música?

O dia da música foi criado para que nós, meros mortais, pudéssemos apreciar, por um dia inteiro, a existência de uma maneira belíssima que nós criamos de nos comunicar. 

Com uma linguagem, dependendo do estilo, simples ou rebuscada, a música consegue transpassar mensagens com muita beleza e harmonia.

Quem nunca se emocionou com uma música que marcou um momento especial da sua vida, como o primeiro amor ou a formatura? A música tem o poder de despertar as mais profundas emoções humanas.

Por isso, esse dia foi instituído, em 1975, com o apoio da UNESCO, para levar os sons a todos os setores da sociedade. Assim, o objetivo era promover os valores de amizade e paz! Bonito, não?

Além de nos emocionar, a música pode ser uma poderosa ferramenta de comunicação e expressão. Por meio das letras, melodias e ritmos, conseguimos transmitir ideias e sentimentos de forma criativa.

No Brasil, há muitos gêneros musicais populares como a Música Popular Brasileira, o rock, pop, funk, sertanejo (raiz e universitário), samba, forró, axé, brega e funk carioca. Cada um desses estilos nos atendem em momentos específicos.

Ou seja, se eu estou me sentindo feliz e empolgada, é mais provável que eu coloque para tocar uma música agitada. Porém, caso eu esteja triste, preferirei um ritmo mais calmo e melodramático, como um MPB sobre tristeza.

Mas, então, como a música se relaciona com a psicanálise? E como Freud se relacionava com a música?

Freud e a Música

Há muito material sobre a vida de Freud, inclusive, especificamente sobre sua relação com a música. No filme “Mahler no divã”, Freud é abordado como alguém que não gostava de música, pelo fato dela lhe causar “síncopes”.

Ademais, Freud, em outro de seus escritos, mostra-se indiferente à musicalidade, porque, para ele, não havia maneira de entender seu conteúdo para, assim, explicar a si próprio seu efeito.

Por isso, Freud afirma não obter qualquer prazer ouvindo música, diferente de quando observa e absorve outras expressões artísticas, como a arte. 

Ademais, ele também dizia que, para trabalhar, era necessário absoluto silêncio e, por isso, não ouvia músicas. Pensando nisso, será que o dia da música faria sentido para Freud?

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    Além disso, se Freud não gostava de música, será que a psicanálise (sua criação), não tem nada a dizer sobre essa arte tão incrível?

    Especial Dia da Música: como a psicanálise se relaciona com a música?

    Freud, em sua “Interpretação dos Sonhos”, instaura para a música a função de ativador de lembranças. Ou seja, ao ouvirmos uma música, podemos acionar lembranças que estão inculcadas no nosso inconsciente!

    Isso pode ser bom, por exemplo, retomar uma memória de infância que nos acalenta. Porém, também pode ser ruim, como quando se ouve uma melodia que estava presente em um momento traumático, como uma sirene, ou a trilha sonora de um filme que lhe traz medo e insegurança.

    Além disso, essas memórias acionadas não são “pré-selecionadas”, sendo trazidas ao consciente sem uma explicação prévia. Isso pode nos deixar um pouco confusos, sem saber o motivo daquela sensação ter surgido.

    Por exemplo, o sentimento de saudade, mas sem um objeto específico. Saudade de quem? Saudade de quê? Não sabemos, é apenas saudade.

    Ademais, segundo o psicanalista Sandler (2000), a música é o modo ímpar de dizer o que não pode ser falado — e ouvir o inaudível. Ou seja, às vezes, nós sentimos em nosso âmago a necessidade de nos expressar, mas não sabemos muito bem como, nem onde.

    Aí, vem a música, e nos faz perceber que podemos dizer o que queremos com outras palavras, com metáforas e conjunções sonoras, que irão fazer com que nossas mensagens cheguem ao ouvido de outras pessoas com interpretações mil.

    O indivíduo das vontades e pulsões do inconsciente é capaz de falar nas letras das músicas. O inconsciente guarda todas as memórias da pessoa, visando protegê-la de possíveis sentimentos ruins que a consciência não conseguiria lidar.

    Por isso, é do inconsciente que as emoções suscitadas pela música saem e se transformam. Assim, é o inconsciente que mais se beneficia da existência da música!

    Por fim, separamos para você algumas músicas que, em nossa concepção, são relacionadas com a psicanálise. Confira agora!

    4 músicas que podem com uma reflexão psicanalítica

    1. Xote dos Milagres — Falamansa

    Nessa letra repleta de simbologias, há a sensação de que o compositor estava a falar de sua mãe. Para Freud, nossa relação com os progenitores é responsável por diversas questões presentes em nosso inconsciente.

    Ou, em outra interpretação, pode haver um complexo de Édipo, já que o compositor pode estar relacionando um amor não correspondido com sua mãe. Já parou para pensar nisso?

    2. Pais e filhos — Legião Urbana

    A questão da depressão e a relação dos filhos com os pais é bem retratada nessa letra. A melodia melancólica reforça o sentimento de angústia e inadequação do eu lírico. 

    Há claros questionamentos sobre a influência dos pais na construção da identidade dos filhos. 

    3. Chão de Giz — Zé Ramalho

    Corre pela internet uma interpretação de que, em sua juventude, Zé Ramalho tenha se apaixonado por uma mulher casada, da alta sociedade.

    Na letra, Zé Ramalho explicita seus anseios pela consumação carnal com esse objeto de desejo.

    Mas, além disso, também revela sua necessidade de amor próprio, chegando à conclusão de que todos os seus esforços para alcançar essa mulher serão em vão. 

    Pois, para ele, o sexo não é o suficiente, tendo a necessidade de existir o amor. Por isso, ele não iria se sujar, fumando apenas um cigarro.

    4. Evidências — Chitãozinho e Xororó

    Na segunda estrofe, o compositor afirma que:

    “Eu me afasto e me defendo de você

    Mas depois me entrego

    Faço tipo, falo coisas que eu não sou

    Mas depois eu nego”

    Na concepção psicanalítica, isso aborda um conflito entre o Id e o Superego, conceitos da segunda tópica de Freud. 

    Isso acontece, pois o indivíduo tenta negar aquilo que ele realmente é para, assim, encaixar-se no conceito ideal do objeto de desejo.

    Conclusão

    Por fim, concluímos que a psicanálise está presente em todas as áreas de nossa vida, principalmente na música! 

    Através das letras e melodias, compositores e intérpretes conseguem expressar anseios, angústias e paixões do inconsciente humano.

    A música tem um papel importante em nossas vidas, pois consegue despertar emoções profundas e lembranças significativas. 

    Sua relação com a psicanálise é clara, podendo servir como uma porta de acesso aos conteúdos do inconsciente.

    Portanto, que tal celebrar este Dia da Música ouvindo suas músicas preferidas e refletindo sobre suas mensagens ocultas com uma perspectiva psicanalítica?

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    1 thoughts on “Especial dia da música: 4 músicas relacionadas à psicanálise

    1. Flávio Machado disse:

      Nessa linha de raciocínio eu vejo na música É o Amor de Zezé de Camargo e Luciano.
      No refrão ele diz:
      “É o amor que mexe com minha cabeça e me deixa assim…
      Me faz eu lembrar de você e esquecer de mim…”
      Isso seria um tipo de dependência emocional ao ponto de me renunciar para agradar alguém? De me privar de viver em função de só viver a vida de alguém?

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