Um distúrbio nervoso é uma alteração do sistema nervoso que leva a pessoa à irritabilidade explosiva ou a um desânimo excessivo. Vamos trazer ideias e dicas sobre o que é distúrbio nervoso, significado, sintomas e diagnóstico. Veremos também as ideias da Psicanálise de Freud que, de forma inovadora, aprofundou-se no estudo desse tipo de transtorno.
Os sinais mais comuns de um distúrbio nervoso
Desde 1886, o distúrbio nervoso é tema central de estudos de especialistas. Eles têm o intuito de definir suas etiologias e efeitos, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo. Os estudiosos envolvidos nos estudos são Josef Breuer, Jean Martin Charcot, William Cullen, Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Alfred Adler, dentre outros.
Sendo assim, percebeu-se que entre os principais sinais ou sintomas de um distúrbio nervoso são:
- Falta de concentração e disposição.
- Baixa capacidade de memorizar: esquecimento de fatos óbvios.
- Excessiva sensibilidade a barulhos, luminosidade e odores.
- Modificações no funcionamento gastrointestinal: dores no estômago, queimação, irritação no intestino e etc.
- Ideia recorrente de que alguma coisa ruim está prestes a acontecer.
- Alterações do sono: insônia ou excessivo desânimo e vontade de dormir.
- Desatenção em relação à própria imagem; descuido, desleixo.
A combinação de vários dos sintomas acima revela que a pessoa precisa de ajuda. Um distúrbio nervoso explosivo ou introspectivo, podem estar relacionados a esses sintomas.
Compreendendo a psique através da própria experiência
Mas como conseguir compreender o que ocorre com o outro sem saber o que ocorre conosco? Percebendo esta enorme dificuldade, Freud decidiu realizar a autoanálise, fato de sumo impacto para o desenvolvimento e evolução da psicanálise.
Foi a partir desta autoanálise que Sigmund Freud desenvolveu os dois modelos do aparelho psíquico utilizados até hoje por psicólogos, psiquiatras, psicanalistas. Assim, eles buscam compreender um pouco sobre os mistérios da mente humana.
Inicialmente a psique humana foi dividida em topos, ou seja, lugares e funções bem definidas. Eles determinavam a dinâmica do funcionamento psíquico e ficaram conhecidos como Modelos Topográficos do Aparelho Psíquico.
A Primeira Tópica era composta pelo inconsciente, pré-consciente e consciente.
O inconsciente seria a instância mais arcaica deste modelo. Sua constituição seria baseada nos traços mnêmicos do indivíduo e nas experiências e sensações da infância.
Ou seja, provenientes da relação com o mundo por meio dos órgãos do sentido, que são classificados como representações das coisas.
O funcionamento do Inconsciente, Consciente e Pré-Consciente
Em relação a sua funcionalidade, nota-se que o mesmo não apresentava uma lógica racional para os fatos, operando assim, segundo as leis dos processos primários. Esta instância seria regida pelo princípio do prazer, o qual quando não atendido aprisionava suas lembranças, experiências e sentimentos no inconsciente.
Já o pré-consciente, pode ser considerado uma barreira de contato, por estar entre as outras duas instâncias, possibilitando a comunicação entre elas. Nele, há estruturação da linguagem, através da representação das palavras. Isto é, significação dentro da lembrança infantil. Portanto, os conteúdos do pré-consciente estão disponíveis para o acesso do consciente.
O consciente, por sua vez, seria regido pelo princípio da realidade e representaria tudo aquilo que estava disponível imediatamente à mente. Quando estas impressões são mal interpretadas ou transformadas de maneira errônea, elas são direcionadas ao inconsciente, ficando inacessíveis.
O processo primário das representações
A junção das representações das coisas e das palavras representa a instância do consciente. Para tal, é necessário que a comunicação ocorra com base no processo primário, que é composto por:
- deslocamento
- condensação
- representação
Eles atuam nas manifestações simbólicas do sonho.
A subdivisão da psique humana
Em relação a dinâmica destas instâncias, pode-se afirmar que ela ocorre através do seguinte processo: as impressões má interpretadas ou não transformadas são reprimidas no inconsciente. Lá, ficam armazenadas até que o sistema pré-consciente/consciente seja ativado e comece a tentativa de removê-las deste local.
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No início, a principal dificuldade será a barreira do recalque, a qual se utilizará de diversos artifícios para tentar impedir o acesso deste sistema. No entanto, com o tempo, há o rompimento da barreira do recalque.
Então, o conjunto de correspondentes reprimidos no inconsciente sofre a ação dos pensamentos oníricos. Assim, passam pelos processos primários e secundários até atingirem o consciente e serem toleráveis ao ser.
No entanto, ao estudar este modelo e estes mecanismos citados acima, Freud notou que havia algo muito mais complexo e que precisava ser avaliado paralelamente a este modelo. Foi assim, que surgiu o Segundo Modelo do Aparelho Psíquico. Este modelo subdividiu a psique em Id, Superego e Ego e foi a base para a teoria da personalidade.
Id, Superego e Ego
O Id seria a maior destas instâncias, ou, um reservatório de impulsos caóticos e irracionais construídos e destruídos, não harmonizados entre si ou com a realidade exterior. Estaria localizado no inconsciente.
Esta instância, a nível de funcionalidade, abriga e interage com as funções do ego e com os objetos tantos da realidade exterior quanto os do superego.
Já o Superego nada mais é que a modificação do ego, que ainda não se encontra desenvolvido o suficiente para atender as exigências do Id. Por isso, através do ego busca controlar o Id.
Em relação ao Ego, pode-se classificá-lo como a principal instância psíquica existente entre o extremo individual e o social introjetado. Está localizada no consciente e inconsciente. Sua função é mediar, integrar e harmonizar as constantes pulsões do Id. Além disso, as exigências e ameaças do superego, das demandas provenientes do mundo exterior.
Os mecanismo de defesa do ego e a prevenção do desenvolvimento de um distúrbio nervoso
O aprofundamento nos estudos da dinâmica e da estruturação do aparelho psíquico possibilitou a descoberta dos mecanismos de defesa do ego.
Esta defesa, criada pelo psíquico do ser, deve ser trabalhada com o intuito de permitir que o processo psíquico ocorra de forma saudável. Ou seja, sem a instalação de sintomas somáticos.
Mas como seria este funcionamento saudável? Este seguiria os seguinte trajeto: os centros psíquicos e os sentidos humanos receberiam as impressões advindas do mundo externo.
Na sequência, o ser realizaria a auto-observação e autoanálise com o intuito de descobrir as causas e consequências do ego. Desta forma, traria o conteúdo do inconsciente para o consciente, o que eliminaria as reações mecânicas e os egos.
Conclusão
Em suma, este é o caminho desejável para o bom funcionamento do nosso aparelho psíquico. Possibilitando a minimização ou até eliminação de algum distúrbio nervoso e outras patologias. Ou seja, uma vez que é de conhecimento da ciência que a origem das patologias está na psique humana.
Artigo de Autoria de Tharcilla Barreto, para o blog do Curso de Psicanálise.
2 thoughts on “Distúrbio nervoso: sintomas e diagnóstico”
Excelente artigo! Muito esclarecedor acerca de um dos mais relevantes temas da psicanálise.
Excelente.