Fé e Religião

Fé e Religião: questão de fé ou de acreditar?

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No caminho que FREUD construiu, seus seguidores solidificaram fatores antropológicos e valores sociológicos que permitem aos estudiosos de Psicanálise encontrarem ramais ou encruzilhadas com inúmeras possibilidades de construírem diferentes passagens para compreenderem mais e melhor os Seres Humanos (SH neste texto). Caminhos com diferentes perfis de intersubjetividade humanam pois cada SH é uma construção “sem igual” e seu caminho é único de alfa até ômega. Continue a leitura do artigo e entenda mais sobre Fé e Religião.

Acreditar, Fé e Religião

O que é Acreditar ou ter Fé na Psicanálise Neste “sem igual” devemos ter dois níveis de crença. Um interno que denominamos de “Fé” e/ou, externo no “Acreditar”. Fé e Acreditar em algo ou alguém é estar pronto para suplantar qualquer indício de preconceito/racismo (ocorrem mais de cinquenta sinônimos em Oxford Languages and Google), que podemos classificar como um tipo de disputa pulsional ou ainda levantar paradigmas, mesmo do sujeito subconsciente querendo penetrar no mundo consciente. Ou vice-versa na eterna dúvida existencial ou pelo menos educacional.

A presente leitura levará o leitor a ponderar e/ou optar por detalhar novas camadas de pensamentos e comportamentos, anotando na margem do papel (se copiado), em separado ou no próprio texto, desenvolvendo passagens e/ou dialogando, na leitura, com as palavras, frases, ideias e conceitos, sempre observando um chavão jurídico “In dubio pro reo” ou no literal “na dúvida, a favor do réu”, na presunção da inocência. No caso do Psicanalista, na presunção da verdade na palavra oral.

E na escrita, se receber algum detalhe que possa auxiliar a encontrar a realidade vivida ou mentalizada. Para tanto é necessário “Acreditar” no próprio potencial como crença em si, e, na “Fé” como religião, qualquer delas, mesmo no ateismo.

Fé e Religião na Psicanálise

A Psicanálise tem estes dois poderes, entre tantos outros… Na média do viver, no aqui ou agora, o que realmente incomoda? O que destrói ou constrói? Ou nada acrescenta… Optando por um ou mais caminhos, “Acreditar ou Fé”, (ou outro nome que queira construir), é possível implantar percursos, para ter um início e a partir dele, atentar para atos e fatos que o farão chegar no ponto desejado e entender a difícil construção e a complexa interpretação.

Questionamentos são sinais para um agradável e bom começo para aquele que acredita estar dando os primeiros passos na Psicanálise, com o devido cuidado de não transpor os fatores da Fé e ou do Acreditar, do possível futuro analisando. Não esquecer que este estudo através da fala ( e mesmo dos questionamentos…) tem infinitos espaços como qualquer imaginação humana.

Mas sempre serão bem vindas aquelas “alavancas”, sejam dos pais, parentes, companheiros, pastores ou semelhantes, até chegar aquilo que o SH deseja ser, um profissional estudado e eterno estudante da Psicanálise e de disciplinas complementares. A solidez de ter Fé e sempre buscar onde ela se apoia, como nas âncoras profundas do saber, um movimento que exige tempo, paciência, prudência, estudo e uma determinação que atinge o “Sujeito do Inconsciente” conjugado com o “Consciente”.

O preenchimento da Fé e Religião

Acreditar torna-se assim uma atividade febril de preenchimento do chamado “Campo Vazio”, também conhecido como “Buraco Negro” ou, no pior, “Ausência da Fé ou do Acreditar.” Acreditar ou ter Fé é vencer qualquer sintoma de frustração pessoal ou profissional, ansiedade pelo primeiro paciente, estresse pelos resultados do trabalho, além de “conflitos, problemas e crises -CPC” de infância, adolescência ou adulta.

Mas, Acreditar ou ter Fé neste Princípio do Inconsciente, quando ele se apresenta no EU ou como “a” (em francês “autre”) ou “O Outro”, produzindo ações/opções/reações, e prosseguir no caminho, se torna uma solução por um tempo sempre indeterminado, mas coerente com as necessidades do “paciente”, o “analisando” por respeito a ele e, principalmente à Você, Psicanalista.

No consultório fechado ou em ambientes abertos, desenvolvendo um trabalho no aparelho psíquico do sujeito na sua singularidade, as “aptidões profissionais” do Psicanalista sempre terá base na “Fé e no Acreditar” da vida clínica. Então não é apenas “DEIXA FALAR e ESCUTAR”, mas sim, algo mais profundo na trilogia Id, Ego e Superego na primeira Tópica ou, seguindo para a segunda, ICs, Cs e PCs.

Mecanismos de defesa, Fé e Religião

Tudo estará sujeito aos mecanismos de defesa (ou ataque até a neutralidade) para diminuir o medo, nas estratégias do Ego do paciente, através da complexidade do ID e censura do Superego. Neste instante a Fé poderá ser fortalecida pelo paciente no melhor enfoque e o Acreditar no Psicanalista e no seu trabalho humanizante que irão despertar aqueles fatores e valores que determinarão o sucesso no encontrar as causas que levaram os dois personagens ao set analítico.

Tudo depende…A palavra “depende” está atuando na leitura do profissional da Psicanálise no ato de interpretar, receber ou recusar com Fé, naquele algo “misterioso” para a nova dupla que está formada e que ninguém sabe por quanto tempo poderá atuar no “gabinete da realidade”.

Na dinâmica da “consulta” sempre algo ou fator estará sobrenadando, conforme os estudos e práticas, surgindo uma lembrança num informe qualquer, despercebido ou muito aparente, de que as diferenças existem para que haja criatividade, mesmo na mentira, ambas justificando o nome “realidade”.

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Eterno Aprendiz ou Estudante

Colocando o profissional de psicanálise como um “Eterno Aprendiz ou Estudante” a primeira pergunta poderá ser: “Quando é que ele aprende com o seu analisando?” Sendo perversa, a Fé ou o Acreditar levam ao pensar no vice-versa e retornar à pergunta, num círculo atingindo quase a perfeição (impossível) de um “moto-perpétuo” (perpetuum mobile).

Uma resposta perfeita surge quando o paciente acredita que o tratamento fez “efeito”. Outra surge do Psicanalista, quando, após o teste de “verificado”, ocorre a transformação de cliente potencial em paciente real em acompanhamento psicanalítico. E com “Fé e no Acreditar”, conduz nos eufemismos “pela mão”, o analisando para a “luz”.

Questão de Fé ou de Acreditar, surge do colóquio ou “jogo” de informações Paciente e Psicanalista, ambos fazendo suas representações no set analítico. Neste ambiente surgem relações fantasiosas, resistências para transferências, repetição de lembranças encobridoras de questões sem aparentes soluções ou sugestões.

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    O Psicanalista e o analisando

    É a intersubjetividade partilhando sentidos, experiências, vivências e conhecimentos, motivos e traumas, repreensões e alucinações. O Psicanalista e o analisando despertam as próprias “Fé ou Acreditar”, nos caminhos de via dupla, onde o vínculo estabelecido apresenta-se de maneira ampla, sem delimitações precisas e muito dos assuntos vindos de registros do imaginário e das relações de empatia (colocar-se no lugar do outro), ou na alteridade (reconhecer que o outro é diferente de você).

    Na hipótese de mudar o caminho virtual para se chegar ao material recalcado apresentado no set analítico supõem-se que o indivíduo pode ser apenas um outro ou um conjunto de outros, num entrelaçamento psíquico.

    Dentro de inúmeras possibilidades para encontrar uma melhor solução, conforme o momento espacial e o tempo cronometrado, é tentar a repetição do passado, como uma forma de acreditar numa decifração do enigma apresentado e comentado no falar, no gesticular, no corporal e até no silenciar.

    A supervisão na Psicanálise

    A supervisão abre novos caminhos para debates com a comunidade psicanalítica, envolvendo a transmissão de conteúdos com diferentes inclusões e exclusões nas construções tecidas entre sujeitos, como nas Constelações Familiares.

    Alcançar a normalidade, com a complexa “Fé” ou com o não menos complexo “Acreditar”, nas tratativas psicanalíticas, não é uma práxis pré-estabelecida, nem uma aventura de um futuro Psicanalista, de um paciente ou de uma estrutura pré-formada num curso. Sem dúvida, será, tudo isso e mais alguma coisa, recôndita harmonia na cabeça do Psicanalista.

    Em alguns casos, com o paciente se fazendo passar por cliente, enfermo, doente ou até psicanalista. Quem sabe o que passa naquele pensar e agir? O conjunto de trabalho se funda numa provável “QUEIXA INICIAL”, se existe como tal e nunca haverá um indicador se a pesquisa será terminável ou interminável.

    O “compreender” da Fé e Religião

    Conhecemos, ou até sabemos, que o âmago da Fé ou do Acreditar está no COMPREENDER o inconsciente humano, as realidades subjetivas, os conflitos e as resistências. Tudo isso e mais alguma coisa, como o amor, vingança, ódio, etc., etc….

    A prática da psicanálise torna-se assim a busca da normatividade no analisando e a Fé, aquela subjetiva, que será repetitiva nos “jargões-orações” religiosas tendo como contraponto o Acreditar, talvez objetivo, mantido em estatuas, santinhos, cruzes, fotos, etc. que, sendo criativos, permitem atividades de rupturas com o “status quo” e atividades ditas insípidas, inodoras e incolores.

    “Modus operandi”, dentro da TRILOGIA CPC’s ou seja, Conflitos (devem ser resolvidos de imediato), Problemas (tomam mais tempo entre 1 dia e uma semana) e Crises (merecem estudos profundos e decisões em qualquer tempo), todos os três, dependentes de DADOS e INFORMAÇÕES obtidos pelo Psicanalista em “Jogos Pessoais” que podem levar a TD- Tomadas de Decisão radicais ou apenas moderados (agua mole em pedra dura…) ou comedidos (na medida certa…)

    O princípio da realidade e do prazer

    Em qualquer situação é o fornecer dados, sejam estatísticos, matemáticos, econômicos, profissionais e pessoais, todos oferecem informações ou probabilidades. Observação: Possível Psicanalistas anotando as múltiplas variáveis em computador de “colo”, desde que o analisando não se oponha a este comportamento e tenha acesso ao que foi “digitado”.

    Em alguns casos poderá estar com o próprio equipamento, faça uma copia “autêntica” ou receba “on-line” o que o “mestre” estiver anotando. Um jogo limpo na modernidade informatizada, principalmente à distância.

    Esta talvez seja a FÉ que comanda um NOVO Psicanalista, ou seja, buscar sempre o PRINCÍPIO da REALIDADE integrado com o PRINCÍPIO DO PRAZER (criados por Freud-1911), para designar as duas formas pelas quais o aparelho mental funciona, com ou sem auxílio de uma máquina qualquer.  Lembrando: FÉ e ACREDITAR são duas ferramentas em busca dos pontos chaves para quebrar as RESISTÊNCIAS que podem ocorrer nas TRANSFERÊNCIAS e no material guardado e/ou recalcado que será ou deveria ser colocado à vista no set analítico, na trilogia Tempo, Espaço e Matéria (sigla:TEM).

    Todo excesso pode esconder muita insegurança

    Todo excesso pode esconder muita insegurança, pois os sintomas estão escondidos sob tudo o que não é falado, itens que deixados de lado, serão continuadamente somatizados na rigidez do silêncio. Na máquina, é só desligar… mas os dados estarão lá. Freud resume, no nosso entender: Não tome nenhum diagnóstico como verdade e, como psicanalista, tenha duas balizas: 1ª) a Fé de que devo falar o que tenho que falar, mas sempre com muito cuidado, sem nunca deixar fluir nossos problemas ou de nossos pacientes para outros. 2ª).

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    Acreditar que o analisando não entrega as informações para estruturar os CPC’s como um fato real e plausível, pois envolve o Inconsciente (ID como impulso, ou um cavalo em disparada…) de maneira direta, sabendo que o Superego tem rédeas curtas e fica criando conflitos para proteger o Ego que procura controlar o cavalo de qualquer maneira com atos de filtragem e resistência.

    Fé e Acreditar aliados ajudam a DESCOBRIR o que foi reprimido, omitido, esquecido pela repressão e a corrigir, se possível, tudo que foi deslocado e devolver ao paciente o controle do seu Ego e ficar LIVRE com a VERDADE que acredita ser para a sua FELICIDADE, pois o único PRESO ao papel de psicanalista é VOCÊ e seu SIGILO com o devido DISTANCIAMENTO.

    Este artigo sobre ACREDITAR e a FÉ na PSICANÁLISE é de autoria do Advogado Prof. Dr. TIBOR SIMCSIK (OAB/SP 25.492-PUC/SP) ([email protected] ou [email protected]) atuando por sistema remoto em plataformas digitais na PSICANÁLISE SISTÊMICA integrada com CONSTELAÇÕES FAMILIARES ou na importante Fé e Acreditar” na real “vis-à-vis”.

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