filosofia de Freud

Filosofia de Freud: pensamentos filosóficos de Freud

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A carreira de Freud foi marcada pela construção de um pensamento destacado a respeito da mente humana. Com isso se cria uma forma ideológica que se configura na construção de uma filosofia ligada diretamente a ele. Hoje conheceremos alguns pensamentos do psicanalista e entender mais sobre a Filosofia de Freud.

A filosofia de um não-filósofo

No ano de 1956 em uma conferência comemorativa a Freud, Lacan perguntou qual era a filosofia de Freud. O próprio Freud não fez filosofia, já que acabava recusando o título de ser um filósofo. Porém, podemos pensar nele em um canal de ensino a respeito de determinada demanda intelectual e social.

Contudo, a afirmação de Lacan acaba se direcionando mais ao interesse dele em unificar Psicanálise e filosofia do que a Freud. Esse, aliás, carregava uma postura antifilosófica, ainda que a filosofia ainda surgisse nos seus textos. Sem contar que a Psicanálise criada trouxe a crítica de filósofos que não diminuiu com o tempo.

Esse tipo de construção acaba se mostrando bastante paradoxa e se contradizendo em diversos lados. Contudo, muitos acabam dividindo a posição de Freud na filosofia, a significação filosófica dos conceitos freudianos e influências filosóficas na Psicanálise. A partir daqui, podemos compreender mais a sua postura sobre a filosofia em si antes de voltar à sua própria construção filosófica.

A sexualidade crescendo por estágios

A filosofia de Freud começa com o desenvolvimento psicossexual na infância percorrendo alguns estágios. Por meio das zonas erógenas fazemos o nosso amadurecimento assim que completamos cada etapa da construção de nossa personalidade. De acordo com Freud quando a fixação em uma delas surge podemos enfrentar problemas em nossa construção como adultos.

O desenvolvimento psicossexual se constrói em cinco fases, sendo elas:

Fase oral

Desde o primeiro ano de vida que a boca proporciona prazer ao indivíduo e isso se mostra na sucção. Por exemplo, no instinto de mamar os seios da mãe. Caso isso não seja atendido, a criança poderá ceder ao desejo de chupar o polegar e roer unhas.

Fase anal

Entre 1 e 3 anos os pequenos começam a controlar suas reações e necessidades fisiológicas envolvendo o ânus. Quando isso é desenvolvimento de modo ineficaz certamente desenvolve problemas com organização e controle excessivo.

Fase fálica

Acontecendo entre os 3 aos 6 anos aqui aparece o prazer centralizado na genitália, surgindo também o Complexo de Édipo. Nisso, a criança desenvolve afeto por um dos pais enquanto enxerga o outro como rival.

Fase de latência

Surgindo a partir dos 6 anos de idade até o começo da puberdade, os instintos sexuais antes aflorados ficam suprimidos. A partir daqui se aprimora o desenvolvimento social e melhora na construção de laços afetivos.

Fase genital

Vindo 12 anos, essa etapa esclarece o direcionamento do jovem a pessoas do sexo oposto. Além da vontade em se relacionar sexualmente, vem a conclusão das outras fases para moldar a sua personalidade.

O inconsciente

A ideia sobre o inconsciente foi um conceito muito importante do psicanalista sobre a mente. Isso porque a filosofia de Freud, a sua construção ideológica, apontava que muito do que vivemos surge no inconsciente. Não sendo objetos visíveis à consciência, chegavam até nós através dos impulsos, emoções e crenças limitantes.

Para exemplificar esse dualidade entre a mente consciente e inconsciente, pense em suas lembranças traumáticas. Certamente, graças a dor que causam, você vai bloqueá-las de sua memória acessível. Entretanto, essas lembranças continuarão ativas sem que perceba e podem ressurgir em determinadas situações.

Graças a mente consciente que a nossa personalidade ganha as definições que constroem a sua forma. Porém, Freud divide a mente humana em níveis, sendo a consciência, inconsciência e a pré-consciência. Nesse último uma parte da mente consegue recuperar o que esquecemos às vezes, mas pode acessar isso conforme o necessário.

A ligação entre o luto e a melancolia

Na pesquisa sobre a filosofia de Freud encontramos abertamente as ligações entre o luto e a perda. Ainda que ambos se originem por alguma perda, carregam diferenças entre si para que não se confundam.

O luto, por exemplo, surge quando perdemos um ente familiar ou alguém que amamos e isso acontece conscientemente. Por sua vez, a melancolia dificulta a descoberta sobre o motivo da dor e isso acontece no inconsciente.

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    Sentar contar que a melancolia é vista como uma patologia que faz com que percamos a nossa autoestima. Aqui não há uma perda concreta a respeito de alguém ou alguma coisa física. Fazendo um comparativo, a melancolia se assemelha bastante com a depressão, o que motiva a confusão entre elas.

    A divisão da psique humana

    Outro ponto pessoal na filosofia de Freud é a proposta de que a mente humana se divide em três partes. Tratam-se das instâncias, divisões da psique que ajudam a moldar o nosso comportamento e personalidade. Com isso, temos:

    Id

    O Id se mostra como a força impulsiva da mente e na infância se destaca por proporcionar as habilidades básicas. Contudo, ele é caracterizado pelo princípio do prazer que procura saciar a vontade imediata sem respeitar aspectos da realidade.

    Superego

    O Superego ajuda a compor o senso de moralidade em nossas mentes. Por conta disso que nos reprime em relação ao Id, fazendo com que o prazer dos impulsos alimente a culpa por fazê-los.

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    Ego

    Por sua vez, o Ego serve como ponto de passagem entre o Id e o Superego, servindo como um mediador. Nisso, vai levar a razão ao Id, mostrando que a realidade é diferente do que pensa, e conter a autocrítica do Superego.

    Os sonhos condensam nossos desejos reprimidos

    Com Interpretação dos sonhos, o Freud filósofo trabalhou com os aspectos conscientes e inconsciente dos sonhos. Nisso, nos apresenta o começo teórico sobre o “inconsciente dinâmico”, sendo algo alimentado ainda na infância.

    De acordo com Freud, nossos sonhos trabalham em cumprimento de um desejo certamente reprimido na maioria das vezes. Com isso, indicou o “fenômeno de condensação”. Em suma, propunha que uma simples imagem ou símbolos encontrados no sonho possui vontades e significados diversos.

    Como é de se esperar, esse tipo de estudo analítico recebeu diversas críticas ao longo do tempo. Ainda assim, acabou entregando modelos para trabalhar sintomas e outros bloqueios conectados à repressão e impulsividade.

    Legado

    Como dito linhas acima, Freud evitou categorizar a si e ao trabalho que construiu ao longo da vida. De certo modo, isso poderia limitar a percepção sobre a real proposta e alcance disso. Sem contar que a sua abordagem se mostrou única em diversos aspectos, contribuindo ativamente à iluminação sobre a psique humana.

    Por conta disso, em parte, que se construiu uma escola freudiana ao longo do tempo para perpetuar a filosofia de Freud. Não que ele obedecesse a algo, mas se sentia desprendido de qualquer amarra científica imposta a ele. Graças a isso que outros nomes renomados puderam caminhar livres nessa abordagem e ramificar a teoria principal a novos patamares.

    Considerações finais sobre a filosofia de Freud

    Ainda que lutasse contra outras, o pai da Psicanálise construiu um nicho próprio, criando a filosofia de Freud. Por meio disso conseguimos mapear a sua trajetória e estudar as propostas que deixou à pesquisa mental. Mesmo que informalmente, estabeleceu as diretrizes necessárias para acompanharmos devidamente as nuances da psique humana.

    Com base nas ideias apresentadas acima você tem uma parte do amplo espectro para desenvolvimento pessoal. É a porta que precisa passar para acompanhar a sua projeção existencial com as raízes esclarecidas.

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