formação do sujeito

Formação do Sujeito e Funcionamento da Mente

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Hoje falaremos sobre a formação do sujeito. A palavra inconsciente resume e define bem as descobertas de Freud. Quando estudamos Psicanálise, entendemos que nossas abordagens estão sempre voltadas para ele, pois, toda a teoria e desenvolvimento da psicanálise tem como foco principal o que o inconsciente guarda, o que ele gera e como ele se apresenta.

Entendendo a formação do sujeito

Obviamente que não podemos estudar de forma isolada apenas essa instância psíquica, e é importante dominarmos o conhecimento sobre os processos conscientes e pré-conscientes também, afinal, nada se desvincula, todas as instâncias psíquicas estão intrinsecamente conectadas e se influenciam mutuamente, refletindo a complexidade da mente humana.

Para entendermos melhor sobre isso, falaremos aqui um pouco sobre como há essa divisão na psique e como os processos individuais vividos por cada pessoa o influenciam na sua totalidade. Freud em seus estudos observou e determinou as “regiões” da nossa mente.

Assim como para um médico é importante saber a anatomia do corpo humano, onde está cada órgão, suas funções e como trabalham em conjunto para fazer a totalidade do corpo funcionar, Freud entendia que para se trabalhar com a mente era preciso entender o que a formava, onde cada processo mental está, qual sua função e como trabalham em conjunto para fazer a personalidade do indivíduo se formar.

A estrutura da psique humana e a formação do sujeito

Freud pôde perceber, estudar e determinar os lugares topos e a estrutura da psique humana. No modelo topográfico temos o inconsciente, o pré-consciente e o consciente, já no modelo estrutural temos o id, o ego e o superego.

Tente imaginar uma casa, e pense no modelo estrutural como sendo as paredes, o telhado e o piso, comparando com as partes físicas de uma casa, esse modelo é como as estruturas básicas que sustentam a casa (mente) assim como as paredes, o telhado e o piso são essenciais para uma casa existir assim também o Id, ego e superego embasam a mente humana dando a ela forma.

Agora quando for para parte da decoração dessa casa, dos móveis, das divisões de cômodos imagine como sendo o modelo topográfico (ICS, PCS e CS), essas características são singulares em cada casa, alguém pode ter vários móveis rústicos numa sala enquanto outro valoriza o minimalismo e cores neutras.

A instância psíquica

Assim também é essa instância psíquica, varia para cada indivíduo e depende de todo o contexto que ele está inserido, exemplo, dois indivíduos sofreram um afogamento exatamente igual, enquanto um pode criar um grande trauma e nunca mais voltar a nadar, o outro pode superar o ocorrido e seguir nadando sempre que tiver vontade. Na formação do indivíduo teremos no primeiro momento, sempre como por norma, o ID. É ele quem é o responsável pelos impulsos instintivos. Nessa instância psíquica encontraremos o que está voltado para nossas pulsões e instintos direcionados para a satisfação do prazer, e por isso imagine ele como sendo o primeiro que se manifesta em uma pessoa logo após o nascimento.

Já o Ego é a instância psíquica que dá estrutura a personalidade do indivíduo, a formação dele se dá a partir da interação do indivíduo com a realidade externa. O Ego começa a ser construído quando o indivíduo passa pelas frustrações de não ter os desejos do ID atendidos imediatamente.

Quando a percepção da criança se volta para realidade e ela nota que apesar das suas vontades estarem pedindo sempre por atenção urgente, existirão, por outro lado, limites, regras, tempo determinado e pessoas ao redor com outras demandas. Para lidar com isso, o ego começa a se desenvolver encontrando formas de satisfazer o ID dentro dos limites, regras e determinações de tempo, ou seja, de uma maneira aceitável a realidade. Em resumo, o Ego é como um mediador para o ID.

A formação do sujeito e o ego

O Ego em algumas situações pode utilizar mecanismos de defesa para proteger o ID. Esses mecanismos são estratégias psicológicas do ego para lidar com situações difíceis ou ameaçadoras. A negação, sublimação, projeção, racionalização, repressão e deslocamento são os seis mecanismos de defesa que o Ego pode manifestar. Essas são úteis a curto prazo, mas se persistentes, podem prejudicar a saúde mental.

Concluindo a tríade de instâncias da primeira tópica temos o superego. Essa seria a parte moral da personalidade, a partir dele é internalizado no indivíduo os valores, normas e regras, crenças e definição de certo e errado variando de pessoa para pessoa.

Na mente humana há sempre uma constante interação entre essas três instâncias citadas acima, e é graças a essa interação constante que se existe a singularidade de cada indivíduo e suas escolhas, emoções e comportamentos.

Desequilíbrio no indivíduo

Qualquer conflito entre essas três instâncias pode gerar um desequilíbrio no indivíduo, afetando ele parcial ou completamente. Certamente que o Ego sempre trabalhará para gerar estabilidade do aparelho psíquico, pois ele é quem media as tomadas de decisões.

Falamos sobre o modelo estrutural, agora falaremos sobre o modelo topográfico. Como sabemos, um não anula o outro, mas se complementam na formação da psique humana. No modelo topográfico temos o consciente, o pré-consciente e o tão abordado na psicanálise, o inconsciente.

Esse modelo nos serve para entendermos como funcionam nossos pensamentos, memórias e impressões e como elas se organizam.

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    O consciente e a formação do sujeito

    O consciente é onde passamos a maioria do tempo, onde estão “localizados” nossos pensamentos e sentimentos e experiências que conseguimos acessar no presente momento.

    O pré-consciente seria o intermédio de consciência e inconsciência. Nessa instância se armazena tudo aquilo que não é de fácil acesso, mas que vez ou outra podemos com vasculhar e encontrar. Já vi muitos usarem o termo inconsciente para situações que não são inconscientes, mas que, na verdade, estão armazenadas no pré-consciente.

    Tentar lembrar de coisas ou situações e não ter facilidade não significa que essa memória está no seu inconsciente, mas sim que está guardada no meio de bilhões de outras informações, e por isso não será uma tarefa fácil encontrá-la.

    O inconsciente

    Já o inconsciente é mais profundo e denso, nele está grande parte de tudo o que aflige o indivíduo. Ele armazena todas as impressões mais profundas de um indivíduo, nele não há determinações de tempo e espaço e ele não se move de acordo com regras externas.

    Seus conteúdos são inacessíveis ao indivíduo de forma imediata. No inconsciente podemos encontrar as verdadeiras informações do sujeito, traumas são alimentados e armazenados lá, alimentados porque como para o inconsciente não a definição de tempo ele reviverá um trauma como se fosse sempre a primeira vez.

    Devido a sua natureza é difícil defini-lo de forma categórica e todo conhecimento que se pode ter sobre ele vem de forma indireta mediante sonhos, chistes, atos falhos e associações, todos esses recursos para conhecer o inconsciente são explorados na Psicanálise de forma profunda.

    Conclusão sobre a formação do sujeito

    Em resumo, somos seres complexos, influenciados por diferentes instâncias psíquicas. O entendimento e equilíbrio entre elas moldam nossa personalidade e a falta de harmonia pode impactar negativamente o indivíduo.

    Este artigo sobre psicanálise e o processo de formação do sujeito foi escrito por Zana Geritza. Se quiser acompanhar meu desenvolvimento como aluna do IBPC siga-me no Instagram @zana_geritza. Ainda tenho uma jornada de estudos pela frente até me tornar uma profissional atuante e fico feliz de compartilhar o que tenho aprendido.

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