Freud e o cérebro

Freud e o Cérebro: relações entre Psicanálise e Neurociência

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Hoje entenderemos sobre Freud e o cérebro. Como a mente humana funciona é intrigante e estudado há muitos anos. Veremos nesse artigo algumas reflexões sobre Freud e o cérebro, as relações entre Neurociência e a Psicanálise.

Freud e o cérebro

Freud foi médico e neurologista antes mesmo de desenvolver a Psicanálise. Na Universidade de Viena, Freud estudava medicina e, a princípio, interessou-se pela bacteriologia.

Em 1881, depois de quase nove anos de graduação, Freud conseguiu formar-se em medicina e, naquele ano, conseguiu um emprego no Hospital Geral de Viena. Freud continuou realizando suas pesquisas, que eram focadas no campo da neurologia, e logo começou a realizar palestras nesta área do conhecimento da medicina. O interesse de Freud voltava-se para as doenças psíquicas – chamadas na época de histeria. Freud considerava os tratamentos da época inadequados, pois associavam essas doenças a transtornos físicos.

Em 1885, Freud foi a Paris para realizar estudos com Jean-Martin Charcot, um importante neurologista da época. Charcot era conhecido por tratar os seus pacientes por meio da hipnose. O que Freud aprendeu com Charcot teve enorme peso para que ele formulasse suas teorias anos depois.

Psicanálise, Freud e o cérebro

O tratamento por meio da psicanálise só seria de fato eficaz se fosse possível acessar os pensamentos e traumas do inconsciente, levando-os para a consciência do paciente.

Freud dividiu a mente humana em duas tópicas. A primeira tópica era constituída por inconsciente, pré-consciente e consciente; e a segunda tópica composta por ID, Ego e Superego. Abordaremos brevemente as duas tópicas a seguir antes de trazermos as questões da neurociência para a psicanálise.

Primeira Tópica de Freud, a mente e o cérebro

Inconsciente: uma metáfora comum para entender o significado psicanalítico do inconsciente é o iceberg. É bem sabido que a parte emergente do iceberg, a parte visível, representa apenas uma pequena fração de suas verdadeiras dimensões. Grande parte permanece submersa, escondida debaixo d’água.

O que entendemos facilmente em nossas mentes é apenas a ponta do iceberg, a consciência e essa parte submersa é como se fosse nosso inconsciente. O Inconsciente refere-se a todo o conteúdo mental que é inacessível a uma pessoa em um determinado momento, quase todas as memórias que achamos perdidas para sempre, todos os nomes esquecidos, os sentimentos que ignoramos estão em nosso inconsciente.

Pré-consciente: refere-se àqueles conteúdos que podem atingir a consciência, mas não ficam lá. Podemos pensar no pré-consciente como algo que fica entre o inconsciente e o consciente, filtrando as informações que passarão de um nível para outro. Consciente: nada mais é do que o que estamos cientes no momento presente, o momento presente. Ele corresponderá à menor parte da mente humana. Ele contém tudo o que podemos intencionalmente perceber e acessar.

Segunda Tópica freudiana

ID: estrutura mais arcaica, pode ser considerado como sendo constituído “por uma espécie de reservatório de impulsos caóticos e irracionais, construtivos e destrutivos, não harmonizados entre si ou com a realidade exterior” (VALENTE, 2002, p. 94).

EGO: é uma diferenciação do ID (derivado do ID), constituído por antigos traços de memória (memórias emocionais da infância), o EGO tem sua parte mais consciente, mas também tem um lugar no inconsciente. Assim, é a instância psíquica primária cuja função é mediar, integrar e coordenar os impulsos persistentes do id, as demandas do superego e as ameaças.

SUPEREGO: é uma modificação do EGO que não foi desenvolvida o suficiente para atender aos requisitos de ID. Como tal, o SUPEREGO busca a perfeição moral normativa e tende a reprimir fortemente qualquer contravenção ou infração que possa prejudicar a vitalidade mental.

Neurobiologia, Psicanálise, Freud e o cérebro

Conquistas da neurobiologia como consciência, memória, processos mentais, pulsões etc contribuíram na compreensão da Psicanálise. Freud previa ser a biologia um campo de possibilidades para embasar a teoria psicanalítica e já é possível constatar a existência de um combinado de manifestações corporais e psíquicas de forma inseparável.

O modo fundamental de processamento das funções cerebrais é de ordem inconsciente, outras partes dos processos são conscientes ou podem ser trazidas à consciência. O tronco encefálico que está situado entre a medula espinhal e o cérebro, contém circuitos neurais que podem controlar a ingestão de alimentos, o hipotálamo lateral estimula o comportamento de beber e comer são funções primitivas, assim como o ID.

No lobo frontal, que é a parte mais desenvolvida do cérebro, contém muitas das funções do Ego, que é responsável por mediar o ID e o Superego. O lobo frontal recebe os estímulos de todas as demais estruturas do cérebro e os associa, isso acontece no córtex pré-frontal onde é considerado a “sede da personalidade”.

As amígdalas

As amígdalas cerebrais são grupos de neurônios localizados nas profundidades do lobo temporal (lateral). São pequenas, têm forma de amêndoa e fazem parte do sistema límbico, processando as emoções. Essa estrutura cerebral nos possibilita aprender o que podemos ou não fazer, onde se encaixa o Superego pois ele é o sensor moral, atua como um “juiz” das nossas vontades.

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    Conclusão: sobre Freud e o cérebro

    A neurociência é um campo do saber que estuda a mente a partir da análise física dos processos cerebrais é importante pontuar que Freud foi um médico neurologista que foi além da abordagem da medicina na época, e incluiu também a dimensão do simbólico se tornando o pai da psicanálise.

    Atualmente a neurociência e a psicanálise juntamente contribuem para o tratamento de diversos transtornos psicológicos e aprimoramento da psique humana.

    Este artigo sobre sobre Freud e o cérebro, neurociência e psicanálise, foi escrito por Viviane Rodrigues (e-mail [email protected], instagram: @vivipsica_analise) é professora há mais de dezoito anos. A vida toda intrigada pela mente humana.Sou especialista em Neuropsicologia e me profissionalizando em Psicanálise.

    4 thoughts on “Freud e o Cérebro: relações entre Psicanálise e Neurociência

      1. Viviane Silva Rodrigues Lima disse:

        Muito grata pelo comentário Mizael. Posto também conteúdo psicanalítico em meu instagram @vivipsica_analise, você será muito bem vindo.

    1. Melk I. S. Oliveira disse:

      Artigo excelente!!!
      Estudo Design Digital, onde tenho uma disciplina sobre Psicologia e Percepção e estamos tratando vários dos conceitos de Freud. Então, afirmo com total certeza que esse artigo foi desenvolvido de forma tão clara que permite a compreensão até mesmo de quem não estuda inteiramente a psicanálise (como é o meu caso). Me ajudou muito!

      1. Viviane Silva Rodrigues Lima disse:

        Imensamente feliz em ter contribuído em seus estudos Melk. Posto também conteúdo psicanalítico em meu instagram @vivipsica_analise, você será muito bem vinda.

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