Entenda sobre Freud em Londres. O fundador da psicanálise, passou seu último ano da sua vida em Londres (Inglaterra). A casa fica no número 20 da Maresfield Gardens em Hampstead, onde hoje funciona o Museu Freud. Freud e sua família chegaram como refugiados, logo depois que a Áustria foi ocupada pela Alemanha nazista, em 1938.
A história de Freud em Londres
Muito mais que a Trafalgar Square com a sua estátua-homenagem a Horatio Nelson, o bravo comandante militar, Londres traz brisas do Tâmisa extra torre, palácio de Westminster, e Regent ‘s Park. A Piccadilly Circus, a casa número dez governamental do prime minister, o palácio de Buckingham, tão falado com a recente perda da matriarca real e as intrigas palacianas e fraternais, conjugais, familiares, enfim. Muito mais que isso.
E o que de fato encantou Freud foi a densidade do ar da então capital da revolução industrial, que mudou os destinos do mundo ocidental, pintado com galhardia por Turner e trazido às telas em suas contrapartes do transatlântico, expressionistas ou não, impressionistas ou sim, pós-modernos como Pollock, antítese dos séculos de reinados sem fim, agora coroados em coroamento do Rei Charles III.
O ancien regime do vizinho ao sul sempre se deu por aqui, Londres, por mais que o verter a um parlamentarismo radical, com duas câmaras, a dos lordes e a dos comuns, o último retratado na série Anatomia de um Escândalo – com grandes repercussões e interesses aos estudantes de psicanálise sobre as pulsões do id a as contrapulsões do superego social.
Psicanálise e direito e Freud em Londres
O sistema jurídico-constitucional, consuetudinário, ou calcado em costumes, consagrado em Constituição não escrita, joga luz a um olhar e ser no mundo ou dasein ímpar, típico de um englishman, com seu upperstifflip, em aglutinação do tipo germânica, como tal foi o inimigo na segunda grande guerra sob os desígnios, para o bem do Ocidente, de Churchill. O jardim inglês segue a premissa da constituição, orgânico e natural, sem o cifrar-tentar das demais constituições e países, numa constituição mais à luz do id do que do superego.
O ego inglês é calibrado, ao que parece, e parece dialogar bem com tais idiossincrasias. À luz de Shakespeare, às sombras de Otelo, de Macbeth, de Romeu e Julieta, Polônio, Ofélia, reino da Dinamarca e afins, se fez, no século XVII a base do teatro moderno e do pré-entendimento da psique humana e de suas contradições antes de Freud – dialogando ainda com Maquiavel e o Príncipe.
O contra intuitivo, as pulsões secretas, as animosidades sob sorrisos, o mundo extra preto e branco, extra polaridades, extra unidimensional e previsível ou indicado, bom-mocismo superado, sociedade idem. Vigor do querer, desejar, do ser, da vontade de potência, que talvez tenha feito vicejar o império inglês ultramarino, ainda hoje a impressionar, sob novas bases talvez, com o Commonwealth, todos sob a batuta do agora Rei Charles III, às vezes como chefe de estado inclusive.
Arte e cultura inglesa
A riqueza dos autores e artistas ingleses é inquestionável e a geografia insular, se os prejudica em trocas, os agracia com o buscar incessante, que supera até a descontinuidade territorial, e faz como normal o ter e se apropriar de terras alheias, hoje mais na seara econômica e de comércio exterior ou influência política, salvo raras exceções, a incluir a do enclave na América do Sul, em nosso pouco conhecido vizinho ao norte, Guiana.
Guiando-se por objetivos de conquista irrestrita na era colonial, a Inglaterra, consolidada no Reino Unido, perfez metade do globo sua égide, e legou a ainda potência hegemônica mundial, os Estados Unidos. Numa vontade de potência aparentemente puro id ou puro inconsciente, os ingleses, amparados em estáveis – à primeira vista – ares monárquicos, transparecem o que seria em termos de país um ego calibrado, com complexo de Édipo bem resolvido, em busca de sua individualidade e equilíbrio entre pulsões mais viscerais e neuroses, no caso coletivas ou nacionais.
Isso em leitura rápida e metafórica, dado ser o todo diferente da soma das partes, e dado ser inapreensível proceder à terapia de uma nação, ainda que sociólogos tentem por vezes proceder a uma biografia nacional, como no caso de Os Alemães, de Norbert Elias, que destrincha o habitus alemão voltando aos seus pregressos ares aristocráticos e militares, com repercussões no que lá é valorizado e esperado de governantes e de homens e mulheres, inclusive o desbravar dos limites alcoólicos e a filosofia – superada – do duelo para os primeiros inclusive e em especial em ambiente universitário.
Freud em Londres
Mas voltando a Londres e Freud, tem-se que a cidade levada à realidade e nomeada pelos romanos do império de outrora, igualmente ou mesmo superior em termos de poderio e abrangência, em se considerando as circunstâncias, Londinium, aplacada por incêndio devastador no ano 1666, que levou ao mito do número em termos bestiais e a uma reforma do código de construção, deixando para trás o irrestrito uso de madeiras e proximidade, reverbera e radia o mundo não só com hub internacional de negócios e trocas de assets empresariais e ações.
Mas como fonte e replicador de cultura, sofisticação, estilo, arte e cinema, como o fez ao longo dos séculos XIX e XX, mormente, e antes, em outras bases, inclusive na disseminação dos produtos inovadores da então em pleno vapor revolução industrial, século XVIII, que mudou o mundo como conhecemos e que, culminando com a revolução da informação via mundo digital, leva-nos, por sua vez, a patologias modernas, tais como imersão aguda no mundo virtual e descolamento da realidade e da noção desta.
Mas traz consigo soluções no mesmo bojo, e sob o prisma dos ensinamentos de Freud e do ar mais estanque e sóbrio ou estável da monarquia parlamentarista do hoje, se busca evocar o espírito humano, à beira do rio Tâmisa ou não, que levou os precursores a navegarem por mares desconhecidos e bravios tais quais o inconsciente, com o ônus e bônus que isso encerra, mormente o último.
Neste link, você pode fazer um tour virtual ao Freud Museum em Londres, que fica no mesmo local em que o pai da psicanálise passou seu último ano de vida: https://www.freud.org.uk/visit/virtual-tour/
Este artigo sobre Freud em Londres foi escrito por L E F Tinoco, estudioso das palavras e do mundo, moto & cia (insta: neversettle2049).
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4 thoughts on “Freud em Londres: o último ano de vida e onde Freud morreu”
Parabéns pelo belíssimo trabalho!
Artigo curioso, diverso do título mas curioso.
Olá.
Gostaria de deixar aqui um feedback. Ao entrar no artigo sugerido pela apostila, eu pensei que iria encontrar um texto simples e explicativo sobre a vida de Freud, que inclusive é o que o título sugere. Mas não vi em nenhum momento incluído no texto, como foram os últimos anos dele em Londres, ou coisas como: onde ele morreu, causa da morte. O texto é muito confuso, e de difícil compreensão, além de que não se trata da vida dele em Londres, e sim da cultura de Londres, pontos turísticos etc. Gostaria de ver realmente um texto sobre os últimos anos dele. Obrigada.
É um texto que não atende ao objetivo proposto (entenda sobre Freud em Londres). Concordo com o comentário anterior, na qual a Elizama diz acessar o texto com o intuito de entender melhor sobre o último ano de vida do Freud, mas não é o que acontece. O texto aborda a cultura londrina com frases soltas o que dificulta o entendimento do que o autor gostaria de passar. Em momento algum a vida do Freud está referenciada no texto, o que autor referencia é o contexto em que ele viveu, no entanto, a escrita está truncada, sem uma linha de raciocínio lógico com início, meio e fim.