O que você sabe sobre a Reanálise do Complexo de Édipo ? Complexo de Édipo é o conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente em relação aos pais (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p. 77). O nome do complexo, descrito por Freud por volta de 1910, faz referência à tragédia grega Édipo Rei escrita por Sófocles em 427 a.C.
Ainda sobre a explicação teórica do Complexo de Édipo, diz-se que ele se apresenta de forma positiva e negativa. Na forma positiva, assim como na tragédia grega, deseja-se a mãe e rejeita-se o pai. Na forma negativa, deseja-se o pai e rejeita-se a mãe. Mas, toda essa contextualização apresenta-se em diferentes graus na chamada forma completa do complexo de Édipo.
Entendendo a Reanálise do Complexo de Édipo
Para afirmar a universalidade nas mais diversas culturas, a antropologia psicanalítica busca encontrar a estrutura triangular do complexo de Édipo nas culturas mais diversas e não apenas onde predomina a família conjugal. Na realidade, nota-se uma infinidade de casos misturados entre a forma positiva e negativa que coexistem num discurso retórico onde o analista busca compreender a demanda do assistido e resolver seu Édipo.
O complexo de Édipo caracteriza a circunstância da criança no triângulo e a descrição completa do complexo de Édipo permite a Freud a ambivalência para com o pai (no sexo masculino) através de componentes heterossexuais e homossexuais e não o resultado de uma mera situação de rivalidade (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p. 78). Freud utiliza-se da literatura grega para embasar e explicar o desenvolvimento sexual infantil.
As primeiras elaborações da teoria foi constituída sobre o sexo masculino. Usando conceitualmente a Psicanálise clássica de Freud, verifica-se que o Complexo de Édipo ocorre durante a fase fálica segundo o desenvolvimento psicossexual, o que vem a ser entre os 3 a 6 anos de idade onde a zona erógena se concentra na genitália e também é quando ocorre a formação do ego e da libido.
Reanálise do Complexo de Édipo e o desenvolvimento psicossexual
Recapitulando o desenvolvimento psicossexual elaborado por Freud, ele começa desde o nascimento até os 18 meses, a boca representa a gratificação libidinal dessa fase e ela recebe o nome de Fase Oral; Entre 1 a 3 anos os processos eliminatórios através da urina e fezes passam a ser o foco de expressão denominando a Fase Anal.
Agora vem a fase fálica da qual está sendo mencionada como instalação e elaboração do Complexo de Édipo uma vez que a zona erógena se concentra na genitália; Logo após esse período (de 3 a 6 anos) a criança entra na fase seguinte, denominada de Fase de Latência e fica até o início da puberdade quando a fase muda outra vez e passa a se chamar Fase Genital.
Na fase Fálica é o primeiro contato da criança com as diferenças sexuais. Freud admitia que o complexo poderia se transpor para o feminino e usava o termo mutatis mutandis (uma vez efetuadas as necessárias mudanças) para falar sobre o que ele denominou apenas de Édipo feminino.
Reanálise do Complexo de Édipo na história da Psicanálise
Em variados períodos na historia da Psicanálise muitos psicanalistas trabalharam para evidenciar a diferença do complexo de Édipo no sexo feminino. Com as próprias análises e observações Freud concluiu que, nessa fase (fase fálica), pacientes neuróticos tinham fantasias inconscientes de incesto com o progenitor do sexo oposto e mais tarde concluiu que tanto pessoas do sexo feminino quanto do sexo masculino, com estado de mentes doentes ou não, desenvolvem temores sobre as questões sexuais e esse é um evento comum que pode acometer todas as pessoas se tornando um acontecimento importante para a construção da personalidade normal ou patológica de cada indivíduo.
Dentro do contexto do Complexo de Édipo, o pai e a mãe são objetos da energia que será canalizada para a libido. A criança dirige o desejo para o sexo oposto. Aqui começam a interferir e a dirigir a situação o Id e Ego. No menino, visando a união com a mãe, sofre a interferência do Id com o desejo de matar o pai mas, logo entra o Ego e, baseando-se no princípio da realidade, analisando a figura do pai que é estruturalmente mais forte para competir pela posse daquela mulher (mãe), recua do desejo do Id e assim o menino, por medo da castração pelo pai.
Ao final, como possibilidade para haver a resolução do conflito, o menino se identifica com o pai e recua do desejo da mãe pois sente-se vulnerável diante do pai para levar à frente o desejo pela mãe. Na menina não acontece o simples oposto do menino pois entra em jogo as características físicas que é a “falta do órgão sexual evidente”.
Considerações finais
A menina troca a referência amorosa da mãe para o pai ao descobrir a falta do pênis e coloca a culpa na mãe pois desenvolve, segundo Freud, um sentimento de inveja do órgão masculino. O complexo de castração na menina é por pensar que perdeu o órgão sexual e no menino por medo de perder o mesmo)
Após a suposta resolução do conflito, o “eu” da criança se desprende do Édipo, resolvendo-o e se tornando livre para se fixar em outros objetos e ocorre também o ápice do complexo que é a formação do Superego que atua protegendo a relação do incesto e até mesmo que hajam agressões.
Aqui está uma análise apresentada sobre o complexo de Édipo na forma como ele foi estruturado anteriormente. Não consta nesse texto as valiosas opiniões e acréscimos que inúmeros psicanalistas já trouxeram ao esclarecimento e contextualização.
O presente artigo foi escrito por Alana Carvalho([email protected]). Estudante de Psicanálise Clínica. Trabalha como terapeuta Reikiana (Espaço Reikiano Alana Carvalho) e o curso de Psicanálise está expandindo meus horizontes e ajudando com o processo de autoconhecimento.
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One thought on “Uma Reanálise do Complexo de Édipo”
Ótima explicação, parabéns!