Fase Fálica

Fase Fálica: idade, características e funcionamento

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As etapas do desenvolvimento no ser humano contribuem diretamente com sua formação na fase adulta. É preciso que se cuide adequadamente de cada uma delas, de modo que não haja prejuízos quanto a isso depois. A partir daqui, nós falaremos sobre a fase fálica segundo Freud e mais algumas características importantes sobre esse período da vida.

Fase fálica na Psicanálise

Acontecendo entre os 4 aos 6 anos, a fase fálica se trata da construção da formação do reconhecimento. Nisso, a criança buscará ser aceita pelos outros, especialmente os pais, valorizada, amada e ter provisões. Trata-se da terceira fase na evolução libidinal e se condiciona pela atenção ao falo da criança.

A partir daqui a criança passa a se atentar mais no seu órgão sexual e dos próprios pais. Nisso, se tem início à sexualização do pequeno e a afetividade do mesmo consigo e o mundo externo.

Mesmo tão jovem a criança se torna capaz de sentir prazer nos genitais, o pênis ou o clitóris. Importante ressaltar que o seu desenvolvimento biológico está muito perto de ser finalizado. Contudo, existe uma imaturidade psíquica muito sensível.

A propulsão da afetividade

Na fase fálica, os órgãos genitais passam a controlar as pulsões da boca e ânus, que antes eram completamente parciais. O sistema límbico, responsável pelas respostas emocionais, tem sua ação amenizada e se inicia o medo da perda no psíquico. Segundo a Psicanálise é a fase mais importante em relação à nossa afetividade e alimento do bom apego.

Existe aqui uma passagem muito importante porque a criança está se humanizando. A mesma passa a compreender a importância de fazer parte da família e como isso contribui em seu crescimento. Por isso que muitas querem ver fotos delas mais jovens ou mesmo da mãe grávida para saber que realmente pertencem ao núcleo.

É um momento importante para que compreenda que faz parte da triangulação entre pais e filhos. Todavia, a criança precisa entender também que ela não manda nos pais e que existe uma hierarquia familiar.

“Seu rei mandou dizer…”

Um fato marcante na fase fálica é a vontade da criança em querer estabelecer suas ordens no ambiente. Existe uma inclinação para que se imponha, de modo que os outros devam satisfazer os seus gostos pessoais. A criança não vai admitir ser contrariada, expressando isso muito bem em sua face, o que muitos compreendem como sendo birra.

Por exemplo, a vontade em querer que os pais saiam da sala para que ela possa controlar o que assistir. Querer ver desenhos ou os seus programas favoritos em vez de novelas ou telejornais. E se irrita quando a hora dela dormir chega enquanto os pais continuam acordados assistindo televisão.

Note que a personalidade narcísica da criança se mostra mais evidente onde brota o desejo de se igualar aos pais. Existe uma busca em ser reconhecido no seu desejo em pertencer à família já que a afetividade necessita da resposta. Por isso que também se mostra mais obediente e se tiver desenvolvido bem as fases anteriores boa de ser relembrada.

Proveitos

É importante ressaltar o valor que a fase fálica possui em direção ao desenvolvimento da criança. Mais amadurecida, pode compreender saudavelmente alguns conceitos e habilidades pertinentes ao seu caminho. Nisso, os pais podem introduzir temas que ajudarão na construção social, emocional e intelectual dela, como:

De onde vem os bebês

O assunto é um certo tabu entre os pais porque temem influenciar negativamente a criança ou sente desconforto sobre. Acontece que é possível ser didático quanto a isso contando a verdade de um jeito que ela possa entender. Isso pode contribuir na criação de um laço de confiança que permita conversas sinceras mais à frente.

A sinceridade

Como discutido acima, o estágio é uma excelente forma de agregar as bases de uma postura mais sincera. Não se trata de criar alguém grosseiro, mas que aprenda a utilizar a verdade e acreditar na vida. Fora que isso ajudará a moldar o seu caráter e formar um adulto íntegro.

Artes

É um excelente período para dar estímulo à criação artística nos pequenos. Isso pode vir com desenhos, música, dança ou qualquer outra habilidade que ela possa gostar. Já que gosta de ser o centro das atenções, isso contribui ao seu crescimento e senso de estima pessoal.

A fase fálica bem resolvida

Os ótimos frutos colhidos na fase fálica, quando bem desenvolvida, resultam na criança se sentir amada. Ela sabe que é valorizada pelos pais ou cuidadores, entendendo que possui um lugar ali. Sente-se aceita também pela atenção e cuidados que recebe daquele mesmo grupo.

Sem contar na sua educação em que reconhece o próprio potencial intelectual e emocional. Isso acaba contribuindo diretamente para a construção de sua vaidade em que sente prazer em cuidar de si mesma. Embora se mostre mais orgulhosa, consegue entender onde tem errado e aceitado e recebe isso tranquilamente.

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    Ademais, a aplicação de limites o faz entender a respeito do seu alcance dentro e fora de cada. O mundo possui regras e desde jovem aprende quais são e como deve segui-las. Isso dá a ela uma visão a respeito da importância desses limites e o que podem trazer de benéfico para todos.

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    A fase fálica mal resolvida

    Quando os estágios do desenvolvimento psicossexual são construído de forma ineficaz a criança é extremamente prejudicada. Isso porque o seu crescimento pode apresentar falhas que comprometem sua versão adulta em diversos aspectos. Por exemplo:

    Insegurança

    Quando esse estágio não é bem concluído a forma adulta da criança busca agradar os outros com uma frequência preocupante. É um meio de receber atenção e garantir algum reconhecimento que não recebeu durante a infância.

    Sensação de inferioridade

    A sua autoestima comprometida faz com que se sinta inferior em relação as outras pessoas. Nisso, a sua busca por reconhecimento se mostra com mais afinco a fim de mascarar essa vulnerabilidade e garantir acolhimento e atenção.

    Timidez

    Ser introvertido é um aspecto de personalidade comum, mas em exagero compromete por completo sua interação externa. Tudo acaba parecendo maior do que é a sua percepção frágil teme cometer erros que possam expô-lo. Nisso, se retrai de todos, evita multidões ou mesmo chamar qualquer tipo de atenção para si.

    Os excessos

    Em qualquer etapa do desenvolvimento psicossexual deve haver equilíbrios, incluindo a fase fálica. Ainda que seja difícil determinar um meio termo, é possível orientar os pequenos na sua criação. É difícil, mas como pais e cuidadores devemos entender o que atende melhor as necessidades da criança.

    Por exemplo, é preciso tomar cuidado com os excessos, de modo que a criança não se torne uma egoísta. Nisso ela pode exigir que receba muita atenção de todos e apenas para ela. Mesmo que seja filha única, esse tipo de entrega completa e desmedida não é recomendada por educadores.

    Entretanto, quando isso fica estabelecido, no fim das contas, é uma passagem tranquila. Tanto por sua duração, quanto também das lições e independência entregue.

    Considerações finais sobre a fase fálica

    O desenvolvimento infantil na fase fálica contribui diretamente à sua formação em direção à vida adulta. Se tem aqui as bases necessárias para moldar o seu caráter e definir pilares importantes ao seu contato consigo e com o mundo.

    Claro, todas as fases são de suma importância, mas nesta em específico conseguimos implementar peças importantes da personalidade. Quando feita adequadamente, temos alguém seguro, proativo e ciente da capacidade de transformação do mundo ao redor.

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    3 thoughts on “Fase Fálica: idade, características e funcionamento

    1. Aline Morais disse:

      Muito interessante a forma como foi explicado a fase fálica.

    2. Rodrigo Antonio Cunha disse:

      Texto exclarecedor e de fácil compreenção para quem não conhece muito sobre o assunto! parabéns

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