Freud em Paris

Freud em Paris: conhecendo a cidade e sua história

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Freud em Paris, muito além de sua relação com Charcot, teve indistinta e inequívoca interação e imersão em ares parisienses. Nomeada como tal pelos romanos, tal qual Londres (Londinium), Paris teve relevantes eras pregressas ao da fase mais conhecida, de cidade-Luz.

Já na era medieval, achacada por ataques vikings, sua aura monárquica e arquitetura invulgar já se destacavam em euro âmbito, Notre dame cathedral ahead, mas não somente.

Paris: história e cultura

O rio Sena, sempre ele, e a cidade das artes antes da luz do iluminismo e dos escritores de renome, Victor Hugo, Dubugras, mais tarde Sartre e Foucault. As vielas medievais de então, antes do florescimento da sétima arte nas mãos dos irmãos Lumiére, foram ampla e monumentalmente transformadas com o plano Haussmann, nos idos de 1850/60, gerando vias igualmente imponentes, tais quais a Champs-Elysées e vias axiais partindo e chegando ao Arc de Triomphe (Arco do Triunfo), homenagem às conquistas em batalha de guerras napoleônicas.

Muito mais que mero locus citadino ou antrópico, Paris desde sempre foi o palco de encontro de cérebros e talentos incontestes, dos mais diversos matizes, das mais diversas searas. Note ser raro um artista ou escritor de renome não ter por lá passado uma temporada formacional. Vide o caso de James Joyce, notório escritor irlandês, autor do imperscrutável Ulysses, que se desvela, como na psicanálise e no inconsciente, por meio dos pontos de vista vivenciais de cada personagem, com suas próprias leituras da realidade e universos particulares.

Romances também encontraram amparo e resguardo, como de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, em uma prévia de relações modernas, abertas e além do bem e do mal. Por nisso falar, Nietzsche também honrava em suas obras filosóficas a cidade-Luz e os autores que de lá bebiam suas fontes de inspiração.

Freud em Paris: o convívio com Charcot e o início da Psicanálise

Freud não foi exceção e por meio de caminhadas às margens do Sena e num processo de livre associação de ideias e de diálogo consigo e com a contraparte, Charcot e outros, esmerilhava e lapidava sua teoria psicanalítica que até hoje reverbera, seja em sua primeira ou segunda tópica, seja em suas pulsões sexuais, repressões, sublimações, e outros.

Berço das revoluções política e industrial, assim como a irmã de além-canal da Mancha, a irmã do Tâmisa e dos castles, igualmente real e monárquica, igualmente atacada por Drakkars vikings que singravam os mares de então, nos idos de 1000/1050, esquadras vorazes, prontas a vilipendiar, invadir e saquear, Paris, Bastille, Diderot, Montesquieu, Rousseau, palavras que ecoam e evocam a revolução francesa de 1789, que motivou movimentos de libertação republicanas de, agora, ex-colônias, como o Haiti, e que reverberou no próprio movimento de independência brasileiro décadas após, em 1822, mas que fervilhavam desde então com o irradiar dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

La République Française e Freud em Paris

Eis que muda para sempre o mundo Ocidental, desafiando o império dos impérios monárquicos dinásticos de outrora no continente, a começar pelo Austro-Húngaro do qual advinha Freud, em sua majestosa capital vienense, tema de artigo correlato nesta mesma plataforma.

As feiras internacionais já nos fins do século XIX, e antes, a exibir e mostrar os avanços tecnológicos da indústria, das máquinas a vapor, da eletricidade, do design e da arquitetura, das palais de cristal, dos jardins franceses, Versalhes adiante, geométricos e impactantes, das cidades jardins, do Louvre, do Louvre sim, do Louvre… ampara obras de arte máximas do Ocidente, tal qual Monalisa, de Leonardo da Vinci. I.M. Pei, arquiteto chinês, nos idos de 1990/2000 a revolucionou.

Paris, por meio da pirâmide do Louvre, de seu acesso vitral subterrâneo, e do símbolo da antiguidade egípcia diante de neoclássica arquitetura e cidade pós-moderna de hoje, calcada em gadgets, internet, smartphones e pressa, na sociedade do cansaço, mas ainda sob égides cadenciadas no além-burburinho da Grand Citê.

Freud em Paris, cidade-Luz, síntese do pensamento humano

Comunicação inter eras, inclusive com o centro de arte Pompidou, com sua aparência industrial e metálica, mesclado aos jardins de Tuileries, ao Montmartre, aos bondes modernos elétricos, ao Metrô por excelência, que vai a estações como Charles de Gaulle. Uma mescla de mentes, ambientes construídos, natureza, sons, ah, os sons, dos cabarés, a ameaça dos atentados maculando por vezes a beleza e o encantamento, as periferias nervosas, os novos autores de cinema, os herdeiros de Freud, como Lacan, e, em searas outras, Derrida.

A nova arte, a arte de rua, a arte pela arte, art pour l’art, o vicejar de novas tendências na Paris Fashion Week, os acordos internacionais celebrados, como o das mudanças climáticas, de 2015, que podem reverberar por décadas e quiçá séculos, os novos pensares, relacionares, formas de existir e se expor no mundo, relacionais ou não, franceses, europeus ou internacionais.

Em suma, desta cidade palco do global aspecto do integrar de mentes e arte, de cultura e história, de arquitetura e humanos, de geografia e avanços. Paris, cidade-Luz, eterna, a brilhar e evocar a si e a mentes, como Freud, que por lá passaram, no porvir e no vir-a-ser do mundo e da psicanálise.

Este artigo foi escrito por Luís E F T (instagram: luis2049edu), viajante pelo mundo e apreciador da cultura em geral.

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